BELO HORIZONTE - Sobe para nove o número de mortes confirmadas pelo rompimento da barragem da Samarco no Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. Nesta quinta-feira, 26, um dos corpos encontrados na região foi identificado como o de Mateus Marcio Fernandes, de 29 anos, funcionário de uma empresa terceirizada da mineradora.
O corpo foi localizado pelos bombeiros na madrugada em Ponte do Gama, subdistrito de Monsenhor Horta, a cerca de 30 quilômetros, em linha reta, de Bento Rodrigues. A identificação foi feita pela família pela arcada dentária.
Com a identificação do corpo, o número agora de desaparecidos depois da tragédia em Mariana é de dez. Outros quatro corpos ainda não foram identificados.
Pagamento. A Samarco divulgou nota na noite desta quinta-feira afirmando ter feito o depósito, no valor de R$ 500 milhões, acertado dentro do Termo de Compromisso Provisório (TCP) fechado com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) para pagamento de danos pelo rompimento da barragem da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. O montante corresponde à metade do total previsto. Conforme o acordo, o restante será repassado sob a forma de garantia bancária até 16 de dezembro.
Histórias de Mariana
Peixes mortos. O vazamento da lama da barragem da Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, causou também devastação ambiental.
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que 11 toneladas de peixes morreram em função dos rejeitos de minério de ferro que atingiram o Rio Doce. Do total, oito toneladas foram recolhidas em Minas Gerais e três no Espírito Santo, onde o rio deságua no mar. Ainda segundo o instituto, a retirada dos peixes mortos, que é feita pela Samarco, ainda não terminou.
Lama de barragem polui cursos d'água e ameaça subsistência
Depoimentos. O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, será ouvido pelo MPE em Mariana na próxima terça-feira, 1º. Na última quarta-feira, o executivo, e também representantes da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, prestaram depoimento à força-tarefa montada por procuradores do Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais para apurar as causas do rompimento da barragem da Samarco em Bento Rodrigues.
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