A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) cancelou ontem à noite a troca do muro que cerca a Estação Lapa, na zona oeste da capital, por grades. A obra, iniciada neste mês, estava sendo contestada por moradores da Rua William Speers. Eles alegavam que a mudança aumentaria a poluição sonora, reduziria a segurança na via e permitiria que ratos que circulam nos trilhos invadissem imóveis. A instalação de grades faz parte de um projeto iniciado pela companhia em agosto. O objetivo é construir ou substituir 180 km de muros ou cercas. Desse total, 70 km receberão alambrados, por estarem perto de vegetação. Outros 40 km terão grades. O restante abrange a reforma de muros e a construção deles onde a linha férrea está desprotegida. O recuo da CPTM foi anunciado um dia antes de os moradores da Rua William Speers entregarem um abaixo-assinado com 500 nomes à companhia. Uma das idealizadoras do protesto, Maria Cristina Santos Terra Rocha, moradora da rua há 42 anos, argumentava que a medida resultaria numa série de transtornos. "Os muros abafam o barulho dos trens, principalmente à noite", acrescentou ela. Mas alguns moradores foram a favor da substituição. "Adorei isso", disse a dona de casa Alzira Marcelina Jesus. "À noite, assaltantes pulavam o muro. Com grade, a gente conseguia vê-los. Moradora da rua há 60 anos, Maria Cecilia também aprovou a troca. "Gostei foi do visual à noite. Até as crianças achavam bonito." A CPTM disse que vai remover as grades que já haviam sido colocadas. O local voltará a ser murado.COLABOROU NAIANA OSCAR
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