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Opinião|Como o nome 'inteligência artificial' ajuda a popularizar a tecnologia


O nome ressoa bem e tem ‘apelo tecnológico’ irresistível

Por Demi Getschko
Sophia é um robô “humanoide” criado em 2016, tendo 'trabalhado'como influenciadora para Audi eHuawei Foto: Tyrone Siu/Reuters

A discussão sobre inteligência artificial (IA) ganhou atenção geral internacionalmente. O que contribui para essa ascensão é um conjunto de fatores, que vão desde o poder da expressão “IA” em si à sustentada e crescente expansão na capacidade de processamento e armazenamento que pode hoje ser aplicada sobre a imensa quantidade de informações. E há que se considerar também a particular concentração dessas características nas mãos de um punhado de empresas, as big techs.

A oferta de capacidade de processamento e armazenamento, distribuída no que lembra a imaterialidade de nuvens, deslocou o poder de computação, que antes poderia estar situado nas instituições que dela necessita, para estruturas que, apesar de parecerem descentralizadas e neutras, são controladas por poucos fornecedores, num ciclo bem definido de expansão. Afinal, ao concentrar-se o poder de computação exatamente onde ele já existe, realimenta-se seu crescimento de forma rápida e sem limites. Para adicionar sinergia ao cenário, basta lembrar que também é lá que estão os enormes repositórios de dados de redes sociais.

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Além dos dados e do processamento, some-se o uso da capacidade coletiva da comunidade em treinar, voluntária ou involuntariamente, os produtos gerados. Nós mesmos treinamos as aplicações que serão usadas para nos proverem mais informações criteriosamente escolhidas, que aumentem nosso grau de aderência e de permanência no sistema.

Finalmente, é importante que a escolha de um nome seja catalisadora. “Inteligência artificial” ressoa bem, é nome forte, tem mais de 70 anos de existência e um “apelo tecnológico” irresistível. IA passou por épocas em que era foco de muita pesquisa e por períodos em que caiu em semiesquecimento – os “invernos da IA”. Claro que, oportunisticamente, além da real e poderosa IA pode-se embrulhar no mesmo saco o que lá couber, especialmente se for algo que, por necessitar de muito processamento, pareça inatingível aos usuários comuns.

IA é o tópico da vez e não podemos perdê-lo de vista, até para tentarmos minimizar os riscos que podem estar embutidos. Discute-se hoje na Unesco um texto que recomendaria procedimentos éticos relacionados ao desenvolvimento e disseminação da IA. O documento está em fase final de discussão para ser aceito pelos países signatários.

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E por aqui também estamos debatendo estratégias. O importante é que isso envolva os segmentos da sociedade, que certamente a IA já afeta, e muito, indistintamente a todos. 

Sophia é um robô “humanoide” criado em 2016, tendo 'trabalhado'como influenciadora para Audi eHuawei Foto: Tyrone Siu/Reuters

A discussão sobre inteligência artificial (IA) ganhou atenção geral internacionalmente. O que contribui para essa ascensão é um conjunto de fatores, que vão desde o poder da expressão “IA” em si à sustentada e crescente expansão na capacidade de processamento e armazenamento que pode hoje ser aplicada sobre a imensa quantidade de informações. E há que se considerar também a particular concentração dessas características nas mãos de um punhado de empresas, as big techs.

A oferta de capacidade de processamento e armazenamento, distribuída no que lembra a imaterialidade de nuvens, deslocou o poder de computação, que antes poderia estar situado nas instituições que dela necessita, para estruturas que, apesar de parecerem descentralizadas e neutras, são controladas por poucos fornecedores, num ciclo bem definido de expansão. Afinal, ao concentrar-se o poder de computação exatamente onde ele já existe, realimenta-se seu crescimento de forma rápida e sem limites. Para adicionar sinergia ao cenário, basta lembrar que também é lá que estão os enormes repositórios de dados de redes sociais.

Além dos dados e do processamento, some-se o uso da capacidade coletiva da comunidade em treinar, voluntária ou involuntariamente, os produtos gerados. Nós mesmos treinamos as aplicações que serão usadas para nos proverem mais informações criteriosamente escolhidas, que aumentem nosso grau de aderência e de permanência no sistema.

Finalmente, é importante que a escolha de um nome seja catalisadora. “Inteligência artificial” ressoa bem, é nome forte, tem mais de 70 anos de existência e um “apelo tecnológico” irresistível. IA passou por épocas em que era foco de muita pesquisa e por períodos em que caiu em semiesquecimento – os “invernos da IA”. Claro que, oportunisticamente, além da real e poderosa IA pode-se embrulhar no mesmo saco o que lá couber, especialmente se for algo que, por necessitar de muito processamento, pareça inatingível aos usuários comuns.

IA é o tópico da vez e não podemos perdê-lo de vista, até para tentarmos minimizar os riscos que podem estar embutidos. Discute-se hoje na Unesco um texto que recomendaria procedimentos éticos relacionados ao desenvolvimento e disseminação da IA. O documento está em fase final de discussão para ser aceito pelos países signatários.

E por aqui também estamos debatendo estratégias. O importante é que isso envolva os segmentos da sociedade, que certamente a IA já afeta, e muito, indistintamente a todos. 

Sophia é um robô “humanoide” criado em 2016, tendo 'trabalhado'como influenciadora para Audi eHuawei Foto: Tyrone Siu/Reuters

A discussão sobre inteligência artificial (IA) ganhou atenção geral internacionalmente. O que contribui para essa ascensão é um conjunto de fatores, que vão desde o poder da expressão “IA” em si à sustentada e crescente expansão na capacidade de processamento e armazenamento que pode hoje ser aplicada sobre a imensa quantidade de informações. E há que se considerar também a particular concentração dessas características nas mãos de um punhado de empresas, as big techs.

A oferta de capacidade de processamento e armazenamento, distribuída no que lembra a imaterialidade de nuvens, deslocou o poder de computação, que antes poderia estar situado nas instituições que dela necessita, para estruturas que, apesar de parecerem descentralizadas e neutras, são controladas por poucos fornecedores, num ciclo bem definido de expansão. Afinal, ao concentrar-se o poder de computação exatamente onde ele já existe, realimenta-se seu crescimento de forma rápida e sem limites. Para adicionar sinergia ao cenário, basta lembrar que também é lá que estão os enormes repositórios de dados de redes sociais.

Além dos dados e do processamento, some-se o uso da capacidade coletiva da comunidade em treinar, voluntária ou involuntariamente, os produtos gerados. Nós mesmos treinamos as aplicações que serão usadas para nos proverem mais informações criteriosamente escolhidas, que aumentem nosso grau de aderência e de permanência no sistema.

Finalmente, é importante que a escolha de um nome seja catalisadora. “Inteligência artificial” ressoa bem, é nome forte, tem mais de 70 anos de existência e um “apelo tecnológico” irresistível. IA passou por épocas em que era foco de muita pesquisa e por períodos em que caiu em semiesquecimento – os “invernos da IA”. Claro que, oportunisticamente, além da real e poderosa IA pode-se embrulhar no mesmo saco o que lá couber, especialmente se for algo que, por necessitar de muito processamento, pareça inatingível aos usuários comuns.

IA é o tópico da vez e não podemos perdê-lo de vista, até para tentarmos minimizar os riscos que podem estar embutidos. Discute-se hoje na Unesco um texto que recomendaria procedimentos éticos relacionados ao desenvolvimento e disseminação da IA. O documento está em fase final de discussão para ser aceito pelos países signatários.

E por aqui também estamos debatendo estratégias. O importante é que isso envolva os segmentos da sociedade, que certamente a IA já afeta, e muito, indistintamente a todos. 

Opinião por Demi Getschko

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