A menor queda na taxa de governismo entre as grandes legendas que compõem a base de apoio do governo Michel Temer foi do PSDB. Os tucanos passaram de 98% de apoio em dezembro de 2016 para 94% em abril deste ano – o que coloca o partido no topo do ranking de governismo na Casa, acima do próprio PMDB, partido do presidente.
A queda na taxa de governismo na Câmara foi generalizada. Todos os partidos registram hoje taxa de governismo menor do que no fim do ano passado. O PMDB, por exemplo, diminuiu seu apoio ao Planalto – a sigla passou de 98% de adesão no fim do ano passado para 92% agora, uma queda de seis pontos porcentuais.
Entre as grandes e médias legendas, as maiores baixas foram registradas no PSB e PR. Esses dois partidos tiveram uma diminuição de 11 e 8 pontos porcentuais na taxa de adesão ao governo de dezembro para cá, respectivamente. Juntas, as agremiações têm 74 deputados, e por isso são consideradas essenciais para que as reformas defendidas pelo governo sejam aprovadas neste ano no Congresso.
Dispersão. A dispersão interna dentro dos partidos também aumentou em quase todos os partidos, até mesmo no PMDB e PSDB. Isso significa que há mais divergência entre os votos dos deputados de uma mesma legenda.
O partido mais em cima do muro hoje é o PSB. O índice de dispersão interna calculado pelo Estadão Dados para a sigla é de 6,4 em uma escala de 0 a 10 – seria zero se todos os deputados votassem da mesma maneira e 10 se uma metade votasse de um jeito e a outra de outro.
Para o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), esse aumento de dispersão deverá regredir, pois os parlamentares que apoiarem as reformas do governo ajudarão a economia a se recuperar nos próximos meses. Sem a recuperação, disse Perondi, o índice de renovação da Câmara poderá chegar a 70%. “Nós vamos ser banidos (do Congresso) se não chover na lavoura do bolso do cidadão”, afirmou.