Desafios na internet: Por que crianças e adolescentes caem nessas armadilhas e como protegê-los?


Morte de menina de 12 anos na Argentina por causa de desafio no TikTok não é caso isolado; especialista diz que é preciso preparar as crianças para lidar com esse tipo de situação

Por Giovanna Castro
Atualização:

Na semana passada, uma menina de 12 anos morreu na Argentina após supostamente aderir a um desafio no TikTok que incitava o autossufocamento. O caso não é isolado. Além de existirem outras vítimas deste mesmo desafio, chamado de Blackout Challenge, há anos jogos perigosos como esse vêm circulando pela internet. Em 2017, o Baleia Azul, ganhou repercussão. Já em 2019, foi o Desafio Momo.

Segundo Wimer Bottura, psiquiatra presidente do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina, é comum que crianças se interessem por desafios de maneira geral. Isso porque eles aguçam a curiosidade, um elemento essencial para a vida humana, mas que, na infância, demanda cautela.

“A curiosidade é um motor importante para a vida. Ela leva a desafios, experiências e ao crescimento do repertório da pessoa”, diz. Por outro lado, “como repertório de informações da criança ainda é muito baixo, a intensidade da curiosidade dela tende a ser maior que a de um adulto”, o que as tornam mais vulneráveis a manipulações e riscos.

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Número de crianças e adolescentes com perfis no Instagram e no TikTok aumentou nos últimos anos, segundo o Cetip. Foto: Pexels

Perigo na palma da mão

O que tem acontecido nos últimos anos por causa da internet e das redes sociais, no entanto, é que o acesso de pessoas mal intencionadas aos jovens foi facilitado. Além disso, crianças cada vez menores têm ganhado seus próprios dispositivos e muitas vezes utilizam os aparelhos sem a supervisão dos pais que, por mais cuidadosos que sejam, facilmente podem deixar escapar algo.

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De acordo com a última pesquisa TIC Kids Online Brasil, que é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) e traz dados sobre o uso e apropriação das tecnologias e das redes sociais por crianças e adolescentes, a proporção de pessoas nesta faixa etária nas redes sociais aumentou consideravelmente entre 2018 e 2021.

O número de pessoas entre 9 e 17 anos que têm perfil no Instagram, uma das redes mais utilizadas por esse público, avançou de 45% para 62% no período. Além disso, pela primeira vez, o estudo investigou a existência de perfil no TikTok e constatou que 58% dos usuários na mesma faixa etária estão presentes na plataforma, com prevalência das classes AB (79%), na comparação com às classes C (57%) e DE (53%).

Em 2019, a Câmara dos Deputados brasileira aprovou uma lei que criminaliza desafios relacionados a suicídios ou automutilação de crianças e adolescentes, prevendo prisão de seis meses a dois anos para pessoas que incitarem esse tipo de comportamento nocivo nas redes sociais. Ainda assim, existe a dificuldade de mapear e encontrar os reais culpados em um ambiente digital cujo compartilhamento é acelerado.

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Proteger é preparar

Para Bottura, o caminho para evitar acidentes graves e até fatais envolvendo desafios na internet vai além de criar novas ferramentas de proteção nas redes sociais. Ele defende que é preciso desenvolver o senso crítico da criança para que ela mesma se proteja e não caia nesse tipo de armadilha, ressaltando ainda que isso evita outros tipos de problemas por aliciação, como a pedofilia.

“Temos que tomar cuidado com essa tendência nossa em buscar respostas no externo. Embora elas existam, sejam importantes e demandem preocupação, o foco da nossa atenção deve ser o universo interno das pessoas, em por que uma pessoa se sujeita a esse tipo de risco e por que miliares de pessoas da mesma idade, na mesma circunstância, estão vulneráveis a isso”, diz.

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O especialista defende o que chama de “efeito vacina” nas crianças. Isto é, estimular que elas criem seus próprios mecanismos de defesa contra situações de ameaça, em vez de tentar privá-las de qualquer risco, o que é praticamente impossível no mundo de hoje.

“Precisamos estimulá-las a desenvolver habilidades para trabalhar as informações que recebem, criando uma malícia que as ajude a avaliar as propostas que vêm de fora, de outros”, afirma. “Isso se faz com diálogo. Famílias que criam vínculo com a criança, escutam ela e pensam sobre o que ela diz, trazendo informações mais precisas, realistas e menos assustadoras, fantasiosas ajudam a criança a desenvolver um pensamento crítico”, diz.

Dessa forma, dizer à criança claramente como funcionam esses tipos de desafios e por que praticar esses jogos podem ser algo perigoso é o melhor caminho para que elas entendam o risco.

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Na semana passada, uma menina de 12 anos morreu na Argentina após supostamente aderir a um desafio no TikTok que incitava o autossufocamento. O caso não é isolado. Além de existirem outras vítimas deste mesmo desafio, chamado de Blackout Challenge, há anos jogos perigosos como esse vêm circulando pela internet. Em 2017, o Baleia Azul, ganhou repercussão. Já em 2019, foi o Desafio Momo.

Segundo Wimer Bottura, psiquiatra presidente do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina, é comum que crianças se interessem por desafios de maneira geral. Isso porque eles aguçam a curiosidade, um elemento essencial para a vida humana, mas que, na infância, demanda cautela.

“A curiosidade é um motor importante para a vida. Ela leva a desafios, experiências e ao crescimento do repertório da pessoa”, diz. Por outro lado, “como repertório de informações da criança ainda é muito baixo, a intensidade da curiosidade dela tende a ser maior que a de um adulto”, o que as tornam mais vulneráveis a manipulações e riscos.

Número de crianças e adolescentes com perfis no Instagram e no TikTok aumentou nos últimos anos, segundo o Cetip. Foto: Pexels

Perigo na palma da mão

O que tem acontecido nos últimos anos por causa da internet e das redes sociais, no entanto, é que o acesso de pessoas mal intencionadas aos jovens foi facilitado. Além disso, crianças cada vez menores têm ganhado seus próprios dispositivos e muitas vezes utilizam os aparelhos sem a supervisão dos pais que, por mais cuidadosos que sejam, facilmente podem deixar escapar algo.

De acordo com a última pesquisa TIC Kids Online Brasil, que é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) e traz dados sobre o uso e apropriação das tecnologias e das redes sociais por crianças e adolescentes, a proporção de pessoas nesta faixa etária nas redes sociais aumentou consideravelmente entre 2018 e 2021.

O número de pessoas entre 9 e 17 anos que têm perfil no Instagram, uma das redes mais utilizadas por esse público, avançou de 45% para 62% no período. Além disso, pela primeira vez, o estudo investigou a existência de perfil no TikTok e constatou que 58% dos usuários na mesma faixa etária estão presentes na plataforma, com prevalência das classes AB (79%), na comparação com às classes C (57%) e DE (53%).

Em 2019, a Câmara dos Deputados brasileira aprovou uma lei que criminaliza desafios relacionados a suicídios ou automutilação de crianças e adolescentes, prevendo prisão de seis meses a dois anos para pessoas que incitarem esse tipo de comportamento nocivo nas redes sociais. Ainda assim, existe a dificuldade de mapear e encontrar os reais culpados em um ambiente digital cujo compartilhamento é acelerado.

Proteger é preparar

Para Bottura, o caminho para evitar acidentes graves e até fatais envolvendo desafios na internet vai além de criar novas ferramentas de proteção nas redes sociais. Ele defende que é preciso desenvolver o senso crítico da criança para que ela mesma se proteja e não caia nesse tipo de armadilha, ressaltando ainda que isso evita outros tipos de problemas por aliciação, como a pedofilia.

“Temos que tomar cuidado com essa tendência nossa em buscar respostas no externo. Embora elas existam, sejam importantes e demandem preocupação, o foco da nossa atenção deve ser o universo interno das pessoas, em por que uma pessoa se sujeita a esse tipo de risco e por que miliares de pessoas da mesma idade, na mesma circunstância, estão vulneráveis a isso”, diz.

O especialista defende o que chama de “efeito vacina” nas crianças. Isto é, estimular que elas criem seus próprios mecanismos de defesa contra situações de ameaça, em vez de tentar privá-las de qualquer risco, o que é praticamente impossível no mundo de hoje.

“Precisamos estimulá-las a desenvolver habilidades para trabalhar as informações que recebem, criando uma malícia que as ajude a avaliar as propostas que vêm de fora, de outros”, afirma. “Isso se faz com diálogo. Famílias que criam vínculo com a criança, escutam ela e pensam sobre o que ela diz, trazendo informações mais precisas, realistas e menos assustadoras, fantasiosas ajudam a criança a desenvolver um pensamento crítico”, diz.

Dessa forma, dizer à criança claramente como funcionam esses tipos de desafios e por que praticar esses jogos podem ser algo perigoso é o melhor caminho para que elas entendam o risco.

Na semana passada, uma menina de 12 anos morreu na Argentina após supostamente aderir a um desafio no TikTok que incitava o autossufocamento. O caso não é isolado. Além de existirem outras vítimas deste mesmo desafio, chamado de Blackout Challenge, há anos jogos perigosos como esse vêm circulando pela internet. Em 2017, o Baleia Azul, ganhou repercussão. Já em 2019, foi o Desafio Momo.

Segundo Wimer Bottura, psiquiatra presidente do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina, é comum que crianças se interessem por desafios de maneira geral. Isso porque eles aguçam a curiosidade, um elemento essencial para a vida humana, mas que, na infância, demanda cautela.

“A curiosidade é um motor importante para a vida. Ela leva a desafios, experiências e ao crescimento do repertório da pessoa”, diz. Por outro lado, “como repertório de informações da criança ainda é muito baixo, a intensidade da curiosidade dela tende a ser maior que a de um adulto”, o que as tornam mais vulneráveis a manipulações e riscos.

Número de crianças e adolescentes com perfis no Instagram e no TikTok aumentou nos últimos anos, segundo o Cetip. Foto: Pexels

Perigo na palma da mão

O que tem acontecido nos últimos anos por causa da internet e das redes sociais, no entanto, é que o acesso de pessoas mal intencionadas aos jovens foi facilitado. Além disso, crianças cada vez menores têm ganhado seus próprios dispositivos e muitas vezes utilizam os aparelhos sem a supervisão dos pais que, por mais cuidadosos que sejam, facilmente podem deixar escapar algo.

De acordo com a última pesquisa TIC Kids Online Brasil, que é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) e traz dados sobre o uso e apropriação das tecnologias e das redes sociais por crianças e adolescentes, a proporção de pessoas nesta faixa etária nas redes sociais aumentou consideravelmente entre 2018 e 2021.

O número de pessoas entre 9 e 17 anos que têm perfil no Instagram, uma das redes mais utilizadas por esse público, avançou de 45% para 62% no período. Além disso, pela primeira vez, o estudo investigou a existência de perfil no TikTok e constatou que 58% dos usuários na mesma faixa etária estão presentes na plataforma, com prevalência das classes AB (79%), na comparação com às classes C (57%) e DE (53%).

Em 2019, a Câmara dos Deputados brasileira aprovou uma lei que criminaliza desafios relacionados a suicídios ou automutilação de crianças e adolescentes, prevendo prisão de seis meses a dois anos para pessoas que incitarem esse tipo de comportamento nocivo nas redes sociais. Ainda assim, existe a dificuldade de mapear e encontrar os reais culpados em um ambiente digital cujo compartilhamento é acelerado.

Proteger é preparar

Para Bottura, o caminho para evitar acidentes graves e até fatais envolvendo desafios na internet vai além de criar novas ferramentas de proteção nas redes sociais. Ele defende que é preciso desenvolver o senso crítico da criança para que ela mesma se proteja e não caia nesse tipo de armadilha, ressaltando ainda que isso evita outros tipos de problemas por aliciação, como a pedofilia.

“Temos que tomar cuidado com essa tendência nossa em buscar respostas no externo. Embora elas existam, sejam importantes e demandem preocupação, o foco da nossa atenção deve ser o universo interno das pessoas, em por que uma pessoa se sujeita a esse tipo de risco e por que miliares de pessoas da mesma idade, na mesma circunstância, estão vulneráveis a isso”, diz.

O especialista defende o que chama de “efeito vacina” nas crianças. Isto é, estimular que elas criem seus próprios mecanismos de defesa contra situações de ameaça, em vez de tentar privá-las de qualquer risco, o que é praticamente impossível no mundo de hoje.

“Precisamos estimulá-las a desenvolver habilidades para trabalhar as informações que recebem, criando uma malícia que as ajude a avaliar as propostas que vêm de fora, de outros”, afirma. “Isso se faz com diálogo. Famílias que criam vínculo com a criança, escutam ela e pensam sobre o que ela diz, trazendo informações mais precisas, realistas e menos assustadoras, fantasiosas ajudam a criança a desenvolver um pensamento crítico”, diz.

Dessa forma, dizer à criança claramente como funcionam esses tipos de desafios e por que praticar esses jogos podem ser algo perigoso é o melhor caminho para que elas entendam o risco.

Na semana passada, uma menina de 12 anos morreu na Argentina após supostamente aderir a um desafio no TikTok que incitava o autossufocamento. O caso não é isolado. Além de existirem outras vítimas deste mesmo desafio, chamado de Blackout Challenge, há anos jogos perigosos como esse vêm circulando pela internet. Em 2017, o Baleia Azul, ganhou repercussão. Já em 2019, foi o Desafio Momo.

Segundo Wimer Bottura, psiquiatra presidente do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina, é comum que crianças se interessem por desafios de maneira geral. Isso porque eles aguçam a curiosidade, um elemento essencial para a vida humana, mas que, na infância, demanda cautela.

“A curiosidade é um motor importante para a vida. Ela leva a desafios, experiências e ao crescimento do repertório da pessoa”, diz. Por outro lado, “como repertório de informações da criança ainda é muito baixo, a intensidade da curiosidade dela tende a ser maior que a de um adulto”, o que as tornam mais vulneráveis a manipulações e riscos.

Número de crianças e adolescentes com perfis no Instagram e no TikTok aumentou nos últimos anos, segundo o Cetip. Foto: Pexels

Perigo na palma da mão

O que tem acontecido nos últimos anos por causa da internet e das redes sociais, no entanto, é que o acesso de pessoas mal intencionadas aos jovens foi facilitado. Além disso, crianças cada vez menores têm ganhado seus próprios dispositivos e muitas vezes utilizam os aparelhos sem a supervisão dos pais que, por mais cuidadosos que sejam, facilmente podem deixar escapar algo.

De acordo com a última pesquisa TIC Kids Online Brasil, que é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) e traz dados sobre o uso e apropriação das tecnologias e das redes sociais por crianças e adolescentes, a proporção de pessoas nesta faixa etária nas redes sociais aumentou consideravelmente entre 2018 e 2021.

O número de pessoas entre 9 e 17 anos que têm perfil no Instagram, uma das redes mais utilizadas por esse público, avançou de 45% para 62% no período. Além disso, pela primeira vez, o estudo investigou a existência de perfil no TikTok e constatou que 58% dos usuários na mesma faixa etária estão presentes na plataforma, com prevalência das classes AB (79%), na comparação com às classes C (57%) e DE (53%).

Em 2019, a Câmara dos Deputados brasileira aprovou uma lei que criminaliza desafios relacionados a suicídios ou automutilação de crianças e adolescentes, prevendo prisão de seis meses a dois anos para pessoas que incitarem esse tipo de comportamento nocivo nas redes sociais. Ainda assim, existe a dificuldade de mapear e encontrar os reais culpados em um ambiente digital cujo compartilhamento é acelerado.

Proteger é preparar

Para Bottura, o caminho para evitar acidentes graves e até fatais envolvendo desafios na internet vai além de criar novas ferramentas de proteção nas redes sociais. Ele defende que é preciso desenvolver o senso crítico da criança para que ela mesma se proteja e não caia nesse tipo de armadilha, ressaltando ainda que isso evita outros tipos de problemas por aliciação, como a pedofilia.

“Temos que tomar cuidado com essa tendência nossa em buscar respostas no externo. Embora elas existam, sejam importantes e demandem preocupação, o foco da nossa atenção deve ser o universo interno das pessoas, em por que uma pessoa se sujeita a esse tipo de risco e por que miliares de pessoas da mesma idade, na mesma circunstância, estão vulneráveis a isso”, diz.

O especialista defende o que chama de “efeito vacina” nas crianças. Isto é, estimular que elas criem seus próprios mecanismos de defesa contra situações de ameaça, em vez de tentar privá-las de qualquer risco, o que é praticamente impossível no mundo de hoje.

“Precisamos estimulá-las a desenvolver habilidades para trabalhar as informações que recebem, criando uma malícia que as ajude a avaliar as propostas que vêm de fora, de outros”, afirma. “Isso se faz com diálogo. Famílias que criam vínculo com a criança, escutam ela e pensam sobre o que ela diz, trazendo informações mais precisas, realistas e menos assustadoras, fantasiosas ajudam a criança a desenvolver um pensamento crítico”, diz.

Dessa forma, dizer à criança claramente como funcionam esses tipos de desafios e por que praticar esses jogos podem ser algo perigoso é o melhor caminho para que elas entendam o risco.

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