Uma casa de alto padrão em Itatiba, no interior de São Paulo, avaliada em R$ 600 mil, era o endereço do assaltante Bruno Soares Coutinho, de 28 anos, preso ontem por investigadores do 20º Distrito Policial (Água Fria). Segundo a Polícia Civil, ele liderava uma quadrilha responsável por 30 roubos em saídas de bancos na zona norte da capital, ocorridos nos últimos quatro meses. Outros três integrantes do bando foram presos e um quinto ladrão está foragido.Coutinho ostentava dois carros zero km - um Volkswagen Golf e um Polo. Além dos veículos, foram apreendidos dez aparelhos de telefone celular. O delegado titular do 20º DP, Rubens Barazal, afirmou que a quadrilha agia com violência. "Os assaltantes agrediam as vítimas e ameaçavam atirar nelas, caso não entregassem o dinheiro sacado no banco", contou.Barazal disse que Coutinho ficava dentro das agências, com Sérgio Roberto Mingroni Júnior, de 32 anos, irmão por parte de mãe. Eles monitoravam as vítimas e passavam, por rádio, as características para Carlos Barrionuevo, de 26 anos, que repassava as informações para Thiago Rodrigues, de 20, e Alexandre Leite. De moto, eles atacavam os correntistas.Leite está foragido e, segundo a polícia, foi ele quem atirou na auxiliar de secretária Raíssa Ferreira, de 22 anos. No dia 26 de outubro, ela e a mãe sacaram R$ 5 mil em um banco da Vila Nova Cachoeirinha. Coutinho a observou e elas foram seguidas. Um dos assaltantes, com celular, entrou no ônibus com as duas. Quando desceram do ônibus, no Terminal Vila Nova Cachoeirinha, mãe e filha foram atacadas. Leite exigiu a bolsa. A moça reagiu. Leite sacou a arma e atirou em direção ao peito da vítima. Raíssa puxou o braço dele e o tiro atingiu a perna esquerda da jovem.O ladrão fugiu com o dinheiro, a bolsa e o telefone celular de Raíssa. Nada foi recuperado. Ontem, ela reconheceu Leite por foto e os outros pessoalmente. Raíssa disse que se fosse assaltada hoje, não reagiria. "Quase morri. Não tenho medo de ladrão, mas ninguém deve reagir. Atiraram para matar."Em outro assalto, no dia 15, as câmeras de vídeo de um banco da Água Fria registraram Leite e Rodrigues atacando um correntista, que tinha sacado R$ 2 mil. As imagens ajudaram os investigadores do 20º DP a identificar os criminosos. As ligações telefônicas dos ladrões foram interceptadas com autorização judicial. Barazal disse que o bando agia também no Pacaembu e em Perdizes, na zona oeste, e na Mooca, zona leste.