Discursos incendiários marcam cúpula África-América do Sul


Por FRANK JACK DANIEL E FABIAN CAMBERO

Retórica anti-imperialista e ideias ambiciosas marcaram no domingo uma cúpula dominada pelos líderes esquerdistas sul-americanos e alguns dos mais conhecidos antigos combatentes anticoloniais africanos. Ladeado por líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, o anfitrião da cúpula e líder socialista da Venezuela Hugo Chávez deu a impressão de sentir-se em casa enquanto ouvia uma multidão de propostas para promover a influência global dos países pobres. Realizada na ilha caribenha de Margarita, pertencente à Venezuela, a cúpula de dois dias aconteceu imediatamente após a Assembleia Geral da ONU e a cúpula do G20. A intenção foi que servisse como contraponto à hegemonia ocidental nas instituições globais. "Precisamos construir uma aliança nova, descobrir oportunidades e nos ajudarmos mutuamente," disse Lula, resumindo o tema central dos discursos proferidos pelos 28 líderes presentes. Comentando temas específicos, Mugabe e Chávez propuseram uma cooperação maior na exploração de recursos naturais como minérios e petróleo. O líder venezuelano, que se vê como líder de um movimento global "anti-imperialista," exortou seus colegas a formar uma empresa de mineração "multi-Estados." "África e América do Sul são terras ricas, mas suas populações são pobres, porque foram exploradas. Não permitamos que eles continuem a explorar e saquear nossas terras. Essas riquezas pertencem a nossos povos," disse o verborrágico Chávez, fazendo um minidiscurso ao fim de cada discurso de outro líder. "Não vamos perder um dia que seja. Se começarmos com apenas dois ou três países, bem, começaremos com aqueles que podem." OLIMPÍADAS NO BRASIL? Ex-comandante guerrilheiro que está no poder desde a independência de seu país da Grã-Bretanha, em 1980, Mugabe reiterou a posição de Chávez, dizendo que o Zimbábue pode oferecer minerais e produtos agrícolas em troca de petróleo e tecnologia. "O desenvolvimento industrial maior na África sempre tem sido dificultado por nossa dependência das próprias potências que nos colonizaram," disse ele. "Elas não querem realmente nos ver industrializados." Alguns dos participantes do fórum, incluindo Mugabe e Chávez, são fortemente criticados por seus adversários por violar direitos humanos e a democracia em seus países. Na área dos esportes, Mugabe sugeriu que os países da AAS (África-América do Sul) reunidos deveriam promover seu próprio torneio de futebol ao estilo da Copa do Mundo. E Lula pediu apoio à candidatura do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016. "O maior evento esportivo do mundo depois da Copa não pode ser privilégio dos países ricos," disse Lula. Os Estados Unidos também é candidato a sediar os Jogos Olímpicos de 2016. "A liderança do Comitê Olímpico Internacional é como as riquezas do mundo: toda concentrada na Europa, que tem mais delegados que toda a África e América Latina," disse Lula. Embora a cúpula tenha incluído muitas críticas aos erros passados do Ocidente e sua atual indiferença à pobreza global, a Venezuela procurou suavizar o tema possivelmente mais provocativo a ter emergido em Margarita. Na véspera da cúpula, o ministro venezuelano das Minas, Rodolfo Sanz, disse que o Irã, aliado de Chávez e malvisto pelo Ocidente devido a sua política nuclear, está ajudando a Venezuela a procurar urânio no país sul-americano. Mas o ministro da Energia, Rafael Ramirez, procurou acalmar a controvérsia suscitada pelo comentário, dizendo à Reuters que Caracas ainda não desenvolveu um plano para explorar seu urânio e está trabalhando com a Rússia apenas para desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. "Nenhum plano foi definido até agora," disse ele. Analistas dizem que falta mais de uma década para a Venezuela conseguir desenvolver energia nuclear. Os líderes devem assinar um documento final ainda no domingo cobrindo a cooperação entre os dois continentes e defendendo a reforma de organismos globais como as Nações Unidas e o Banco Mundial, para dar mais influência aos países pobres. Fazendo sua primeira visita às Américas, o líder líbio Muammar Gaddafi -- no poder há quatro décadas -- montou uma "corte" numa tenda no hotel que sediou a cúpula e, no sábado, fez um discurso incendiário dizendo que um clube restrito de grandes potências ainda tenta comandar o mundo segundo suas próprias diretrizes.

Retórica anti-imperialista e ideias ambiciosas marcaram no domingo uma cúpula dominada pelos líderes esquerdistas sul-americanos e alguns dos mais conhecidos antigos combatentes anticoloniais africanos. Ladeado por líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, o anfitrião da cúpula e líder socialista da Venezuela Hugo Chávez deu a impressão de sentir-se em casa enquanto ouvia uma multidão de propostas para promover a influência global dos países pobres. Realizada na ilha caribenha de Margarita, pertencente à Venezuela, a cúpula de dois dias aconteceu imediatamente após a Assembleia Geral da ONU e a cúpula do G20. A intenção foi que servisse como contraponto à hegemonia ocidental nas instituições globais. "Precisamos construir uma aliança nova, descobrir oportunidades e nos ajudarmos mutuamente," disse Lula, resumindo o tema central dos discursos proferidos pelos 28 líderes presentes. Comentando temas específicos, Mugabe e Chávez propuseram uma cooperação maior na exploração de recursos naturais como minérios e petróleo. O líder venezuelano, que se vê como líder de um movimento global "anti-imperialista," exortou seus colegas a formar uma empresa de mineração "multi-Estados." "África e América do Sul são terras ricas, mas suas populações são pobres, porque foram exploradas. Não permitamos que eles continuem a explorar e saquear nossas terras. Essas riquezas pertencem a nossos povos," disse o verborrágico Chávez, fazendo um minidiscurso ao fim de cada discurso de outro líder. "Não vamos perder um dia que seja. Se começarmos com apenas dois ou três países, bem, começaremos com aqueles que podem." OLIMPÍADAS NO BRASIL? Ex-comandante guerrilheiro que está no poder desde a independência de seu país da Grã-Bretanha, em 1980, Mugabe reiterou a posição de Chávez, dizendo que o Zimbábue pode oferecer minerais e produtos agrícolas em troca de petróleo e tecnologia. "O desenvolvimento industrial maior na África sempre tem sido dificultado por nossa dependência das próprias potências que nos colonizaram," disse ele. "Elas não querem realmente nos ver industrializados." Alguns dos participantes do fórum, incluindo Mugabe e Chávez, são fortemente criticados por seus adversários por violar direitos humanos e a democracia em seus países. Na área dos esportes, Mugabe sugeriu que os países da AAS (África-América do Sul) reunidos deveriam promover seu próprio torneio de futebol ao estilo da Copa do Mundo. E Lula pediu apoio à candidatura do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016. "O maior evento esportivo do mundo depois da Copa não pode ser privilégio dos países ricos," disse Lula. Os Estados Unidos também é candidato a sediar os Jogos Olímpicos de 2016. "A liderança do Comitê Olímpico Internacional é como as riquezas do mundo: toda concentrada na Europa, que tem mais delegados que toda a África e América Latina," disse Lula. Embora a cúpula tenha incluído muitas críticas aos erros passados do Ocidente e sua atual indiferença à pobreza global, a Venezuela procurou suavizar o tema possivelmente mais provocativo a ter emergido em Margarita. Na véspera da cúpula, o ministro venezuelano das Minas, Rodolfo Sanz, disse que o Irã, aliado de Chávez e malvisto pelo Ocidente devido a sua política nuclear, está ajudando a Venezuela a procurar urânio no país sul-americano. Mas o ministro da Energia, Rafael Ramirez, procurou acalmar a controvérsia suscitada pelo comentário, dizendo à Reuters que Caracas ainda não desenvolveu um plano para explorar seu urânio e está trabalhando com a Rússia apenas para desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. "Nenhum plano foi definido até agora," disse ele. Analistas dizem que falta mais de uma década para a Venezuela conseguir desenvolver energia nuclear. Os líderes devem assinar um documento final ainda no domingo cobrindo a cooperação entre os dois continentes e defendendo a reforma de organismos globais como as Nações Unidas e o Banco Mundial, para dar mais influência aos países pobres. Fazendo sua primeira visita às Américas, o líder líbio Muammar Gaddafi -- no poder há quatro décadas -- montou uma "corte" numa tenda no hotel que sediou a cúpula e, no sábado, fez um discurso incendiário dizendo que um clube restrito de grandes potências ainda tenta comandar o mundo segundo suas próprias diretrizes.

Retórica anti-imperialista e ideias ambiciosas marcaram no domingo uma cúpula dominada pelos líderes esquerdistas sul-americanos e alguns dos mais conhecidos antigos combatentes anticoloniais africanos. Ladeado por líderes como Robert Mugabe, do Zimbábue, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, o anfitrião da cúpula e líder socialista da Venezuela Hugo Chávez deu a impressão de sentir-se em casa enquanto ouvia uma multidão de propostas para promover a influência global dos países pobres. Realizada na ilha caribenha de Margarita, pertencente à Venezuela, a cúpula de dois dias aconteceu imediatamente após a Assembleia Geral da ONU e a cúpula do G20. A intenção foi que servisse como contraponto à hegemonia ocidental nas instituições globais. "Precisamos construir uma aliança nova, descobrir oportunidades e nos ajudarmos mutuamente," disse Lula, resumindo o tema central dos discursos proferidos pelos 28 líderes presentes. Comentando temas específicos, Mugabe e Chávez propuseram uma cooperação maior na exploração de recursos naturais como minérios e petróleo. O líder venezuelano, que se vê como líder de um movimento global "anti-imperialista," exortou seus colegas a formar uma empresa de mineração "multi-Estados." "África e América do Sul são terras ricas, mas suas populações são pobres, porque foram exploradas. Não permitamos que eles continuem a explorar e saquear nossas terras. Essas riquezas pertencem a nossos povos," disse o verborrágico Chávez, fazendo um minidiscurso ao fim de cada discurso de outro líder. "Não vamos perder um dia que seja. Se começarmos com apenas dois ou três países, bem, começaremos com aqueles que podem." OLIMPÍADAS NO BRASIL? Ex-comandante guerrilheiro que está no poder desde a independência de seu país da Grã-Bretanha, em 1980, Mugabe reiterou a posição de Chávez, dizendo que o Zimbábue pode oferecer minerais e produtos agrícolas em troca de petróleo e tecnologia. "O desenvolvimento industrial maior na África sempre tem sido dificultado por nossa dependência das próprias potências que nos colonizaram," disse ele. "Elas não querem realmente nos ver industrializados." Alguns dos participantes do fórum, incluindo Mugabe e Chávez, são fortemente criticados por seus adversários por violar direitos humanos e a democracia em seus países. Na área dos esportes, Mugabe sugeriu que os países da AAS (África-América do Sul) reunidos deveriam promover seu próprio torneio de futebol ao estilo da Copa do Mundo. E Lula pediu apoio à candidatura do Brasil para sediar as Olimpíadas de 2016. "O maior evento esportivo do mundo depois da Copa não pode ser privilégio dos países ricos," disse Lula. Os Estados Unidos também é candidato a sediar os Jogos Olímpicos de 2016. "A liderança do Comitê Olímpico Internacional é como as riquezas do mundo: toda concentrada na Europa, que tem mais delegados que toda a África e América Latina," disse Lula. Embora a cúpula tenha incluído muitas críticas aos erros passados do Ocidente e sua atual indiferença à pobreza global, a Venezuela procurou suavizar o tema possivelmente mais provocativo a ter emergido em Margarita. Na véspera da cúpula, o ministro venezuelano das Minas, Rodolfo Sanz, disse que o Irã, aliado de Chávez e malvisto pelo Ocidente devido a sua política nuclear, está ajudando a Venezuela a procurar urânio no país sul-americano. Mas o ministro da Energia, Rafael Ramirez, procurou acalmar a controvérsia suscitada pelo comentário, dizendo à Reuters que Caracas ainda não desenvolveu um plano para explorar seu urânio e está trabalhando com a Rússia apenas para desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. "Nenhum plano foi definido até agora," disse ele. Analistas dizem que falta mais de uma década para a Venezuela conseguir desenvolver energia nuclear. Os líderes devem assinar um documento final ainda no domingo cobrindo a cooperação entre os dois continentes e defendendo a reforma de organismos globais como as Nações Unidas e o Banco Mundial, para dar mais influência aos países pobres. Fazendo sua primeira visita às Américas, o líder líbio Muammar Gaddafi -- no poder há quatro décadas -- montou uma "corte" numa tenda no hotel que sediou a cúpula e, no sábado, fez um discurso incendiário dizendo que um clube restrito de grandes potências ainda tenta comandar o mundo segundo suas próprias diretrizes.

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