Dona Lily põe bens à venda para evitar briga


Patrimônio será repartido; viúva de Marinho realiza leilões no exterior

Por Marcia Vieira

A frase de Roberto Marinho ficou célebre. "Se um dia eu vier a faltar...", costumava dizer o presidente das Organizações Globo, morto em 2003 aos 98 anos. Sua viúva, Lily, não sonha com a imortalidade. Há um mês, às vésperas de completar 87 anos, se deu conta de que estava na hora de pensar no destino da sua herança. E tomou uma decisão incomum. Lily colocou à venda todo o seu patrimônio. De jóias a fazendas, passando por pratarias, móveis e pinturas, tudo será vendido em três leilões, durante o mês de maio, organizados pela Sotheby?s, em Genebra e Nova York, e pelo escritório Soraia Cals, no Rio. São mais de 2 mil peças, incluindo um retrato seu feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, avaliado em US$ 700 mil. Essa não chegou a ser uma decisão difícil. "Estou organizando a minha retirada. Devo ter mais uns três anos de vida pela frente. Está na hora de colocar minha sucessão em dia", resume, com seu leve e peculiar sotaque francês, sem nenhuma ponta de tristeza ou amargura. Pelo contrário. "Eu me sinto muito bem fazendo isso. Já vi tantos casos de famílias que brigam na hora de divisão de bens. Não quero atritos nem confusão. As pessoas vivem em harmonia, mas na hora de discutir dinheiro..." A fortuna arrecadada, na casa dos milhões de dólares, será administrada por um trust, que cuidará para que nada falte ao seu filho adotivo, João Baptista, de 44 anos, e a seus quatro netos. Do seu primeiro casamento, com o empresário Horácio de Carvalho, Lily teve apenas um filho natural. Horacinho morreu, aos 26 anos, num acidente de carro a caminho de Maricá (RJ), em 1966. Sete meses depois, o casal adotou João Baptista, então com um ano e meio. Lily costuma dizer que a adoção salvou a sua vida. "Ela tem paixão pelo filho", diz o amigo inseparável Romaric Büel, ex-adido cultural do consulado francês no Rio. João Baptista mora em Miami. Tem quatro filhos (três meninos e uma menina), frutos de relacionamentos com quatro mulheres diferentes. Lily sofre só em pensar que depois da sua morte possa haver qualquer tipo de disputa entre os herdeiros. "Eu tenho mais capacidade do que meu filho para cuidar da venda de tudo isso. Não tenho por que não fazer logo. Seria egoísta se eu não fizesse. Vai ser mais fácil para ele assim." A decisão de transformar em dinheiro todo o seu patrimônio deu mais tranqüilidade à viúva do jornalista Roberto Marinho. "Eu não preciso mais dessas coisas. Não quero me aborrecer administrando fazendas. Eu não uso mais essas jóias. Não mexo na prataria. Para que ter tanta coisa? Acho que sem elas minha vida vai ficar mais tranqüila. E isso não tem preço", diz, sorridente. A duas semanas de completar 87 anos, sua saúde está ótima. No ano passado, duas pneumonias e um problema no joelho levaram Lily a tomar essa decisão de colocar sua herança em ordem. Sua vida financeira também vai muito bem. Ela continua vivendo na mansão dos Marinhos, no Cosme Velho, bairro carioca aos pés do Corcovado. O acordo com os herdeiros de Roberto Marinho é que ela more lá o tempo que quiser, sem nenhum tipo de custo. Lily sai pouquíssimo. Na semana passada, aventurou-se na noite do Rio para assistir ao show do cantor francês Charles Aznavour. Adorou. Para o aniversário, no dia 10, não planeja nada de especial. Apesar de detestar avião, vai até Nova York acompanhar na Sotheby?s o leilão do seu retrato feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, em 1946. Na época, em Paris, encantado pela beleza de Lily, Van Dongen insistiu que ela posasse para ele. Horácio de Carvalho, muito ciumento, concordou com uma condição: que ele comprasse o quadro. Assim foi feito. Nascida na Alemanha, criada na França, Lily desembarcou no Brasil nos anos 1940 para se casar com Horácio, dono, entre muitas outras coisas, do jornal Diário Carioca. O casamento durou 45 anos. E é no Rio, mais precisamente na mansão do Cosme Velho, que Lily quer passar o resto dos seus dias. O lugar lhe traz ótimas lembranças. "Eu e Roberto fomos muito felizes aqui. Adoro essa casa."

A frase de Roberto Marinho ficou célebre. "Se um dia eu vier a faltar...", costumava dizer o presidente das Organizações Globo, morto em 2003 aos 98 anos. Sua viúva, Lily, não sonha com a imortalidade. Há um mês, às vésperas de completar 87 anos, se deu conta de que estava na hora de pensar no destino da sua herança. E tomou uma decisão incomum. Lily colocou à venda todo o seu patrimônio. De jóias a fazendas, passando por pratarias, móveis e pinturas, tudo será vendido em três leilões, durante o mês de maio, organizados pela Sotheby?s, em Genebra e Nova York, e pelo escritório Soraia Cals, no Rio. São mais de 2 mil peças, incluindo um retrato seu feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, avaliado em US$ 700 mil. Essa não chegou a ser uma decisão difícil. "Estou organizando a minha retirada. Devo ter mais uns três anos de vida pela frente. Está na hora de colocar minha sucessão em dia", resume, com seu leve e peculiar sotaque francês, sem nenhuma ponta de tristeza ou amargura. Pelo contrário. "Eu me sinto muito bem fazendo isso. Já vi tantos casos de famílias que brigam na hora de divisão de bens. Não quero atritos nem confusão. As pessoas vivem em harmonia, mas na hora de discutir dinheiro..." A fortuna arrecadada, na casa dos milhões de dólares, será administrada por um trust, que cuidará para que nada falte ao seu filho adotivo, João Baptista, de 44 anos, e a seus quatro netos. Do seu primeiro casamento, com o empresário Horácio de Carvalho, Lily teve apenas um filho natural. Horacinho morreu, aos 26 anos, num acidente de carro a caminho de Maricá (RJ), em 1966. Sete meses depois, o casal adotou João Baptista, então com um ano e meio. Lily costuma dizer que a adoção salvou a sua vida. "Ela tem paixão pelo filho", diz o amigo inseparável Romaric Büel, ex-adido cultural do consulado francês no Rio. João Baptista mora em Miami. Tem quatro filhos (três meninos e uma menina), frutos de relacionamentos com quatro mulheres diferentes. Lily sofre só em pensar que depois da sua morte possa haver qualquer tipo de disputa entre os herdeiros. "Eu tenho mais capacidade do que meu filho para cuidar da venda de tudo isso. Não tenho por que não fazer logo. Seria egoísta se eu não fizesse. Vai ser mais fácil para ele assim." A decisão de transformar em dinheiro todo o seu patrimônio deu mais tranqüilidade à viúva do jornalista Roberto Marinho. "Eu não preciso mais dessas coisas. Não quero me aborrecer administrando fazendas. Eu não uso mais essas jóias. Não mexo na prataria. Para que ter tanta coisa? Acho que sem elas minha vida vai ficar mais tranqüila. E isso não tem preço", diz, sorridente. A duas semanas de completar 87 anos, sua saúde está ótima. No ano passado, duas pneumonias e um problema no joelho levaram Lily a tomar essa decisão de colocar sua herança em ordem. Sua vida financeira também vai muito bem. Ela continua vivendo na mansão dos Marinhos, no Cosme Velho, bairro carioca aos pés do Corcovado. O acordo com os herdeiros de Roberto Marinho é que ela more lá o tempo que quiser, sem nenhum tipo de custo. Lily sai pouquíssimo. Na semana passada, aventurou-se na noite do Rio para assistir ao show do cantor francês Charles Aznavour. Adorou. Para o aniversário, no dia 10, não planeja nada de especial. Apesar de detestar avião, vai até Nova York acompanhar na Sotheby?s o leilão do seu retrato feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, em 1946. Na época, em Paris, encantado pela beleza de Lily, Van Dongen insistiu que ela posasse para ele. Horácio de Carvalho, muito ciumento, concordou com uma condição: que ele comprasse o quadro. Assim foi feito. Nascida na Alemanha, criada na França, Lily desembarcou no Brasil nos anos 1940 para se casar com Horácio, dono, entre muitas outras coisas, do jornal Diário Carioca. O casamento durou 45 anos. E é no Rio, mais precisamente na mansão do Cosme Velho, que Lily quer passar o resto dos seus dias. O lugar lhe traz ótimas lembranças. "Eu e Roberto fomos muito felizes aqui. Adoro essa casa."

A frase de Roberto Marinho ficou célebre. "Se um dia eu vier a faltar...", costumava dizer o presidente das Organizações Globo, morto em 2003 aos 98 anos. Sua viúva, Lily, não sonha com a imortalidade. Há um mês, às vésperas de completar 87 anos, se deu conta de que estava na hora de pensar no destino da sua herança. E tomou uma decisão incomum. Lily colocou à venda todo o seu patrimônio. De jóias a fazendas, passando por pratarias, móveis e pinturas, tudo será vendido em três leilões, durante o mês de maio, organizados pela Sotheby?s, em Genebra e Nova York, e pelo escritório Soraia Cals, no Rio. São mais de 2 mil peças, incluindo um retrato seu feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, avaliado em US$ 700 mil. Essa não chegou a ser uma decisão difícil. "Estou organizando a minha retirada. Devo ter mais uns três anos de vida pela frente. Está na hora de colocar minha sucessão em dia", resume, com seu leve e peculiar sotaque francês, sem nenhuma ponta de tristeza ou amargura. Pelo contrário. "Eu me sinto muito bem fazendo isso. Já vi tantos casos de famílias que brigam na hora de divisão de bens. Não quero atritos nem confusão. As pessoas vivem em harmonia, mas na hora de discutir dinheiro..." A fortuna arrecadada, na casa dos milhões de dólares, será administrada por um trust, que cuidará para que nada falte ao seu filho adotivo, João Baptista, de 44 anos, e a seus quatro netos. Do seu primeiro casamento, com o empresário Horácio de Carvalho, Lily teve apenas um filho natural. Horacinho morreu, aos 26 anos, num acidente de carro a caminho de Maricá (RJ), em 1966. Sete meses depois, o casal adotou João Baptista, então com um ano e meio. Lily costuma dizer que a adoção salvou a sua vida. "Ela tem paixão pelo filho", diz o amigo inseparável Romaric Büel, ex-adido cultural do consulado francês no Rio. João Baptista mora em Miami. Tem quatro filhos (três meninos e uma menina), frutos de relacionamentos com quatro mulheres diferentes. Lily sofre só em pensar que depois da sua morte possa haver qualquer tipo de disputa entre os herdeiros. "Eu tenho mais capacidade do que meu filho para cuidar da venda de tudo isso. Não tenho por que não fazer logo. Seria egoísta se eu não fizesse. Vai ser mais fácil para ele assim." A decisão de transformar em dinheiro todo o seu patrimônio deu mais tranqüilidade à viúva do jornalista Roberto Marinho. "Eu não preciso mais dessas coisas. Não quero me aborrecer administrando fazendas. Eu não uso mais essas jóias. Não mexo na prataria. Para que ter tanta coisa? Acho que sem elas minha vida vai ficar mais tranqüila. E isso não tem preço", diz, sorridente. A duas semanas de completar 87 anos, sua saúde está ótima. No ano passado, duas pneumonias e um problema no joelho levaram Lily a tomar essa decisão de colocar sua herança em ordem. Sua vida financeira também vai muito bem. Ela continua vivendo na mansão dos Marinhos, no Cosme Velho, bairro carioca aos pés do Corcovado. O acordo com os herdeiros de Roberto Marinho é que ela more lá o tempo que quiser, sem nenhum tipo de custo. Lily sai pouquíssimo. Na semana passada, aventurou-se na noite do Rio para assistir ao show do cantor francês Charles Aznavour. Adorou. Para o aniversário, no dia 10, não planeja nada de especial. Apesar de detestar avião, vai até Nova York acompanhar na Sotheby?s o leilão do seu retrato feito pelo pintor holandês Kees van Dongen, em 1946. Na época, em Paris, encantado pela beleza de Lily, Van Dongen insistiu que ela posasse para ele. Horácio de Carvalho, muito ciumento, concordou com uma condição: que ele comprasse o quadro. Assim foi feito. Nascida na Alemanha, criada na França, Lily desembarcou no Brasil nos anos 1940 para se casar com Horácio, dono, entre muitas outras coisas, do jornal Diário Carioca. O casamento durou 45 anos. E é no Rio, mais precisamente na mansão do Cosme Velho, que Lily quer passar o resto dos seus dias. O lugar lhe traz ótimas lembranças. "Eu e Roberto fomos muito felizes aqui. Adoro essa casa."

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