'Dono' do Design District, em Miami, tem planos no Brasil


Em entrevista exclusiva, Craig Robins conta como transformou a região numa meca de moda, gastronomia e cultura e diz que busca projeto no País

Por Chris Delboni

Para a nova geração de turistas brasileiros em Miami é difícil imaginar South Beach no final dos anos 1980.   Hoje trata-se de um dos bairros mais badalados, com os melhores restaurantes, hotéis-boutique e boutiques. Isso graças, principalmente, ao visionário Craig Robins, amante da arte, que em 1987 abriu a construtora Dacra, responsável pela maior parte da revitalização urbana da região conhecida como Distrito Histórico Art Déco.  "Os prédios eram como esculturas - não via só como propriedades", disse numa entrevista exclusiva à coluna.  "Uni meu interesse em arte e design aos negócios." Hoje, aos 52 anos, trabalha rodeado por uma coleção de arte, com quadros de US$ 20 mil a US$ 5 milhões.  Mas diz que não gosta de falar em arte em termos de valores monetários. "Coleciono arte que acho importante", diz o colecionador e incorporador. "Não gosto de falar de arte e dinheiro na mesma frase." 

Craig Robins mostra com orgulho a coleção de arte e design no seu escritório. Foto: Jade Matarazzo.

Seu interesse em arte, arquitetura e design surgiu quando passou um ano estudando em Barcelona, na Espanha.  Quando voltou a Miami, resolveu fazer Direito - mas nunca exerceu."Nunca trabalhei como advogado, mas foi um bom treinamento. Muito útil", diz, convicto de sua missão de vida. "Eu construo bairros."Em cada bairro que constrói, gera um novo espírito de criatividade, alavancando a participação de novas ideias e empreendimentos e desenvolvendo a construção num nível de bom gosto e inovação.

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Depois de South Beach, seu novo projeto, já em desenvolvimento há mais de 10 anos, é o Design District, que abriu sua primeira loja de móveis nos anos 1920, mas não era um bairro de grandes pretensões. Hoje, com a ajuda da Dacra e de parceiros, que possuem cerca de 70% das propriedades do bairro, o Design District é um dos locais mais cobiçados e bem frequentados de Miami.Localizado num ponto estratégico e central e ocupando poucas quadras, semelhante ao bairro dos Jardins, em São Paulo, é onde se encontram atualmente quase todas as lojas de grife do mundo - muitas que fecharam no famoso shopping Bal Harbour para abrir nesse pequeno quadrado - entre as Ruas 38 e 42 e North Miami Avenue e Biscayne Boulevard.

"Eu tive a chance de ser parte de algo que realmente teve um impacto em Miami. Transformou Miami", diz ele, em relação a South Beach. "Poder continuar com outros projetos, agora no Design District, é mais uma contribuição para toda a cidade, o que tem sido muito estimulante para mim."E, de fato, suas iniciativas arrojadas, visão pioneira e imaginação, aliada à realização, têm transformado não só bairros, mas toda uma maneira de ser e viver, ao mesmo tempo que incentiva a motivação de um público emergente e atuante.

Craig Robins está transformando o bairro Design District, novo “Jardins” e “Oscar Freire” de Miami, numa meca de moda, gastronomia e cultura Foto: Jade Matarazzo
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Além das grandes lojas de decoração, incluindo a brasileira Ornare, na região desde 2006, o Design District tem galerias de arte, bons restaurantes e vem se tornando o maior centro de fashion e grife de Miami: Burberry, Cartier, Dior, Givenchy, Hermès, Louis Vuitton, Prada, Tiffany, Versace e muitas outras.   

E Craig diz que sua previsão é crescer muito mais.

"Começamos a construção para mais de 60 lojas em 20 prédios diferentes - porque não somos um shopping", diz. "Somos um bairro e estamos criando essas lindas construções para um bairro. Temos que continuar cuidando dele e investindo em arte, design e arquitetura. As lojas são para pessoas do país inteiro, do mundo inteiro, para virem visitar."

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E os maiores consumidores? Por certo, brasileiros, diz ele. "Pode ter diminuído o consumo pelo alto dólar e enfraquecimento da economia brasileira - as pessoas estão viajando menos e gastando menos -, mas o Brasil e brasileiros são muito importantes para Miami", diz, confiante, o americano, que também tem investimentos no Brasil. "O Brasil sempre acabará por cima. Acredito no Brasil a longo prazo." 

O "dono" do Design District, como é conhecido, diz que gosta de trabalhar um projeto por vez, mas quem sabe o próximo bairro a revigorar não será no Brasil? "Gosto de focar e fazer poucas coisas por vez", diz."Tenho que encontrar o lugar certo e o tipo certo de oportunidades. Adoro o Brasil. Já tive vários contatos, mas ainda não encontrei o projeto certo".

O segredo do sucesso?"Sempre acho que posso fracassar. O grande desafio é não ser arrogante e continuar sempre trabalhando duro e tentando fazer coisas especiais", diz Craig, com coragem, disposição para investir e uma pitada de humildade. "Não há nunca uma garantia", diz. "O importante é tentar inovar e não reproduzir a mesma coisa."

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Serviço: Para mais informações e todos os estabelecimentos do Design District, visite http://www.miamidesigndistrict.net

Twitter: chrisdelboni

Para a nova geração de turistas brasileiros em Miami é difícil imaginar South Beach no final dos anos 1980.   Hoje trata-se de um dos bairros mais badalados, com os melhores restaurantes, hotéis-boutique e boutiques. Isso graças, principalmente, ao visionário Craig Robins, amante da arte, que em 1987 abriu a construtora Dacra, responsável pela maior parte da revitalização urbana da região conhecida como Distrito Histórico Art Déco.  "Os prédios eram como esculturas - não via só como propriedades", disse numa entrevista exclusiva à coluna.  "Uni meu interesse em arte e design aos negócios." Hoje, aos 52 anos, trabalha rodeado por uma coleção de arte, com quadros de US$ 20 mil a US$ 5 milhões.  Mas diz que não gosta de falar em arte em termos de valores monetários. "Coleciono arte que acho importante", diz o colecionador e incorporador. "Não gosto de falar de arte e dinheiro na mesma frase." 

Craig Robins mostra com orgulho a coleção de arte e design no seu escritório. Foto: Jade Matarazzo.

Seu interesse em arte, arquitetura e design surgiu quando passou um ano estudando em Barcelona, na Espanha.  Quando voltou a Miami, resolveu fazer Direito - mas nunca exerceu."Nunca trabalhei como advogado, mas foi um bom treinamento. Muito útil", diz, convicto de sua missão de vida. "Eu construo bairros."Em cada bairro que constrói, gera um novo espírito de criatividade, alavancando a participação de novas ideias e empreendimentos e desenvolvendo a construção num nível de bom gosto e inovação.

Depois de South Beach, seu novo projeto, já em desenvolvimento há mais de 10 anos, é o Design District, que abriu sua primeira loja de móveis nos anos 1920, mas não era um bairro de grandes pretensões. Hoje, com a ajuda da Dacra e de parceiros, que possuem cerca de 70% das propriedades do bairro, o Design District é um dos locais mais cobiçados e bem frequentados de Miami.Localizado num ponto estratégico e central e ocupando poucas quadras, semelhante ao bairro dos Jardins, em São Paulo, é onde se encontram atualmente quase todas as lojas de grife do mundo - muitas que fecharam no famoso shopping Bal Harbour para abrir nesse pequeno quadrado - entre as Ruas 38 e 42 e North Miami Avenue e Biscayne Boulevard.

"Eu tive a chance de ser parte de algo que realmente teve um impacto em Miami. Transformou Miami", diz ele, em relação a South Beach. "Poder continuar com outros projetos, agora no Design District, é mais uma contribuição para toda a cidade, o que tem sido muito estimulante para mim."E, de fato, suas iniciativas arrojadas, visão pioneira e imaginação, aliada à realização, têm transformado não só bairros, mas toda uma maneira de ser e viver, ao mesmo tempo que incentiva a motivação de um público emergente e atuante.

Craig Robins está transformando o bairro Design District, novo “Jardins” e “Oscar Freire” de Miami, numa meca de moda, gastronomia e cultura Foto: Jade Matarazzo

Além das grandes lojas de decoração, incluindo a brasileira Ornare, na região desde 2006, o Design District tem galerias de arte, bons restaurantes e vem se tornando o maior centro de fashion e grife de Miami: Burberry, Cartier, Dior, Givenchy, Hermès, Louis Vuitton, Prada, Tiffany, Versace e muitas outras.   

E Craig diz que sua previsão é crescer muito mais.

"Começamos a construção para mais de 60 lojas em 20 prédios diferentes - porque não somos um shopping", diz. "Somos um bairro e estamos criando essas lindas construções para um bairro. Temos que continuar cuidando dele e investindo em arte, design e arquitetura. As lojas são para pessoas do país inteiro, do mundo inteiro, para virem visitar."

E os maiores consumidores? Por certo, brasileiros, diz ele. "Pode ter diminuído o consumo pelo alto dólar e enfraquecimento da economia brasileira - as pessoas estão viajando menos e gastando menos -, mas o Brasil e brasileiros são muito importantes para Miami", diz, confiante, o americano, que também tem investimentos no Brasil. "O Brasil sempre acabará por cima. Acredito no Brasil a longo prazo." 

O "dono" do Design District, como é conhecido, diz que gosta de trabalhar um projeto por vez, mas quem sabe o próximo bairro a revigorar não será no Brasil? "Gosto de focar e fazer poucas coisas por vez", diz."Tenho que encontrar o lugar certo e o tipo certo de oportunidades. Adoro o Brasil. Já tive vários contatos, mas ainda não encontrei o projeto certo".

O segredo do sucesso?"Sempre acho que posso fracassar. O grande desafio é não ser arrogante e continuar sempre trabalhando duro e tentando fazer coisas especiais", diz Craig, com coragem, disposição para investir e uma pitada de humildade. "Não há nunca uma garantia", diz. "O importante é tentar inovar e não reproduzir a mesma coisa."

Serviço: Para mais informações e todos os estabelecimentos do Design District, visite http://www.miamidesigndistrict.net

Twitter: chrisdelboni

Para a nova geração de turistas brasileiros em Miami é difícil imaginar South Beach no final dos anos 1980.   Hoje trata-se de um dos bairros mais badalados, com os melhores restaurantes, hotéis-boutique e boutiques. Isso graças, principalmente, ao visionário Craig Robins, amante da arte, que em 1987 abriu a construtora Dacra, responsável pela maior parte da revitalização urbana da região conhecida como Distrito Histórico Art Déco.  "Os prédios eram como esculturas - não via só como propriedades", disse numa entrevista exclusiva à coluna.  "Uni meu interesse em arte e design aos negócios." Hoje, aos 52 anos, trabalha rodeado por uma coleção de arte, com quadros de US$ 20 mil a US$ 5 milhões.  Mas diz que não gosta de falar em arte em termos de valores monetários. "Coleciono arte que acho importante", diz o colecionador e incorporador. "Não gosto de falar de arte e dinheiro na mesma frase." 

Craig Robins mostra com orgulho a coleção de arte e design no seu escritório. Foto: Jade Matarazzo.

Seu interesse em arte, arquitetura e design surgiu quando passou um ano estudando em Barcelona, na Espanha.  Quando voltou a Miami, resolveu fazer Direito - mas nunca exerceu."Nunca trabalhei como advogado, mas foi um bom treinamento. Muito útil", diz, convicto de sua missão de vida. "Eu construo bairros."Em cada bairro que constrói, gera um novo espírito de criatividade, alavancando a participação de novas ideias e empreendimentos e desenvolvendo a construção num nível de bom gosto e inovação.

Depois de South Beach, seu novo projeto, já em desenvolvimento há mais de 10 anos, é o Design District, que abriu sua primeira loja de móveis nos anos 1920, mas não era um bairro de grandes pretensões. Hoje, com a ajuda da Dacra e de parceiros, que possuem cerca de 70% das propriedades do bairro, o Design District é um dos locais mais cobiçados e bem frequentados de Miami.Localizado num ponto estratégico e central e ocupando poucas quadras, semelhante ao bairro dos Jardins, em São Paulo, é onde se encontram atualmente quase todas as lojas de grife do mundo - muitas que fecharam no famoso shopping Bal Harbour para abrir nesse pequeno quadrado - entre as Ruas 38 e 42 e North Miami Avenue e Biscayne Boulevard.

"Eu tive a chance de ser parte de algo que realmente teve um impacto em Miami. Transformou Miami", diz ele, em relação a South Beach. "Poder continuar com outros projetos, agora no Design District, é mais uma contribuição para toda a cidade, o que tem sido muito estimulante para mim."E, de fato, suas iniciativas arrojadas, visão pioneira e imaginação, aliada à realização, têm transformado não só bairros, mas toda uma maneira de ser e viver, ao mesmo tempo que incentiva a motivação de um público emergente e atuante.

Craig Robins está transformando o bairro Design District, novo “Jardins” e “Oscar Freire” de Miami, numa meca de moda, gastronomia e cultura Foto: Jade Matarazzo

Além das grandes lojas de decoração, incluindo a brasileira Ornare, na região desde 2006, o Design District tem galerias de arte, bons restaurantes e vem se tornando o maior centro de fashion e grife de Miami: Burberry, Cartier, Dior, Givenchy, Hermès, Louis Vuitton, Prada, Tiffany, Versace e muitas outras.   

E Craig diz que sua previsão é crescer muito mais.

"Começamos a construção para mais de 60 lojas em 20 prédios diferentes - porque não somos um shopping", diz. "Somos um bairro e estamos criando essas lindas construções para um bairro. Temos que continuar cuidando dele e investindo em arte, design e arquitetura. As lojas são para pessoas do país inteiro, do mundo inteiro, para virem visitar."

E os maiores consumidores? Por certo, brasileiros, diz ele. "Pode ter diminuído o consumo pelo alto dólar e enfraquecimento da economia brasileira - as pessoas estão viajando menos e gastando menos -, mas o Brasil e brasileiros são muito importantes para Miami", diz, confiante, o americano, que também tem investimentos no Brasil. "O Brasil sempre acabará por cima. Acredito no Brasil a longo prazo." 

O "dono" do Design District, como é conhecido, diz que gosta de trabalhar um projeto por vez, mas quem sabe o próximo bairro a revigorar não será no Brasil? "Gosto de focar e fazer poucas coisas por vez", diz."Tenho que encontrar o lugar certo e o tipo certo de oportunidades. Adoro o Brasil. Já tive vários contatos, mas ainda não encontrei o projeto certo".

O segredo do sucesso?"Sempre acho que posso fracassar. O grande desafio é não ser arrogante e continuar sempre trabalhando duro e tentando fazer coisas especiais", diz Craig, com coragem, disposição para investir e uma pitada de humildade. "Não há nunca uma garantia", diz. "O importante é tentar inovar e não reproduzir a mesma coisa."

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Twitter: chrisdelboni

Para a nova geração de turistas brasileiros em Miami é difícil imaginar South Beach no final dos anos 1980.   Hoje trata-se de um dos bairros mais badalados, com os melhores restaurantes, hotéis-boutique e boutiques. Isso graças, principalmente, ao visionário Craig Robins, amante da arte, que em 1987 abriu a construtora Dacra, responsável pela maior parte da revitalização urbana da região conhecida como Distrito Histórico Art Déco.  "Os prédios eram como esculturas - não via só como propriedades", disse numa entrevista exclusiva à coluna.  "Uni meu interesse em arte e design aos negócios." Hoje, aos 52 anos, trabalha rodeado por uma coleção de arte, com quadros de US$ 20 mil a US$ 5 milhões.  Mas diz que não gosta de falar em arte em termos de valores monetários. "Coleciono arte que acho importante", diz o colecionador e incorporador. "Não gosto de falar de arte e dinheiro na mesma frase." 

Craig Robins mostra com orgulho a coleção de arte e design no seu escritório. Foto: Jade Matarazzo.

Seu interesse em arte, arquitetura e design surgiu quando passou um ano estudando em Barcelona, na Espanha.  Quando voltou a Miami, resolveu fazer Direito - mas nunca exerceu."Nunca trabalhei como advogado, mas foi um bom treinamento. Muito útil", diz, convicto de sua missão de vida. "Eu construo bairros."Em cada bairro que constrói, gera um novo espírito de criatividade, alavancando a participação de novas ideias e empreendimentos e desenvolvendo a construção num nível de bom gosto e inovação.

Depois de South Beach, seu novo projeto, já em desenvolvimento há mais de 10 anos, é o Design District, que abriu sua primeira loja de móveis nos anos 1920, mas não era um bairro de grandes pretensões. Hoje, com a ajuda da Dacra e de parceiros, que possuem cerca de 70% das propriedades do bairro, o Design District é um dos locais mais cobiçados e bem frequentados de Miami.Localizado num ponto estratégico e central e ocupando poucas quadras, semelhante ao bairro dos Jardins, em São Paulo, é onde se encontram atualmente quase todas as lojas de grife do mundo - muitas que fecharam no famoso shopping Bal Harbour para abrir nesse pequeno quadrado - entre as Ruas 38 e 42 e North Miami Avenue e Biscayne Boulevard.

"Eu tive a chance de ser parte de algo que realmente teve um impacto em Miami. Transformou Miami", diz ele, em relação a South Beach. "Poder continuar com outros projetos, agora no Design District, é mais uma contribuição para toda a cidade, o que tem sido muito estimulante para mim."E, de fato, suas iniciativas arrojadas, visão pioneira e imaginação, aliada à realização, têm transformado não só bairros, mas toda uma maneira de ser e viver, ao mesmo tempo que incentiva a motivação de um público emergente e atuante.

Craig Robins está transformando o bairro Design District, novo “Jardins” e “Oscar Freire” de Miami, numa meca de moda, gastronomia e cultura Foto: Jade Matarazzo

Além das grandes lojas de decoração, incluindo a brasileira Ornare, na região desde 2006, o Design District tem galerias de arte, bons restaurantes e vem se tornando o maior centro de fashion e grife de Miami: Burberry, Cartier, Dior, Givenchy, Hermès, Louis Vuitton, Prada, Tiffany, Versace e muitas outras.   

E Craig diz que sua previsão é crescer muito mais.

"Começamos a construção para mais de 60 lojas em 20 prédios diferentes - porque não somos um shopping", diz. "Somos um bairro e estamos criando essas lindas construções para um bairro. Temos que continuar cuidando dele e investindo em arte, design e arquitetura. As lojas são para pessoas do país inteiro, do mundo inteiro, para virem visitar."

E os maiores consumidores? Por certo, brasileiros, diz ele. "Pode ter diminuído o consumo pelo alto dólar e enfraquecimento da economia brasileira - as pessoas estão viajando menos e gastando menos -, mas o Brasil e brasileiros são muito importantes para Miami", diz, confiante, o americano, que também tem investimentos no Brasil. "O Brasil sempre acabará por cima. Acredito no Brasil a longo prazo." 

O "dono" do Design District, como é conhecido, diz que gosta de trabalhar um projeto por vez, mas quem sabe o próximo bairro a revigorar não será no Brasil? "Gosto de focar e fazer poucas coisas por vez", diz."Tenho que encontrar o lugar certo e o tipo certo de oportunidades. Adoro o Brasil. Já tive vários contatos, mas ainda não encontrei o projeto certo".

O segredo do sucesso?"Sempre acho que posso fracassar. O grande desafio é não ser arrogante e continuar sempre trabalhando duro e tentando fazer coisas especiais", diz Craig, com coragem, disposição para investir e uma pitada de humildade. "Não há nunca uma garantia", diz. "O importante é tentar inovar e não reproduzir a mesma coisa."

Serviço: Para mais informações e todos os estabelecimentos do Design District, visite http://www.miamidesigndistrict.net

Twitter: chrisdelboni

Para a nova geração de turistas brasileiros em Miami é difícil imaginar South Beach no final dos anos 1980.   Hoje trata-se de um dos bairros mais badalados, com os melhores restaurantes, hotéis-boutique e boutiques. Isso graças, principalmente, ao visionário Craig Robins, amante da arte, que em 1987 abriu a construtora Dacra, responsável pela maior parte da revitalização urbana da região conhecida como Distrito Histórico Art Déco.  "Os prédios eram como esculturas - não via só como propriedades", disse numa entrevista exclusiva à coluna.  "Uni meu interesse em arte e design aos negócios." Hoje, aos 52 anos, trabalha rodeado por uma coleção de arte, com quadros de US$ 20 mil a US$ 5 milhões.  Mas diz que não gosta de falar em arte em termos de valores monetários. "Coleciono arte que acho importante", diz o colecionador e incorporador. "Não gosto de falar de arte e dinheiro na mesma frase." 

Craig Robins mostra com orgulho a coleção de arte e design no seu escritório. Foto: Jade Matarazzo.

Seu interesse em arte, arquitetura e design surgiu quando passou um ano estudando em Barcelona, na Espanha.  Quando voltou a Miami, resolveu fazer Direito - mas nunca exerceu."Nunca trabalhei como advogado, mas foi um bom treinamento. Muito útil", diz, convicto de sua missão de vida. "Eu construo bairros."Em cada bairro que constrói, gera um novo espírito de criatividade, alavancando a participação de novas ideias e empreendimentos e desenvolvendo a construção num nível de bom gosto e inovação.

Depois de South Beach, seu novo projeto, já em desenvolvimento há mais de 10 anos, é o Design District, que abriu sua primeira loja de móveis nos anos 1920, mas não era um bairro de grandes pretensões. Hoje, com a ajuda da Dacra e de parceiros, que possuem cerca de 70% das propriedades do bairro, o Design District é um dos locais mais cobiçados e bem frequentados de Miami.Localizado num ponto estratégico e central e ocupando poucas quadras, semelhante ao bairro dos Jardins, em São Paulo, é onde se encontram atualmente quase todas as lojas de grife do mundo - muitas que fecharam no famoso shopping Bal Harbour para abrir nesse pequeno quadrado - entre as Ruas 38 e 42 e North Miami Avenue e Biscayne Boulevard.

"Eu tive a chance de ser parte de algo que realmente teve um impacto em Miami. Transformou Miami", diz ele, em relação a South Beach. "Poder continuar com outros projetos, agora no Design District, é mais uma contribuição para toda a cidade, o que tem sido muito estimulante para mim."E, de fato, suas iniciativas arrojadas, visão pioneira e imaginação, aliada à realização, têm transformado não só bairros, mas toda uma maneira de ser e viver, ao mesmo tempo que incentiva a motivação de um público emergente e atuante.

Craig Robins está transformando o bairro Design District, novo “Jardins” e “Oscar Freire” de Miami, numa meca de moda, gastronomia e cultura Foto: Jade Matarazzo

Além das grandes lojas de decoração, incluindo a brasileira Ornare, na região desde 2006, o Design District tem galerias de arte, bons restaurantes e vem se tornando o maior centro de fashion e grife de Miami: Burberry, Cartier, Dior, Givenchy, Hermès, Louis Vuitton, Prada, Tiffany, Versace e muitas outras.   

E Craig diz que sua previsão é crescer muito mais.

"Começamos a construção para mais de 60 lojas em 20 prédios diferentes - porque não somos um shopping", diz. "Somos um bairro e estamos criando essas lindas construções para um bairro. Temos que continuar cuidando dele e investindo em arte, design e arquitetura. As lojas são para pessoas do país inteiro, do mundo inteiro, para virem visitar."

E os maiores consumidores? Por certo, brasileiros, diz ele. "Pode ter diminuído o consumo pelo alto dólar e enfraquecimento da economia brasileira - as pessoas estão viajando menos e gastando menos -, mas o Brasil e brasileiros são muito importantes para Miami", diz, confiante, o americano, que também tem investimentos no Brasil. "O Brasil sempre acabará por cima. Acredito no Brasil a longo prazo." 

O "dono" do Design District, como é conhecido, diz que gosta de trabalhar um projeto por vez, mas quem sabe o próximo bairro a revigorar não será no Brasil? "Gosto de focar e fazer poucas coisas por vez", diz."Tenho que encontrar o lugar certo e o tipo certo de oportunidades. Adoro o Brasil. Já tive vários contatos, mas ainda não encontrei o projeto certo".

O segredo do sucesso?"Sempre acho que posso fracassar. O grande desafio é não ser arrogante e continuar sempre trabalhando duro e tentando fazer coisas especiais", diz Craig, com coragem, disposição para investir e uma pitada de humildade. "Não há nunca uma garantia", diz. "O importante é tentar inovar e não reproduzir a mesma coisa."

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