O recém-eleito presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, e o primeiro-ministro do Quênia escaparam ilesos nesta quarta-feira de um aparente atentado suicida em um hotel da capital somali, Mogadíscio, quando davam uma entrevista à imprensa, disseram testemunhas. O grupo rebelde somali Al Shabaab disse ter realizado o ataque, no qual morreram pelo menos oito pessoas, apenas dois dias depois de Mohamud ter sido escolhido presidente na primeira eleição presidencial em décadas na Somália. Duas explosões abalaram a capital somali, evidenciando os imensos desafios que Mohamud enfrentará na área da segurança, em um processo considerado uma ruptura histórica com 20 anos de violência e anarquia. "Nós estamos envolvidos nas explosões no hotel de Mogadíscio. Foi uma operação bem planejada dos mujahideen (combatentes islâmicos)", disse à Reuters o porta-voz de todas as operações militares da al Shabaab, xeique Abdiasis Abu Musab. A jornalista de TV Jamila Mohammed, que acompanhava o ministro de Relações Exteriores do Quênia, Sam Ongeri, disse ter visto "pedaços de carne voando por todo o local" depois da primeira explosão. "Depois vi um segundo homem atirando, enquanto ele avançava em direção ao hotel", afirmou a jornalista. A escolha de Mohamud numa votação no Parlamento, na segunda-feira, foi recebida por seus partidários como um marco histórico de mudança no país, situado no nordeste da África e mergulhado numa guerra interna. Desde 1991 a Somália não tem de fato um governo central.