Economia lenta não freia avanço social; saneamento e educação destoam


País cria 1 milhão de vagas e vê queda de desemprego; ritmo de tratamento de esgoto e desinteresse de jovens pelo ensino médio preocupam

Por Fernando Dantas e DANIELA AMORIM /RIO

Apesar de o crescimento da economia ter desacelerado para apenas 2,7% em 2011, os fortes avanços sociais em termos de trabalho, renda e redução da desigualdade, registrados desde 2004 e associados ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continuaram a todo vapor no ano passado, primeiro do mandato de Dilma Rousseff. Este é o quadro que sobressai da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, divulgada ontem no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os destaques foram a criação de 1 milhão de empregos em dois anos, a queda do desemprego para o menor índice já registrado, de 6,7%, e a redução da desigualdade em diversas medidas de renda num ritmo até superior à média de 2004 a 2009. A comparação mais curta que se pode fazer é com a Pnad de 2009, já que em 2010, por causa do Censo, a pesquisa não foi coletada. O aumento de postos de trabalhos em 2011 deveu-se, em parte, à recuperação a partir da forte queda em 2009, auge da crise global. "O crescimento do PIB nos últimos dez anos não tem sido aquela coisa maravilhosa, mas o mercado de trabalho tem sido um dos melhores da história do Brasil - é quase um mistério, que os pesquisadores estão investigando", disse Serguei Soares, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mesmo com os ganhos de renda e trabalho, a Pnad mostrou que o avanço em algumas mazelas tradicionais do País continua lento. Em dois anos, a proporção de domicílios atendidos pela rede coletora de esgoto aumentou de 52,5% para 54,9%, e a de domicílios com fossa séptica ligada à rede coletora, de 6,6% para 7,7% - um ritmo que, se mantido, adiará por duas décadas a universalização do saneamento básico. Na educação, o porcentual de jovens entre 15 e 17 anos na escola caiu de 85,2% para 83,7%. Em termos de posse de bens, houve um aumento muito rápido, de 39,8%, no número de domicílios com microcomputador e acesso à internet. Ainda assim, em 2011, quase dois de cada três lares brasileiros permaneciam sem esse equipamento básico da vida moderna. Emprego. A Pnad de 2011 mostrou que, em setembro do ano passado (quando foi feita a coleta de dados), havia 92,5 milhões de brasileiros trabalhando. O montante foi 1,1% maior do que o verificado na Pnad anterior - o equivalente a 1,1 milhão de trabalhadores a mais. Por outro lado, a taxa de desemprego atingiu a mínima histórica de 6,7% em 2011. "De 2008 para 2009, houve um avanço grande na desocupação por causa da crise internacional. Por isso que, quando chega agora, temos uma redução de 1,6 milhão de pessoas na desocupação", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Para Miguel Foguel, economista do Ipea, "o mercado de trabalho está sendo capaz de mais do que absorver a oferta de trabalho da economia - por isso simultaneamente a ocupação subiu e o desemprego caiu". A queda no número de desocupados alcançou dois dígitos em todas as regiões brasileiras na passagem de 2009 para 2011: Norte (-13,8%), Nordeste (-13,0%), Sul (-28,2%), Sudeste (-21,3%) e Centro-Oeste (-24,0%)./ COM CLARISSA THOMÉ E FELIPE WERNECK

Apesar de o crescimento da economia ter desacelerado para apenas 2,7% em 2011, os fortes avanços sociais em termos de trabalho, renda e redução da desigualdade, registrados desde 2004 e associados ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continuaram a todo vapor no ano passado, primeiro do mandato de Dilma Rousseff. Este é o quadro que sobressai da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, divulgada ontem no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os destaques foram a criação de 1 milhão de empregos em dois anos, a queda do desemprego para o menor índice já registrado, de 6,7%, e a redução da desigualdade em diversas medidas de renda num ritmo até superior à média de 2004 a 2009. A comparação mais curta que se pode fazer é com a Pnad de 2009, já que em 2010, por causa do Censo, a pesquisa não foi coletada. O aumento de postos de trabalhos em 2011 deveu-se, em parte, à recuperação a partir da forte queda em 2009, auge da crise global. "O crescimento do PIB nos últimos dez anos não tem sido aquela coisa maravilhosa, mas o mercado de trabalho tem sido um dos melhores da história do Brasil - é quase um mistério, que os pesquisadores estão investigando", disse Serguei Soares, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mesmo com os ganhos de renda e trabalho, a Pnad mostrou que o avanço em algumas mazelas tradicionais do País continua lento. Em dois anos, a proporção de domicílios atendidos pela rede coletora de esgoto aumentou de 52,5% para 54,9%, e a de domicílios com fossa séptica ligada à rede coletora, de 6,6% para 7,7% - um ritmo que, se mantido, adiará por duas décadas a universalização do saneamento básico. Na educação, o porcentual de jovens entre 15 e 17 anos na escola caiu de 85,2% para 83,7%. Em termos de posse de bens, houve um aumento muito rápido, de 39,8%, no número de domicílios com microcomputador e acesso à internet. Ainda assim, em 2011, quase dois de cada três lares brasileiros permaneciam sem esse equipamento básico da vida moderna. Emprego. A Pnad de 2011 mostrou que, em setembro do ano passado (quando foi feita a coleta de dados), havia 92,5 milhões de brasileiros trabalhando. O montante foi 1,1% maior do que o verificado na Pnad anterior - o equivalente a 1,1 milhão de trabalhadores a mais. Por outro lado, a taxa de desemprego atingiu a mínima histórica de 6,7% em 2011. "De 2008 para 2009, houve um avanço grande na desocupação por causa da crise internacional. Por isso que, quando chega agora, temos uma redução de 1,6 milhão de pessoas na desocupação", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Para Miguel Foguel, economista do Ipea, "o mercado de trabalho está sendo capaz de mais do que absorver a oferta de trabalho da economia - por isso simultaneamente a ocupação subiu e o desemprego caiu". A queda no número de desocupados alcançou dois dígitos em todas as regiões brasileiras na passagem de 2009 para 2011: Norte (-13,8%), Nordeste (-13,0%), Sul (-28,2%), Sudeste (-21,3%) e Centro-Oeste (-24,0%)./ COM CLARISSA THOMÉ E FELIPE WERNECK

Apesar de o crescimento da economia ter desacelerado para apenas 2,7% em 2011, os fortes avanços sociais em termos de trabalho, renda e redução da desigualdade, registrados desde 2004 e associados ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continuaram a todo vapor no ano passado, primeiro do mandato de Dilma Rousseff. Este é o quadro que sobressai da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011, divulgada ontem no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os destaques foram a criação de 1 milhão de empregos em dois anos, a queda do desemprego para o menor índice já registrado, de 6,7%, e a redução da desigualdade em diversas medidas de renda num ritmo até superior à média de 2004 a 2009. A comparação mais curta que se pode fazer é com a Pnad de 2009, já que em 2010, por causa do Censo, a pesquisa não foi coletada. O aumento de postos de trabalhos em 2011 deveu-se, em parte, à recuperação a partir da forte queda em 2009, auge da crise global. "O crescimento do PIB nos últimos dez anos não tem sido aquela coisa maravilhosa, mas o mercado de trabalho tem sido um dos melhores da história do Brasil - é quase um mistério, que os pesquisadores estão investigando", disse Serguei Soares, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mesmo com os ganhos de renda e trabalho, a Pnad mostrou que o avanço em algumas mazelas tradicionais do País continua lento. Em dois anos, a proporção de domicílios atendidos pela rede coletora de esgoto aumentou de 52,5% para 54,9%, e a de domicílios com fossa séptica ligada à rede coletora, de 6,6% para 7,7% - um ritmo que, se mantido, adiará por duas décadas a universalização do saneamento básico. Na educação, o porcentual de jovens entre 15 e 17 anos na escola caiu de 85,2% para 83,7%. Em termos de posse de bens, houve um aumento muito rápido, de 39,8%, no número de domicílios com microcomputador e acesso à internet. Ainda assim, em 2011, quase dois de cada três lares brasileiros permaneciam sem esse equipamento básico da vida moderna. Emprego. A Pnad de 2011 mostrou que, em setembro do ano passado (quando foi feita a coleta de dados), havia 92,5 milhões de brasileiros trabalhando. O montante foi 1,1% maior do que o verificado na Pnad anterior - o equivalente a 1,1 milhão de trabalhadores a mais. Por outro lado, a taxa de desemprego atingiu a mínima histórica de 6,7% em 2011. "De 2008 para 2009, houve um avanço grande na desocupação por causa da crise internacional. Por isso que, quando chega agora, temos uma redução de 1,6 milhão de pessoas na desocupação", explicou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Para Miguel Foguel, economista do Ipea, "o mercado de trabalho está sendo capaz de mais do que absorver a oferta de trabalho da economia - por isso simultaneamente a ocupação subiu e o desemprego caiu". A queda no número de desocupados alcançou dois dígitos em todas as regiões brasileiras na passagem de 2009 para 2011: Norte (-13,8%), Nordeste (-13,0%), Sul (-28,2%), Sudeste (-21,3%) e Centro-Oeste (-24,0%)./ COM CLARISSA THOMÉ E FELIPE WERNECK

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.