Memória, gente e lugares

Quanto vale o show


Comparação entre shows de Tina Turner e Beyoncé mostra que preço de ingressos explodiu

Por Edmundo Leite
Atualização:
Tina Turner em 1988 e Byoncé em 2010.  Foto: Acervo Estadão

Impossível não lembrar de Tina Turner nessa véspera de show da Byoncé no Morumbi. As fotos acima, tiradas com 22 anos de diferença, mostram, além de pernas quilométricas e vestidos milimétricos, duas artistas no auge: Tina, no estádio do Pacaembu em 1988, e Beyoncé na festa do Grammy no último domingo.

Apesar das semelhanças físicas e de outros pontos em comuns em suas carreiras, os shows das duas cantoras no Brasil serão marcados por uma grande diferença: o preço que seus fãs terão desembolsados para ficar perto de suas divas.

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Enquanto um fã de Tina precisou de o equivalente a R$ 70 de hoje para ficar bem à sua frente no palco do Pacaembu, quem quiser ficar à mesma distância da moça das onipresentes Single Ladies e Halo terá que gastar pelo menos quatro vezes isso, se tiver carteira de estudante.

O ingresso para a pista premium - o latifúndio cercado pelos produtores no lugar nobre do show - custa R$ 600, que daria para oito ingressos de pista no megashow de Tina, naquele fim de anos 80 vivendo novamente o grande sucesso que já havia experimentado anos antes quando se apresentava em dupla com seu genial e problemático marido Ike.

Na comparação de preço dos ingressos nas tabelas abaixo é possível perceber a explosão dos preços causada pela lei da meia-entrada para estudantes e também pela proliferação das áreas vips nesses tipos de espetáculos.

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Tina Turner - Pacaembu – 09 e 10/01/1988

Tina Turner.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Tina Turner em 1988.  Foto: Edmundo Leite
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Beyonce - Morumbi – 06/02/2010

Beyoncé.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Beyoncé em 2010.  Foto: Edmundo Leite
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Claro que todo mundo gostaria de assitir a um show em estádio - que é uma sensação inegualável por vários aspectos - com o conforto e a comodidade de um teatro ou de uma casa de shows. E é mais que legítimo se cobrar mais caro por isso.

Porém, parece haver uma distorção, que não é só por causa da meia-entrada, quando um show em estádio passa a custar mais que em locais menores, como mostram os posts abaixos. Pelo menos não é nada que se compare aos US$ 2 milhões que o filho do ditador líbio Muammar Kadafi pagou por um pocket-show de Beyonce na virada do ano.

Cálculo

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Na tentativa de comprovar a percepção geral de que os ingressos estavam bem mais caros que antigamente sempre esbarrava nas inúmeras trocas de moedas e períodos de inflação estratosférica que o Brasil atravessou. A solução então seria encontrar um indexador que desse conta da comparação de diferentes períodos e ao mesmo tempo fosse de fácil compreensão.

Depois de tentar o dólar e outros índices econômicos, optei por usar um que estava à mão no próprio material pesquisado: o preço de um exemplar de jornal. Assim, para chegar aos valores em reais expressos nas tabelas foi usada uma fórmula simples, semelhante ao índice Big Mac. Só que, em vez de tomar o sanduíche como parâmetro, tendo o preço de uma edição semanal de dia de semana do Estadão na época dos shows.

No caso de Tina, por exemplo, calcula-se quantos exemplares de jornais seria possível comprar com o preço dos ingressos:

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Cz$ 800 (ingresso) / Cz$ 30 ( jornal época) = 27 (nº de exemplares) x R$ 2,50 (jornal atual) = R$ 68 (preço atual aproximado)

Quando o resultado não saiu exato, o valor decimal foi arredondado para cima, tanto no número de exemplares quanto no preço atual.

Memória

Dos shows listados abaixo, gostaria de ter ido a todos. Na medida do possível tentarei complementar algum desses posts com textos, imagens e links. Quem quiser, também pode contribuir complementando com informações ou relatos através dos comentários.

Dos que fui, tentei recuperar alguma lembrança material, como os ingressos ou a curiosa fita preta com o nome da banda de Mick Jagger escrito errado (e para esclarecer desde já: não usei a fita na cabeça. Comprei como souvenir de um camelô, já que os bilhetes eletrônicos de entrada ficavam na catraca e não tinha nada para ficar como lembrança desse que foi um dos maiores shows que já assisti.)

>> Veja os preços de outros shows:

Metallica – 1989, 1999 e 2010

AC/DC _ 1985, 1996, 2009

Madonna _ 1993 & 2008

Queen _ 1981 & 1985

Rolling Stones _ 1995

Bob Dylan & Bon Jovi _ 1990

Rolling Stones e Bob Dylan _ 1998

Jimmy Page & Robert Plant _ 1996

Nirvana & Red Hot Chili Peppers _ 1993

Hollywood Rock _ 1988

Paul McCartney _ 1990

Frank Sinatra _ 1980

Michael Jackson _ 1993

U2 _ 1998 & 2006

Police/Sting _ 1981, 1988, 2001, 2007

Legião Urbana _ 1990

Kiss _ 1983, 1999, 2009

Guns’n’Roses _ 1991, 1992, 2001, 2010

Alice Cooper _ 1974

Ray Charles _ 1963

Tina Turner em 1988 e Byoncé em 2010.  Foto: Acervo Estadão

Impossível não lembrar de Tina Turner nessa véspera de show da Byoncé no Morumbi. As fotos acima, tiradas com 22 anos de diferença, mostram, além de pernas quilométricas e vestidos milimétricos, duas artistas no auge: Tina, no estádio do Pacaembu em 1988, e Beyoncé na festa do Grammy no último domingo.

Apesar das semelhanças físicas e de outros pontos em comuns em suas carreiras, os shows das duas cantoras no Brasil serão marcados por uma grande diferença: o preço que seus fãs terão desembolsados para ficar perto de suas divas.

Enquanto um fã de Tina precisou de o equivalente a R$ 70 de hoje para ficar bem à sua frente no palco do Pacaembu, quem quiser ficar à mesma distância da moça das onipresentes Single Ladies e Halo terá que gastar pelo menos quatro vezes isso, se tiver carteira de estudante.

O ingresso para a pista premium - o latifúndio cercado pelos produtores no lugar nobre do show - custa R$ 600, que daria para oito ingressos de pista no megashow de Tina, naquele fim de anos 80 vivendo novamente o grande sucesso que já havia experimentado anos antes quando se apresentava em dupla com seu genial e problemático marido Ike.

Na comparação de preço dos ingressos nas tabelas abaixo é possível perceber a explosão dos preços causada pela lei da meia-entrada para estudantes e também pela proliferação das áreas vips nesses tipos de espetáculos.

Tina Turner - Pacaembu – 09 e 10/01/1988

Tina Turner.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Tina Turner em 1988.  Foto: Edmundo Leite

Beyonce - Morumbi – 06/02/2010

Beyoncé.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Beyoncé em 2010.  Foto: Edmundo Leite

Claro que todo mundo gostaria de assitir a um show em estádio - que é uma sensação inegualável por vários aspectos - com o conforto e a comodidade de um teatro ou de uma casa de shows. E é mais que legítimo se cobrar mais caro por isso.

Porém, parece haver uma distorção, que não é só por causa da meia-entrada, quando um show em estádio passa a custar mais que em locais menores, como mostram os posts abaixos. Pelo menos não é nada que se compare aos US$ 2 milhões que o filho do ditador líbio Muammar Kadafi pagou por um pocket-show de Beyonce na virada do ano.

Cálculo

Na tentativa de comprovar a percepção geral de que os ingressos estavam bem mais caros que antigamente sempre esbarrava nas inúmeras trocas de moedas e períodos de inflação estratosférica que o Brasil atravessou. A solução então seria encontrar um indexador que desse conta da comparação de diferentes períodos e ao mesmo tempo fosse de fácil compreensão.

Depois de tentar o dólar e outros índices econômicos, optei por usar um que estava à mão no próprio material pesquisado: o preço de um exemplar de jornal. Assim, para chegar aos valores em reais expressos nas tabelas foi usada uma fórmula simples, semelhante ao índice Big Mac. Só que, em vez de tomar o sanduíche como parâmetro, tendo o preço de uma edição semanal de dia de semana do Estadão na época dos shows.

No caso de Tina, por exemplo, calcula-se quantos exemplares de jornais seria possível comprar com o preço dos ingressos:

Cz$ 800 (ingresso) / Cz$ 30 ( jornal época) = 27 (nº de exemplares) x R$ 2,50 (jornal atual) = R$ 68 (preço atual aproximado)

Quando o resultado não saiu exato, o valor decimal foi arredondado para cima, tanto no número de exemplares quanto no preço atual.

Memória

Dos shows listados abaixo, gostaria de ter ido a todos. Na medida do possível tentarei complementar algum desses posts com textos, imagens e links. Quem quiser, também pode contribuir complementando com informações ou relatos através dos comentários.

Dos que fui, tentei recuperar alguma lembrança material, como os ingressos ou a curiosa fita preta com o nome da banda de Mick Jagger escrito errado (e para esclarecer desde já: não usei a fita na cabeça. Comprei como souvenir de um camelô, já que os bilhetes eletrônicos de entrada ficavam na catraca e não tinha nada para ficar como lembrança desse que foi um dos maiores shows que já assisti.)

>> Veja os preços de outros shows:

Metallica – 1989, 1999 e 2010

AC/DC _ 1985, 1996, 2009

Madonna _ 1993 & 2008

Queen _ 1981 & 1985

Rolling Stones _ 1995

Bob Dylan & Bon Jovi _ 1990

Rolling Stones e Bob Dylan _ 1998

Jimmy Page & Robert Plant _ 1996

Nirvana & Red Hot Chili Peppers _ 1993

Hollywood Rock _ 1988

Paul McCartney _ 1990

Frank Sinatra _ 1980

Michael Jackson _ 1993

U2 _ 1998 & 2006

Police/Sting _ 1981, 1988, 2001, 2007

Legião Urbana _ 1990

Kiss _ 1983, 1999, 2009

Guns’n’Roses _ 1991, 1992, 2001, 2010

Alice Cooper _ 1974

Ray Charles _ 1963

Tina Turner em 1988 e Byoncé em 2010.  Foto: Acervo Estadão

Impossível não lembrar de Tina Turner nessa véspera de show da Byoncé no Morumbi. As fotos acima, tiradas com 22 anos de diferença, mostram, além de pernas quilométricas e vestidos milimétricos, duas artistas no auge: Tina, no estádio do Pacaembu em 1988, e Beyoncé na festa do Grammy no último domingo.

Apesar das semelhanças físicas e de outros pontos em comuns em suas carreiras, os shows das duas cantoras no Brasil serão marcados por uma grande diferença: o preço que seus fãs terão desembolsados para ficar perto de suas divas.

Enquanto um fã de Tina precisou de o equivalente a R$ 70 de hoje para ficar bem à sua frente no palco do Pacaembu, quem quiser ficar à mesma distância da moça das onipresentes Single Ladies e Halo terá que gastar pelo menos quatro vezes isso, se tiver carteira de estudante.

O ingresso para a pista premium - o latifúndio cercado pelos produtores no lugar nobre do show - custa R$ 600, que daria para oito ingressos de pista no megashow de Tina, naquele fim de anos 80 vivendo novamente o grande sucesso que já havia experimentado anos antes quando se apresentava em dupla com seu genial e problemático marido Ike.

Na comparação de preço dos ingressos nas tabelas abaixo é possível perceber a explosão dos preços causada pela lei da meia-entrada para estudantes e também pela proliferação das áreas vips nesses tipos de espetáculos.

Tina Turner - Pacaembu – 09 e 10/01/1988

Tina Turner.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Tina Turner em 1988.  Foto: Edmundo Leite

Beyonce - Morumbi – 06/02/2010

Beyoncé.  Foto: Acervo Estadão
Tabela com preços de ingressos de shows de Beyoncé em 2010.  Foto: Edmundo Leite

Claro que todo mundo gostaria de assitir a um show em estádio - que é uma sensação inegualável por vários aspectos - com o conforto e a comodidade de um teatro ou de uma casa de shows. E é mais que legítimo se cobrar mais caro por isso.

Porém, parece haver uma distorção, que não é só por causa da meia-entrada, quando um show em estádio passa a custar mais que em locais menores, como mostram os posts abaixos. Pelo menos não é nada que se compare aos US$ 2 milhões que o filho do ditador líbio Muammar Kadafi pagou por um pocket-show de Beyonce na virada do ano.

Cálculo

Na tentativa de comprovar a percepção geral de que os ingressos estavam bem mais caros que antigamente sempre esbarrava nas inúmeras trocas de moedas e períodos de inflação estratosférica que o Brasil atravessou. A solução então seria encontrar um indexador que desse conta da comparação de diferentes períodos e ao mesmo tempo fosse de fácil compreensão.

Depois de tentar o dólar e outros índices econômicos, optei por usar um que estava à mão no próprio material pesquisado: o preço de um exemplar de jornal. Assim, para chegar aos valores em reais expressos nas tabelas foi usada uma fórmula simples, semelhante ao índice Big Mac. Só que, em vez de tomar o sanduíche como parâmetro, tendo o preço de uma edição semanal de dia de semana do Estadão na época dos shows.

No caso de Tina, por exemplo, calcula-se quantos exemplares de jornais seria possível comprar com o preço dos ingressos:

Cz$ 800 (ingresso) / Cz$ 30 ( jornal época) = 27 (nº de exemplares) x R$ 2,50 (jornal atual) = R$ 68 (preço atual aproximado)

Quando o resultado não saiu exato, o valor decimal foi arredondado para cima, tanto no número de exemplares quanto no preço atual.

Memória

Dos shows listados abaixo, gostaria de ter ido a todos. Na medida do possível tentarei complementar algum desses posts com textos, imagens e links. Quem quiser, também pode contribuir complementando com informações ou relatos através dos comentários.

Dos que fui, tentei recuperar alguma lembrança material, como os ingressos ou a curiosa fita preta com o nome da banda de Mick Jagger escrito errado (e para esclarecer desde já: não usei a fita na cabeça. Comprei como souvenir de um camelô, já que os bilhetes eletrônicos de entrada ficavam na catraca e não tinha nada para ficar como lembrança desse que foi um dos maiores shows que já assisti.)

>> Veja os preços de outros shows:

Metallica – 1989, 1999 e 2010

AC/DC _ 1985, 1996, 2009

Madonna _ 1993 & 2008

Queen _ 1981 & 1985

Rolling Stones _ 1995

Bob Dylan & Bon Jovi _ 1990

Rolling Stones e Bob Dylan _ 1998

Jimmy Page & Robert Plant _ 1996

Nirvana & Red Hot Chili Peppers _ 1993

Hollywood Rock _ 1988

Paul McCartney _ 1990

Frank Sinatra _ 1980

Michael Jackson _ 1993

U2 _ 1998 & 2006

Police/Sting _ 1981, 1988, 2001, 2007

Legião Urbana _ 1990

Kiss _ 1983, 1999, 2009

Guns’n’Roses _ 1991, 1992, 2001, 2010

Alice Cooper _ 1974

Ray Charles _ 1963

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