Memória, gente e lugares

Estado islâmico do rock condenou Restart


Por Edmundo Leite
Atualização:

Os roqueiros Thomas, Pe Lanza, Pe Lu e Koba em 2010 

Roqueiros que fazem sucesso com a mulherada sempre foram desprezados pelo público masculino do rock. De Elvis Presley a Paul McCartney (individualmente e junto com os próprios Beatles), de Peter Frampton ao Marron 5, de Paulo Ricardo a Dinho Ouro Preto, não são poucos os ídolos do rock que tiveram seus méritos musicais desvalorizados por arrancar suspiros das fãs adolescentes.

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“Esse lixo não é rock! É pop. Tudo viadinho” costumam vociferar de primeira os detratores, forçando na pose de maus, quando na verdade são apenas bons garotos. Freud explica. Esses ídolos da meninada são os carinhas bonitos, descolados e com uns panos bacanas de outro quarteirão que chegam para tomar facilmente as paixões não correspondidas de um cambada de rapazes que tem lá sua graça, mas nunca serão páreos para novidades vinda de outras paragens.

O Restart, a mais promissora banda de rock brasileiro dos últimos tempos e que anunciou um “break” após sete anos de carreira, foi uma vítima dessa intolerância machista, reacionária e mau-humorada que tomou conta dos fãs de rock no Brasil de uns anos para cá. Pe Lanza e sua turma colorida e divertida eram alvos até de colegas de profissão, alguns dos quais se retrataram após se darem conta da crueldade e injustiça - um bullying artístico de veteranos - contra jovens que estavam apenas fazendo seu rockzinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém.

Chamados pejorativamente de “coloridos” por causa de suas roupas, pareciam não ligar e várias vezes entravam na brincadeira em programas de tevê. Vestidos com a batina (camiseta preta) da intolerância, o público roqueiro brasileiro, uma espécie de estado islâmico da música, não se cansava de condenar os moleques, esquecendo do passado colorido e irreverente do rock.

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É claro que o Restart não acabou por causa disso. Mas num outro ambiente a evolução e amadurecimento dos jovens roqueiros poderia acontecer de outra forma, como mostra a história de vários artistas que se transformaram e evoluíram artisticamente ao longo dos anos, com novas influências e intercâmbios musicais.

Triste ver um monte de gente comemorando o fim de uma banda de rock . Mas talvez seja apenas mais um retrato dos dias de hoje, quando não basta ignorar aquilo de que não se gosta. Tem que xingar muito no twitter.

Leia também:

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# Passado e futuro do rock é colorido

# Restart é o grande vencedor do VMB 2010

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Roqueiros que fazem sucesso com a mulherada sempre foram desprezados pelo público masculino do rock. De Elvis Presley a Paul McCartney (individualmente e junto com os próprios Beatles), de Peter Frampton ao Marron 5, de Paulo Ricardo a Dinho Ouro Preto, não são poucos os ídolos do rock que tiveram seus méritos musicais desvalorizados por arrancar suspiros das fãs adolescentes.

“Esse lixo não é rock! É pop. Tudo viadinho” costumam vociferar de primeira os detratores, forçando na pose de maus, quando na verdade são apenas bons garotos. Freud explica. Esses ídolos da meninada são os carinhas bonitos, descolados e com uns panos bacanas de outro quarteirão que chegam para tomar facilmente as paixões não correspondidas de um cambada de rapazes que tem lá sua graça, mas nunca serão páreos para novidades vinda de outras paragens.

O Restart, a mais promissora banda de rock brasileiro dos últimos tempos e que anunciou um “break” após sete anos de carreira, foi uma vítima dessa intolerância machista, reacionária e mau-humorada que tomou conta dos fãs de rock no Brasil de uns anos para cá. Pe Lanza e sua turma colorida e divertida eram alvos até de colegas de profissão, alguns dos quais se retrataram após se darem conta da crueldade e injustiça - um bullying artístico de veteranos - contra jovens que estavam apenas fazendo seu rockzinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém.

Chamados pejorativamente de “coloridos” por causa de suas roupas, pareciam não ligar e várias vezes entravam na brincadeira em programas de tevê. Vestidos com a batina (camiseta preta) da intolerância, o público roqueiro brasileiro, uma espécie de estado islâmico da música, não se cansava de condenar os moleques, esquecendo do passado colorido e irreverente do rock.

É claro que o Restart não acabou por causa disso. Mas num outro ambiente a evolução e amadurecimento dos jovens roqueiros poderia acontecer de outra forma, como mostra a história de vários artistas que se transformaram e evoluíram artisticamente ao longo dos anos, com novas influências e intercâmbios musicais.

Triste ver um monte de gente comemorando o fim de uma banda de rock . Mas talvez seja apenas mais um retrato dos dias de hoje, quando não basta ignorar aquilo de que não se gosta. Tem que xingar muito no twitter.

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Roqueiros que fazem sucesso com a mulherada sempre foram desprezados pelo público masculino do rock. De Elvis Presley a Paul McCartney (individualmente e junto com os próprios Beatles), de Peter Frampton ao Marron 5, de Paulo Ricardo a Dinho Ouro Preto, não são poucos os ídolos do rock que tiveram seus méritos musicais desvalorizados por arrancar suspiros das fãs adolescentes.

“Esse lixo não é rock! É pop. Tudo viadinho” costumam vociferar de primeira os detratores, forçando na pose de maus, quando na verdade são apenas bons garotos. Freud explica. Esses ídolos da meninada são os carinhas bonitos, descolados e com uns panos bacanas de outro quarteirão que chegam para tomar facilmente as paixões não correspondidas de um cambada de rapazes que tem lá sua graça, mas nunca serão páreos para novidades vinda de outras paragens.

O Restart, a mais promissora banda de rock brasileiro dos últimos tempos e que anunciou um “break” após sete anos de carreira, foi uma vítima dessa intolerância machista, reacionária e mau-humorada que tomou conta dos fãs de rock no Brasil de uns anos para cá. Pe Lanza e sua turma colorida e divertida eram alvos até de colegas de profissão, alguns dos quais se retrataram após se darem conta da crueldade e injustiça - um bullying artístico de veteranos - contra jovens que estavam apenas fazendo seu rockzinho antigo que não tem perigo de assustar ninguém.

Chamados pejorativamente de “coloridos” por causa de suas roupas, pareciam não ligar e várias vezes entravam na brincadeira em programas de tevê. Vestidos com a batina (camiseta preta) da intolerância, o público roqueiro brasileiro, uma espécie de estado islâmico da música, não se cansava de condenar os moleques, esquecendo do passado colorido e irreverente do rock.

É claro que o Restart não acabou por causa disso. Mas num outro ambiente a evolução e amadurecimento dos jovens roqueiros poderia acontecer de outra forma, como mostra a história de vários artistas que se transformaram e evoluíram artisticamente ao longo dos anos, com novas influências e intercâmbios musicais.

Triste ver um monte de gente comemorando o fim de uma banda de rock . Mas talvez seja apenas mais um retrato dos dias de hoje, quando não basta ignorar aquilo de que não se gosta. Tem que xingar muito no twitter.

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