21 anos depois de experimentar o gosto de escolher o presidente por voto direto após um jejum forçado de quase três décadas, o Brasil parte hoje para sua sexta eleição presidencial contínua. Não é pouca coisa. Mostra que o país atinge a maioridade eleitoral e, consequentemente, democrática.
Apesar do clima acirrado que impede que votantes das duas principais forças enxerguem qualquer mérito no lado adversário, a tendência é que a estabilidade democrática perdure, seja qual for o resultado final.
reference15/11/1989 - Eleição presidencial - 1º turno.
Candidatos: Ulysses Guimarães, Paulo Maluf, Leonel Brizola, Lula, Aureliano Chaves, Ronaldo Caiado, Roberto Freire, Mário Covas, Afif Domingos, Fernando Collor e Silvio Santos.
Em 1989, quando uma geração de jovens ia à urna pela primeira vez, e já estreando numa disputa espetacular, tinha gente mais velha que até brincava: “Não é justo, vão votar pela primeira vez e já vão escolher presidente”. Como nas duas décadas e pouco de didatura militar nem em prefeito muitas vezes foi possível votar, o sentimento de inveja era até compreensível.
Mesmo o gosto amargo de ver o primeiro escolhido sair defenestrado do Planalto sem completar o mandato não foi capaz de impedir que o ciclo continuasse. Que assim continue. Da maioridade para a maturidade e para a longenvidade.
Nesses 21 anos de eleições, além de presidente, o País foi às urnas para escolher vereadores, prefeitos, deputados, senadores e em dois plebiscitos: um para optar entre os regimes republicano, parlamentarista ou monarquista (1993) e outro sobre o porte de armas (2005).
Como algumas delas foram em dois turnos, são 21 idas às urnas. Tem gente que não gosta e resmunga sobre o voto obrigatório. Reclamam de barriga cheia. Pior que ser obrigado a votar é quando o obrigatório é não votar.
Abaixo, uma lembrança pessoal dessa história de 21 anos de votos.
reference17/12/1989 - Eleição presidencial - 2º turno.
Collor x Lula