Memória, gente e lugares

Mangabeira retira artigo com ataque a Lula de sua página


Texto “Pôr fim ao governo Lula” desapareceu do índice de artigos da página onde o professor disponibiliza toda a sua obra

Por Edmundo Leite
Atualização:

O professor Roberto Mangabeira Unger retirou de sua página na internet um artigo de 2005 no qual acusava o governo Lula de ser o “mais corrupto de nossa história”. Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo, o texto intitulado “Pôr fim ao governo Lula” desapareceu do índice de artigos da página onde o professor disponibiliza toda a sua obra. Mangabeira será nomeado como ministro da Secretaria de Ações a Longo Prazo, pelo PRB.

Reprodução da página de Mangabeira com o artigo suprimido.  Foto: Internet Archive

A página é hospedada no site da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde Mangabeira leciona há anos na faculdade de Direito. Na sessão artigos, é possível baixar todos os textos publicados pelo professor no jornal paulistano e outros produzidos por conta de sua atividade acadêmica. A exceção, atualmente, é o texto publicado no dia da comemoração da Proclamação da República, em 2005.

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Começando com a palavra “AFIRMO”, em caixa-alta, o texto de Mangabeira repete a expressão no iní­cio de cada um dos nove parágrafos seguintes do artigo.

A reiteração foi inspirada no famoso texto “J’accuse!” (Eu Acuso) do escritor francês Émile Zola, autor de clássicos como Germinal, A Besta Humana e A Taberna. Publicado no jornal L’Aurore em 13 de janeiro de 1898, “J’accuse!” é um marco do engajamento intelectual e da luta contra a injustiça e a intolerância. Foi escrito para defender capitão Alfred Dreyfus - o oficial judeu preso por traição à  pátria - e acusar os que, por anti-semitismo, inventaram provas contra ele. No manifesto de Zola, a repetição da expressão “Eu acuso” aparece no final do texto (leia o original, em francês, e uma tradução para o português).

Mangabeira ainda não explicou porque retirou o texto de seu arquivo. Por enquanto, a justificativa veio através do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), partido do vice-presidente José Alencar, responsável pela indicação de Mangabeira à nova pasta. “Mangabeira, como grande parcela da população brasileira, mudou de idéia e concluiu que o presidente não teve nada a ver com a crise”, afirmou Crivella. Questionado se não haveria nenhum constrangimento, o senador disse que “o constrangimento é de quem não sabe voltar atrás”. “As pessoas tem opinião e podem mudá-la”.

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A retirada do texto da página do professor, no entanto, mostrou-se inócua. Além de continuar disponível, para assinantes, na página da Folha de S. Paulo, o artigo foi republicado em vários blogs e páginas. E o índice no qual ele aparecia também é encontrado em sites de arquivo de antigas páginas da internet.

# Texto originalmente publicado no estadao.com.br em 24/4/2007

Acréscimo de informações em abril de 2012:

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Na sequência de endereços abaixo é possível verificar a supressão do artigo, que seria o de número 214. Enquanto os endereços anterior e posterior funcionam, no 214 aparece a mensagem de arquivo não encontrado:

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos213.pdf

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos214.pdf

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 Foto: Estadão

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos215.pdf

Para baixar o texto suprimido, acesse o Internet Archive (aguarde o carregamento da página e salve em formato .doc)

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O professor Roberto Mangabeira Unger retirou de sua página na internet um artigo de 2005 no qual acusava o governo Lula de ser o “mais corrupto de nossa história”. Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo, o texto intitulado “Pôr fim ao governo Lula” desapareceu do índice de artigos da página onde o professor disponibiliza toda a sua obra. Mangabeira será nomeado como ministro da Secretaria de Ações a Longo Prazo, pelo PRB.

Reprodução da página de Mangabeira com o artigo suprimido.  Foto: Internet Archive

A página é hospedada no site da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde Mangabeira leciona há anos na faculdade de Direito. Na sessão artigos, é possível baixar todos os textos publicados pelo professor no jornal paulistano e outros produzidos por conta de sua atividade acadêmica. A exceção, atualmente, é o texto publicado no dia da comemoração da Proclamação da República, em 2005.

Começando com a palavra “AFIRMO”, em caixa-alta, o texto de Mangabeira repete a expressão no iní­cio de cada um dos nove parágrafos seguintes do artigo.

A reiteração foi inspirada no famoso texto “J’accuse!” (Eu Acuso) do escritor francês Émile Zola, autor de clássicos como Germinal, A Besta Humana e A Taberna. Publicado no jornal L’Aurore em 13 de janeiro de 1898, “J’accuse!” é um marco do engajamento intelectual e da luta contra a injustiça e a intolerância. Foi escrito para defender capitão Alfred Dreyfus - o oficial judeu preso por traição à  pátria - e acusar os que, por anti-semitismo, inventaram provas contra ele. No manifesto de Zola, a repetição da expressão “Eu acuso” aparece no final do texto (leia o original, em francês, e uma tradução para o português).

Mangabeira ainda não explicou porque retirou o texto de seu arquivo. Por enquanto, a justificativa veio através do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), partido do vice-presidente José Alencar, responsável pela indicação de Mangabeira à nova pasta. “Mangabeira, como grande parcela da população brasileira, mudou de idéia e concluiu que o presidente não teve nada a ver com a crise”, afirmou Crivella. Questionado se não haveria nenhum constrangimento, o senador disse que “o constrangimento é de quem não sabe voltar atrás”. “As pessoas tem opinião e podem mudá-la”.

A retirada do texto da página do professor, no entanto, mostrou-se inócua. Além de continuar disponível, para assinantes, na página da Folha de S. Paulo, o artigo foi republicado em vários blogs e páginas. E o índice no qual ele aparecia também é encontrado em sites de arquivo de antigas páginas da internet.

# Texto originalmente publicado no estadao.com.br em 24/4/2007

Acréscimo de informações em abril de 2012:

Na sequência de endereços abaixo é possível verificar a supressão do artigo, que seria o de número 214. Enquanto os endereços anterior e posterior funcionam, no 214 aparece a mensagem de arquivo não encontrado:

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos213.pdf

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos214.pdf

 Foto: Estadão

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos215.pdf

Para baixar o texto suprimido, acesse o Internet Archive (aguarde o carregamento da página e salve em formato .doc)

O professor Roberto Mangabeira Unger retirou de sua página na internet um artigo de 2005 no qual acusava o governo Lula de ser o “mais corrupto de nossa história”. Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo, o texto intitulado “Pôr fim ao governo Lula” desapareceu do índice de artigos da página onde o professor disponibiliza toda a sua obra. Mangabeira será nomeado como ministro da Secretaria de Ações a Longo Prazo, pelo PRB.

Reprodução da página de Mangabeira com o artigo suprimido.  Foto: Internet Archive

A página é hospedada no site da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde Mangabeira leciona há anos na faculdade de Direito. Na sessão artigos, é possível baixar todos os textos publicados pelo professor no jornal paulistano e outros produzidos por conta de sua atividade acadêmica. A exceção, atualmente, é o texto publicado no dia da comemoração da Proclamação da República, em 2005.

Começando com a palavra “AFIRMO”, em caixa-alta, o texto de Mangabeira repete a expressão no iní­cio de cada um dos nove parágrafos seguintes do artigo.

A reiteração foi inspirada no famoso texto “J’accuse!” (Eu Acuso) do escritor francês Émile Zola, autor de clássicos como Germinal, A Besta Humana e A Taberna. Publicado no jornal L’Aurore em 13 de janeiro de 1898, “J’accuse!” é um marco do engajamento intelectual e da luta contra a injustiça e a intolerância. Foi escrito para defender capitão Alfred Dreyfus - o oficial judeu preso por traição à  pátria - e acusar os que, por anti-semitismo, inventaram provas contra ele. No manifesto de Zola, a repetição da expressão “Eu acuso” aparece no final do texto (leia o original, em francês, e uma tradução para o português).

Mangabeira ainda não explicou porque retirou o texto de seu arquivo. Por enquanto, a justificativa veio através do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), partido do vice-presidente José Alencar, responsável pela indicação de Mangabeira à nova pasta. “Mangabeira, como grande parcela da população brasileira, mudou de idéia e concluiu que o presidente não teve nada a ver com a crise”, afirmou Crivella. Questionado se não haveria nenhum constrangimento, o senador disse que “o constrangimento é de quem não sabe voltar atrás”. “As pessoas tem opinião e podem mudá-la”.

A retirada do texto da página do professor, no entanto, mostrou-se inócua. Além de continuar disponível, para assinantes, na página da Folha de S. Paulo, o artigo foi republicado em vários blogs e páginas. E o índice no qual ele aparecia também é encontrado em sites de arquivo de antigas páginas da internet.

# Texto originalmente publicado no estadao.com.br em 24/4/2007

Acréscimo de informações em abril de 2012:

Na sequência de endereços abaixo é possível verificar a supressão do artigo, que seria o de número 214. Enquanto os endereços anterior e posterior funcionam, no 214 aparece a mensagem de arquivo não encontrado:

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos213.pdf

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos214.pdf

 Foto: Estadão

http://www.law.harvard.edu/faculty/unger/portuguese/docs/artigos215.pdf

Para baixar o texto suprimido, acesse o Internet Archive (aguarde o carregamento da página e salve em formato .doc)

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