Os acionistas da Energias de Portugal (EDP), controladora da Energias do Brasil, decidiram aumentar o limite máximo de direito de votos de cada acionista de cinco para 20 por cento, em um movimento para atrair investidores estrangeiros na compra de participação na companhia. Os acionistas também aprovaram alterar os estatutos da EDP para retirar o item que dava direitos especiais ao governo português por meio de uma "golden share". A decisão ocorreu antes de definida como será feita a venda da participação de Lisboa na companhia, de cerca de 20 por cento. Entre os estrangeiros interessados em uma fatia da EDP está a Eletrobras, que já manifestou publicamente o interesse em obter participação na companhia portuguesa. Segundo a imprensa portuguesa, a alemã RWE e a E.ON estariam interessadas nos ativos da EDP, além das francesas EDF e GDF Suez. A chinesa China Power Internacional também já teria manifestado o interesse. Além disso, a argelina Sonatrach e o fundo soberano IPIC, do Abu Dhabi, já demonstraram querer aumentar as suas posições de dois por cento e quatro por cento na EDP, respectivamente, no passado. A principal acionista privada da EDP, a espanhola Iberdrola, com 6,8 por cento de participação na portuguesa, não deverá querer aumentar a fatia na empresa, segundo analistas. A venda da participação do governo de Portugal na EDP deve ocorrer até o fim do ano, de acordo com os termos do acordo com o pacote de ajuda que o país fechou com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI). (Reportagem de Sérgio Gonçalves)