Em 2010, R$ 90 bi a mais no consumo


Em ano eleitoral, aumento da renda vai garantir mais dinheiro para compras do que no período anterior à crise

Por Raquel Landim e Márcia De Chiara

Os brasileiros devem retomar em 2010 - um ano de eleições presidenciais - um nível de consumo igual ou até superior ao de antes da crise. Passada a turbulência, as estimativas dos economistas indicam gastos recordes para as famílias brasileiras no ano que vem.Pelas contas da consultoria MB Associados, a população terá R$ 90,3 bilhões a mais em 2010 em comparação a este ano. O montante é bem maior que o crescimento do consumo em 2009, que foi de R$ 52,6 bilhões. E supera, até mesmo, em R$ 5 bilhões, o aumento de R$ 85,3 bilhões em 2008.A lista de fatores que vão favorecer o consumo no próximo ano é longa: retomada do emprego, crescimento da renda, juros baixos, a volta do crédito e a gastança do governo federal. O economista-chefe da LCA Consultores, Braúlio Borges, calcula que o consumo das famílias deve crescer 6,3% em 2010, um ritmo parecido com o de 2007. Em 2008, o consumo das famílias aumentou 5,4% e, neste ano, 3,4%. Borges destaca a força do crédito, que já está voltando à normalidade, e a importância das transferências do governo para impulsionar a demanda doméstica. "A grande novidade para 2010 é o reajuste dos aposentados e pensionistas da Previdência."Nos últimos anos, explica, quem recebia aposentadoria e pensão acima de um salário mínimo tinha reajuste de acordo com a inflação. Mas, no ano que vem, terá um aumento real de 3%, conforme já foi anunciado pelo governo. Para os que recebem benefícios de até um salário mínimo, o aumento real será de 5,7% em 2010.O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, atribui os bons prognósticos para a economia no ano que vem a uma combinação de política fiscal expansionista e política monetária frouxa. Ele afirma que o Brasil está com o nível de juros mais baixo de sua história e que, por conta da defasagem, os efeitos dos cortes da taxa Selic este ano serão percebidos em 2010."Este é um ano de consumo reprimido, porque as pessoas foram obrigadas a pisar no freio por causa do medo da crise e da contração do crédito", disse o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Para ele, 2010 será um ano de recuperação forte do consumo, já que a crise não tirou poder de compra da população.INVESTIMENTOSAtentas a esse cenário, as empresas começam a se preparar para 2010, com novos produtos e investimentos. Frederico Trajano, diretor de Vendas e Marketing do Magazine Luiza, diz que está extremamente otimista em relação ao mercado de varejo de bens duráveis para 2010. Ele sustenta o prognóstico baseado no desempenho de 2009. "Este ano que era tido como ruim por todos, está sendo tão bom. Vamos cumprir a meta de vendas e crescer 20%. Imagine no ano que vem?"O otimismo do varejo é compartilhado pela indústria de bens duráveis. Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, ainda não fez projeções de vendas para 2010, mas ressalta que o ano que vem será muito positivo, quando comparado com 2009. "Neste ano perdemos três meses de venda até a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que começou em abril." Além disso, 2010 será um ano de Copa do Mundo, o que ajuda muito na venda de televisores. Daniel Kawano, analista de Produtos da Panasonic, aposta num mercado promissor para TVs no ano que vem. "Esse crescimento virá não apenas pelo fato de o Brasil ter voltado a crescer, mas também pela Copa do Mundo."A Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos de grande porte, como fogões geladeiras e máquinas de lavar, está bastante confiante no desempenho do mercado interno em 2010. Sem revelar projeções, Enrico Zito, diretor de Suprimentos, Finanças e Relações com Investidores da companhia, diz que a iniciativa de corte do IPI foi acertada e a recuperação da economia é sustentável. "Acreditamos que haverá continuidade em 2010 e apostamos no bom desempenho das vendas."A fabricante de lavadoras semiautomáticas Latina projeta crescimento de 10% nas vendas em 2010 . A empresa está retomando os lançamentos de produtos e prepara para o próximo ano três novos tanquinhos voltados para a baixa renda e o incremento da linha de purificadores de água. "Está difícil não ser otimista nesse cenário de recuperação da renda", disse o vice-presidente da Latina, José Paulo Aleixo.Na indústria automobilística, que foi fortemente beneficiada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados este ano, o clima também é positivo, apesar da previsão de fim do benefício. O diretor de assuntos corporativos da Ford, Rogelio Golfarb, estima um crescimento das vendas de 5% em 2010 em relação a 2009 - um ano que superou 2008, apesar da crise. Ele explica que, por enquanto, não serão necessários investimentos, porque a produção destinada à exportação, que segue fraca, vai ser direcionada para o mercado interno.As fabricantes de alimentos, que praticamente não sofreram com a crise, já planejam ampliação de capacidade. "Estou otimista com 2010, porque o mercado interno quase não foi afetado este ano", disse o presidente da cooperativa mineira Itambé, Jacques Gontijo. No próximo ano, ele vai investir em uma nova fábrica de leite UHT em São Paulo e na ampliação da unidade de refrigerados em Pará de Minas. As exportações da empresa, por outro lado, foram fortemente atingidas e ainda não dão sinais de reação. "O mercado externo ainda está muito nebuloso."

Os brasileiros devem retomar em 2010 - um ano de eleições presidenciais - um nível de consumo igual ou até superior ao de antes da crise. Passada a turbulência, as estimativas dos economistas indicam gastos recordes para as famílias brasileiras no ano que vem.Pelas contas da consultoria MB Associados, a população terá R$ 90,3 bilhões a mais em 2010 em comparação a este ano. O montante é bem maior que o crescimento do consumo em 2009, que foi de R$ 52,6 bilhões. E supera, até mesmo, em R$ 5 bilhões, o aumento de R$ 85,3 bilhões em 2008.A lista de fatores que vão favorecer o consumo no próximo ano é longa: retomada do emprego, crescimento da renda, juros baixos, a volta do crédito e a gastança do governo federal. O economista-chefe da LCA Consultores, Braúlio Borges, calcula que o consumo das famílias deve crescer 6,3% em 2010, um ritmo parecido com o de 2007. Em 2008, o consumo das famílias aumentou 5,4% e, neste ano, 3,4%. Borges destaca a força do crédito, que já está voltando à normalidade, e a importância das transferências do governo para impulsionar a demanda doméstica. "A grande novidade para 2010 é o reajuste dos aposentados e pensionistas da Previdência."Nos últimos anos, explica, quem recebia aposentadoria e pensão acima de um salário mínimo tinha reajuste de acordo com a inflação. Mas, no ano que vem, terá um aumento real de 3%, conforme já foi anunciado pelo governo. Para os que recebem benefícios de até um salário mínimo, o aumento real será de 5,7% em 2010.O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, atribui os bons prognósticos para a economia no ano que vem a uma combinação de política fiscal expansionista e política monetária frouxa. Ele afirma que o Brasil está com o nível de juros mais baixo de sua história e que, por conta da defasagem, os efeitos dos cortes da taxa Selic este ano serão percebidos em 2010."Este é um ano de consumo reprimido, porque as pessoas foram obrigadas a pisar no freio por causa do medo da crise e da contração do crédito", disse o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Para ele, 2010 será um ano de recuperação forte do consumo, já que a crise não tirou poder de compra da população.INVESTIMENTOSAtentas a esse cenário, as empresas começam a se preparar para 2010, com novos produtos e investimentos. Frederico Trajano, diretor de Vendas e Marketing do Magazine Luiza, diz que está extremamente otimista em relação ao mercado de varejo de bens duráveis para 2010. Ele sustenta o prognóstico baseado no desempenho de 2009. "Este ano que era tido como ruim por todos, está sendo tão bom. Vamos cumprir a meta de vendas e crescer 20%. Imagine no ano que vem?"O otimismo do varejo é compartilhado pela indústria de bens duráveis. Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, ainda não fez projeções de vendas para 2010, mas ressalta que o ano que vem será muito positivo, quando comparado com 2009. "Neste ano perdemos três meses de venda até a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que começou em abril." Além disso, 2010 será um ano de Copa do Mundo, o que ajuda muito na venda de televisores. Daniel Kawano, analista de Produtos da Panasonic, aposta num mercado promissor para TVs no ano que vem. "Esse crescimento virá não apenas pelo fato de o Brasil ter voltado a crescer, mas também pela Copa do Mundo."A Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos de grande porte, como fogões geladeiras e máquinas de lavar, está bastante confiante no desempenho do mercado interno em 2010. Sem revelar projeções, Enrico Zito, diretor de Suprimentos, Finanças e Relações com Investidores da companhia, diz que a iniciativa de corte do IPI foi acertada e a recuperação da economia é sustentável. "Acreditamos que haverá continuidade em 2010 e apostamos no bom desempenho das vendas."A fabricante de lavadoras semiautomáticas Latina projeta crescimento de 10% nas vendas em 2010 . A empresa está retomando os lançamentos de produtos e prepara para o próximo ano três novos tanquinhos voltados para a baixa renda e o incremento da linha de purificadores de água. "Está difícil não ser otimista nesse cenário de recuperação da renda", disse o vice-presidente da Latina, José Paulo Aleixo.Na indústria automobilística, que foi fortemente beneficiada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados este ano, o clima também é positivo, apesar da previsão de fim do benefício. O diretor de assuntos corporativos da Ford, Rogelio Golfarb, estima um crescimento das vendas de 5% em 2010 em relação a 2009 - um ano que superou 2008, apesar da crise. Ele explica que, por enquanto, não serão necessários investimentos, porque a produção destinada à exportação, que segue fraca, vai ser direcionada para o mercado interno.As fabricantes de alimentos, que praticamente não sofreram com a crise, já planejam ampliação de capacidade. "Estou otimista com 2010, porque o mercado interno quase não foi afetado este ano", disse o presidente da cooperativa mineira Itambé, Jacques Gontijo. No próximo ano, ele vai investir em uma nova fábrica de leite UHT em São Paulo e na ampliação da unidade de refrigerados em Pará de Minas. As exportações da empresa, por outro lado, foram fortemente atingidas e ainda não dão sinais de reação. "O mercado externo ainda está muito nebuloso."

Os brasileiros devem retomar em 2010 - um ano de eleições presidenciais - um nível de consumo igual ou até superior ao de antes da crise. Passada a turbulência, as estimativas dos economistas indicam gastos recordes para as famílias brasileiras no ano que vem.Pelas contas da consultoria MB Associados, a população terá R$ 90,3 bilhões a mais em 2010 em comparação a este ano. O montante é bem maior que o crescimento do consumo em 2009, que foi de R$ 52,6 bilhões. E supera, até mesmo, em R$ 5 bilhões, o aumento de R$ 85,3 bilhões em 2008.A lista de fatores que vão favorecer o consumo no próximo ano é longa: retomada do emprego, crescimento da renda, juros baixos, a volta do crédito e a gastança do governo federal. O economista-chefe da LCA Consultores, Braúlio Borges, calcula que o consumo das famílias deve crescer 6,3% em 2010, um ritmo parecido com o de 2007. Em 2008, o consumo das famílias aumentou 5,4% e, neste ano, 3,4%. Borges destaca a força do crédito, que já está voltando à normalidade, e a importância das transferências do governo para impulsionar a demanda doméstica. "A grande novidade para 2010 é o reajuste dos aposentados e pensionistas da Previdência."Nos últimos anos, explica, quem recebia aposentadoria e pensão acima de um salário mínimo tinha reajuste de acordo com a inflação. Mas, no ano que vem, terá um aumento real de 3%, conforme já foi anunciado pelo governo. Para os que recebem benefícios de até um salário mínimo, o aumento real será de 5,7% em 2010.O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, atribui os bons prognósticos para a economia no ano que vem a uma combinação de política fiscal expansionista e política monetária frouxa. Ele afirma que o Brasil está com o nível de juros mais baixo de sua história e que, por conta da defasagem, os efeitos dos cortes da taxa Selic este ano serão percebidos em 2010."Este é um ano de consumo reprimido, porque as pessoas foram obrigadas a pisar no freio por causa do medo da crise e da contração do crédito", disse o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e professor da Unicamp, Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Para ele, 2010 será um ano de recuperação forte do consumo, já que a crise não tirou poder de compra da população.INVESTIMENTOSAtentas a esse cenário, as empresas começam a se preparar para 2010, com novos produtos e investimentos. Frederico Trajano, diretor de Vendas e Marketing do Magazine Luiza, diz que está extremamente otimista em relação ao mercado de varejo de bens duráveis para 2010. Ele sustenta o prognóstico baseado no desempenho de 2009. "Este ano que era tido como ruim por todos, está sendo tão bom. Vamos cumprir a meta de vendas e crescer 20%. Imagine no ano que vem?"O otimismo do varejo é compartilhado pela indústria de bens duráveis. Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, ainda não fez projeções de vendas para 2010, mas ressalta que o ano que vem será muito positivo, quando comparado com 2009. "Neste ano perdemos três meses de venda até a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que começou em abril." Além disso, 2010 será um ano de Copa do Mundo, o que ajuda muito na venda de televisores. Daniel Kawano, analista de Produtos da Panasonic, aposta num mercado promissor para TVs no ano que vem. "Esse crescimento virá não apenas pelo fato de o Brasil ter voltado a crescer, mas também pela Copa do Mundo."A Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos de grande porte, como fogões geladeiras e máquinas de lavar, está bastante confiante no desempenho do mercado interno em 2010. Sem revelar projeções, Enrico Zito, diretor de Suprimentos, Finanças e Relações com Investidores da companhia, diz que a iniciativa de corte do IPI foi acertada e a recuperação da economia é sustentável. "Acreditamos que haverá continuidade em 2010 e apostamos no bom desempenho das vendas."A fabricante de lavadoras semiautomáticas Latina projeta crescimento de 10% nas vendas em 2010 . A empresa está retomando os lançamentos de produtos e prepara para o próximo ano três novos tanquinhos voltados para a baixa renda e o incremento da linha de purificadores de água. "Está difícil não ser otimista nesse cenário de recuperação da renda", disse o vice-presidente da Latina, José Paulo Aleixo.Na indústria automobilística, que foi fortemente beneficiada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados este ano, o clima também é positivo, apesar da previsão de fim do benefício. O diretor de assuntos corporativos da Ford, Rogelio Golfarb, estima um crescimento das vendas de 5% em 2010 em relação a 2009 - um ano que superou 2008, apesar da crise. Ele explica que, por enquanto, não serão necessários investimentos, porque a produção destinada à exportação, que segue fraca, vai ser direcionada para o mercado interno.As fabricantes de alimentos, que praticamente não sofreram com a crise, já planejam ampliação de capacidade. "Estou otimista com 2010, porque o mercado interno quase não foi afetado este ano", disse o presidente da cooperativa mineira Itambé, Jacques Gontijo. No próximo ano, ele vai investir em uma nova fábrica de leite UHT em São Paulo e na ampliação da unidade de refrigerados em Pará de Minas. As exportações da empresa, por outro lado, foram fortemente atingidas e ainda não dão sinais de reação. "O mercado externo ainda está muito nebuloso."

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.