O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, classificou os partidários do presidente Barack Obama -quase metade dos eleitores norte-americanos- como pessoas que vivem de esmolas do governo e não "cuidam de suas vidas", em um vídeo potencialmente prejudicial à sua campanha. "Há 47 por cento que estão com ele, que são dependentes do governo, que acreditam que são vítimas, que acreditam que o governo tem a responsabilidade de cuidar deles", disse Romney em um vídeo com câmera escondida postado na segunda-feira no site da revista esquerdista Mother Jones. "Meu trabalho não é me preocupar com essas pessoas. Eu nunca vou convencê-los de que devem assumir a responsabilidade pessoal e cuidar de suas vidas. O que eu tenho a fazer é convencer os 5 a 10 por cento no centro que são independentes", afirmou ele nos comentários que aparecem no vídeo e que foram realizados mais cedo neste ano, durante evento de arrecadação de recursos para sua campanha. As imagens foram divulgadas num momento difícil para Romney, enquanto sua equipe de campanha sofria para rebater na segunda-feira uma reportagem sobre desorganização em seu círculo íntimo. O ex-executivo de private equity prometeu reorganizar sua mensagem com informações mais específicas sobre suas políticas. Os democratas tentaram tirar vantagem dos comentários de Romney. "É difícil, como presidente, trabalhar para todos os americanos quando você desdenha de metade da nação", afirmou Jim Messina, coordenador de campanha de Obama, em um comunicado. A campanha de Romney disse que o republicano está preocupado com os norte-americanos que são pobres e desempregados. "Mitt Romney quer ajudar todos os americanos que estão sofrendo com a economia de Obama", declarou o diretor de comunicação da campanha de Romney, Gail Gitcho, em uma nota de resposta a um pedido de comentário. A Mother Jones não informou quando ou onde o vídeo foi feito para proteger a identidade da pessoa que o gravou. A publicação disse que as observações de Romney foram feitas em algum momento depois que ele garantiu a indicação republicana, em abril.