Espaço que abrigou o Canecão será leiloado pela UFRJ em 21 de dezembro


Edital prevê investimento de R$ 140 milhões em três anos, para construir nova casa de espetáculos e outras infraestruturas acadêmicas; parte da comunidade acadêmica é contra

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO – Após anos de estudos, a concessão do espaço que abrigou o Canecão, um dos mais simbólicos palcos da música brasileira, no Rio, teve a licitação marcada para o próximo dia 21. Em leilão, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dona do espaço, selecionará o operador privado que ficará responsável por reconstruir a casa de espetáculos, administrá-la e investir em novos prédios para a instituição de ensino. O investimento total será de R$ 140 milhões, em três anos.

O Canecão foi fechado em 2010. A UFRJ retomou o espaço ao sair vencedora de uma batalha judicial em torno da propriedade do terreno, que se arrastou por décadas. Quando, finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que havia irregularidade na locação do espaço para a casa de shows, e determinou a devolução do espaço para a instituição de ensino, faltaram recursos para obras de modernização e para a administração do negócio.

O Canecão fica na área do câmpus da Praia Vermelha da UFRJ, entre Botafogo e Urca, perto do shopping Rio Sul, na zona sul da capital fluminense. As controvérsias em torno da locação da área para a casa de shows – o Canecão foi fundado em 1967, pelo empresário e produtor Mário Priolli – também remontavam há décadas. Na comunidade acadêmica, os críticos da locação defendiam a administração do espaço pela própria UFRJ, com foco em manifestações artísticas alternativas, sem apelo comercial.

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Câmpus da UFRJ na Praia Vermelha: leilão no dia 21 de dezembro. Foto: Fábio Motta/Estadão

A ideia de terceirizar o uso do espaço a outras empresas especializadas em entretenimento já começou a enfrentar oposição logo em 2011. Em 2012, a casa de espetáculos, abandonada, foi ocupada por estudantes. Apenas em 2013 móveis e equipamentos deixados na casa seriam retirados pela UFRJ. Durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, houve nova ocupação.

Nos anos seguintes, surgiu a ideia de fazer uma concessão mais ampla. Embora o plano seguisse sofrendo a oposição de grupos da comunidade acadêmica, em 2018, a Reitoria da UFRJ firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para elaborar estudos de viabilidade econômica para aproveitar melhor o espaço. Desde o início, as primeiras ideias dos técnicos da instituição de fomento partiam da inclusão de outros terrenos ociosos da UFRJ no projeto de concessão.

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Projeto menos ambicioso

A oposição de setores da comunidade acadêmica e a burocracia para aprovar a concessão em diversas instâncias fizeram os estudos se arrastarem por anos. Até que o edital de concessão finalmente foi publicado nesta quarta-feira, 23. No fim das contas, o projeto estruturado pelo BNDES ficou menos ambicioso do que as ideias iniciais, mas permitirá os R$ 140 milhões em investimentos em diversas infraestruturas acadêmicas, incluindo um restaurante universitário com capacidade para servir 2 mil refeições por dia, um prédio acadêmico com capacidade para atender cerca de 4 mil estudantes e a urbanização das áreas do entorno do antigo Canecão.

Conforme o edital, esses investimentos serão a contrapartida da concessão do uso comercial da nova casa de shows por 30 anos – tanto que a taxa de outorga mínima prevista no leilão é de R$ 625 mil, baixa na comparação com o valor mínimo de investimentos. Mesmo assim, a reconstrução da casa de shows também seguirá exigências mínimas.

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Espaço abandonado do Canecão foi palco de manifestações em 2016. Foto: Fábio Motta/Estadão

O novo espaço deverá ter capacidade para no mínimo 3 mil espectadores, um espaço para exposições com pelo menos 320 metros quadrados e uma sala de ensaios de pelo menos 270 metros quadrados. Além disso, a UFRJ terá direito de usar a casa de shows em 50 dias do ano e o espaço de exposições em 90 dias por ano. Outra exigência é a construção do Espaço Ziraldo, que poderá receber exposições e apresentações e abrigará um mural produzido pelo escritor e cartunista.

O mural é um marco do antigo Canecão. A obra foi pintada por Ziraldo por ocasião da inauguração da casa de shows, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Ainda naquele 1967, a inauguração seria marcada por um coquetel com artistas e pela Feira da Providência, evento de caridade criado por D. Helder Câmara, antigo arcebispo do Rio. Conforme o Dicionário Cravo Albin, em 1968, foi o sucesso de um show da cantora Maysa que inauguraria a histórica do Canecão como palco icônico. De então até o início dos anos 2000, a casa recebeu temporadas memoráveis dos principais nomes da história da música.

RIO – Após anos de estudos, a concessão do espaço que abrigou o Canecão, um dos mais simbólicos palcos da música brasileira, no Rio, teve a licitação marcada para o próximo dia 21. Em leilão, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dona do espaço, selecionará o operador privado que ficará responsável por reconstruir a casa de espetáculos, administrá-la e investir em novos prédios para a instituição de ensino. O investimento total será de R$ 140 milhões, em três anos.

O Canecão foi fechado em 2010. A UFRJ retomou o espaço ao sair vencedora de uma batalha judicial em torno da propriedade do terreno, que se arrastou por décadas. Quando, finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que havia irregularidade na locação do espaço para a casa de shows, e determinou a devolução do espaço para a instituição de ensino, faltaram recursos para obras de modernização e para a administração do negócio.

O Canecão fica na área do câmpus da Praia Vermelha da UFRJ, entre Botafogo e Urca, perto do shopping Rio Sul, na zona sul da capital fluminense. As controvérsias em torno da locação da área para a casa de shows – o Canecão foi fundado em 1967, pelo empresário e produtor Mário Priolli – também remontavam há décadas. Na comunidade acadêmica, os críticos da locação defendiam a administração do espaço pela própria UFRJ, com foco em manifestações artísticas alternativas, sem apelo comercial.

Câmpus da UFRJ na Praia Vermelha: leilão no dia 21 de dezembro. Foto: Fábio Motta/Estadão

A ideia de terceirizar o uso do espaço a outras empresas especializadas em entretenimento já começou a enfrentar oposição logo em 2011. Em 2012, a casa de espetáculos, abandonada, foi ocupada por estudantes. Apenas em 2013 móveis e equipamentos deixados na casa seriam retirados pela UFRJ. Durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, houve nova ocupação.

Nos anos seguintes, surgiu a ideia de fazer uma concessão mais ampla. Embora o plano seguisse sofrendo a oposição de grupos da comunidade acadêmica, em 2018, a Reitoria da UFRJ firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para elaborar estudos de viabilidade econômica para aproveitar melhor o espaço. Desde o início, as primeiras ideias dos técnicos da instituição de fomento partiam da inclusão de outros terrenos ociosos da UFRJ no projeto de concessão.

Projeto menos ambicioso

A oposição de setores da comunidade acadêmica e a burocracia para aprovar a concessão em diversas instâncias fizeram os estudos se arrastarem por anos. Até que o edital de concessão finalmente foi publicado nesta quarta-feira, 23. No fim das contas, o projeto estruturado pelo BNDES ficou menos ambicioso do que as ideias iniciais, mas permitirá os R$ 140 milhões em investimentos em diversas infraestruturas acadêmicas, incluindo um restaurante universitário com capacidade para servir 2 mil refeições por dia, um prédio acadêmico com capacidade para atender cerca de 4 mil estudantes e a urbanização das áreas do entorno do antigo Canecão.

Conforme o edital, esses investimentos serão a contrapartida da concessão do uso comercial da nova casa de shows por 30 anos – tanto que a taxa de outorga mínima prevista no leilão é de R$ 625 mil, baixa na comparação com o valor mínimo de investimentos. Mesmo assim, a reconstrução da casa de shows também seguirá exigências mínimas.

Espaço abandonado do Canecão foi palco de manifestações em 2016. Foto: Fábio Motta/Estadão

O novo espaço deverá ter capacidade para no mínimo 3 mil espectadores, um espaço para exposições com pelo menos 320 metros quadrados e uma sala de ensaios de pelo menos 270 metros quadrados. Além disso, a UFRJ terá direito de usar a casa de shows em 50 dias do ano e o espaço de exposições em 90 dias por ano. Outra exigência é a construção do Espaço Ziraldo, que poderá receber exposições e apresentações e abrigará um mural produzido pelo escritor e cartunista.

O mural é um marco do antigo Canecão. A obra foi pintada por Ziraldo por ocasião da inauguração da casa de shows, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Ainda naquele 1967, a inauguração seria marcada por um coquetel com artistas e pela Feira da Providência, evento de caridade criado por D. Helder Câmara, antigo arcebispo do Rio. Conforme o Dicionário Cravo Albin, em 1968, foi o sucesso de um show da cantora Maysa que inauguraria a histórica do Canecão como palco icônico. De então até o início dos anos 2000, a casa recebeu temporadas memoráveis dos principais nomes da história da música.

RIO – Após anos de estudos, a concessão do espaço que abrigou o Canecão, um dos mais simbólicos palcos da música brasileira, no Rio, teve a licitação marcada para o próximo dia 21. Em leilão, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dona do espaço, selecionará o operador privado que ficará responsável por reconstruir a casa de espetáculos, administrá-la e investir em novos prédios para a instituição de ensino. O investimento total será de R$ 140 milhões, em três anos.

O Canecão foi fechado em 2010. A UFRJ retomou o espaço ao sair vencedora de uma batalha judicial em torno da propriedade do terreno, que se arrastou por décadas. Quando, finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que havia irregularidade na locação do espaço para a casa de shows, e determinou a devolução do espaço para a instituição de ensino, faltaram recursos para obras de modernização e para a administração do negócio.

O Canecão fica na área do câmpus da Praia Vermelha da UFRJ, entre Botafogo e Urca, perto do shopping Rio Sul, na zona sul da capital fluminense. As controvérsias em torno da locação da área para a casa de shows – o Canecão foi fundado em 1967, pelo empresário e produtor Mário Priolli – também remontavam há décadas. Na comunidade acadêmica, os críticos da locação defendiam a administração do espaço pela própria UFRJ, com foco em manifestações artísticas alternativas, sem apelo comercial.

Câmpus da UFRJ na Praia Vermelha: leilão no dia 21 de dezembro. Foto: Fábio Motta/Estadão

A ideia de terceirizar o uso do espaço a outras empresas especializadas em entretenimento já começou a enfrentar oposição logo em 2011. Em 2012, a casa de espetáculos, abandonada, foi ocupada por estudantes. Apenas em 2013 móveis e equipamentos deixados na casa seriam retirados pela UFRJ. Durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, houve nova ocupação.

Nos anos seguintes, surgiu a ideia de fazer uma concessão mais ampla. Embora o plano seguisse sofrendo a oposição de grupos da comunidade acadêmica, em 2018, a Reitoria da UFRJ firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para elaborar estudos de viabilidade econômica para aproveitar melhor o espaço. Desde o início, as primeiras ideias dos técnicos da instituição de fomento partiam da inclusão de outros terrenos ociosos da UFRJ no projeto de concessão.

Projeto menos ambicioso

A oposição de setores da comunidade acadêmica e a burocracia para aprovar a concessão em diversas instâncias fizeram os estudos se arrastarem por anos. Até que o edital de concessão finalmente foi publicado nesta quarta-feira, 23. No fim das contas, o projeto estruturado pelo BNDES ficou menos ambicioso do que as ideias iniciais, mas permitirá os R$ 140 milhões em investimentos em diversas infraestruturas acadêmicas, incluindo um restaurante universitário com capacidade para servir 2 mil refeições por dia, um prédio acadêmico com capacidade para atender cerca de 4 mil estudantes e a urbanização das áreas do entorno do antigo Canecão.

Conforme o edital, esses investimentos serão a contrapartida da concessão do uso comercial da nova casa de shows por 30 anos – tanto que a taxa de outorga mínima prevista no leilão é de R$ 625 mil, baixa na comparação com o valor mínimo de investimentos. Mesmo assim, a reconstrução da casa de shows também seguirá exigências mínimas.

Espaço abandonado do Canecão foi palco de manifestações em 2016. Foto: Fábio Motta/Estadão

O novo espaço deverá ter capacidade para no mínimo 3 mil espectadores, um espaço para exposições com pelo menos 320 metros quadrados e uma sala de ensaios de pelo menos 270 metros quadrados. Além disso, a UFRJ terá direito de usar a casa de shows em 50 dias do ano e o espaço de exposições em 90 dias por ano. Outra exigência é a construção do Espaço Ziraldo, que poderá receber exposições e apresentações e abrigará um mural produzido pelo escritor e cartunista.

O mural é um marco do antigo Canecão. A obra foi pintada por Ziraldo por ocasião da inauguração da casa de shows, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Ainda naquele 1967, a inauguração seria marcada por um coquetel com artistas e pela Feira da Providência, evento de caridade criado por D. Helder Câmara, antigo arcebispo do Rio. Conforme o Dicionário Cravo Albin, em 1968, foi o sucesso de um show da cantora Maysa que inauguraria a histórica do Canecão como palco icônico. De então até o início dos anos 2000, a casa recebeu temporadas memoráveis dos principais nomes da história da música.

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