Especialistas prevêem novo caos aéreo no fim do ano


Por Pedro Henrique França

Na semana passada, um início de operação-padrão dos aeroviários assustou órgãos da aviação civil. Ontem, a queda de um jato executivo Learjet na zona norte de São Paulo deixou oito mortos. Os atrasos nos aeroportos persistem, ainda que em menor quantidade. As companhias elevam os preços das passagens aéreas, devido às restrições impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, um novo episódio da crise aérea se aproxima e o final de ano deve trazer tormento aos usuários do serviço aéreo. A avaliação é do especialista no setor André Castellini, da consultoria Bain & Company. Os passageiros devem preparar a paciência - e os bolsos. Diante da readequação da malha aérea determinada pela Anac após o acidente com um avião da TAM, em julho, a quantidade de vôos no Aeroporto de Congonhas, até então o mais movimentado do País, foi restringida. Assim, as companhias aéreas devem subir os preços das passagens na alta temporada, entre dezembro e fevereiro. "De certa forma, o Zuanazzi (Milton Zuanazzi, ex-presidente da Anac) até tem razão ao dizer que estão reelitizando o serviço aéreo", observou Castellini em entrevista à Agência Estado. Os preços já estão subindo, e não é de hoje. De junho até outubro, as passagens aéreas acumularam alta de 35%, segundo atesta o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, em julho as tarifas aéreas avançam em razão do período de férias. Daí em diante - de agosto até mês passado - ele reconhece que questões como a readequação da malha aérea influenciaram. Para Castellini, a tendência é de "encarecimento" nas passagens. Infra-estrutura Com relação à infra-estrutura, pouco ou quase nada foi feito, segundo Castellini. "Está se tomando uma série de medidas que não dizem respeito aos problemas de fundo, que são a falta de capacidade para atender a demanda e a falta de controladores. Essas ações visam a gerenciar os problemas no curto prazo, mas são ineficazes", diz. Segundo o especialista, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) já alertava para o gargalo em 2003. "Mas governo, órgãos responsáveis e ministérios não souberam agir sobre essas evidências." Para Castellini, as medidas tomadas até o momento - limitando a oferta para evitar riscos e futuros problemas - apenas afastam os passageiros e diminuem o conforto. "As normas adotadas, como as restrições em Congonhas, diminuem a quantidade de vôos, tornam mais caro voar, afastam os passageiros. Nesta visão, há menos problemas". O procurador do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (2ª Região), Fabio Fernandes, concorda com o que Castellini chama de "abafar os problemas". "Não se pode simplesmente esconder problemas. Quanto mais se esconde, menos se investe em prevenção e não se enfrenta um grande problema, a fiscalização." Fernandes investigou a crise do setor durante um ano, sendo designado pelo MPT de São Paulo logo após o acidente da Gol, em setembro do ano passado. Ele ataca fortemente a inação do governo na formação de novos controladores. Segundo ele, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os aeroportos, deixou investimentos importantes na área da segurança em segundo plano. "O setor aéreo está totalmente politizado, o que não deveria acontecer em um serviço extremamente técnico. Estamos mexendo com vidas humanas, como se pode politizar cargos importantes dessa forma?" Fiscalização O procurador alerta para a fiscalização "ineficaz" por parte da autoridade competente. "Nas grandes empresas já se vê uma pressão enorme para que técnicos não relatem problemas, mantendo a aeronave nas condições de operação que estão." Ele reforça a tese da saturação da infra-estrutura para este serviço. "O setor cresceu exponencialmente e não foi acompanhado de investimentos e de rigorosa fiscalização." Tanto Castellini quanto Fernandes vêem o acidente de ontem com o jato executivo Learjet como conseqüência de problemas mecânicos. Ambos, entretanto, colocam questionamentos. O especialista lembra o aumento de vôos no Campo de Marte, estimado em cerca de 30%, enquanto o procurador cobra fiscalização. Diante da continuidade dos problemas no setor, que já se arrastam por um ano, os especialistas se mostram pessimistas no curto prazo. "Minha expectativa não é outra a não ser novos atrasos, cancelamentos e filas nos aeroportos", diz Fernandes. "Deve ser um final de ano complicado", avalia Castellini, que estima prejuízos significativos entre as companhias.

Na semana passada, um início de operação-padrão dos aeroviários assustou órgãos da aviação civil. Ontem, a queda de um jato executivo Learjet na zona norte de São Paulo deixou oito mortos. Os atrasos nos aeroportos persistem, ainda que em menor quantidade. As companhias elevam os preços das passagens aéreas, devido às restrições impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, um novo episódio da crise aérea se aproxima e o final de ano deve trazer tormento aos usuários do serviço aéreo. A avaliação é do especialista no setor André Castellini, da consultoria Bain & Company. Os passageiros devem preparar a paciência - e os bolsos. Diante da readequação da malha aérea determinada pela Anac após o acidente com um avião da TAM, em julho, a quantidade de vôos no Aeroporto de Congonhas, até então o mais movimentado do País, foi restringida. Assim, as companhias aéreas devem subir os preços das passagens na alta temporada, entre dezembro e fevereiro. "De certa forma, o Zuanazzi (Milton Zuanazzi, ex-presidente da Anac) até tem razão ao dizer que estão reelitizando o serviço aéreo", observou Castellini em entrevista à Agência Estado. Os preços já estão subindo, e não é de hoje. De junho até outubro, as passagens aéreas acumularam alta de 35%, segundo atesta o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, em julho as tarifas aéreas avançam em razão do período de férias. Daí em diante - de agosto até mês passado - ele reconhece que questões como a readequação da malha aérea influenciaram. Para Castellini, a tendência é de "encarecimento" nas passagens. Infra-estrutura Com relação à infra-estrutura, pouco ou quase nada foi feito, segundo Castellini. "Está se tomando uma série de medidas que não dizem respeito aos problemas de fundo, que são a falta de capacidade para atender a demanda e a falta de controladores. Essas ações visam a gerenciar os problemas no curto prazo, mas são ineficazes", diz. Segundo o especialista, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) já alertava para o gargalo em 2003. "Mas governo, órgãos responsáveis e ministérios não souberam agir sobre essas evidências." Para Castellini, as medidas tomadas até o momento - limitando a oferta para evitar riscos e futuros problemas - apenas afastam os passageiros e diminuem o conforto. "As normas adotadas, como as restrições em Congonhas, diminuem a quantidade de vôos, tornam mais caro voar, afastam os passageiros. Nesta visão, há menos problemas". O procurador do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (2ª Região), Fabio Fernandes, concorda com o que Castellini chama de "abafar os problemas". "Não se pode simplesmente esconder problemas. Quanto mais se esconde, menos se investe em prevenção e não se enfrenta um grande problema, a fiscalização." Fernandes investigou a crise do setor durante um ano, sendo designado pelo MPT de São Paulo logo após o acidente da Gol, em setembro do ano passado. Ele ataca fortemente a inação do governo na formação de novos controladores. Segundo ele, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os aeroportos, deixou investimentos importantes na área da segurança em segundo plano. "O setor aéreo está totalmente politizado, o que não deveria acontecer em um serviço extremamente técnico. Estamos mexendo com vidas humanas, como se pode politizar cargos importantes dessa forma?" Fiscalização O procurador alerta para a fiscalização "ineficaz" por parte da autoridade competente. "Nas grandes empresas já se vê uma pressão enorme para que técnicos não relatem problemas, mantendo a aeronave nas condições de operação que estão." Ele reforça a tese da saturação da infra-estrutura para este serviço. "O setor cresceu exponencialmente e não foi acompanhado de investimentos e de rigorosa fiscalização." Tanto Castellini quanto Fernandes vêem o acidente de ontem com o jato executivo Learjet como conseqüência de problemas mecânicos. Ambos, entretanto, colocam questionamentos. O especialista lembra o aumento de vôos no Campo de Marte, estimado em cerca de 30%, enquanto o procurador cobra fiscalização. Diante da continuidade dos problemas no setor, que já se arrastam por um ano, os especialistas se mostram pessimistas no curto prazo. "Minha expectativa não é outra a não ser novos atrasos, cancelamentos e filas nos aeroportos", diz Fernandes. "Deve ser um final de ano complicado", avalia Castellini, que estima prejuízos significativos entre as companhias.

Na semana passada, um início de operação-padrão dos aeroviários assustou órgãos da aviação civil. Ontem, a queda de um jato executivo Learjet na zona norte de São Paulo deixou oito mortos. Os atrasos nos aeroportos persistem, ainda que em menor quantidade. As companhias elevam os preços das passagens aéreas, devido às restrições impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, um novo episódio da crise aérea se aproxima e o final de ano deve trazer tormento aos usuários do serviço aéreo. A avaliação é do especialista no setor André Castellini, da consultoria Bain & Company. Os passageiros devem preparar a paciência - e os bolsos. Diante da readequação da malha aérea determinada pela Anac após o acidente com um avião da TAM, em julho, a quantidade de vôos no Aeroporto de Congonhas, até então o mais movimentado do País, foi restringida. Assim, as companhias aéreas devem subir os preços das passagens na alta temporada, entre dezembro e fevereiro. "De certa forma, o Zuanazzi (Milton Zuanazzi, ex-presidente da Anac) até tem razão ao dizer que estão reelitizando o serviço aéreo", observou Castellini em entrevista à Agência Estado. Os preços já estão subindo, e não é de hoje. De junho até outubro, as passagens aéreas acumularam alta de 35%, segundo atesta o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, em julho as tarifas aéreas avançam em razão do período de férias. Daí em diante - de agosto até mês passado - ele reconhece que questões como a readequação da malha aérea influenciaram. Para Castellini, a tendência é de "encarecimento" nas passagens. Infra-estrutura Com relação à infra-estrutura, pouco ou quase nada foi feito, segundo Castellini. "Está se tomando uma série de medidas que não dizem respeito aos problemas de fundo, que são a falta de capacidade para atender a demanda e a falta de controladores. Essas ações visam a gerenciar os problemas no curto prazo, mas são ineficazes", diz. Segundo o especialista, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) já alertava para o gargalo em 2003. "Mas governo, órgãos responsáveis e ministérios não souberam agir sobre essas evidências." Para Castellini, as medidas tomadas até o momento - limitando a oferta para evitar riscos e futuros problemas - apenas afastam os passageiros e diminuem o conforto. "As normas adotadas, como as restrições em Congonhas, diminuem a quantidade de vôos, tornam mais caro voar, afastam os passageiros. Nesta visão, há menos problemas". O procurador do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (2ª Região), Fabio Fernandes, concorda com o que Castellini chama de "abafar os problemas". "Não se pode simplesmente esconder problemas. Quanto mais se esconde, menos se investe em prevenção e não se enfrenta um grande problema, a fiscalização." Fernandes investigou a crise do setor durante um ano, sendo designado pelo MPT de São Paulo logo após o acidente da Gol, em setembro do ano passado. Ele ataca fortemente a inação do governo na formação de novos controladores. Segundo ele, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os aeroportos, deixou investimentos importantes na área da segurança em segundo plano. "O setor aéreo está totalmente politizado, o que não deveria acontecer em um serviço extremamente técnico. Estamos mexendo com vidas humanas, como se pode politizar cargos importantes dessa forma?" Fiscalização O procurador alerta para a fiscalização "ineficaz" por parte da autoridade competente. "Nas grandes empresas já se vê uma pressão enorme para que técnicos não relatem problemas, mantendo a aeronave nas condições de operação que estão." Ele reforça a tese da saturação da infra-estrutura para este serviço. "O setor cresceu exponencialmente e não foi acompanhado de investimentos e de rigorosa fiscalização." Tanto Castellini quanto Fernandes vêem o acidente de ontem com o jato executivo Learjet como conseqüência de problemas mecânicos. Ambos, entretanto, colocam questionamentos. O especialista lembra o aumento de vôos no Campo de Marte, estimado em cerca de 30%, enquanto o procurador cobra fiscalização. Diante da continuidade dos problemas no setor, que já se arrastam por um ano, os especialistas se mostram pessimistas no curto prazo. "Minha expectativa não é outra a não ser novos atrasos, cancelamentos e filas nos aeroportos", diz Fernandes. "Deve ser um final de ano complicado", avalia Castellini, que estima prejuízos significativos entre as companhias.

Na semana passada, um início de operação-padrão dos aeroviários assustou órgãos da aviação civil. Ontem, a queda de um jato executivo Learjet na zona norte de São Paulo deixou oito mortos. Os atrasos nos aeroportos persistem, ainda que em menor quantidade. As companhias elevam os preços das passagens aéreas, devido às restrições impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com isso, um novo episódio da crise aérea se aproxima e o final de ano deve trazer tormento aos usuários do serviço aéreo. A avaliação é do especialista no setor André Castellini, da consultoria Bain & Company. Os passageiros devem preparar a paciência - e os bolsos. Diante da readequação da malha aérea determinada pela Anac após o acidente com um avião da TAM, em julho, a quantidade de vôos no Aeroporto de Congonhas, até então o mais movimentado do País, foi restringida. Assim, as companhias aéreas devem subir os preços das passagens na alta temporada, entre dezembro e fevereiro. "De certa forma, o Zuanazzi (Milton Zuanazzi, ex-presidente da Anac) até tem razão ao dizer que estão reelitizando o serviço aéreo", observou Castellini em entrevista à Agência Estado. Os preços já estão subindo, e não é de hoje. De junho até outubro, as passagens aéreas acumularam alta de 35%, segundo atesta o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista da FGV, Salomão Quadros, em julho as tarifas aéreas avançam em razão do período de férias. Daí em diante - de agosto até mês passado - ele reconhece que questões como a readequação da malha aérea influenciaram. Para Castellini, a tendência é de "encarecimento" nas passagens. Infra-estrutura Com relação à infra-estrutura, pouco ou quase nada foi feito, segundo Castellini. "Está se tomando uma série de medidas que não dizem respeito aos problemas de fundo, que são a falta de capacidade para atender a demanda e a falta de controladores. Essas ações visam a gerenciar os problemas no curto prazo, mas são ineficazes", diz. Segundo o especialista, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) já alertava para o gargalo em 2003. "Mas governo, órgãos responsáveis e ministérios não souberam agir sobre essas evidências." Para Castellini, as medidas tomadas até o momento - limitando a oferta para evitar riscos e futuros problemas - apenas afastam os passageiros e diminuem o conforto. "As normas adotadas, como as restrições em Congonhas, diminuem a quantidade de vôos, tornam mais caro voar, afastam os passageiros. Nesta visão, há menos problemas". O procurador do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (2ª Região), Fabio Fernandes, concorda com o que Castellini chama de "abafar os problemas". "Não se pode simplesmente esconder problemas. Quanto mais se esconde, menos se investe em prevenção e não se enfrenta um grande problema, a fiscalização." Fernandes investigou a crise do setor durante um ano, sendo designado pelo MPT de São Paulo logo após o acidente da Gol, em setembro do ano passado. Ele ataca fortemente a inação do governo na formação de novos controladores. Segundo ele, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os aeroportos, deixou investimentos importantes na área da segurança em segundo plano. "O setor aéreo está totalmente politizado, o que não deveria acontecer em um serviço extremamente técnico. Estamos mexendo com vidas humanas, como se pode politizar cargos importantes dessa forma?" Fiscalização O procurador alerta para a fiscalização "ineficaz" por parte da autoridade competente. "Nas grandes empresas já se vê uma pressão enorme para que técnicos não relatem problemas, mantendo a aeronave nas condições de operação que estão." Ele reforça a tese da saturação da infra-estrutura para este serviço. "O setor cresceu exponencialmente e não foi acompanhado de investimentos e de rigorosa fiscalização." Tanto Castellini quanto Fernandes vêem o acidente de ontem com o jato executivo Learjet como conseqüência de problemas mecânicos. Ambos, entretanto, colocam questionamentos. O especialista lembra o aumento de vôos no Campo de Marte, estimado em cerca de 30%, enquanto o procurador cobra fiscalização. Diante da continuidade dos problemas no setor, que já se arrastam por um ano, os especialistas se mostram pessimistas no curto prazo. "Minha expectativa não é outra a não ser novos atrasos, cancelamentos e filas nos aeroportos", diz Fernandes. "Deve ser um final de ano complicado", avalia Castellini, que estima prejuízos significativos entre as companhias.

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