Apuração do Estadão mostra que integrantes da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República fazem uma reunião diária com equipes do PT para definir assuntos e abordagens que os canais e perfis petistas devem usar para tentar "pautar as redes que o partido alcança".
Influenciadores governistas são chamados eventualmente para briefings sobre os temas que interessam ao governo. A estratégia conta com a participação do time de redes sociais do partido que na campanha eleitoral de 2022 atuava sob o nome de "gabinete da ousadia", a réplica petista do "gabinete do ódio" da gestão Jair Bolsonaro (PL).
Uma rede de páginas e perfis governistas têm se destacado na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de ataques coordenados a críticos e desqualificação da imprensa. A relação direta entre governo e partido com esses influenciadores indica que a atuação digital deles é orientada a partir do Palácio do Planalto. Não há registros de repasse de verba pública para esses influenciadores.
Durante a tragédia no Rio Grande do Sul, PT, governo e influenciadores têm trabalhado para rebater o que classificam como fake news - o que inclui críticas políticas e reportagens da imprensa profissional - e para massificar ações de Lula em favor dos gaúchos.
Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados querem convocar o ministro interino da Comunicação, Laércio Portela, para que ele dê explicações sobre a atuação do chamado "gabinete da ousadia".
Afinal, de que maneira esse caso atinge a credibilidade do governo? Ele pode gerar uma investigação como a do "Gabinete do Ódio"? No 'Estadão Notícias' de hoje, vamos conversar sobre o assunto com o repórter do Estadão, em Brasília, Tácio Lorran, e com Eduardo Grin, cientista político da FGV EAESP.
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Apresentação: Emanuel Bomfim
Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Gabriela Forte
Sonorização/Montagem: Moacir Biasi