Nesta terça-feira, chega ao fim o que ficou conhecido como a "Era Aras" na Procuradoria-Geral da República (PGR). Envolto em polêmicas, e acusado de proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o seu mandato, Augusto Aras, deixa o cargo sob fortes críticas.
Entre as acusações de conivência, está o fato de não ter levado adiante investigações contra Bolsonaro, como as denúncias sobre a atuação negacionista na pandemia de Covid. Augusto Aras arquivou também as acusações feitas contra Bolsonaro pela CPI da Pandemia pelo descumprimento das regras sanitárias, prevaricação, charlatanismo, uso irregular de verbas e infração de medidas sanitárias, entre outros crimes.
Não parou por aí: Augusto Aras também minimizou a responsabilidade do ex-presidente nos ataques à democracia. Em 2021, quando Bolsonaro usou o palanque das celebrações de 7 de Setembro, em Brasília, para atacar o processo eleitoral, o STF e o ministro Alexandre de Moraes, o PGR disse que foi apenas um "arroubo de retórica".
Por seu papel de proteção da classe política, Augusto Aras ganhou o apoio de parlamentares importantes para sua recondução ao cargo, como no caso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, esses acenos e os apelos por Aras não mexeram com o coração de Lula, que sempre foi crítico à atuação do PGR.
Afinal, qual foi a contribuição de Augusto Aras para a Justiça brasileira? Qual deve ser o perfil e os desafios do novo Procurador-Geral da República? No 'Estadão Notícias' de hoje, vamos conversar sobre o assunto com o professor da PUC-SP e do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Georges Abboud.
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Apresentação: Emanuel Bomfim
Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Laís Gottardo
Sonorização/Montagem: Moacir Biasi