Insurgentes palestinos do Hamas na Faixa de Gaza realizaram um ataque terrorista sem precedentes no sul de Israel neste sábado, 7, e dispararam milhares de projéteis contra o território israelense. Em resposta, Israel atacou alvos em Gaza, em um conflito que caminha para ser um dos mais pesados entre os dois lados, que vêm se enfrentando há décadas. Os serviços de emergência já confirmaram que centenas de pessoas morreram, tanto em Israel como na faixa de Gaza, entre civis e militares.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está "em guerra" com a "milícia radical". Ele ordenou a convocação de reservistas e prometeu que o Hamas "pagará um preço que nunca conheceu antes".
"Estamos em guerra", disse Netanyahu. "Não em uma 'operação', não em um 'ataque', mas em guerra". Ele também ordenou que o exército limpasse as cidades infiltradas de militantes do Hamas que ainda estavam envolvidos em tiroteios com soldados.
A grave invasão coincide com o Simchat Torah, um dia normalmente festivo, em que os judeus completam o ciclo anual de leitura de seu livro sagrado, a Torah, e reaviva a dolorosa memória da Guerra do Yom Kippur, de 1973. Naquela ocasião, os inimigos de Israel lançaram um ataque surpresa no dia mais sagrado do calendário judaico.
Em meio aos impasses sobre os territórios, em 1967 veio a Guerra dos Seis Dias, que mudou o cenário na região. Israel tomou à força a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob controle da Jordânia, assim como a Faixa de Gaza.
A resolução do conflito, no entanto, ainda se choca em disputas que parecem cada vez mais insolúveis, como a segurança de Israel, as fronteiras, o estatuto de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados palestinos que foram expulsos de suas terras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu em rede social que o Brasil "não poupará esforços" para evitar a escalada do conflito no Oriente Médio entre israelenses e palestinos. Já o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que o país está pronto para oferecer "todos os meios apropriados de apoio" a Israel.
Afinal, quais serão as consequências deste novo conflito que se deflagra na região? Como isso mexe com a geopolítica global? E que papel terá o Brasil, que neste momento preside o Conselho de Segurança da ONU? No 'Estadão Notícias' de hoje, vamos falar sobre o assunto com Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM e de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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Apresentação: Emanuel Bomfim
Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Laís Gottardo
Sonorização/Montagem: Moacir Biasi