Qual é a "cara" do emprego no Brasil? O quanto questões sociais, como preconceitos; econômicas, como os salários, e estruturantes, como política e educação, interferem no cenário das ocupações remuneradas no País?
Antônio Penteado Mendonça fala sobre estes e outros assuntos com José Pastore, professor titular da FEA e FIA-USP, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e consultor em relações do trabalho e recursos humanos.
"Podemos dizer que 2/3 da força de trabalho do Brasil são em atividades muito simples, rudimentares e de baixa qualidade - em termos de qualificação exigida -, mal-remuneradas e instáveis. E 1/3, em atividades mais sofisticadas, com cargos, profissões e oportunidades de trabalho de alta qualidade. E isto está ligado ao nosso sistema produtivo; nós nascemos com as commodities", explica o especialista. Para o professor José Pastore, a Educação é um dos fatores que poderia contribuir para uma mudança deste cenário, ainda que "não possa fazer milagres". "Quando a qualidade do emprego é ruim, não adianta Educação, pois o empregado terá um salário baixo, estabilidade comprometida, instabilidade etc."