Há 13 anos, quando foi criado, o Instituto C - Criança, Cuidado, Cidadão passou a atender famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças doentes crônicas ou graves encaminhadas por hospitais públicos de São Paulo. Sobre a organização, Vera Oliveira, gerente geral e sua fundadora, conversa com Antônio Penteado Mendonça.
O Instituto Doar reconhece o C, desde seu início, com uma das 100 melhores ONGs do Brasil. Mas o que parece ter nascido para o sucesso não foi uma ideia óbvia na cabeça de sua idealizadora: "Pensava que queria trabalhar no 'Lar Doce Lar' [quadro do programa Caldeirão do Huck, atração da TV Globo], pois considerava que construir a casa de alguém é algo que faz toda a diferença", lembra Vera. O próprio apresentador foi quem a provocou para iniciar no terceiro setor. "Na hora pensei 'ele não entendeu nada' e mal sabia tudo que iria acontecer depois", completa.
A convidada conheceu a fundadora da Saúde Criança, associação reconhecida no Brasil e estabelecida no Rio de Janeiro, e se encantou. "A Vera Cordeiro começou a me apresentar para todos como 'fundadora da sede paulista da ONG'", lembra. No dia seguinte ao encontro, Oliveira saiu de seu emprego como pesquisadora de Mercado e buscou seu sonho.
O tripé de onde o atendimento do Instituto C parte é a vulnerabilidade da família, a doença da criança, a estrutura e situação financeira da família. "Fazíamos um atendimento multidisciplinar para mostrar às famílias seus direitos gratuitos, já oferecidos pelo governo municipal, para dar autonomia ao longo prazo", explica Vera Oliveira. O atendimento é mensal e dura, em média, dois anos com cada núcleo familiar - com uma taxa de "sucesso" de 90% (famílias que já conseguem essa autonomia e cuja renda aumenta 50% nos primeiros dois meses).