Roberto Duaillibi, um dos principais publicitários brasileiros, fundador da agência DPZ, relembra seu início na carreira, em conversa com Antônio Penteado Mendonça.
Como mote do começo de seu trabalho na área, o convidado lembra que "não houve plano de criar uma empresa. As coisas acontecem sem perceber e, em geral, a favor". Ele era funcionário da Standard Propaganda, como redator, mas na prática era quase um telefonista. De acordo com Duaillibi, o Brasil vivia uma época terrível, com Roberto Campos como ministro do planejamento, logo após o golpe de Estado de 1964 - "ninguém pagava ninguém", diz. E em sua ocupação passava o tempo cobrando os clientes. "Não era minha profissão, ficar no telefone dando desculpas o tempo todo em vez de escrever anúncio", recorda.
O publicitário já era amigo de quem viriam a ser seus sócios - Francesc Petit e Roberto Zaragoza -, que já tinham um estúdio de vanguarda na Propaganda, o Metro 3, e para quem já fazia trabalhos como freelancer. Os primeiros procuravam quem ajudasse a administrar a empresa, pois eram designers, fundamentalmente. Em 1968, Duaillibi resolveu promover uma mudança na vida. "Estava infeliz na Standard, apesar do salário. Zaragosa me convidou e eu tive, então, um ato de coragem, pedi demissão e fui trabalhar com ele", conta.
O entrevistado afirma ter ensinado muito aos pares. "Eles tinham só um cliente regular, então comecei a procurar mais - eu tinha que ser vendedor mais que redator", diz Roberto Duaillib. Cerca de dois anos depois, passaram a ser responsáveis pela publicidade de algumas das marcas mais importantes do Brasil - e o resto é história.