(Por Aryane Cararo)
Fumaça é um livro triste, bastante triste. A história que ele conta, as lindas ilustrações que o acompanham, tudo é triste. Mas Fumaça é um livro daqueles que deve ser lido, para que a gente nunca esqueça de que as atrocidades, as maldades humanas não podem ser cometidas como já foram um dia. Não sei se você já ouviu falar em Holocausto. Essa palavra grandona é muito antiga, mas ficou muito marcada durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, quando falamos Holocausto, lembramos do Holocausto judeu. A palavra carrega nas sílabas o que de mais horrível o homem pode fazer contra ele mesmo: matar uns aos outros.
Foi o que aconteceu com milhões de pessoas, a maioria de judeus, durante a guerra. Eles eram mandados para campos de concentração, perdiam tudo o que tinham e precisavam fazer trabalhos forçados, ganhando pouquíssima comida em troca. Isso quem se salvava, porque muitos acabavam indo para câmaras de gás e eram mortos. Muitas crianças acabaram indo parar nesses lugares horrorosos e é uma história dessas que Fumaça conta. Desde quando o garoto foi separado do pai e ficou com a mãe no campo de concentração, perdendo todo o conforto de sua casa. Foi quando começou a sonhar com dragões de língua preta que queriam comê-lo. E é mais ou menos de dragões, com chaminés que cuspiam fumaça preta, que o menino tinha de fugir.
Eu disse que o livro era triste. E as ilustrações são de arrepiar. Dá um nó na garganta pensar que, apesar de essa história ser ficção, ela existiu de verdade, e na vida de um montão de meninos e meninas.
Fumaça. Texto: Antón Fortes. Ilustração Joanna Concejo. Editora Positivo, R$ 41,90.