Ex-aluno de Medicina da Unicamp relata à CPI abusos em trotes


As práticas teriam acontecido durante dois eventos que são realizados fora da universidade - o Churrasco e a Chopada

Por Luiz Fernando Toledo

O ex-aluno de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, Gines Villarinho, relatou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de violência em universidades paulistas os trotes que sofreu na época de sua graduação, que teve início em 2007. No depoimento dado nesta quinta-feira, 5, Villarinho afirmou ter sido obrigado a "lamber o chão" de um banheiro durante a recepção de calouros em seu ano, aspirar farinha de bolo e receber humilhações com cuspidas de cerveja no rosto. Ele disse ainda que presenciou um aluno veterano vomitando propositadamente em uma caloura, que julgou ser "feia demais". 

As práticas teriam acontecido durante dois eventos realizados fora da universidade - o Churrasco e a Chopada -, organizados pela Atlética, entidade de alunos. Os eventos ocorreram em uma chácara em Paulínia, interior de São Paulo, segundo o ex-aluno. 

Ele afirmou também que, durante a Intermed, evento esportivo realizado entre diversos cursos de Medicina do Estado, teve um cavaco roubado por veteranos - mas não registrou boletim de ocorrência. "Eu fiquei com tanta aflição dessas pessoas que, no final do meu curso, não queria nem participar da formatura. Não queria ter foto divulgada no painel de ex-alunos", relatou. 

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Esta é a segunda vez que estudantes de Medicina da Unicamp são ouvidos na CPI. No início de fevereiro, 12 estudantes deixaram relatos de ingestão forçada de álcool e assédio sexual, tanto nas recepções de calouros como na Intermed. Relataram ainda a existência de um grupo de alunos chamados "kilts", que usavam saias nos eventos e seriam mais violentos na prática dos trotes. 

A professora Angélica Maria Bicudo, que foi coordenadora do curso de 2007 a 2010, afirmou à CPI que nenhuma das denúncias chegou a ser formalizada. "Os fatos nunca foram relatados à coordenação", reclamou. Mesmo quando recebia relatos, a professora afirmou que nunca vinham com nomes. "Os depoimentos são lacônicos, não podia abrir processos."

Mesmo assim, a professora reconheceu a existência dos trotes e lembrou de um episódio em que um aluno desistiu do curso para fazer Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), logo após participar da semana de recepção de calouros. Ela também disse que chegou a propor que o nome da Unicamp fosse retirado da Intermet, mas que não conseguiu apoio à ideia. 

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O professor Ricardo Pereira, que também esteve na CPI, ressaltou a criação, em 2014, da Comissão de Apoio ao Estudante (Cae), que passou a receber denúncias e acolher os estudantes. 

O ex-aluno de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, Gines Villarinho, relatou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de violência em universidades paulistas os trotes que sofreu na época de sua graduação, que teve início em 2007. No depoimento dado nesta quinta-feira, 5, Villarinho afirmou ter sido obrigado a "lamber o chão" de um banheiro durante a recepção de calouros em seu ano, aspirar farinha de bolo e receber humilhações com cuspidas de cerveja no rosto. Ele disse ainda que presenciou um aluno veterano vomitando propositadamente em uma caloura, que julgou ser "feia demais". 

As práticas teriam acontecido durante dois eventos realizados fora da universidade - o Churrasco e a Chopada -, organizados pela Atlética, entidade de alunos. Os eventos ocorreram em uma chácara em Paulínia, interior de São Paulo, segundo o ex-aluno. 

Ele afirmou também que, durante a Intermed, evento esportivo realizado entre diversos cursos de Medicina do Estado, teve um cavaco roubado por veteranos - mas não registrou boletim de ocorrência. "Eu fiquei com tanta aflição dessas pessoas que, no final do meu curso, não queria nem participar da formatura. Não queria ter foto divulgada no painel de ex-alunos", relatou. 

Esta é a segunda vez que estudantes de Medicina da Unicamp são ouvidos na CPI. No início de fevereiro, 12 estudantes deixaram relatos de ingestão forçada de álcool e assédio sexual, tanto nas recepções de calouros como na Intermed. Relataram ainda a existência de um grupo de alunos chamados "kilts", que usavam saias nos eventos e seriam mais violentos na prática dos trotes. 

A professora Angélica Maria Bicudo, que foi coordenadora do curso de 2007 a 2010, afirmou à CPI que nenhuma das denúncias chegou a ser formalizada. "Os fatos nunca foram relatados à coordenação", reclamou. Mesmo quando recebia relatos, a professora afirmou que nunca vinham com nomes. "Os depoimentos são lacônicos, não podia abrir processos."

Mesmo assim, a professora reconheceu a existência dos trotes e lembrou de um episódio em que um aluno desistiu do curso para fazer Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), logo após participar da semana de recepção de calouros. Ela também disse que chegou a propor que o nome da Unicamp fosse retirado da Intermet, mas que não conseguiu apoio à ideia. 

O professor Ricardo Pereira, que também esteve na CPI, ressaltou a criação, em 2014, da Comissão de Apoio ao Estudante (Cae), que passou a receber denúncias e acolher os estudantes. 

O ex-aluno de Medicina da Universidade Estadual de Campinas, Gines Villarinho, relatou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de violência em universidades paulistas os trotes que sofreu na época de sua graduação, que teve início em 2007. No depoimento dado nesta quinta-feira, 5, Villarinho afirmou ter sido obrigado a "lamber o chão" de um banheiro durante a recepção de calouros em seu ano, aspirar farinha de bolo e receber humilhações com cuspidas de cerveja no rosto. Ele disse ainda que presenciou um aluno veterano vomitando propositadamente em uma caloura, que julgou ser "feia demais". 

As práticas teriam acontecido durante dois eventos realizados fora da universidade - o Churrasco e a Chopada -, organizados pela Atlética, entidade de alunos. Os eventos ocorreram em uma chácara em Paulínia, interior de São Paulo, segundo o ex-aluno. 

Ele afirmou também que, durante a Intermed, evento esportivo realizado entre diversos cursos de Medicina do Estado, teve um cavaco roubado por veteranos - mas não registrou boletim de ocorrência. "Eu fiquei com tanta aflição dessas pessoas que, no final do meu curso, não queria nem participar da formatura. Não queria ter foto divulgada no painel de ex-alunos", relatou. 

Esta é a segunda vez que estudantes de Medicina da Unicamp são ouvidos na CPI. No início de fevereiro, 12 estudantes deixaram relatos de ingestão forçada de álcool e assédio sexual, tanto nas recepções de calouros como na Intermed. Relataram ainda a existência de um grupo de alunos chamados "kilts", que usavam saias nos eventos e seriam mais violentos na prática dos trotes. 

A professora Angélica Maria Bicudo, que foi coordenadora do curso de 2007 a 2010, afirmou à CPI que nenhuma das denúncias chegou a ser formalizada. "Os fatos nunca foram relatados à coordenação", reclamou. Mesmo quando recebia relatos, a professora afirmou que nunca vinham com nomes. "Os depoimentos são lacônicos, não podia abrir processos."

Mesmo assim, a professora reconheceu a existência dos trotes e lembrou de um episódio em que um aluno desistiu do curso para fazer Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), logo após participar da semana de recepção de calouros. Ela também disse que chegou a propor que o nome da Unicamp fosse retirado da Intermet, mas que não conseguiu apoio à ideia. 

O professor Ricardo Pereira, que também esteve na CPI, ressaltou a criação, em 2014, da Comissão de Apoio ao Estudante (Cae), que passou a receber denúncias e acolher os estudantes. 

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