FLORIANÓPOLIS - O ex-deputado estadual de Santa Catarina Nilson Nelson Machado, o Duduco, 56 anos, foi condenado a 31 anos, quatro meses e 20 dias de prisão por abusar sexualmente e maltratar crianças e adolescentes que viviam em sua casa, intitulada Lar do Tio Duduco. A decisão do juiz Marcelo Carlin, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis, foi divulgada à imprensa nesta quinta-feira, 21.
O advogado de defesa de Duduco, Hélio Brasil, ainda não foi intimado da decisão, mas afirmou que vai recorrer. O ex-deputado poderá aguardar em liberdade.
O primeiro a denunciar os casos de pedofilia à polícia foi um filho adotivo de Duduco, em 2009. Ele contou que foi abusado sexualmente quando completou 12 anos. O inquérito ficou engavetado até 2013. As investigações recomeçaram quando a advogada da vítima, Jackie Anacleto, divulgou um vídeo do político supostamente confessando o envolvimento com o filho.
"Quero que entendas que é uma fraqueza da minha parte, da gênese. Foi um momento de fraqueza, de amor doentio", afirmou Duduco.
Quando as investigações recomeçaram, outras duas crianças contaram histórias de estupros semelhantes. Outras quatro relataram casos de maus-tratos.
Vida pública
O caso foi um escândalo em Florianópolis. Duduco é uma figura conhecida por suas obras sociais, foi vereador por dois mandatos e usava como carro-chefe das campanhas o amparo às crianças abandonadas. No ano passado, o político se candidatou novamente pelo PDT, mas não se elegeu.
Com a repercussão da história, Duduco fugiu, mas foi preso no Rio de Janeiro após quatro meses. O político ficou preso por 36 dias na Penitenciária da Agronômica, em Florianópolis, e foi solto com habeas corpus.
O Lar do Tio Duduco foi fundado em 1978 e já abrigou 73 crianças sob a guarda de Duduco. Cinco delas ele adotou.