O ex-presidente de Cabo Verde Pedro Verona Pires ganhou nesta segunda-feira o Prêmio Mo Ibrahim para líderes africanos, de 5 milhões de dólares, por ter transformado seu pequeno país-ilha no Oceano Atlântico de uma autocracia em um próspero Estado democrático. Os promotores da premiação, criada em 2006 pelo magnata sudanês das telecomunicações Mo Ibrahim para melhorar a qualidade dos governos africanos, também elogiaram Pires por sua decisão de não disputar este ano as eleições presidenciais, depois de ter completado dois mandatos. "Em sua longa carreira, o presidente Pires se dedicou ao serviço de seu povo, incluindo aqueles na diáspora, ao mesmo tempo mantendo sua dignidade pessoal e humildade", afirmou o comitê responsável pela premiação, em comunicado. Entre os líderes contemplados anteriormente com o prêmio, concedido a chefes de Estado que deixaram pacificamente o poder, estão Joaquim Chissano, de Moçambique, e Festus Mogae, de Botsuana. Pires se destacou na luta da independência de Cabo Verde de Portugal e se tornou primeiro-ministro em 1975, cargo que lhe permitiu abrir o caminho para a primeira eleição democrática do país, em 1991. Cabo Verde, cuja população é de 500 mil habitantes, também se saiu bem no Index Ibrahim de governança africana, divulgado junto com o prêmio. Os cinco países mais bem posicionados no ranking foram Maurício, Cabo Verde, Botsuana, Seicheles e África do Sul. Nos últimos lugares ficaram Somália, Chade, Zimbábue, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.