57% das executivas negras são as únicas onde trabalham, diz pesquisa


Estudo que ouviu cerca de 300 mulheres foi desenvolvido pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil

Por Gonçalo Junior
Atualização:

Cerca de 57% das mulheres negras que ocupam posições de liderança afirmam ser as únicas nos locais em que trabalham. O dado faz parte da 4ª edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança”, desenvolvida pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

Quase a totalidade (96%) das entrevistadas indica que ainda existe preconceito em colocar mulheres em posições de liderança. As principais barreiras são, na opinião das entrevistadas, o racismo estrutural (52%) e o machismo institucional (48%) e conciliar objetivos com atividades pessoais (43%).

Pesquisa aponta que quase 60% das mulheres negras em posições de liderança são as únicas em seus ambientes de trabalho Foto: Studio Romantic/adobe.stock
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A gestora cultural e empresária Ciça Pereira, de 32 anos, vive a realidade retratada pela pesquisa. Ao lado da também empresária Tainá Campos, ela é sócia fundadora de dois negócios. A Zeferina Produções tem foco em projetos de arte, cultura e música, promovendo impacto sociocultural e empregabilidade de pessoas e artistas pretos. Já o Afrotrampos é uma comunidade de ação afirmativa de oportunidades e capacitação profissional.

“A intenção promover empregabilidade e construção de novas narrativas negras dentro do mercado de trabalho tanto nas artes e na cultura quanto no mercado tradicional. Os dois negócios possuem um braço educacional forte, voltado à formação, sobretudo de mulheres, visando a autonomia financeira e educacional de novas líderes”, afirma.

Dados são alarmantes, mas não surpreendem, diz especialista

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Os dados são alarmantes, mas não chegam a ser totalmente surpreendentes na visão de Verônica Vassalo, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão no Pacto Global da ONU - Rede Brasil. “Ouvir essas líderes para mapear as ausências, as dores, a solidão delas, é o primeiro passo quando nos propusemos a escutá-las. Mas a caminhada é longa”, diz.

A empresária e gestora cultural Ciça Pereira conduz dois negócios voltados à empregabilidade da população preta Foto: Jef Delgado

Priscila Salgado, diretora de Diversidade e Inclusão da 99jobs, destaca o número de participantes da pesquisa. Foram ouvidas 331 mulheres negras, entre coordenadoras (28%), gerentes (28%), supervisoras (12%); diretores (9%); líderes (7%); em posições C-Level (2%) e conselheiras (1%).

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“Existe um número maior de nós nas empresas, um número maior de nós com acesso às pesquisas e com coragem de responder e contribuir. O número de mulheres negras, ainda que em pequenas e médias lideranças, já é um sinal de avanço porque nunca foi sobre ser possível, e sim quando será possível. Eu digo que já é possível”, diz Priscila.

Como aumentar o número de mulheres na liderança

Verônica Vassalo afirma que é fundamental avançar com as metas estabelecidas nos Movimentos “Raça é Prioridade” (alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030) e “Elas Lideram 2030″ (mulheres em pelo menos 50% dos cargos de liderança nas até 2030), ambas do Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

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“Além de metas de inclusão, é crucial desenvolver estratégias eficazes para a permanência, o desenvolvimento e a ascensão de mulheres e pessoas negras/ indígenas nos ambientes de trabalho. Isso inclui reduzir o turnover e garantir que essas pessoas tenham oportunidades justas em um ambiente seguro, inclusivo e equitativo”.

A empresária Adriana Barbosa, de 42 anos, afirma que o primeiro passo é entender que há limites na representação. “A partir daí, é fundamental ter políticas de diversidade e inclusão, com ações afirmativas, metas e compromissos reais; diversificação de canais e práticas de recrutamento, programas de desenvolvimento e mentoria, também promovendo reparação histórica em torno do acesso de pessoas negras ao universo corporativo”, diz fundadora da PretaHub e diretora executiva da entidade.

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“Para ir além do obvio, importante adotar práticas de equidade salarial e de benefícios, cuidar de ter uma cultura organizacional antirracista, um ambiente confortável, saudável e seguro para receber e desenvolver pessoas negras, de forma que elas possam exercer essa liderança a partir da sua identidade negra. E, claro, garantir que elas sejam líderes nos mais diferentes setores da empresa”.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Afrotrampos, startup de ação afirmativa que conecta pessoas em prol da equidade racial no mercado de trabalho.

Cerca de 57% das mulheres negras que ocupam posições de liderança afirmam ser as únicas nos locais em que trabalham. O dado faz parte da 4ª edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança”, desenvolvida pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

Quase a totalidade (96%) das entrevistadas indica que ainda existe preconceito em colocar mulheres em posições de liderança. As principais barreiras são, na opinião das entrevistadas, o racismo estrutural (52%) e o machismo institucional (48%) e conciliar objetivos com atividades pessoais (43%).

Pesquisa aponta que quase 60% das mulheres negras em posições de liderança são as únicas em seus ambientes de trabalho Foto: Studio Romantic/adobe.stock

A gestora cultural e empresária Ciça Pereira, de 32 anos, vive a realidade retratada pela pesquisa. Ao lado da também empresária Tainá Campos, ela é sócia fundadora de dois negócios. A Zeferina Produções tem foco em projetos de arte, cultura e música, promovendo impacto sociocultural e empregabilidade de pessoas e artistas pretos. Já o Afrotrampos é uma comunidade de ação afirmativa de oportunidades e capacitação profissional.

“A intenção promover empregabilidade e construção de novas narrativas negras dentro do mercado de trabalho tanto nas artes e na cultura quanto no mercado tradicional. Os dois negócios possuem um braço educacional forte, voltado à formação, sobretudo de mulheres, visando a autonomia financeira e educacional de novas líderes”, afirma.

Dados são alarmantes, mas não surpreendem, diz especialista

Os dados são alarmantes, mas não chegam a ser totalmente surpreendentes na visão de Verônica Vassalo, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão no Pacto Global da ONU - Rede Brasil. “Ouvir essas líderes para mapear as ausências, as dores, a solidão delas, é o primeiro passo quando nos propusemos a escutá-las. Mas a caminhada é longa”, diz.

A empresária e gestora cultural Ciça Pereira conduz dois negócios voltados à empregabilidade da população preta Foto: Jef Delgado

Priscila Salgado, diretora de Diversidade e Inclusão da 99jobs, destaca o número de participantes da pesquisa. Foram ouvidas 331 mulheres negras, entre coordenadoras (28%), gerentes (28%), supervisoras (12%); diretores (9%); líderes (7%); em posições C-Level (2%) e conselheiras (1%).

“Existe um número maior de nós nas empresas, um número maior de nós com acesso às pesquisas e com coragem de responder e contribuir. O número de mulheres negras, ainda que em pequenas e médias lideranças, já é um sinal de avanço porque nunca foi sobre ser possível, e sim quando será possível. Eu digo que já é possível”, diz Priscila.

Como aumentar o número de mulheres na liderança

Verônica Vassalo afirma que é fundamental avançar com as metas estabelecidas nos Movimentos “Raça é Prioridade” (alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030) e “Elas Lideram 2030″ (mulheres em pelo menos 50% dos cargos de liderança nas até 2030), ambas do Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

“Além de metas de inclusão, é crucial desenvolver estratégias eficazes para a permanência, o desenvolvimento e a ascensão de mulheres e pessoas negras/ indígenas nos ambientes de trabalho. Isso inclui reduzir o turnover e garantir que essas pessoas tenham oportunidades justas em um ambiente seguro, inclusivo e equitativo”.

A empresária Adriana Barbosa, de 42 anos, afirma que o primeiro passo é entender que há limites na representação. “A partir daí, é fundamental ter políticas de diversidade e inclusão, com ações afirmativas, metas e compromissos reais; diversificação de canais e práticas de recrutamento, programas de desenvolvimento e mentoria, também promovendo reparação histórica em torno do acesso de pessoas negras ao universo corporativo”, diz fundadora da PretaHub e diretora executiva da entidade.

“Para ir além do obvio, importante adotar práticas de equidade salarial e de benefícios, cuidar de ter uma cultura organizacional antirracista, um ambiente confortável, saudável e seguro para receber e desenvolver pessoas negras, de forma que elas possam exercer essa liderança a partir da sua identidade negra. E, claro, garantir que elas sejam líderes nos mais diferentes setores da empresa”.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Afrotrampos, startup de ação afirmativa que conecta pessoas em prol da equidade racial no mercado de trabalho.

Cerca de 57% das mulheres negras que ocupam posições de liderança afirmam ser as únicas nos locais em que trabalham. O dado faz parte da 4ª edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança”, desenvolvida pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

Quase a totalidade (96%) das entrevistadas indica que ainda existe preconceito em colocar mulheres em posições de liderança. As principais barreiras são, na opinião das entrevistadas, o racismo estrutural (52%) e o machismo institucional (48%) e conciliar objetivos com atividades pessoais (43%).

Pesquisa aponta que quase 60% das mulheres negras em posições de liderança são as únicas em seus ambientes de trabalho Foto: Studio Romantic/adobe.stock

A gestora cultural e empresária Ciça Pereira, de 32 anos, vive a realidade retratada pela pesquisa. Ao lado da também empresária Tainá Campos, ela é sócia fundadora de dois negócios. A Zeferina Produções tem foco em projetos de arte, cultura e música, promovendo impacto sociocultural e empregabilidade de pessoas e artistas pretos. Já o Afrotrampos é uma comunidade de ação afirmativa de oportunidades e capacitação profissional.

“A intenção promover empregabilidade e construção de novas narrativas negras dentro do mercado de trabalho tanto nas artes e na cultura quanto no mercado tradicional. Os dois negócios possuem um braço educacional forte, voltado à formação, sobretudo de mulheres, visando a autonomia financeira e educacional de novas líderes”, afirma.

Dados são alarmantes, mas não surpreendem, diz especialista

Os dados são alarmantes, mas não chegam a ser totalmente surpreendentes na visão de Verônica Vassalo, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão no Pacto Global da ONU - Rede Brasil. “Ouvir essas líderes para mapear as ausências, as dores, a solidão delas, é o primeiro passo quando nos propusemos a escutá-las. Mas a caminhada é longa”, diz.

A empresária e gestora cultural Ciça Pereira conduz dois negócios voltados à empregabilidade da população preta Foto: Jef Delgado

Priscila Salgado, diretora de Diversidade e Inclusão da 99jobs, destaca o número de participantes da pesquisa. Foram ouvidas 331 mulheres negras, entre coordenadoras (28%), gerentes (28%), supervisoras (12%); diretores (9%); líderes (7%); em posições C-Level (2%) e conselheiras (1%).

“Existe um número maior de nós nas empresas, um número maior de nós com acesso às pesquisas e com coragem de responder e contribuir. O número de mulheres negras, ainda que em pequenas e médias lideranças, já é um sinal de avanço porque nunca foi sobre ser possível, e sim quando será possível. Eu digo que já é possível”, diz Priscila.

Como aumentar o número de mulheres na liderança

Verônica Vassalo afirma que é fundamental avançar com as metas estabelecidas nos Movimentos “Raça é Prioridade” (alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030) e “Elas Lideram 2030″ (mulheres em pelo menos 50% dos cargos de liderança nas até 2030), ambas do Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

“Além de metas de inclusão, é crucial desenvolver estratégias eficazes para a permanência, o desenvolvimento e a ascensão de mulheres e pessoas negras/ indígenas nos ambientes de trabalho. Isso inclui reduzir o turnover e garantir que essas pessoas tenham oportunidades justas em um ambiente seguro, inclusivo e equitativo”.

A empresária Adriana Barbosa, de 42 anos, afirma que o primeiro passo é entender que há limites na representação. “A partir daí, é fundamental ter políticas de diversidade e inclusão, com ações afirmativas, metas e compromissos reais; diversificação de canais e práticas de recrutamento, programas de desenvolvimento e mentoria, também promovendo reparação histórica em torno do acesso de pessoas negras ao universo corporativo”, diz fundadora da PretaHub e diretora executiva da entidade.

“Para ir além do obvio, importante adotar práticas de equidade salarial e de benefícios, cuidar de ter uma cultura organizacional antirracista, um ambiente confortável, saudável e seguro para receber e desenvolver pessoas negras, de forma que elas possam exercer essa liderança a partir da sua identidade negra. E, claro, garantir que elas sejam líderes nos mais diferentes setores da empresa”.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Afrotrampos, startup de ação afirmativa que conecta pessoas em prol da equidade racial no mercado de trabalho.

Cerca de 57% das mulheres negras que ocupam posições de liderança afirmam ser as únicas nos locais em que trabalham. O dado faz parte da 4ª edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança”, desenvolvida pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

Quase a totalidade (96%) das entrevistadas indica que ainda existe preconceito em colocar mulheres em posições de liderança. As principais barreiras são, na opinião das entrevistadas, o racismo estrutural (52%) e o machismo institucional (48%) e conciliar objetivos com atividades pessoais (43%).

Pesquisa aponta que quase 60% das mulheres negras em posições de liderança são as únicas em seus ambientes de trabalho Foto: Studio Romantic/adobe.stock

A gestora cultural e empresária Ciça Pereira, de 32 anos, vive a realidade retratada pela pesquisa. Ao lado da também empresária Tainá Campos, ela é sócia fundadora de dois negócios. A Zeferina Produções tem foco em projetos de arte, cultura e música, promovendo impacto sociocultural e empregabilidade de pessoas e artistas pretos. Já o Afrotrampos é uma comunidade de ação afirmativa de oportunidades e capacitação profissional.

“A intenção promover empregabilidade e construção de novas narrativas negras dentro do mercado de trabalho tanto nas artes e na cultura quanto no mercado tradicional. Os dois negócios possuem um braço educacional forte, voltado à formação, sobretudo de mulheres, visando a autonomia financeira e educacional de novas líderes”, afirma.

Dados são alarmantes, mas não surpreendem, diz especialista

Os dados são alarmantes, mas não chegam a ser totalmente surpreendentes na visão de Verônica Vassalo, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão no Pacto Global da ONU - Rede Brasil. “Ouvir essas líderes para mapear as ausências, as dores, a solidão delas, é o primeiro passo quando nos propusemos a escutá-las. Mas a caminhada é longa”, diz.

A empresária e gestora cultural Ciça Pereira conduz dois negócios voltados à empregabilidade da população preta Foto: Jef Delgado

Priscila Salgado, diretora de Diversidade e Inclusão da 99jobs, destaca o número de participantes da pesquisa. Foram ouvidas 331 mulheres negras, entre coordenadoras (28%), gerentes (28%), supervisoras (12%); diretores (9%); líderes (7%); em posições C-Level (2%) e conselheiras (1%).

“Existe um número maior de nós nas empresas, um número maior de nós com acesso às pesquisas e com coragem de responder e contribuir. O número de mulheres negras, ainda que em pequenas e médias lideranças, já é um sinal de avanço porque nunca foi sobre ser possível, e sim quando será possível. Eu digo que já é possível”, diz Priscila.

Como aumentar o número de mulheres na liderança

Verônica Vassalo afirma que é fundamental avançar com as metas estabelecidas nos Movimentos “Raça é Prioridade” (alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030) e “Elas Lideram 2030″ (mulheres em pelo menos 50% dos cargos de liderança nas até 2030), ambas do Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

“Além de metas de inclusão, é crucial desenvolver estratégias eficazes para a permanência, o desenvolvimento e a ascensão de mulheres e pessoas negras/ indígenas nos ambientes de trabalho. Isso inclui reduzir o turnover e garantir que essas pessoas tenham oportunidades justas em um ambiente seguro, inclusivo e equitativo”.

A empresária Adriana Barbosa, de 42 anos, afirma que o primeiro passo é entender que há limites na representação. “A partir daí, é fundamental ter políticas de diversidade e inclusão, com ações afirmativas, metas e compromissos reais; diversificação de canais e práticas de recrutamento, programas de desenvolvimento e mentoria, também promovendo reparação histórica em torno do acesso de pessoas negras ao universo corporativo”, diz fundadora da PretaHub e diretora executiva da entidade.

“Para ir além do obvio, importante adotar práticas de equidade salarial e de benefícios, cuidar de ter uma cultura organizacional antirracista, um ambiente confortável, saudável e seguro para receber e desenvolver pessoas negras, de forma que elas possam exercer essa liderança a partir da sua identidade negra. E, claro, garantir que elas sejam líderes nos mais diferentes setores da empresa”.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Afrotrampos, startup de ação afirmativa que conecta pessoas em prol da equidade racial no mercado de trabalho.

Cerca de 57% das mulheres negras que ocupam posições de liderança afirmam ser as únicas nos locais em que trabalham. O dado faz parte da 4ª edição da pesquisa “Mulheres Negras na Liderança”, desenvolvida pela 99jobs em parceria com o Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

Quase a totalidade (96%) das entrevistadas indica que ainda existe preconceito em colocar mulheres em posições de liderança. As principais barreiras são, na opinião das entrevistadas, o racismo estrutural (52%) e o machismo institucional (48%) e conciliar objetivos com atividades pessoais (43%).

Pesquisa aponta que quase 60% das mulheres negras em posições de liderança são as únicas em seus ambientes de trabalho Foto: Studio Romantic/adobe.stock

A gestora cultural e empresária Ciça Pereira, de 32 anos, vive a realidade retratada pela pesquisa. Ao lado da também empresária Tainá Campos, ela é sócia fundadora de dois negócios. A Zeferina Produções tem foco em projetos de arte, cultura e música, promovendo impacto sociocultural e empregabilidade de pessoas e artistas pretos. Já o Afrotrampos é uma comunidade de ação afirmativa de oportunidades e capacitação profissional.

“A intenção promover empregabilidade e construção de novas narrativas negras dentro do mercado de trabalho tanto nas artes e na cultura quanto no mercado tradicional. Os dois negócios possuem um braço educacional forte, voltado à formação, sobretudo de mulheres, visando a autonomia financeira e educacional de novas líderes”, afirma.

Dados são alarmantes, mas não surpreendem, diz especialista

Os dados são alarmantes, mas não chegam a ser totalmente surpreendentes na visão de Verônica Vassalo, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão no Pacto Global da ONU - Rede Brasil. “Ouvir essas líderes para mapear as ausências, as dores, a solidão delas, é o primeiro passo quando nos propusemos a escutá-las. Mas a caminhada é longa”, diz.

A empresária e gestora cultural Ciça Pereira conduz dois negócios voltados à empregabilidade da população preta Foto: Jef Delgado

Priscila Salgado, diretora de Diversidade e Inclusão da 99jobs, destaca o número de participantes da pesquisa. Foram ouvidas 331 mulheres negras, entre coordenadoras (28%), gerentes (28%), supervisoras (12%); diretores (9%); líderes (7%); em posições C-Level (2%) e conselheiras (1%).

“Existe um número maior de nós nas empresas, um número maior de nós com acesso às pesquisas e com coragem de responder e contribuir. O número de mulheres negras, ainda que em pequenas e médias lideranças, já é um sinal de avanço porque nunca foi sobre ser possível, e sim quando será possível. Eu digo que já é possível”, diz Priscila.

Como aumentar o número de mulheres na liderança

Verônica Vassalo afirma que é fundamental avançar com as metas estabelecidas nos Movimentos “Raça é Prioridade” (alcançar 1500 empresas comprometidas em ter 50% de pessoas negras em posição de liderança até 2030) e “Elas Lideram 2030″ (mulheres em pelo menos 50% dos cargos de liderança nas até 2030), ambas do Pacto Global da ONU - Rede Brasil.

“Além de metas de inclusão, é crucial desenvolver estratégias eficazes para a permanência, o desenvolvimento e a ascensão de mulheres e pessoas negras/ indígenas nos ambientes de trabalho. Isso inclui reduzir o turnover e garantir que essas pessoas tenham oportunidades justas em um ambiente seguro, inclusivo e equitativo”.

A empresária Adriana Barbosa, de 42 anos, afirma que o primeiro passo é entender que há limites na representação. “A partir daí, é fundamental ter políticas de diversidade e inclusão, com ações afirmativas, metas e compromissos reais; diversificação de canais e práticas de recrutamento, programas de desenvolvimento e mentoria, também promovendo reparação histórica em torno do acesso de pessoas negras ao universo corporativo”, diz fundadora da PretaHub e diretora executiva da entidade.

“Para ir além do obvio, importante adotar práticas de equidade salarial e de benefícios, cuidar de ter uma cultura organizacional antirracista, um ambiente confortável, saudável e seguro para receber e desenvolver pessoas negras, de forma que elas possam exercer essa liderança a partir da sua identidade negra. E, claro, garantir que elas sejam líderes nos mais diferentes setores da empresa”.

* Este conteúdo foi produzido em parceria com a Afrotrampos, startup de ação afirmativa que conecta pessoas em prol da equidade racial no mercado de trabalho.

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