Exército vai ter primeiras PPPs com Forte de Copacabana e zoo da Amazônia; saiba como será


Ponto turístico da zona sul do Rio recebe 650 mil visitantes por ano, e zoo é o segundo lugar mais visitado da capital do Amazonas. BNDES vai formular regras para a licitação.

Por Fabio Grellet

Dois importantes pontos turísticos brasileiros que pertencem ao Exército – o Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus – vão passar a ser administrados pela iniciativa privada, por meio de concessões via parcerias público-privadas (PPPs).

Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, é um espaço que recebe visitantes. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Neste mês, representantes do Exército assinaram dois contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que o banco estruture as licitações dos dois espaços. É a primeira vez que o Exército passa a gestão de toda uma unidade à iniciativa privada.

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O BNDES tem prazo de até três anos para fazer uma avaliação do zoo e do Forte (dentro do qual funciona o Museu Histórico do Exército, também submetido à concessão), identificar serviços necessários de infraestrutura e recomendar modelos para a futura licitação pública. A partir desse estudo, o Exército vai decidir qual dos modelos adotar.

A expectativa é de que as concessões melhorem o atendimento ao público nos dois espaços. No Forte de Copacabana, por exemplo, que cobra R$ 10 pela entrada e só aceita pagamento em dinheiro, é comum haver longas filas na entrada, aos finais de semana e feriados.

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“Os projetos visam a aumentar a eficiência dos serviços prestados à população, fomentando a cultura, o turismo e a consciência ambiental. Além disso, a parceria tem por propósito otimizar as condições de conservação dos ativos, que possuem extrema relevância no contexto social onde se inserem”, diz nota divulgada pelo Exército.

Ideia é explorar ainda mais o potencial turístico do Forte de Copacabana. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Tanto o Forte de Copacabana quanto o Zoo do CIGS são patrimônios nacionais, e agora teremos a oportunidade de torná-los ainda mais atrativos para turistas e moradores aproveitarem todo o seu potencial”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES e representante do banco na assinatura dos contratos.

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O chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Fernandez Nunes, foi quem assinou os contratos em nome da Força. “O Museu Histórico do Exército/Forte Copacabana é uma joia que temos a oferecer à sociedade, mas é um forte. Então, vamos conciliar essa dualidade”, afirmou.

“O Zoológico do CIGS atende às necessidades de conhecimento para que o nosso combatente de selva seja reconhecido como um dos melhores capacitados do mundo, mas também está disponível para as escolas, para pesquisadores, para professores e alunos de várias instituições e para a sociedade em geral”, afirmou.

Embora o prazo para o BNDES seja de até três anos, a expectativa é de que a modelagem seja concluída em um ano e meio. A partir daí será escolhido o modelo de concessão e realizada a licitação. Segundo o Exército, o período das duas concessões deve ficar entre 5 e 35 anos.

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Forte vai fazer 110 anos

O Forte de Copacabana foi inaugurado em 28 de setembro de 1914, seis anos e nove meses após o início de sua construção. Ocupa área de 114 mil m2 e foi idealizado para proteger o Rio de Janeiro, então capital federal, do ataque de forças inimigas que chegassem pelo mar.

No local, hoje divisa entre os bairros de Copacabana e Ipanema, desde o século 16 os portugueses mantinham forças militares para impedir invasões estrangeiras. A invasão mais famosa foi em 1711, quando o Rio foi atacado por uma frota de 17 navios comandada pelo corsário francês René Duguay-Trouin (1673-1736). Um ano antes, outro grupo francês havia sido impedido de invadir a cidade justamente a partir dos fortes instalados em pontos estratégicos.

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Em 1907, a construção do forte foi sugerida ao então presidente Afonso Pena (1847-1909) pelo ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca.

As paredes externas têm 12 metros de espessura e acolhem canhões alemães Krupp, assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias. São dois canhões de 305 mm, capazes de atingir alvos a 23 quilômetros de distância, dois canhões de 190 mm e duas torres de canhões de 75 mm.

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Forte foi criado para proteger Rio de Janeiro de invasões. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A fortaleza tem uma usina a diesel, que no século passado fornecia eletricidade para Copacabana, além de espaços como câmaras de tiro, cozinha, depósito de comida, paiol de munição, alojamento para oficiais e praças, oratório, oficina, telégrafo, observatório, almoxarifado, cisterna de água, banheiros e enfermaria, a maioria deles disponíveis à visitação.

A partir da Cúpula dos Canhões, é possível ver uma das principais paisagens do Rio, com vista para o Morro do Pão de Açúcar e as praias de Copacabana e do Diabo.

O forte foi guarnecido por diversas unidades militares, sendo a última o 3º Grupo de Artilharia de Costa, entre 1934 e 1987. Neste ano foram extintas as Baterias de Artilharia de Costa e o Forte foi transformado em espaço cultural, passando a abrigar também o Museu Histórico do Exército.

Os últimos disparos feitos a partir do Forte, no entanto, ocorreram bem antes de 1987: foram em 11 de novembro de 1955, no episódio conhecido como Novembrada.

Por ordem dos militares legalistas comandados pelo marechal Henrique Teixeira Lott, 12 tiros foram disparados contra o cruzador Tamandaré, que tentava levar Carlos Luz e um grupo de aliados dele até Santos. A embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento, não foi atingida.

Hoje o Forte recebe cerca de 650 mil visitantes por ano (média de 54 mil ao mês) e dispõe de dois restaurantes. Outros atrativos são a vista e o passeio histórico, que inclui um museu cuja reserva técnica abriga 15 mil peças, incluindo uma mecha do cabelo de Napoleão Bonaparte.

Zoo foi criado para apresentar animais da Amazônia

O Zoológico do CIGS foi criado em 1967, devido à necessidade de apresentar aos alunos do então Curso de Guerra na Selva (CGS) os animais comuns na Amazônia. Foi aberto ao público em 1969, com seu acervo bastante aumentado devido a doações dos moradores do entorno.

Em 1999, ele foi ampliado e hoje tem quase 1,2 mil animais, todos da região, e ocupa área de 45 mil m², em sua maior parte vegetação amazônica preservada. É o segundo ponto turístico mais visitado de Manaus, recebendo mais de 100 mil visitantes por ano. Os ingressos custam R$ 20.

Centro de Instrução de Guerra na Selva prepara alunos para atuação na Amazônia. Foto: Sd Justino/Com Soc CIGS

Entre as áreas de visitação estão a Sala Entomológica, o Aquário Amazônico, o Memorial Jorge Teixeira, a Sala de Exposição do Exército Brasileiro e a OCA do Conhecimento Ambiental. É administrado pela Divisão de Veterinária do CIGS. Por estar em meio à floresta, é comum avistar animais de vida livre circulando pelo ambiente, como preguiças, garças, pica-paus e macacos.

O zoo conta também com o Aquário Amazônico, inaugurado em dezembro de 2014, e que reúne cerca de 700 peixes. Destacam-se os peixes de grande porte, como o pirarucu, o tambaqui, o bagre, o jaraqui e a piramboia, uma das espécies amazônicas de peixe pulmonado.

Os peixes ornamentais que mais chamam atenção são os cardinais e os neons tetras, que têm tonalidade fluorescente e se destacam por seu brilho natural. Ambos são espécies endêmicas do Rio Negro.

Após reforma em 2023, os tanques ganharam novas estruturas internas, que simulam o fundo dos rios da Amazônia com água barrenta.

Dois importantes pontos turísticos brasileiros que pertencem ao Exército – o Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus – vão passar a ser administrados pela iniciativa privada, por meio de concessões via parcerias público-privadas (PPPs).

Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, é um espaço que recebe visitantes. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Neste mês, representantes do Exército assinaram dois contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que o banco estruture as licitações dos dois espaços. É a primeira vez que o Exército passa a gestão de toda uma unidade à iniciativa privada.

O BNDES tem prazo de até três anos para fazer uma avaliação do zoo e do Forte (dentro do qual funciona o Museu Histórico do Exército, também submetido à concessão), identificar serviços necessários de infraestrutura e recomendar modelos para a futura licitação pública. A partir desse estudo, o Exército vai decidir qual dos modelos adotar.

A expectativa é de que as concessões melhorem o atendimento ao público nos dois espaços. No Forte de Copacabana, por exemplo, que cobra R$ 10 pela entrada e só aceita pagamento em dinheiro, é comum haver longas filas na entrada, aos finais de semana e feriados.

“Os projetos visam a aumentar a eficiência dos serviços prestados à população, fomentando a cultura, o turismo e a consciência ambiental. Além disso, a parceria tem por propósito otimizar as condições de conservação dos ativos, que possuem extrema relevância no contexto social onde se inserem”, diz nota divulgada pelo Exército.

Ideia é explorar ainda mais o potencial turístico do Forte de Copacabana. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Tanto o Forte de Copacabana quanto o Zoo do CIGS são patrimônios nacionais, e agora teremos a oportunidade de torná-los ainda mais atrativos para turistas e moradores aproveitarem todo o seu potencial”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES e representante do banco na assinatura dos contratos.

O chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Fernandez Nunes, foi quem assinou os contratos em nome da Força. “O Museu Histórico do Exército/Forte Copacabana é uma joia que temos a oferecer à sociedade, mas é um forte. Então, vamos conciliar essa dualidade”, afirmou.

“O Zoológico do CIGS atende às necessidades de conhecimento para que o nosso combatente de selva seja reconhecido como um dos melhores capacitados do mundo, mas também está disponível para as escolas, para pesquisadores, para professores e alunos de várias instituições e para a sociedade em geral”, afirmou.

Embora o prazo para o BNDES seja de até três anos, a expectativa é de que a modelagem seja concluída em um ano e meio. A partir daí será escolhido o modelo de concessão e realizada a licitação. Segundo o Exército, o período das duas concessões deve ficar entre 5 e 35 anos.

Forte vai fazer 110 anos

O Forte de Copacabana foi inaugurado em 28 de setembro de 1914, seis anos e nove meses após o início de sua construção. Ocupa área de 114 mil m2 e foi idealizado para proteger o Rio de Janeiro, então capital federal, do ataque de forças inimigas que chegassem pelo mar.

No local, hoje divisa entre os bairros de Copacabana e Ipanema, desde o século 16 os portugueses mantinham forças militares para impedir invasões estrangeiras. A invasão mais famosa foi em 1711, quando o Rio foi atacado por uma frota de 17 navios comandada pelo corsário francês René Duguay-Trouin (1673-1736). Um ano antes, outro grupo francês havia sido impedido de invadir a cidade justamente a partir dos fortes instalados em pontos estratégicos.

Em 1907, a construção do forte foi sugerida ao então presidente Afonso Pena (1847-1909) pelo ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca.

As paredes externas têm 12 metros de espessura e acolhem canhões alemães Krupp, assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias. São dois canhões de 305 mm, capazes de atingir alvos a 23 quilômetros de distância, dois canhões de 190 mm e duas torres de canhões de 75 mm.

Forte foi criado para proteger Rio de Janeiro de invasões. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A fortaleza tem uma usina a diesel, que no século passado fornecia eletricidade para Copacabana, além de espaços como câmaras de tiro, cozinha, depósito de comida, paiol de munição, alojamento para oficiais e praças, oratório, oficina, telégrafo, observatório, almoxarifado, cisterna de água, banheiros e enfermaria, a maioria deles disponíveis à visitação.

A partir da Cúpula dos Canhões, é possível ver uma das principais paisagens do Rio, com vista para o Morro do Pão de Açúcar e as praias de Copacabana e do Diabo.

O forte foi guarnecido por diversas unidades militares, sendo a última o 3º Grupo de Artilharia de Costa, entre 1934 e 1987. Neste ano foram extintas as Baterias de Artilharia de Costa e o Forte foi transformado em espaço cultural, passando a abrigar também o Museu Histórico do Exército.

Os últimos disparos feitos a partir do Forte, no entanto, ocorreram bem antes de 1987: foram em 11 de novembro de 1955, no episódio conhecido como Novembrada.

Por ordem dos militares legalistas comandados pelo marechal Henrique Teixeira Lott, 12 tiros foram disparados contra o cruzador Tamandaré, que tentava levar Carlos Luz e um grupo de aliados dele até Santos. A embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento, não foi atingida.

Hoje o Forte recebe cerca de 650 mil visitantes por ano (média de 54 mil ao mês) e dispõe de dois restaurantes. Outros atrativos são a vista e o passeio histórico, que inclui um museu cuja reserva técnica abriga 15 mil peças, incluindo uma mecha do cabelo de Napoleão Bonaparte.

Zoo foi criado para apresentar animais da Amazônia

O Zoológico do CIGS foi criado em 1967, devido à necessidade de apresentar aos alunos do então Curso de Guerra na Selva (CGS) os animais comuns na Amazônia. Foi aberto ao público em 1969, com seu acervo bastante aumentado devido a doações dos moradores do entorno.

Em 1999, ele foi ampliado e hoje tem quase 1,2 mil animais, todos da região, e ocupa área de 45 mil m², em sua maior parte vegetação amazônica preservada. É o segundo ponto turístico mais visitado de Manaus, recebendo mais de 100 mil visitantes por ano. Os ingressos custam R$ 20.

Centro de Instrução de Guerra na Selva prepara alunos para atuação na Amazônia. Foto: Sd Justino/Com Soc CIGS

Entre as áreas de visitação estão a Sala Entomológica, o Aquário Amazônico, o Memorial Jorge Teixeira, a Sala de Exposição do Exército Brasileiro e a OCA do Conhecimento Ambiental. É administrado pela Divisão de Veterinária do CIGS. Por estar em meio à floresta, é comum avistar animais de vida livre circulando pelo ambiente, como preguiças, garças, pica-paus e macacos.

O zoo conta também com o Aquário Amazônico, inaugurado em dezembro de 2014, e que reúne cerca de 700 peixes. Destacam-se os peixes de grande porte, como o pirarucu, o tambaqui, o bagre, o jaraqui e a piramboia, uma das espécies amazônicas de peixe pulmonado.

Os peixes ornamentais que mais chamam atenção são os cardinais e os neons tetras, que têm tonalidade fluorescente e se destacam por seu brilho natural. Ambos são espécies endêmicas do Rio Negro.

Após reforma em 2023, os tanques ganharam novas estruturas internas, que simulam o fundo dos rios da Amazônia com água barrenta.

Dois importantes pontos turísticos brasileiros que pertencem ao Exército – o Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus – vão passar a ser administrados pela iniciativa privada, por meio de concessões via parcerias público-privadas (PPPs).

Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, é um espaço que recebe visitantes. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Neste mês, representantes do Exército assinaram dois contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que o banco estruture as licitações dos dois espaços. É a primeira vez que o Exército passa a gestão de toda uma unidade à iniciativa privada.

O BNDES tem prazo de até três anos para fazer uma avaliação do zoo e do Forte (dentro do qual funciona o Museu Histórico do Exército, também submetido à concessão), identificar serviços necessários de infraestrutura e recomendar modelos para a futura licitação pública. A partir desse estudo, o Exército vai decidir qual dos modelos adotar.

A expectativa é de que as concessões melhorem o atendimento ao público nos dois espaços. No Forte de Copacabana, por exemplo, que cobra R$ 10 pela entrada e só aceita pagamento em dinheiro, é comum haver longas filas na entrada, aos finais de semana e feriados.

“Os projetos visam a aumentar a eficiência dos serviços prestados à população, fomentando a cultura, o turismo e a consciência ambiental. Além disso, a parceria tem por propósito otimizar as condições de conservação dos ativos, que possuem extrema relevância no contexto social onde se inserem”, diz nota divulgada pelo Exército.

Ideia é explorar ainda mais o potencial turístico do Forte de Copacabana. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Tanto o Forte de Copacabana quanto o Zoo do CIGS são patrimônios nacionais, e agora teremos a oportunidade de torná-los ainda mais atrativos para turistas e moradores aproveitarem todo o seu potencial”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES e representante do banco na assinatura dos contratos.

O chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Fernandez Nunes, foi quem assinou os contratos em nome da Força. “O Museu Histórico do Exército/Forte Copacabana é uma joia que temos a oferecer à sociedade, mas é um forte. Então, vamos conciliar essa dualidade”, afirmou.

“O Zoológico do CIGS atende às necessidades de conhecimento para que o nosso combatente de selva seja reconhecido como um dos melhores capacitados do mundo, mas também está disponível para as escolas, para pesquisadores, para professores e alunos de várias instituições e para a sociedade em geral”, afirmou.

Embora o prazo para o BNDES seja de até três anos, a expectativa é de que a modelagem seja concluída em um ano e meio. A partir daí será escolhido o modelo de concessão e realizada a licitação. Segundo o Exército, o período das duas concessões deve ficar entre 5 e 35 anos.

Forte vai fazer 110 anos

O Forte de Copacabana foi inaugurado em 28 de setembro de 1914, seis anos e nove meses após o início de sua construção. Ocupa área de 114 mil m2 e foi idealizado para proteger o Rio de Janeiro, então capital federal, do ataque de forças inimigas que chegassem pelo mar.

No local, hoje divisa entre os bairros de Copacabana e Ipanema, desde o século 16 os portugueses mantinham forças militares para impedir invasões estrangeiras. A invasão mais famosa foi em 1711, quando o Rio foi atacado por uma frota de 17 navios comandada pelo corsário francês René Duguay-Trouin (1673-1736). Um ano antes, outro grupo francês havia sido impedido de invadir a cidade justamente a partir dos fortes instalados em pontos estratégicos.

Em 1907, a construção do forte foi sugerida ao então presidente Afonso Pena (1847-1909) pelo ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca.

As paredes externas têm 12 metros de espessura e acolhem canhões alemães Krupp, assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias. São dois canhões de 305 mm, capazes de atingir alvos a 23 quilômetros de distância, dois canhões de 190 mm e duas torres de canhões de 75 mm.

Forte foi criado para proteger Rio de Janeiro de invasões. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A fortaleza tem uma usina a diesel, que no século passado fornecia eletricidade para Copacabana, além de espaços como câmaras de tiro, cozinha, depósito de comida, paiol de munição, alojamento para oficiais e praças, oratório, oficina, telégrafo, observatório, almoxarifado, cisterna de água, banheiros e enfermaria, a maioria deles disponíveis à visitação.

A partir da Cúpula dos Canhões, é possível ver uma das principais paisagens do Rio, com vista para o Morro do Pão de Açúcar e as praias de Copacabana e do Diabo.

O forte foi guarnecido por diversas unidades militares, sendo a última o 3º Grupo de Artilharia de Costa, entre 1934 e 1987. Neste ano foram extintas as Baterias de Artilharia de Costa e o Forte foi transformado em espaço cultural, passando a abrigar também o Museu Histórico do Exército.

Os últimos disparos feitos a partir do Forte, no entanto, ocorreram bem antes de 1987: foram em 11 de novembro de 1955, no episódio conhecido como Novembrada.

Por ordem dos militares legalistas comandados pelo marechal Henrique Teixeira Lott, 12 tiros foram disparados contra o cruzador Tamandaré, que tentava levar Carlos Luz e um grupo de aliados dele até Santos. A embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento, não foi atingida.

Hoje o Forte recebe cerca de 650 mil visitantes por ano (média de 54 mil ao mês) e dispõe de dois restaurantes. Outros atrativos são a vista e o passeio histórico, que inclui um museu cuja reserva técnica abriga 15 mil peças, incluindo uma mecha do cabelo de Napoleão Bonaparte.

Zoo foi criado para apresentar animais da Amazônia

O Zoológico do CIGS foi criado em 1967, devido à necessidade de apresentar aos alunos do então Curso de Guerra na Selva (CGS) os animais comuns na Amazônia. Foi aberto ao público em 1969, com seu acervo bastante aumentado devido a doações dos moradores do entorno.

Em 1999, ele foi ampliado e hoje tem quase 1,2 mil animais, todos da região, e ocupa área de 45 mil m², em sua maior parte vegetação amazônica preservada. É o segundo ponto turístico mais visitado de Manaus, recebendo mais de 100 mil visitantes por ano. Os ingressos custam R$ 20.

Centro de Instrução de Guerra na Selva prepara alunos para atuação na Amazônia. Foto: Sd Justino/Com Soc CIGS

Entre as áreas de visitação estão a Sala Entomológica, o Aquário Amazônico, o Memorial Jorge Teixeira, a Sala de Exposição do Exército Brasileiro e a OCA do Conhecimento Ambiental. É administrado pela Divisão de Veterinária do CIGS. Por estar em meio à floresta, é comum avistar animais de vida livre circulando pelo ambiente, como preguiças, garças, pica-paus e macacos.

O zoo conta também com o Aquário Amazônico, inaugurado em dezembro de 2014, e que reúne cerca de 700 peixes. Destacam-se os peixes de grande porte, como o pirarucu, o tambaqui, o bagre, o jaraqui e a piramboia, uma das espécies amazônicas de peixe pulmonado.

Os peixes ornamentais que mais chamam atenção são os cardinais e os neons tetras, que têm tonalidade fluorescente e se destacam por seu brilho natural. Ambos são espécies endêmicas do Rio Negro.

Após reforma em 2023, os tanques ganharam novas estruturas internas, que simulam o fundo dos rios da Amazônia com água barrenta.

Dois importantes pontos turísticos brasileiros que pertencem ao Exército – o Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus – vão passar a ser administrados pela iniciativa privada, por meio de concessões via parcerias público-privadas (PPPs).

Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, é um espaço que recebe visitantes. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Neste mês, representantes do Exército assinaram dois contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que o banco estruture as licitações dos dois espaços. É a primeira vez que o Exército passa a gestão de toda uma unidade à iniciativa privada.

O BNDES tem prazo de até três anos para fazer uma avaliação do zoo e do Forte (dentro do qual funciona o Museu Histórico do Exército, também submetido à concessão), identificar serviços necessários de infraestrutura e recomendar modelos para a futura licitação pública. A partir desse estudo, o Exército vai decidir qual dos modelos adotar.

A expectativa é de que as concessões melhorem o atendimento ao público nos dois espaços. No Forte de Copacabana, por exemplo, que cobra R$ 10 pela entrada e só aceita pagamento em dinheiro, é comum haver longas filas na entrada, aos finais de semana e feriados.

“Os projetos visam a aumentar a eficiência dos serviços prestados à população, fomentando a cultura, o turismo e a consciência ambiental. Além disso, a parceria tem por propósito otimizar as condições de conservação dos ativos, que possuem extrema relevância no contexto social onde se inserem”, diz nota divulgada pelo Exército.

Ideia é explorar ainda mais o potencial turístico do Forte de Copacabana. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Tanto o Forte de Copacabana quanto o Zoo do CIGS são patrimônios nacionais, e agora teremos a oportunidade de torná-los ainda mais atrativos para turistas e moradores aproveitarem todo o seu potencial”, afirmou Nelson Barbosa, diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional do BNDES e representante do banco na assinatura dos contratos.

O chefe do Estado Maior do Exército, general Richard Fernandez Nunes, foi quem assinou os contratos em nome da Força. “O Museu Histórico do Exército/Forte Copacabana é uma joia que temos a oferecer à sociedade, mas é um forte. Então, vamos conciliar essa dualidade”, afirmou.

“O Zoológico do CIGS atende às necessidades de conhecimento para que o nosso combatente de selva seja reconhecido como um dos melhores capacitados do mundo, mas também está disponível para as escolas, para pesquisadores, para professores e alunos de várias instituições e para a sociedade em geral”, afirmou.

Embora o prazo para o BNDES seja de até três anos, a expectativa é de que a modelagem seja concluída em um ano e meio. A partir daí será escolhido o modelo de concessão e realizada a licitação. Segundo o Exército, o período das duas concessões deve ficar entre 5 e 35 anos.

Forte vai fazer 110 anos

O Forte de Copacabana foi inaugurado em 28 de setembro de 1914, seis anos e nove meses após o início de sua construção. Ocupa área de 114 mil m2 e foi idealizado para proteger o Rio de Janeiro, então capital federal, do ataque de forças inimigas que chegassem pelo mar.

No local, hoje divisa entre os bairros de Copacabana e Ipanema, desde o século 16 os portugueses mantinham forças militares para impedir invasões estrangeiras. A invasão mais famosa foi em 1711, quando o Rio foi atacado por uma frota de 17 navios comandada pelo corsário francês René Duguay-Trouin (1673-1736). Um ano antes, outro grupo francês havia sido impedido de invadir a cidade justamente a partir dos fortes instalados em pontos estratégicos.

Em 1907, a construção do forte foi sugerida ao então presidente Afonso Pena (1847-1909) pelo ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca.

As paredes externas têm 12 metros de espessura e acolhem canhões alemães Krupp, assentados em cúpulas encouraçadas e giratórias. São dois canhões de 305 mm, capazes de atingir alvos a 23 quilômetros de distância, dois canhões de 190 mm e duas torres de canhões de 75 mm.

Forte foi criado para proteger Rio de Janeiro de invasões. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A fortaleza tem uma usina a diesel, que no século passado fornecia eletricidade para Copacabana, além de espaços como câmaras de tiro, cozinha, depósito de comida, paiol de munição, alojamento para oficiais e praças, oratório, oficina, telégrafo, observatório, almoxarifado, cisterna de água, banheiros e enfermaria, a maioria deles disponíveis à visitação.

A partir da Cúpula dos Canhões, é possível ver uma das principais paisagens do Rio, com vista para o Morro do Pão de Açúcar e as praias de Copacabana e do Diabo.

O forte foi guarnecido por diversas unidades militares, sendo a última o 3º Grupo de Artilharia de Costa, entre 1934 e 1987. Neste ano foram extintas as Baterias de Artilharia de Costa e o Forte foi transformado em espaço cultural, passando a abrigar também o Museu Histórico do Exército.

Os últimos disparos feitos a partir do Forte, no entanto, ocorreram bem antes de 1987: foram em 11 de novembro de 1955, no episódio conhecido como Novembrada.

Por ordem dos militares legalistas comandados pelo marechal Henrique Teixeira Lott, 12 tiros foram disparados contra o cruzador Tamandaré, que tentava levar Carlos Luz e um grupo de aliados dele até Santos. A embarcação, que estava desarmada e com apenas uma hélice em funcionamento, não foi atingida.

Hoje o Forte recebe cerca de 650 mil visitantes por ano (média de 54 mil ao mês) e dispõe de dois restaurantes. Outros atrativos são a vista e o passeio histórico, que inclui um museu cuja reserva técnica abriga 15 mil peças, incluindo uma mecha do cabelo de Napoleão Bonaparte.

Zoo foi criado para apresentar animais da Amazônia

O Zoológico do CIGS foi criado em 1967, devido à necessidade de apresentar aos alunos do então Curso de Guerra na Selva (CGS) os animais comuns na Amazônia. Foi aberto ao público em 1969, com seu acervo bastante aumentado devido a doações dos moradores do entorno.

Em 1999, ele foi ampliado e hoje tem quase 1,2 mil animais, todos da região, e ocupa área de 45 mil m², em sua maior parte vegetação amazônica preservada. É o segundo ponto turístico mais visitado de Manaus, recebendo mais de 100 mil visitantes por ano. Os ingressos custam R$ 20.

Centro de Instrução de Guerra na Selva prepara alunos para atuação na Amazônia. Foto: Sd Justino/Com Soc CIGS

Entre as áreas de visitação estão a Sala Entomológica, o Aquário Amazônico, o Memorial Jorge Teixeira, a Sala de Exposição do Exército Brasileiro e a OCA do Conhecimento Ambiental. É administrado pela Divisão de Veterinária do CIGS. Por estar em meio à floresta, é comum avistar animais de vida livre circulando pelo ambiente, como preguiças, garças, pica-paus e macacos.

O zoo conta também com o Aquário Amazônico, inaugurado em dezembro de 2014, e que reúne cerca de 700 peixes. Destacam-se os peixes de grande porte, como o pirarucu, o tambaqui, o bagre, o jaraqui e a piramboia, uma das espécies amazônicas de peixe pulmonado.

Os peixes ornamentais que mais chamam atenção são os cardinais e os neons tetras, que têm tonalidade fluorescente e se destacam por seu brilho natural. Ambos são espécies endêmicas do Rio Negro.

Após reforma em 2023, os tanques ganharam novas estruturas internas, que simulam o fundo dos rios da Amazônia com água barrenta.

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