Família de Flordelis era dividida em ‘facções’, diz policial ao depor no julgamento


Segundo o agente, um grupo ajudou a planejar o assassinato de Anderson do Carmo, outro denunciou o crime; defesa de ex-deputada diz que pastor abusava sexualmente da mulher e das filhas

Por Rayanderson Guerra e Fabio Grellet
Atualização:

RIO - O policial civil Tiago Vaz de Souza, testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O agente diz ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.

“Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, afirmou o policial no segundo dia do julgamento.

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Vaz participou da equipe do delegado Allan Duarte. Os policiais concluíram a investigação do assassinato de Anderson do Carmo na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Segundo o policial, “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis.

Julgamento de Flordelis e outros membros da família começou na segunda-feira, 7, em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”, disse.

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O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a “primeira geração”, que acompanhavam desde o início Anderson e Flordelis.

Defesa diz que crime ocorreu após abusos físicos e sexuais

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A advogada Janira Rocha, que defende a ex-deputada Flordelis, afirmou que os depoimentos das testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico por parte de Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da ex-deputada afirmou ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

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Vaz disse desconhecer os casos de assédio. Segundo ele, Flordelis não relatou em depoimento nenhum tipo de coação, agressão ou abuso por parte de Anderson.

“Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

Manicure

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Filho afetivo de Flordelis, Alexsander Felipe Matos Mendes, segunda testemunha da acusação ouvida nesta terça-feira no julgamento dos réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, disse que a ex-deputada e pastora evangélica tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. De acordo com o Ministério Público, Flordelis foi a mandante do crime.

Em depoimento por videoconferência, Alexsander afirmou aos promotores que Flordelis chegou a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do enterro do pastor.

“Ela sorriu pra mim e falou: “Acabou”. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Eu não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: “Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas”, relatou Alexsander.

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Segundo Alexsander, tratado por Flordelis como Luan desde os 15 anos, Simone dos Santos Rodrigues avisou Flordelis de que ela tinha “a unha marcada para a terça-feira”, dia seguinte ao sepultamento de Anderson.

Alexsander contou ainda que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado “aquilo que está lá”, possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.

Flordelis no enterro de Anderson do Carmo: manicure no dia seguinte Foto: Wilton Júnior/Estadão

“A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: “procura saber”. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: “só apaga aquilo que está lá”, disse.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes. Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

RIO - O policial civil Tiago Vaz de Souza, testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O agente diz ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.

“Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, afirmou o policial no segundo dia do julgamento.

Vaz participou da equipe do delegado Allan Duarte. Os policiais concluíram a investigação do assassinato de Anderson do Carmo na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Segundo o policial, “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis.

Julgamento de Flordelis e outros membros da família começou na segunda-feira, 7, em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”, disse.

O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a “primeira geração”, que acompanhavam desde o início Anderson e Flordelis.

Defesa diz que crime ocorreu após abusos físicos e sexuais

A advogada Janira Rocha, que defende a ex-deputada Flordelis, afirmou que os depoimentos das testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico por parte de Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da ex-deputada afirmou ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

Vaz disse desconhecer os casos de assédio. Segundo ele, Flordelis não relatou em depoimento nenhum tipo de coação, agressão ou abuso por parte de Anderson.

“Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

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Filho afetivo de Flordelis, Alexsander Felipe Matos Mendes, segunda testemunha da acusação ouvida nesta terça-feira no julgamento dos réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, disse que a ex-deputada e pastora evangélica tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. De acordo com o Ministério Público, Flordelis foi a mandante do crime.

Em depoimento por videoconferência, Alexsander afirmou aos promotores que Flordelis chegou a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do enterro do pastor.

“Ela sorriu pra mim e falou: “Acabou”. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Eu não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: “Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas”, relatou Alexsander.

Segundo Alexsander, tratado por Flordelis como Luan desde os 15 anos, Simone dos Santos Rodrigues avisou Flordelis de que ela tinha “a unha marcada para a terça-feira”, dia seguinte ao sepultamento de Anderson.

Alexsander contou ainda que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado “aquilo que está lá”, possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.

Flordelis no enterro de Anderson do Carmo: manicure no dia seguinte Foto: Wilton Júnior/Estadão

“A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: “procura saber”. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: “só apaga aquilo que está lá”, disse.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes. Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

RIO - O policial civil Tiago Vaz de Souza, testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O agente diz ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.

“Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, afirmou o policial no segundo dia do julgamento.

Vaz participou da equipe do delegado Allan Duarte. Os policiais concluíram a investigação do assassinato de Anderson do Carmo na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Segundo o policial, “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis.

Julgamento de Flordelis e outros membros da família começou na segunda-feira, 7, em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”, disse.

O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a “primeira geração”, que acompanhavam desde o início Anderson e Flordelis.

Defesa diz que crime ocorreu após abusos físicos e sexuais

A advogada Janira Rocha, que defende a ex-deputada Flordelis, afirmou que os depoimentos das testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico por parte de Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da ex-deputada afirmou ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

Vaz disse desconhecer os casos de assédio. Segundo ele, Flordelis não relatou em depoimento nenhum tipo de coação, agressão ou abuso por parte de Anderson.

“Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

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Filho afetivo de Flordelis, Alexsander Felipe Matos Mendes, segunda testemunha da acusação ouvida nesta terça-feira no julgamento dos réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, disse que a ex-deputada e pastora evangélica tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. De acordo com o Ministério Público, Flordelis foi a mandante do crime.

Em depoimento por videoconferência, Alexsander afirmou aos promotores que Flordelis chegou a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do enterro do pastor.

“Ela sorriu pra mim e falou: “Acabou”. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Eu não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: “Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas”, relatou Alexsander.

Segundo Alexsander, tratado por Flordelis como Luan desde os 15 anos, Simone dos Santos Rodrigues avisou Flordelis de que ela tinha “a unha marcada para a terça-feira”, dia seguinte ao sepultamento de Anderson.

Alexsander contou ainda que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado “aquilo que está lá”, possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.

Flordelis no enterro de Anderson do Carmo: manicure no dia seguinte Foto: Wilton Júnior/Estadão

“A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: “procura saber”. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: “só apaga aquilo que está lá”, disse.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes. Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

RIO - O policial civil Tiago Vaz de Souza, testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O agente diz ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.

“Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, afirmou o policial no segundo dia do julgamento.

Vaz participou da equipe do delegado Allan Duarte. Os policiais concluíram a investigação do assassinato de Anderson do Carmo na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Segundo o policial, “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis.

Julgamento de Flordelis e outros membros da família começou na segunda-feira, 7, em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”, disse.

O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a “primeira geração”, que acompanhavam desde o início Anderson e Flordelis.

Defesa diz que crime ocorreu após abusos físicos e sexuais

A advogada Janira Rocha, que defende a ex-deputada Flordelis, afirmou que os depoimentos das testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico por parte de Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da ex-deputada afirmou ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

Vaz disse desconhecer os casos de assédio. Segundo ele, Flordelis não relatou em depoimento nenhum tipo de coação, agressão ou abuso por parte de Anderson.

“Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

Manicure

Filho afetivo de Flordelis, Alexsander Felipe Matos Mendes, segunda testemunha da acusação ouvida nesta terça-feira no julgamento dos réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, disse que a ex-deputada e pastora evangélica tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. De acordo com o Ministério Público, Flordelis foi a mandante do crime.

Em depoimento por videoconferência, Alexsander afirmou aos promotores que Flordelis chegou a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do enterro do pastor.

“Ela sorriu pra mim e falou: “Acabou”. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Eu não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: “Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas”, relatou Alexsander.

Segundo Alexsander, tratado por Flordelis como Luan desde os 15 anos, Simone dos Santos Rodrigues avisou Flordelis de que ela tinha “a unha marcada para a terça-feira”, dia seguinte ao sepultamento de Anderson.

Alexsander contou ainda que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado “aquilo que está lá”, possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.

Flordelis no enterro de Anderson do Carmo: manicure no dia seguinte Foto: Wilton Júnior/Estadão

“A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: “procura saber”. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: “só apaga aquilo que está lá”, disse.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes. Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

RIO - O policial civil Tiago Vaz de Souza, testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O agente diz ainda que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso.

“Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, afirmou o policial no segundo dia do julgamento.

Vaz participou da equipe do delegado Allan Duarte. Os policiais concluíram a investigação do assassinato de Anderson do Carmo na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Segundo o policial, “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis.

Julgamento de Flordelis e outros membros da família começou na segunda-feira, 7, em Niterói. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”, disse.

O policial afirmou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a “primeira geração”, que acompanhavam desde o início Anderson e Flordelis.

Defesa diz que crime ocorreu após abusos físicos e sexuais

A advogada Janira Rocha, que defende a ex-deputada Flordelis, afirmou que os depoimentos das testemunhas que serão ouvidas nesta terça-feira devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico por parte de Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da ex-deputada afirmou ainda que Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

Vaz disse desconhecer os casos de assédio. Segundo ele, Flordelis não relatou em depoimento nenhum tipo de coação, agressão ou abuso por parte de Anderson.

“Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

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Filho afetivo de Flordelis, Alexsander Felipe Matos Mendes, segunda testemunha da acusação ouvida nesta terça-feira no julgamento dos réus pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, disse que a ex-deputada e pastora evangélica tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. De acordo com o Ministério Público, Flordelis foi a mandante do crime.

Em depoimento por videoconferência, Alexsander afirmou aos promotores que Flordelis chegou a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do enterro do pastor.

“Ela sorriu pra mim e falou: “Acabou”. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Eu não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: “Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas”, relatou Alexsander.

Segundo Alexsander, tratado por Flordelis como Luan desde os 15 anos, Simone dos Santos Rodrigues avisou Flordelis de que ela tinha “a unha marcada para a terça-feira”, dia seguinte ao sepultamento de Anderson.

Alexsander contou ainda que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado “aquilo que está lá”, possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.

Flordelis no enterro de Anderson do Carmo: manicure no dia seguinte Foto: Wilton Júnior/Estadão

“A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: “procura saber”. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: “só apaga aquilo que está lá”, disse.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes. Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

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