Pesquisa feita pelo Unibanco Seguros em parceria com o Viva Rio, em cinco das maiores favelas do Rio, para descobrir que tipo de seguro interessa aos moradores, revelou que a grande preocupação das pessoas dessas comunidades é saber onde serão enterradas. A maioria das pessoas que vive nas favelas da Maré, Rocinha e Rio das Pedras - as primeiras selecionadas - optou pelo seguro funeral. A partir de março, o seguro começará a ser vendido ao preço médio de R$ 3. Outras duas favelas - Complexo do Alemão e Jacarezinho - não foram beneficiadas, por enquanto. "Num primeiro momento, houve um certo preconceito. Mas no fim, o seguro funeral apareceu como uma necessidade básica. Tem relação com a própria realidade dos moradores, como eles vivenciam a morte de um familiar", diz o coordenador-executivo de desenvolvimento comunitário do Viva Rio, Franklin Coelho. Muitos moradores, segundo Coelho, sentem-se constrangidos em passar listas entre os vizinhos para arrecadar dinheiro para enterrar os parentes. "Vimos que há esta necessidade e eles não têm acesso ao mercado de seguros tradicional, que trabalha com produtos voltados para a alta renda", afirmou Coelho. A parceria entre o Unibanco Seguros e o Viva Rio prevê a formação de 30 agentes de seguros, escolhidos entre os moradores da favelas, para vender os planos. Foi criada também a corretora Viva Rio Seguro, enquanto que o banco ficará responsável pela indenização das apólices. A estimativa é de que sejam fechados 1000 contratos até dezembro. A cobertura, ou seja, o valor que a família recebe para enterrar um parente pode chegar a R$ 1,5 mil. Para Emílio Gomes, gerente da Viva Rio Corretora, a importância da iniciativa é tornar fazer desse público um consumidor de seguro. "Em áreas carentes uma corretora tradicional não tem facilidade de entrada, e o Viva Rio já estava nestas favelas", acrescenta Gomes. Além do seguro funeral, a parceria prevê um seguro de vida, com um custo médio mensal de R$ 6.