Férias de verão com crianças: Veja dicas e cuidados para evitar acidentes


Em 2021, mais de 110 mil crianças foram internadas em razão de acidentes evitáveis no Brasil, como afogamentos e quedas

Por Stéphanie Araujo
Atualização:

O período de férias de verão pede uma praia ou uma piscina e a criançada adora, mas alguns cuidados são essenciais para prevenir acidentes. No começo do mês, Pamela Vitoria de Oliveira Vieira, de 11 anos, morreu após se afogar na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Pamela estava na água com uma amiga, quando uma onda a arrastou para o fundo do mar. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, em decorrência de acidentes, sendo 90% evitáveis por meio de ações comprovadas de prevenção. Os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idades entre zero e 14 anos.

Ainda de acordo com a pesquisa, casos de afogamento tiveram um aumento de 69% nas internações na faixa etária dos 10 a 14 anos de 2020 para 2021. Apesar da redução de 2% nos números gerais, que contemplam de 0 a 14 anos, a pesquisadora especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, afirma que a queda se deve provavelmente ao período da pandemia.

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“A gente veio de dois anos de pandemia, então o número diminuiu. Em contrapartida, as queimaduras tiveram aumento, por causa da utilização de álcool em casa, por exemplo”, diz.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O estudo mostra que as principais razões de acidentes com crianças são as quedas, responsáveis por 44% das ocorrências, seguido por queimaduras, com 19%, e intoxicações, que representam 5%.

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O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Esses acidentes não deveriam acontecer, pelo menos os graves, crianças de até 12 anos não podem estar desassistidas”, afirma.

A partir da conversa com as profissionais, reunimos algumas dicas para que responsáveis saibam como prevenir acidentes ou como devem agir caso aconteçam:

Afogamento

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É preciso que as crianças estejam sempre acompanhadas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, façam o uso de coletes salva-vidas. De acordo com Luci, as boias de braço não são aconselhadas. “Elas não protegem uma criança de afogamento. Aquelas circulares são de alto risco, porque ela pode virar e a criança fica com a cabecinha para baixo, sem conseguir se desvirar na água. Tem que ter um adulto até um braço de distância dessa criança”, alerta.

“Afogamento no mar é ainda mais perigoso e rápido. Ela (a criança) aspira a água e isso inunda toda a árvore respiratória. Se passa 30 segundos ou um minuto, ela já começa a ter uma lesão cerebral”, acrescenta a pediatra.

Além disso, é necessário ficar atento aos baldes, bacias, piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos. Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças de até 4 anos ainda não têm força para se levantar sozinhas ou reagir rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar em locais com água com até 2,5 centímetros de altura.

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Uma dica da especialista Erika Tonelli é ter os números de emergência gravados no telefone, do Corpo de Bombeiros (193) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192), para que se faça um primeiro chamado o quanto antes. Os primeiros socorros nestes casos só devem ser feitos caso os responsáveis tenham algum pré-treinamento. “Às vezes, a pessoa pode não saber o que está fazendo e agravar o quadro”, afirma Erika.

Um curso de primeiros socorros para todos os pais seria o ideal, mas infelizmente a gente ainda não chegou nesse ponto. Como também sabemos da demanda de salva-vidas nesses espaços, então se a pessoa puder fazer, melhor, caso não, deve correr o quanto antes para quem está preparado a prestar socorro”, diz.

Em casa, a piscina deve estar cercada com uma barreira de pelo menos 1,5 metro de altura, que a criança não possa escalar, além de portões com cadeados ou trava de segurança. Para aquelas que moram perto de rios e lagoas, a atenção deve ser redobrada. Também ajuda ensiná-las a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

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Se estiverem fora da cidade onde moram, os pais devem identificar no destino da viagem os locais mais próximos para procurar atendimento, em caso de necessidade.

Insolação e queimaduras de sol

A pediatra Luci explica que, além do protetor solar, existem horários saudáveis para se tomar sol e isso, claro, não muda no período de férias. Ela recomenda estar no sol com as crianças até as 10 horas ou depois das 17 horas, dependendo do local, e também evitar períodos prolongados de exposição.

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“A hipertermia, que é o calor, também pode causar dor de cabeça, mal-estar, enjoo e indisposição pelo aumento da temperatura corporal”, diz. “O mal-estar muitas vezes pode exigir um tratamento médico-hospitalar.”

A médica alerta que, mesmo embaixo do guarda-sol, o perigo existe, já que a areia reflete o raio solar e pode gerar queimaduras de até 2.º grau, com bolhas. Também é necessário o consumo constante de água, “Não serve refrigerante, suco artificial, ou sorvete, o que a criança precisa, e todos nós, é de água”, afirma.

Os cuidados podem proteger tanto da insolação, quanto evitar cânceres de pele causados por exposição prolongada ao sol. Caso haja a insolação, os responsáveis devem garantir a ingestão de bastante água e, para as queimaduras na pele, é preciso procurar um médico. “Começou a ter sintomas que não são habituais, o pediatra é o melhor caminho”, afirma.

Preferencialmente, a criança deve ir ao pediatra antes mesmo de ir à praia ou frequentar a piscina também para definir quais produtos são melhores para a pele, desde protetores solares a possíveis cremes para aliviar a dor em casos de queimaduras do sol.

Criança perdida

Para evitar que a criança se perca na praia ou em outros ambientes durante as férias, a recomendação é o uso de uma pulseira de identificação, com o contato dos pais ou responsáveis, preferencialmente a partir dos 4 anos (as menores podem engolir).

A criança deve ser orientada sobre pontos de referência para que identifique o local onde a família está instalada.

Em algumas praias brasileiras, técnicas como bater palmas caso encontre uma criança perdida são utilizadas. Cabe aos pais também estarem atentos a esse sinal.

Intoxicações

A intoxicação química é uma das principais causas de internações por acidentes em crianças e adolescentes, e por isso é essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.

O perigo não está só no ambiente doméstico. Muitas famílias aproveitam a época para viajar e explorar novos lugares, mas os responsáveis precisam continuar atentos. “É fundamental verificar a segurança do local de hospedagem antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, diz Erika Tonelli.

A pediatra Luci alerta também para a intoxicação alimentar que ocorre principalmente nas praias e indica sempre o uso de uma lancheira com opções das quais se sabe a procedência ou a compra de produtos industrializados de marcas conhecidas.

Quedas

Para quedas, que também são muitos comuns, a dica é evitar que as crianças brinquem próximas a janelas ou sacadas sem proteção. Grades ou redes de segurança são recomendadas.

A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, como ao redor de piscinas, ou em lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras ao redor da piscina que envolvam corridas e pulos devem ser inibidas e, nos parquinhos e brinquedões, também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.

Brinquedos

Em relação aos brinquedos, a organização Aldeias Infantis SOS recomenda que passem por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte o produto.

Também é indicado que se compre somente brinquedos com selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), respeitando a faixa etária indicada.

As medidas de prevenção são formas mais eficientes para evitar que os acidentes ocorram e também podem evitar situações mais graves e até mesmo minimizar contextos de potencial para ferimentos.

O período de férias de verão pede uma praia ou uma piscina e a criançada adora, mas alguns cuidados são essenciais para prevenir acidentes. No começo do mês, Pamela Vitoria de Oliveira Vieira, de 11 anos, morreu após se afogar na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Pamela estava na água com uma amiga, quando uma onda a arrastou para o fundo do mar. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, em decorrência de acidentes, sendo 90% evitáveis por meio de ações comprovadas de prevenção. Os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idades entre zero e 14 anos.

Ainda de acordo com a pesquisa, casos de afogamento tiveram um aumento de 69% nas internações na faixa etária dos 10 a 14 anos de 2020 para 2021. Apesar da redução de 2% nos números gerais, que contemplam de 0 a 14 anos, a pesquisadora especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, afirma que a queda se deve provavelmente ao período da pandemia.

“A gente veio de dois anos de pandemia, então o número diminuiu. Em contrapartida, as queimaduras tiveram aumento, por causa da utilização de álcool em casa, por exemplo”, diz.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O estudo mostra que as principais razões de acidentes com crianças são as quedas, responsáveis por 44% das ocorrências, seguido por queimaduras, com 19%, e intoxicações, que representam 5%.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Esses acidentes não deveriam acontecer, pelo menos os graves, crianças de até 12 anos não podem estar desassistidas”, afirma.

A partir da conversa com as profissionais, reunimos algumas dicas para que responsáveis saibam como prevenir acidentes ou como devem agir caso aconteçam:

Afogamento

É preciso que as crianças estejam sempre acompanhadas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, façam o uso de coletes salva-vidas. De acordo com Luci, as boias de braço não são aconselhadas. “Elas não protegem uma criança de afogamento. Aquelas circulares são de alto risco, porque ela pode virar e a criança fica com a cabecinha para baixo, sem conseguir se desvirar na água. Tem que ter um adulto até um braço de distância dessa criança”, alerta.

“Afogamento no mar é ainda mais perigoso e rápido. Ela (a criança) aspira a água e isso inunda toda a árvore respiratória. Se passa 30 segundos ou um minuto, ela já começa a ter uma lesão cerebral”, acrescenta a pediatra.

Além disso, é necessário ficar atento aos baldes, bacias, piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos. Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças de até 4 anos ainda não têm força para se levantar sozinhas ou reagir rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar em locais com água com até 2,5 centímetros de altura.

Uma dica da especialista Erika Tonelli é ter os números de emergência gravados no telefone, do Corpo de Bombeiros (193) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192), para que se faça um primeiro chamado o quanto antes. Os primeiros socorros nestes casos só devem ser feitos caso os responsáveis tenham algum pré-treinamento. “Às vezes, a pessoa pode não saber o que está fazendo e agravar o quadro”, afirma Erika.

Um curso de primeiros socorros para todos os pais seria o ideal, mas infelizmente a gente ainda não chegou nesse ponto. Como também sabemos da demanda de salva-vidas nesses espaços, então se a pessoa puder fazer, melhor, caso não, deve correr o quanto antes para quem está preparado a prestar socorro”, diz.

Em casa, a piscina deve estar cercada com uma barreira de pelo menos 1,5 metro de altura, que a criança não possa escalar, além de portões com cadeados ou trava de segurança. Para aquelas que moram perto de rios e lagoas, a atenção deve ser redobrada. Também ajuda ensiná-las a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Se estiverem fora da cidade onde moram, os pais devem identificar no destino da viagem os locais mais próximos para procurar atendimento, em caso de necessidade.

Insolação e queimaduras de sol

A pediatra Luci explica que, além do protetor solar, existem horários saudáveis para se tomar sol e isso, claro, não muda no período de férias. Ela recomenda estar no sol com as crianças até as 10 horas ou depois das 17 horas, dependendo do local, e também evitar períodos prolongados de exposição.

“A hipertermia, que é o calor, também pode causar dor de cabeça, mal-estar, enjoo e indisposição pelo aumento da temperatura corporal”, diz. “O mal-estar muitas vezes pode exigir um tratamento médico-hospitalar.”

A médica alerta que, mesmo embaixo do guarda-sol, o perigo existe, já que a areia reflete o raio solar e pode gerar queimaduras de até 2.º grau, com bolhas. Também é necessário o consumo constante de água, “Não serve refrigerante, suco artificial, ou sorvete, o que a criança precisa, e todos nós, é de água”, afirma.

Os cuidados podem proteger tanto da insolação, quanto evitar cânceres de pele causados por exposição prolongada ao sol. Caso haja a insolação, os responsáveis devem garantir a ingestão de bastante água e, para as queimaduras na pele, é preciso procurar um médico. “Começou a ter sintomas que não são habituais, o pediatra é o melhor caminho”, afirma.

Preferencialmente, a criança deve ir ao pediatra antes mesmo de ir à praia ou frequentar a piscina também para definir quais produtos são melhores para a pele, desde protetores solares a possíveis cremes para aliviar a dor em casos de queimaduras do sol.

Criança perdida

Para evitar que a criança se perca na praia ou em outros ambientes durante as férias, a recomendação é o uso de uma pulseira de identificação, com o contato dos pais ou responsáveis, preferencialmente a partir dos 4 anos (as menores podem engolir).

A criança deve ser orientada sobre pontos de referência para que identifique o local onde a família está instalada.

Em algumas praias brasileiras, técnicas como bater palmas caso encontre uma criança perdida são utilizadas. Cabe aos pais também estarem atentos a esse sinal.

Intoxicações

A intoxicação química é uma das principais causas de internações por acidentes em crianças e adolescentes, e por isso é essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.

O perigo não está só no ambiente doméstico. Muitas famílias aproveitam a época para viajar e explorar novos lugares, mas os responsáveis precisam continuar atentos. “É fundamental verificar a segurança do local de hospedagem antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, diz Erika Tonelli.

A pediatra Luci alerta também para a intoxicação alimentar que ocorre principalmente nas praias e indica sempre o uso de uma lancheira com opções das quais se sabe a procedência ou a compra de produtos industrializados de marcas conhecidas.

Quedas

Para quedas, que também são muitos comuns, a dica é evitar que as crianças brinquem próximas a janelas ou sacadas sem proteção. Grades ou redes de segurança são recomendadas.

A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, como ao redor de piscinas, ou em lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras ao redor da piscina que envolvam corridas e pulos devem ser inibidas e, nos parquinhos e brinquedões, também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.

Brinquedos

Em relação aos brinquedos, a organização Aldeias Infantis SOS recomenda que passem por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte o produto.

Também é indicado que se compre somente brinquedos com selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), respeitando a faixa etária indicada.

As medidas de prevenção são formas mais eficientes para evitar que os acidentes ocorram e também podem evitar situações mais graves e até mesmo minimizar contextos de potencial para ferimentos.

O período de férias de verão pede uma praia ou uma piscina e a criançada adora, mas alguns cuidados são essenciais para prevenir acidentes. No começo do mês, Pamela Vitoria de Oliveira Vieira, de 11 anos, morreu após se afogar na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Pamela estava na água com uma amiga, quando uma onda a arrastou para o fundo do mar. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, em decorrência de acidentes, sendo 90% evitáveis por meio de ações comprovadas de prevenção. Os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idades entre zero e 14 anos.

Ainda de acordo com a pesquisa, casos de afogamento tiveram um aumento de 69% nas internações na faixa etária dos 10 a 14 anos de 2020 para 2021. Apesar da redução de 2% nos números gerais, que contemplam de 0 a 14 anos, a pesquisadora especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, afirma que a queda se deve provavelmente ao período da pandemia.

“A gente veio de dois anos de pandemia, então o número diminuiu. Em contrapartida, as queimaduras tiveram aumento, por causa da utilização de álcool em casa, por exemplo”, diz.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O estudo mostra que as principais razões de acidentes com crianças são as quedas, responsáveis por 44% das ocorrências, seguido por queimaduras, com 19%, e intoxicações, que representam 5%.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Esses acidentes não deveriam acontecer, pelo menos os graves, crianças de até 12 anos não podem estar desassistidas”, afirma.

A partir da conversa com as profissionais, reunimos algumas dicas para que responsáveis saibam como prevenir acidentes ou como devem agir caso aconteçam:

Afogamento

É preciso que as crianças estejam sempre acompanhadas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, façam o uso de coletes salva-vidas. De acordo com Luci, as boias de braço não são aconselhadas. “Elas não protegem uma criança de afogamento. Aquelas circulares são de alto risco, porque ela pode virar e a criança fica com a cabecinha para baixo, sem conseguir se desvirar na água. Tem que ter um adulto até um braço de distância dessa criança”, alerta.

“Afogamento no mar é ainda mais perigoso e rápido. Ela (a criança) aspira a água e isso inunda toda a árvore respiratória. Se passa 30 segundos ou um minuto, ela já começa a ter uma lesão cerebral”, acrescenta a pediatra.

Além disso, é necessário ficar atento aos baldes, bacias, piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos. Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças de até 4 anos ainda não têm força para se levantar sozinhas ou reagir rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar em locais com água com até 2,5 centímetros de altura.

Uma dica da especialista Erika Tonelli é ter os números de emergência gravados no telefone, do Corpo de Bombeiros (193) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192), para que se faça um primeiro chamado o quanto antes. Os primeiros socorros nestes casos só devem ser feitos caso os responsáveis tenham algum pré-treinamento. “Às vezes, a pessoa pode não saber o que está fazendo e agravar o quadro”, afirma Erika.

Um curso de primeiros socorros para todos os pais seria o ideal, mas infelizmente a gente ainda não chegou nesse ponto. Como também sabemos da demanda de salva-vidas nesses espaços, então se a pessoa puder fazer, melhor, caso não, deve correr o quanto antes para quem está preparado a prestar socorro”, diz.

Em casa, a piscina deve estar cercada com uma barreira de pelo menos 1,5 metro de altura, que a criança não possa escalar, além de portões com cadeados ou trava de segurança. Para aquelas que moram perto de rios e lagoas, a atenção deve ser redobrada. Também ajuda ensiná-las a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Se estiverem fora da cidade onde moram, os pais devem identificar no destino da viagem os locais mais próximos para procurar atendimento, em caso de necessidade.

Insolação e queimaduras de sol

A pediatra Luci explica que, além do protetor solar, existem horários saudáveis para se tomar sol e isso, claro, não muda no período de férias. Ela recomenda estar no sol com as crianças até as 10 horas ou depois das 17 horas, dependendo do local, e também evitar períodos prolongados de exposição.

“A hipertermia, que é o calor, também pode causar dor de cabeça, mal-estar, enjoo e indisposição pelo aumento da temperatura corporal”, diz. “O mal-estar muitas vezes pode exigir um tratamento médico-hospitalar.”

A médica alerta que, mesmo embaixo do guarda-sol, o perigo existe, já que a areia reflete o raio solar e pode gerar queimaduras de até 2.º grau, com bolhas. Também é necessário o consumo constante de água, “Não serve refrigerante, suco artificial, ou sorvete, o que a criança precisa, e todos nós, é de água”, afirma.

Os cuidados podem proteger tanto da insolação, quanto evitar cânceres de pele causados por exposição prolongada ao sol. Caso haja a insolação, os responsáveis devem garantir a ingestão de bastante água e, para as queimaduras na pele, é preciso procurar um médico. “Começou a ter sintomas que não são habituais, o pediatra é o melhor caminho”, afirma.

Preferencialmente, a criança deve ir ao pediatra antes mesmo de ir à praia ou frequentar a piscina também para definir quais produtos são melhores para a pele, desde protetores solares a possíveis cremes para aliviar a dor em casos de queimaduras do sol.

Criança perdida

Para evitar que a criança se perca na praia ou em outros ambientes durante as férias, a recomendação é o uso de uma pulseira de identificação, com o contato dos pais ou responsáveis, preferencialmente a partir dos 4 anos (as menores podem engolir).

A criança deve ser orientada sobre pontos de referência para que identifique o local onde a família está instalada.

Em algumas praias brasileiras, técnicas como bater palmas caso encontre uma criança perdida são utilizadas. Cabe aos pais também estarem atentos a esse sinal.

Intoxicações

A intoxicação química é uma das principais causas de internações por acidentes em crianças e adolescentes, e por isso é essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.

O perigo não está só no ambiente doméstico. Muitas famílias aproveitam a época para viajar e explorar novos lugares, mas os responsáveis precisam continuar atentos. “É fundamental verificar a segurança do local de hospedagem antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, diz Erika Tonelli.

A pediatra Luci alerta também para a intoxicação alimentar que ocorre principalmente nas praias e indica sempre o uso de uma lancheira com opções das quais se sabe a procedência ou a compra de produtos industrializados de marcas conhecidas.

Quedas

Para quedas, que também são muitos comuns, a dica é evitar que as crianças brinquem próximas a janelas ou sacadas sem proteção. Grades ou redes de segurança são recomendadas.

A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, como ao redor de piscinas, ou em lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras ao redor da piscina que envolvam corridas e pulos devem ser inibidas e, nos parquinhos e brinquedões, também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.

Brinquedos

Em relação aos brinquedos, a organização Aldeias Infantis SOS recomenda que passem por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte o produto.

Também é indicado que se compre somente brinquedos com selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), respeitando a faixa etária indicada.

As medidas de prevenção são formas mais eficientes para evitar que os acidentes ocorram e também podem evitar situações mais graves e até mesmo minimizar contextos de potencial para ferimentos.

O período de férias de verão pede uma praia ou uma piscina e a criançada adora, mas alguns cuidados são essenciais para prevenir acidentes. No começo do mês, Pamela Vitoria de Oliveira Vieira, de 11 anos, morreu após se afogar na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Pamela estava na água com uma amiga, quando uma onda a arrastou para o fundo do mar. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, em decorrência de acidentes, sendo 90% evitáveis por meio de ações comprovadas de prevenção. Os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idades entre zero e 14 anos.

Ainda de acordo com a pesquisa, casos de afogamento tiveram um aumento de 69% nas internações na faixa etária dos 10 a 14 anos de 2020 para 2021. Apesar da redução de 2% nos números gerais, que contemplam de 0 a 14 anos, a pesquisadora especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, afirma que a queda se deve provavelmente ao período da pandemia.

“A gente veio de dois anos de pandemia, então o número diminuiu. Em contrapartida, as queimaduras tiveram aumento, por causa da utilização de álcool em casa, por exemplo”, diz.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O estudo mostra que as principais razões de acidentes com crianças são as quedas, responsáveis por 44% das ocorrências, seguido por queimaduras, com 19%, e intoxicações, que representam 5%.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Esses acidentes não deveriam acontecer, pelo menos os graves, crianças de até 12 anos não podem estar desassistidas”, afirma.

A partir da conversa com as profissionais, reunimos algumas dicas para que responsáveis saibam como prevenir acidentes ou como devem agir caso aconteçam:

Afogamento

É preciso que as crianças estejam sempre acompanhadas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, façam o uso de coletes salva-vidas. De acordo com Luci, as boias de braço não são aconselhadas. “Elas não protegem uma criança de afogamento. Aquelas circulares são de alto risco, porque ela pode virar e a criança fica com a cabecinha para baixo, sem conseguir se desvirar na água. Tem que ter um adulto até um braço de distância dessa criança”, alerta.

“Afogamento no mar é ainda mais perigoso e rápido. Ela (a criança) aspira a água e isso inunda toda a árvore respiratória. Se passa 30 segundos ou um minuto, ela já começa a ter uma lesão cerebral”, acrescenta a pediatra.

Além disso, é necessário ficar atento aos baldes, bacias, piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos. Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças de até 4 anos ainda não têm força para se levantar sozinhas ou reagir rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar em locais com água com até 2,5 centímetros de altura.

Uma dica da especialista Erika Tonelli é ter os números de emergência gravados no telefone, do Corpo de Bombeiros (193) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192), para que se faça um primeiro chamado o quanto antes. Os primeiros socorros nestes casos só devem ser feitos caso os responsáveis tenham algum pré-treinamento. “Às vezes, a pessoa pode não saber o que está fazendo e agravar o quadro”, afirma Erika.

Um curso de primeiros socorros para todos os pais seria o ideal, mas infelizmente a gente ainda não chegou nesse ponto. Como também sabemos da demanda de salva-vidas nesses espaços, então se a pessoa puder fazer, melhor, caso não, deve correr o quanto antes para quem está preparado a prestar socorro”, diz.

Em casa, a piscina deve estar cercada com uma barreira de pelo menos 1,5 metro de altura, que a criança não possa escalar, além de portões com cadeados ou trava de segurança. Para aquelas que moram perto de rios e lagoas, a atenção deve ser redobrada. Também ajuda ensiná-las a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Se estiverem fora da cidade onde moram, os pais devem identificar no destino da viagem os locais mais próximos para procurar atendimento, em caso de necessidade.

Insolação e queimaduras de sol

A pediatra Luci explica que, além do protetor solar, existem horários saudáveis para se tomar sol e isso, claro, não muda no período de férias. Ela recomenda estar no sol com as crianças até as 10 horas ou depois das 17 horas, dependendo do local, e também evitar períodos prolongados de exposição.

“A hipertermia, que é o calor, também pode causar dor de cabeça, mal-estar, enjoo e indisposição pelo aumento da temperatura corporal”, diz. “O mal-estar muitas vezes pode exigir um tratamento médico-hospitalar.”

A médica alerta que, mesmo embaixo do guarda-sol, o perigo existe, já que a areia reflete o raio solar e pode gerar queimaduras de até 2.º grau, com bolhas. Também é necessário o consumo constante de água, “Não serve refrigerante, suco artificial, ou sorvete, o que a criança precisa, e todos nós, é de água”, afirma.

Os cuidados podem proteger tanto da insolação, quanto evitar cânceres de pele causados por exposição prolongada ao sol. Caso haja a insolação, os responsáveis devem garantir a ingestão de bastante água e, para as queimaduras na pele, é preciso procurar um médico. “Começou a ter sintomas que não são habituais, o pediatra é o melhor caminho”, afirma.

Preferencialmente, a criança deve ir ao pediatra antes mesmo de ir à praia ou frequentar a piscina também para definir quais produtos são melhores para a pele, desde protetores solares a possíveis cremes para aliviar a dor em casos de queimaduras do sol.

Criança perdida

Para evitar que a criança se perca na praia ou em outros ambientes durante as férias, a recomendação é o uso de uma pulseira de identificação, com o contato dos pais ou responsáveis, preferencialmente a partir dos 4 anos (as menores podem engolir).

A criança deve ser orientada sobre pontos de referência para que identifique o local onde a família está instalada.

Em algumas praias brasileiras, técnicas como bater palmas caso encontre uma criança perdida são utilizadas. Cabe aos pais também estarem atentos a esse sinal.

Intoxicações

A intoxicação química é uma das principais causas de internações por acidentes em crianças e adolescentes, e por isso é essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.

O perigo não está só no ambiente doméstico. Muitas famílias aproveitam a época para viajar e explorar novos lugares, mas os responsáveis precisam continuar atentos. “É fundamental verificar a segurança do local de hospedagem antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, diz Erika Tonelli.

A pediatra Luci alerta também para a intoxicação alimentar que ocorre principalmente nas praias e indica sempre o uso de uma lancheira com opções das quais se sabe a procedência ou a compra de produtos industrializados de marcas conhecidas.

Quedas

Para quedas, que também são muitos comuns, a dica é evitar que as crianças brinquem próximas a janelas ou sacadas sem proteção. Grades ou redes de segurança são recomendadas.

A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, como ao redor de piscinas, ou em lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras ao redor da piscina que envolvam corridas e pulos devem ser inibidas e, nos parquinhos e brinquedões, também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.

Brinquedos

Em relação aos brinquedos, a organização Aldeias Infantis SOS recomenda que passem por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte o produto.

Também é indicado que se compre somente brinquedos com selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), respeitando a faixa etária indicada.

As medidas de prevenção são formas mais eficientes para evitar que os acidentes ocorram e também podem evitar situações mais graves e até mesmo minimizar contextos de potencial para ferimentos.

O período de férias de verão pede uma praia ou uma piscina e a criançada adora, mas alguns cuidados são essenciais para prevenir acidentes. No começo do mês, Pamela Vitoria de Oliveira Vieira, de 11 anos, morreu após se afogar na Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Pamela estava na água com uma amiga, quando uma onda a arrastou para o fundo do mar. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.

De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, em decorrência de acidentes, sendo 90% evitáveis por meio de ações comprovadas de prevenção. Os afogamentos são a segunda maior causa de morte e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças com idades entre zero e 14 anos.

Ainda de acordo com a pesquisa, casos de afogamento tiveram um aumento de 69% nas internações na faixa etária dos 10 a 14 anos de 2020 para 2021. Apesar da redução de 2% nos números gerais, que contemplam de 0 a 14 anos, a pesquisadora especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, afirma que a queda se deve provavelmente ao período da pandemia.

“A gente veio de dois anos de pandemia, então o número diminuiu. Em contrapartida, as queimaduras tiveram aumento, por causa da utilização de álcool em casa, por exemplo”, diz.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos. Foto: Wilton Junior/Estadão

O estudo mostra que as principais razões de acidentes com crianças são as quedas, responsáveis por 44% das ocorrências, seguido por queimaduras, com 19%, e intoxicações, que representam 5%.

O tempo livre das crianças exige atenção redobrada dos adultos, afirma a pediatra Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Esses acidentes não deveriam acontecer, pelo menos os graves, crianças de até 12 anos não podem estar desassistidas”, afirma.

A partir da conversa com as profissionais, reunimos algumas dicas para que responsáveis saibam como prevenir acidentes ou como devem agir caso aconteçam:

Afogamento

É preciso que as crianças estejam sempre acompanhadas à beira de piscinas, rios ou lagos e, ao entrar na água, façam o uso de coletes salva-vidas. De acordo com Luci, as boias de braço não são aconselhadas. “Elas não protegem uma criança de afogamento. Aquelas circulares são de alto risco, porque ela pode virar e a criança fica com a cabecinha para baixo, sem conseguir se desvirar na água. Tem que ter um adulto até um braço de distância dessa criança”, alerta.

“Afogamento no mar é ainda mais perigoso e rápido. Ela (a criança) aspira a água e isso inunda toda a árvore respiratória. Se passa 30 segundos ou um minuto, ela já começa a ter uma lesão cerebral”, acrescenta a pediatra.

Além disso, é necessário ficar atento aos baldes, bacias, piscinas plásticas, que, mesmo rasos, podem ser perigosos. Por possuírem a cabeça mais pesada que o corpo, crianças de até 4 anos ainda não têm força para se levantar sozinhas ou reagir rapidamente. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar em locais com água com até 2,5 centímetros de altura.

Uma dica da especialista Erika Tonelli é ter os números de emergência gravados no telefone, do Corpo de Bombeiros (193) ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192), para que se faça um primeiro chamado o quanto antes. Os primeiros socorros nestes casos só devem ser feitos caso os responsáveis tenham algum pré-treinamento. “Às vezes, a pessoa pode não saber o que está fazendo e agravar o quadro”, afirma Erika.

Um curso de primeiros socorros para todos os pais seria o ideal, mas infelizmente a gente ainda não chegou nesse ponto. Como também sabemos da demanda de salva-vidas nesses espaços, então se a pessoa puder fazer, melhor, caso não, deve correr o quanto antes para quem está preparado a prestar socorro”, diz.

Em casa, a piscina deve estar cercada com uma barreira de pelo menos 1,5 metro de altura, que a criança não possa escalar, além de portões com cadeados ou trava de segurança. Para aquelas que moram perto de rios e lagoas, a atenção deve ser redobrada. Também ajuda ensiná-las a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas.

Se estiverem fora da cidade onde moram, os pais devem identificar no destino da viagem os locais mais próximos para procurar atendimento, em caso de necessidade.

Insolação e queimaduras de sol

A pediatra Luci explica que, além do protetor solar, existem horários saudáveis para se tomar sol e isso, claro, não muda no período de férias. Ela recomenda estar no sol com as crianças até as 10 horas ou depois das 17 horas, dependendo do local, e também evitar períodos prolongados de exposição.

“A hipertermia, que é o calor, também pode causar dor de cabeça, mal-estar, enjoo e indisposição pelo aumento da temperatura corporal”, diz. “O mal-estar muitas vezes pode exigir um tratamento médico-hospitalar.”

A médica alerta que, mesmo embaixo do guarda-sol, o perigo existe, já que a areia reflete o raio solar e pode gerar queimaduras de até 2.º grau, com bolhas. Também é necessário o consumo constante de água, “Não serve refrigerante, suco artificial, ou sorvete, o que a criança precisa, e todos nós, é de água”, afirma.

Os cuidados podem proteger tanto da insolação, quanto evitar cânceres de pele causados por exposição prolongada ao sol. Caso haja a insolação, os responsáveis devem garantir a ingestão de bastante água e, para as queimaduras na pele, é preciso procurar um médico. “Começou a ter sintomas que não são habituais, o pediatra é o melhor caminho”, afirma.

Preferencialmente, a criança deve ir ao pediatra antes mesmo de ir à praia ou frequentar a piscina também para definir quais produtos são melhores para a pele, desde protetores solares a possíveis cremes para aliviar a dor em casos de queimaduras do sol.

Criança perdida

Para evitar que a criança se perca na praia ou em outros ambientes durante as férias, a recomendação é o uso de uma pulseira de identificação, com o contato dos pais ou responsáveis, preferencialmente a partir dos 4 anos (as menores podem engolir).

A criança deve ser orientada sobre pontos de referência para que identifique o local onde a família está instalada.

Em algumas praias brasileiras, técnicas como bater palmas caso encontre uma criança perdida são utilizadas. Cabe aos pais também estarem atentos a esse sinal.

Intoxicações

A intoxicação química é uma das principais causas de internações por acidentes em crianças e adolescentes, e por isso é essencial manter remédios, produtos de limpeza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças.

O perigo não está só no ambiente doméstico. Muitas famílias aproveitam a época para viajar e explorar novos lugares, mas os responsáveis precisam continuar atentos. “É fundamental verificar a segurança do local de hospedagem antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, diz Erika Tonelli.

A pediatra Luci alerta também para a intoxicação alimentar que ocorre principalmente nas praias e indica sempre o uso de uma lancheira com opções das quais se sabe a procedência ou a compra de produtos industrializados de marcas conhecidas.

Quedas

Para quedas, que também são muitos comuns, a dica é evitar que as crianças brinquem próximas a janelas ou sacadas sem proteção. Grades ou redes de segurança são recomendadas.

A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, como ao redor de piscinas, ou em lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras ao redor da piscina que envolvam corridas e pulos devem ser inibidas e, nos parquinhos e brinquedões, também devem ser supervisionadas para evitar acidentes.

Brinquedos

Em relação aos brinquedos, a organização Aldeias Infantis SOS recomenda que passem por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema que possa causar acidente ou lesão, conserte imediatamente ou descarte o produto.

Também é indicado que se compre somente brinquedos com selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), respeitando a faixa etária indicada.

As medidas de prevenção são formas mais eficientes para evitar que os acidentes ocorram e também podem evitar situações mais graves e até mesmo minimizar contextos de potencial para ferimentos.

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