Como é a ‘Rota do Medo’ até Fernando de Noronha, que tem histórico de naufrágios?


Site feito por especialistas em mergulho mapeia pelo menos 18 barcos afundados na região, a mais de 500 quilômetros da costa de Pernambuco; acidente deixou 4 mortos nesta semana

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Com recorrência de naufrágios antigos e recentes, o trajeto para o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros da costa de Pernambuco, se transforma em uma “Rota do Medo”. O site Informações de Naufrágios - plataforma criada por dois especialistas em mergulho que contabiliza ocorrências desse tipo - cita 18 casos desde o fim do século 19.

Região de Fernando de Noronha concentra formações rochosas. Foto: Plinio Marcos/Adobe Stock

No domingo, 15, o navio Concórdia afundou após sair do Recife em direção ao arquipélago levando 180 toneladas de material de construção e alimentos. Dos dez tripulantes, quatro morreram e um está desaparecido. A causa do acidente é investigada pela Marinha.

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A região de Fernando de Noronha tem histórico de afundamentos de navios desde o período da invasão holandesa ao Recife, em 1630. Na Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros foram atacados na região por submarinos alemães.

Área tem histórico de naufrágios. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

O arquipélago é um dos únicos pontos de apoio na costa brasileira para embarcações que seguem rumo à Europa, mas é uma região com muitos rochedos submersos, como a Cabeça da Sapata.

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Conforme o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho, na região mais próxima ao Recife, muitos rebocadores e navios fora de uso foram afundados também para a formação de recifes artificiais, conforme um projeto do governo pernambucano.

Plataforma contabiliza 18 naufrágios na região. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

Procurada pela reportagem para comentar os riscos do trajeto, a Marinha não falou.

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  • O naufrágio do Concórdia ocorreu a 15 quilômetros de Ponta das Pedras, em Goiana (PE). Quatro tripulantes foram resgatados com vida – estão bem de saúde -, quatro morreram e um está desaparecido.
  • Em junho de 2022, a Marinha registrou o naufrágio do barco Thaís IV, a pouco mais de 100 km de Cabedelo (PB). A embarcação seguia para Fernando de Noronha com oito tripulantes - dois morreram e dois desapareceram no mar.
  • Em 2019, o barco Navegantes afundou no mesmo percurso e, dos dez tripulantes, nove foram resgatados – um nunca foi achado.
  • Em 2017, naufragou o barco Ekos Noronha, mas os seis tripulantes se salvaram.
  • Em 2016 foram dois naufrágios: do navio Navemar XII e da embarcação Além-Mar, sem mortes. Em anos anteriores, afundaram no mesmo percurso as embarcações Independência, Irecema, Dourado, Poty e Da Hora 4, segundo relatórios do Departamento de Inquéritos e Investigações de Acidentes de Navegação da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.

Afundamento de barcos está ligado à história do arquipélago

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Desde o naufrágio da Corveta Ipiranga, da Marinha, em 1983, a rota é considerada de risco. A corveta realizava missão de apoio à guarnição da ilha quando bateu na formação rochosa Cabeça da Sapata e afundou lentamente.

A tripulação foi socorrida por pescadores. Os destroços, que atraem mergulhadores até hoje, estão a 62 metros de profundidade.

O cargueiro Concordia, que afundou nesta semana, submergiu em área próxima dos destroços do vapor Bahia, que naufragou na altura da Ponta das Pedras (PE) em março de 1887. O vapor fazia linhas regulares entre os portos do Nordeste e algumas capitais do Sudeste.

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Navio Concórdia, que afundou no início da semana, levava 180 toneladas de carga. Foto: Reprodução/TV Globo

A embarcação faria escala no Recife quando foi abalroada pelo vapor Pirapama, que navegava em percurso inverso. Mesmo com danos, o Pirapama conseguiu chegar ao porto do Recife com a tripulação a salvo.

O Bahia, que levava mais de 200 pessoas, inclusive o 15º Batalhão do Exército que desembarcaria no Rio, então capital imperial, afundou em 10 minutos, segundo o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho. Mais de 100 pessoas morreram no que até agora é considerado um dos grandes acidentes marítimos brasileiros.

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Os naufrágios estão ligados à descoberta da ilha. Há relatos de que a caravela de Américo Vespúcio, o renomado explorador italiano, naufragou em Noronha em 1503. Mergulhadores e arqueólogos subaquáticos descobriram destroços de navios antigos nas proximidades da ilha e muitos datam do século 16, coincidindo com as expedições de Vespúcio.

Conforme Maurício Carvalho, outra região com alto risco de naufrágios no Brasil é a do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Lins, a 160 km da costa do Maranhão.

O Sistema de Informações de Naufrágios (Sinau) foi desenvolvido por Carvalho em parceria com o analista de sistemas e mergulhador Carlos Arruda Accioly.

Com recorrência de naufrágios antigos e recentes, o trajeto para o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros da costa de Pernambuco, se transforma em uma “Rota do Medo”. O site Informações de Naufrágios - plataforma criada por dois especialistas em mergulho que contabiliza ocorrências desse tipo - cita 18 casos desde o fim do século 19.

Região de Fernando de Noronha concentra formações rochosas. Foto: Plinio Marcos/Adobe Stock

No domingo, 15, o navio Concórdia afundou após sair do Recife em direção ao arquipélago levando 180 toneladas de material de construção e alimentos. Dos dez tripulantes, quatro morreram e um está desaparecido. A causa do acidente é investigada pela Marinha.

A região de Fernando de Noronha tem histórico de afundamentos de navios desde o período da invasão holandesa ao Recife, em 1630. Na Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros foram atacados na região por submarinos alemães.

Área tem histórico de naufrágios. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

O arquipélago é um dos únicos pontos de apoio na costa brasileira para embarcações que seguem rumo à Europa, mas é uma região com muitos rochedos submersos, como a Cabeça da Sapata.

Conforme o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho, na região mais próxima ao Recife, muitos rebocadores e navios fora de uso foram afundados também para a formação de recifes artificiais, conforme um projeto do governo pernambucano.

Plataforma contabiliza 18 naufrágios na região. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

Procurada pela reportagem para comentar os riscos do trajeto, a Marinha não falou.

  • O naufrágio do Concórdia ocorreu a 15 quilômetros de Ponta das Pedras, em Goiana (PE). Quatro tripulantes foram resgatados com vida – estão bem de saúde -, quatro morreram e um está desaparecido.
  • Em junho de 2022, a Marinha registrou o naufrágio do barco Thaís IV, a pouco mais de 100 km de Cabedelo (PB). A embarcação seguia para Fernando de Noronha com oito tripulantes - dois morreram e dois desapareceram no mar.
  • Em 2019, o barco Navegantes afundou no mesmo percurso e, dos dez tripulantes, nove foram resgatados – um nunca foi achado.
  • Em 2017, naufragou o barco Ekos Noronha, mas os seis tripulantes se salvaram.
  • Em 2016 foram dois naufrágios: do navio Navemar XII e da embarcação Além-Mar, sem mortes. Em anos anteriores, afundaram no mesmo percurso as embarcações Independência, Irecema, Dourado, Poty e Da Hora 4, segundo relatórios do Departamento de Inquéritos e Investigações de Acidentes de Navegação da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.

Afundamento de barcos está ligado à história do arquipélago

Desde o naufrágio da Corveta Ipiranga, da Marinha, em 1983, a rota é considerada de risco. A corveta realizava missão de apoio à guarnição da ilha quando bateu na formação rochosa Cabeça da Sapata e afundou lentamente.

A tripulação foi socorrida por pescadores. Os destroços, que atraem mergulhadores até hoje, estão a 62 metros de profundidade.

O cargueiro Concordia, que afundou nesta semana, submergiu em área próxima dos destroços do vapor Bahia, que naufragou na altura da Ponta das Pedras (PE) em março de 1887. O vapor fazia linhas regulares entre os portos do Nordeste e algumas capitais do Sudeste.

Navio Concórdia, que afundou no início da semana, levava 180 toneladas de carga. Foto: Reprodução/TV Globo

A embarcação faria escala no Recife quando foi abalroada pelo vapor Pirapama, que navegava em percurso inverso. Mesmo com danos, o Pirapama conseguiu chegar ao porto do Recife com a tripulação a salvo.

O Bahia, que levava mais de 200 pessoas, inclusive o 15º Batalhão do Exército que desembarcaria no Rio, então capital imperial, afundou em 10 minutos, segundo o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho. Mais de 100 pessoas morreram no que até agora é considerado um dos grandes acidentes marítimos brasileiros.

Os naufrágios estão ligados à descoberta da ilha. Há relatos de que a caravela de Américo Vespúcio, o renomado explorador italiano, naufragou em Noronha em 1503. Mergulhadores e arqueólogos subaquáticos descobriram destroços de navios antigos nas proximidades da ilha e muitos datam do século 16, coincidindo com as expedições de Vespúcio.

Conforme Maurício Carvalho, outra região com alto risco de naufrágios no Brasil é a do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Lins, a 160 km da costa do Maranhão.

O Sistema de Informações de Naufrágios (Sinau) foi desenvolvido por Carvalho em parceria com o analista de sistemas e mergulhador Carlos Arruda Accioly.

Com recorrência de naufrágios antigos e recentes, o trajeto para o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros da costa de Pernambuco, se transforma em uma “Rota do Medo”. O site Informações de Naufrágios - plataforma criada por dois especialistas em mergulho que contabiliza ocorrências desse tipo - cita 18 casos desde o fim do século 19.

Região de Fernando de Noronha concentra formações rochosas. Foto: Plinio Marcos/Adobe Stock

No domingo, 15, o navio Concórdia afundou após sair do Recife em direção ao arquipélago levando 180 toneladas de material de construção e alimentos. Dos dez tripulantes, quatro morreram e um está desaparecido. A causa do acidente é investigada pela Marinha.

A região de Fernando de Noronha tem histórico de afundamentos de navios desde o período da invasão holandesa ao Recife, em 1630. Na Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros foram atacados na região por submarinos alemães.

Área tem histórico de naufrágios. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

O arquipélago é um dos únicos pontos de apoio na costa brasileira para embarcações que seguem rumo à Europa, mas é uma região com muitos rochedos submersos, como a Cabeça da Sapata.

Conforme o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho, na região mais próxima ao Recife, muitos rebocadores e navios fora de uso foram afundados também para a formação de recifes artificiais, conforme um projeto do governo pernambucano.

Plataforma contabiliza 18 naufrágios na região. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

Procurada pela reportagem para comentar os riscos do trajeto, a Marinha não falou.

  • O naufrágio do Concórdia ocorreu a 15 quilômetros de Ponta das Pedras, em Goiana (PE). Quatro tripulantes foram resgatados com vida – estão bem de saúde -, quatro morreram e um está desaparecido.
  • Em junho de 2022, a Marinha registrou o naufrágio do barco Thaís IV, a pouco mais de 100 km de Cabedelo (PB). A embarcação seguia para Fernando de Noronha com oito tripulantes - dois morreram e dois desapareceram no mar.
  • Em 2019, o barco Navegantes afundou no mesmo percurso e, dos dez tripulantes, nove foram resgatados – um nunca foi achado.
  • Em 2017, naufragou o barco Ekos Noronha, mas os seis tripulantes se salvaram.
  • Em 2016 foram dois naufrágios: do navio Navemar XII e da embarcação Além-Mar, sem mortes. Em anos anteriores, afundaram no mesmo percurso as embarcações Independência, Irecema, Dourado, Poty e Da Hora 4, segundo relatórios do Departamento de Inquéritos e Investigações de Acidentes de Navegação da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.

Afundamento de barcos está ligado à história do arquipélago

Desde o naufrágio da Corveta Ipiranga, da Marinha, em 1983, a rota é considerada de risco. A corveta realizava missão de apoio à guarnição da ilha quando bateu na formação rochosa Cabeça da Sapata e afundou lentamente.

A tripulação foi socorrida por pescadores. Os destroços, que atraem mergulhadores até hoje, estão a 62 metros de profundidade.

O cargueiro Concordia, que afundou nesta semana, submergiu em área próxima dos destroços do vapor Bahia, que naufragou na altura da Ponta das Pedras (PE) em março de 1887. O vapor fazia linhas regulares entre os portos do Nordeste e algumas capitais do Sudeste.

Navio Concórdia, que afundou no início da semana, levava 180 toneladas de carga. Foto: Reprodução/TV Globo

A embarcação faria escala no Recife quando foi abalroada pelo vapor Pirapama, que navegava em percurso inverso. Mesmo com danos, o Pirapama conseguiu chegar ao porto do Recife com a tripulação a salvo.

O Bahia, que levava mais de 200 pessoas, inclusive o 15º Batalhão do Exército que desembarcaria no Rio, então capital imperial, afundou em 10 minutos, segundo o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho. Mais de 100 pessoas morreram no que até agora é considerado um dos grandes acidentes marítimos brasileiros.

Os naufrágios estão ligados à descoberta da ilha. Há relatos de que a caravela de Américo Vespúcio, o renomado explorador italiano, naufragou em Noronha em 1503. Mergulhadores e arqueólogos subaquáticos descobriram destroços de navios antigos nas proximidades da ilha e muitos datam do século 16, coincidindo com as expedições de Vespúcio.

Conforme Maurício Carvalho, outra região com alto risco de naufrágios no Brasil é a do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Lins, a 160 km da costa do Maranhão.

O Sistema de Informações de Naufrágios (Sinau) foi desenvolvido por Carvalho em parceria com o analista de sistemas e mergulhador Carlos Arruda Accioly.

Com recorrência de naufrágios antigos e recentes, o trajeto para o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros da costa de Pernambuco, se transforma em uma “Rota do Medo”. O site Informações de Naufrágios - plataforma criada por dois especialistas em mergulho que contabiliza ocorrências desse tipo - cita 18 casos desde o fim do século 19.

Região de Fernando de Noronha concentra formações rochosas. Foto: Plinio Marcos/Adobe Stock

No domingo, 15, o navio Concórdia afundou após sair do Recife em direção ao arquipélago levando 180 toneladas de material de construção e alimentos. Dos dez tripulantes, quatro morreram e um está desaparecido. A causa do acidente é investigada pela Marinha.

A região de Fernando de Noronha tem histórico de afundamentos de navios desde o período da invasão holandesa ao Recife, em 1630. Na Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros foram atacados na região por submarinos alemães.

Área tem histórico de naufrágios. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

O arquipélago é um dos únicos pontos de apoio na costa brasileira para embarcações que seguem rumo à Europa, mas é uma região com muitos rochedos submersos, como a Cabeça da Sapata.

Conforme o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho, na região mais próxima ao Recife, muitos rebocadores e navios fora de uso foram afundados também para a formação de recifes artificiais, conforme um projeto do governo pernambucano.

Plataforma contabiliza 18 naufrágios na região. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

Procurada pela reportagem para comentar os riscos do trajeto, a Marinha não falou.

  • O naufrágio do Concórdia ocorreu a 15 quilômetros de Ponta das Pedras, em Goiana (PE). Quatro tripulantes foram resgatados com vida – estão bem de saúde -, quatro morreram e um está desaparecido.
  • Em junho de 2022, a Marinha registrou o naufrágio do barco Thaís IV, a pouco mais de 100 km de Cabedelo (PB). A embarcação seguia para Fernando de Noronha com oito tripulantes - dois morreram e dois desapareceram no mar.
  • Em 2019, o barco Navegantes afundou no mesmo percurso e, dos dez tripulantes, nove foram resgatados – um nunca foi achado.
  • Em 2017, naufragou o barco Ekos Noronha, mas os seis tripulantes se salvaram.
  • Em 2016 foram dois naufrágios: do navio Navemar XII e da embarcação Além-Mar, sem mortes. Em anos anteriores, afundaram no mesmo percurso as embarcações Independência, Irecema, Dourado, Poty e Da Hora 4, segundo relatórios do Departamento de Inquéritos e Investigações de Acidentes de Navegação da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.

Afundamento de barcos está ligado à história do arquipélago

Desde o naufrágio da Corveta Ipiranga, da Marinha, em 1983, a rota é considerada de risco. A corveta realizava missão de apoio à guarnição da ilha quando bateu na formação rochosa Cabeça da Sapata e afundou lentamente.

A tripulação foi socorrida por pescadores. Os destroços, que atraem mergulhadores até hoje, estão a 62 metros de profundidade.

O cargueiro Concordia, que afundou nesta semana, submergiu em área próxima dos destroços do vapor Bahia, que naufragou na altura da Ponta das Pedras (PE) em março de 1887. O vapor fazia linhas regulares entre os portos do Nordeste e algumas capitais do Sudeste.

Navio Concórdia, que afundou no início da semana, levava 180 toneladas de carga. Foto: Reprodução/TV Globo

A embarcação faria escala no Recife quando foi abalroada pelo vapor Pirapama, que navegava em percurso inverso. Mesmo com danos, o Pirapama conseguiu chegar ao porto do Recife com a tripulação a salvo.

O Bahia, que levava mais de 200 pessoas, inclusive o 15º Batalhão do Exército que desembarcaria no Rio, então capital imperial, afundou em 10 minutos, segundo o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho. Mais de 100 pessoas morreram no que até agora é considerado um dos grandes acidentes marítimos brasileiros.

Os naufrágios estão ligados à descoberta da ilha. Há relatos de que a caravela de Américo Vespúcio, o renomado explorador italiano, naufragou em Noronha em 1503. Mergulhadores e arqueólogos subaquáticos descobriram destroços de navios antigos nas proximidades da ilha e muitos datam do século 16, coincidindo com as expedições de Vespúcio.

Conforme Maurício Carvalho, outra região com alto risco de naufrágios no Brasil é a do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Lins, a 160 km da costa do Maranhão.

O Sistema de Informações de Naufrágios (Sinau) foi desenvolvido por Carvalho em parceria com o analista de sistemas e mergulhador Carlos Arruda Accioly.

Com recorrência de naufrágios antigos e recentes, o trajeto para o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros da costa de Pernambuco, se transforma em uma “Rota do Medo”. O site Informações de Naufrágios - plataforma criada por dois especialistas em mergulho que contabiliza ocorrências desse tipo - cita 18 casos desde o fim do século 19.

Região de Fernando de Noronha concentra formações rochosas. Foto: Plinio Marcos/Adobe Stock

No domingo, 15, o navio Concórdia afundou após sair do Recife em direção ao arquipélago levando 180 toneladas de material de construção e alimentos. Dos dez tripulantes, quatro morreram e um está desaparecido. A causa do acidente é investigada pela Marinha.

A região de Fernando de Noronha tem histórico de afundamentos de navios desde o período da invasão holandesa ao Recife, em 1630. Na Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros foram atacados na região por submarinos alemães.

Área tem histórico de naufrágios. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

O arquipélago é um dos únicos pontos de apoio na costa brasileira para embarcações que seguem rumo à Europa, mas é uma região com muitos rochedos submersos, como a Cabeça da Sapata.

Conforme o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho, na região mais próxima ao Recife, muitos rebocadores e navios fora de uso foram afundados também para a formação de recifes artificiais, conforme um projeto do governo pernambucano.

Plataforma contabiliza 18 naufrágios na região. Foto: Naufrágios do Brasil/Reprodução

Procurada pela reportagem para comentar os riscos do trajeto, a Marinha não falou.

  • O naufrágio do Concórdia ocorreu a 15 quilômetros de Ponta das Pedras, em Goiana (PE). Quatro tripulantes foram resgatados com vida – estão bem de saúde -, quatro morreram e um está desaparecido.
  • Em junho de 2022, a Marinha registrou o naufrágio do barco Thaís IV, a pouco mais de 100 km de Cabedelo (PB). A embarcação seguia para Fernando de Noronha com oito tripulantes - dois morreram e dois desapareceram no mar.
  • Em 2019, o barco Navegantes afundou no mesmo percurso e, dos dez tripulantes, nove foram resgatados – um nunca foi achado.
  • Em 2017, naufragou o barco Ekos Noronha, mas os seis tripulantes se salvaram.
  • Em 2016 foram dois naufrágios: do navio Navemar XII e da embarcação Além-Mar, sem mortes. Em anos anteriores, afundaram no mesmo percurso as embarcações Independência, Irecema, Dourado, Poty e Da Hora 4, segundo relatórios do Departamento de Inquéritos e Investigações de Acidentes de Navegação da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.

Afundamento de barcos está ligado à história do arquipélago

Desde o naufrágio da Corveta Ipiranga, da Marinha, em 1983, a rota é considerada de risco. A corveta realizava missão de apoio à guarnição da ilha quando bateu na formação rochosa Cabeça da Sapata e afundou lentamente.

A tripulação foi socorrida por pescadores. Os destroços, que atraem mergulhadores até hoje, estão a 62 metros de profundidade.

O cargueiro Concordia, que afundou nesta semana, submergiu em área próxima dos destroços do vapor Bahia, que naufragou na altura da Ponta das Pedras (PE) em março de 1887. O vapor fazia linhas regulares entre os portos do Nordeste e algumas capitais do Sudeste.

Navio Concórdia, que afundou no início da semana, levava 180 toneladas de carga. Foto: Reprodução/TV Globo

A embarcação faria escala no Recife quando foi abalroada pelo vapor Pirapama, que navegava em percurso inverso. Mesmo com danos, o Pirapama conseguiu chegar ao porto do Recife com a tripulação a salvo.

O Bahia, que levava mais de 200 pessoas, inclusive o 15º Batalhão do Exército que desembarcaria no Rio, então capital imperial, afundou em 10 minutos, segundo o pesquisador de naufrágios Maurício Carvalho. Mais de 100 pessoas morreram no que até agora é considerado um dos grandes acidentes marítimos brasileiros.

Os naufrágios estão ligados à descoberta da ilha. Há relatos de que a caravela de Américo Vespúcio, o renomado explorador italiano, naufragou em Noronha em 1503. Mergulhadores e arqueólogos subaquáticos descobriram destroços de navios antigos nas proximidades da ilha e muitos datam do século 16, coincidindo com as expedições de Vespúcio.

Conforme Maurício Carvalho, outra região com alto risco de naufrágios no Brasil é a do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Lins, a 160 km da costa do Maranhão.

O Sistema de Informações de Naufrágios (Sinau) foi desenvolvido por Carvalho em parceria com o analista de sistemas e mergulhador Carlos Arruda Accioly.

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