Fóssil explica evolução dos mamíferos


Estudo da ''Science'' descreve parente distante que vivia no sul do País há 260 milhões de anos, era herbívoro e tinha dentes de sabre

Por Alexandre Gonçalves, Elder Ogliari e de Porto Alegre

O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros."(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim."O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.Ocupação antigaA descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP

O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros."(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim."O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.Ocupação antigaA descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP

O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros."(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim."O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.Ocupação antigaA descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP

O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros."(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim."O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.Ocupação antigaA descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP

O Pampa gaúcho abrigou, há 260 milhões de anos, um parente longínquo dos mamíferos. Batizado de Tiarajudens eccentricus, o animal representa o registro mais antigo de uma estrutura dentária sofisticada: com incisivos, molares e caninos. Graças aos diferentes tipos de dentes, ele podia cortar e mastigar alimentos, um luxo que ampliou drasticamente sua dieta.O fóssil de São Gabriel, cidade a 325 quilômetros de Porto Alegre, também surpreendeu os cientistas por exibir caninos em forma de dentes de sabre. O Tiarajudens era herbívoro. O artigo que descreve a descoberta na Science levanta três hipóteses para explicar os caninos de 12 centímetros: manipulação dos alimentos antes de os abocanhar, defesa contra predadores ou uso em disputas com indivíduos da mesma espécie (por fêmeas ou território, por exemplo).Antes do Tiarajudens, a maioria dos animais apresentava dentição semelhante à dos jacarés: dentes pontiagudos especializados em rasgar para engolir. Quase todos se alimentavam de carne ou insetos. O fóssil gaúcho representa uma nova fase.Capazes de mastigar alimentos, os herbívoros mais evoluídos incluíram plantas fibrosas, mais abundantes, à sua dieta. Foi o primeiro passo rumo à hegemonia numérica. Iniciava o cenário, que persiste até hoje, de um ambiente com predomínio de vertebrados herbívoros e um número menor de carnívoros."(O Tiarajudens) é um representante do primeiro ecossistema moderno", sintetiza Juan Carlos Cisneros, salvadorenho da equipe que descobriu o fóssil. Na época, realizava pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Hoje, leciona na Federal do Piauí.Evolução. Cisneros faz questão de frisar que o Tiarajudens não é um dinossauro. "Os dinossauros são répteis", explica. "Este animal não é um réptil." A designação mais correta é sinapsídeo, ramo paralelo ao dos répteis que também tem origem no tronco comum dos anfíbios primitivos.Não há uma linha direta entre o Tiarajudens e os mamíferos atuais. O tronco dos sinapsídeos também se bifurcou inúmeras vezes. O ramo do fóssil gaúcho foi um dos primeiros a se separar da linhagem dos mamíferos.Mesmo assim, por estar muito próximo da raiz na árvore evolutiva dos sinapsídeos, ele é importante para a compreensão da evolução dos mamíferos, afirma Jörg Fröbisch, do Museu de História Natural de Berlim."O mais importante do trabalho não é o animal em si, mas o que ele representa na evolução dos sinapsídeos e, portanto, dos mamíferos", confirma Hussam Zaher, diretor do Museu de Zoologia da USP. Ele recorda que o encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores - a chamada oclusão dentária, uma prerrogativa dos mamíferos - já se insinua no fóssil de São Gabriel.O paleontólogo salvadorenho recorda a primeira visita ao sítio de São Gabriel. "Uma pessoa encontrou um pequeno fóssil na terra, depois outro maior... Por fim, retiramos um bloco de rocha e levamos à universidade para analisar." No laboratório, levaram seis meses para compreender exatamente o que tinham nas mãos.O artigo da Science descreve apenas o crânio - sem a mandíbula, que não foi conservada no fóssil. Mas Cisneros afirma que outras partes do Tiarajudens foram identificadas. "Também achamos materiais importantes de outros animais", avisa Marina Soares, da UFRGS, coautora do artigo.Ocupação antigaA descoberta de 56 ferramentas de pedra no Texas (Estados Unidos), também descrita na revista Science, mostra que os homens já ocupavam a América há 15 mil anos. / AP

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