O G-20, grupo dos maiores países desenvolvidos e em desenvolvimento, vai substituir o G-8 (sete nações mais ricas do mundo e a Rússia) como o principal fórum de cooperação econômico internacional, informou na noite de ontem um alto funcionário da Casa Branca. O anúncio deverá ser feito hoje pelo líderes do grupo e tornará oficial o consenso geral de que o G-20 representa melhor a nova economia global. O G-8 continuará se reunindo, mas com o foco apenas nos países ricos.Durante todo do dia, o grupo buscava um acordo para monitorar os desequilíbrios globais. Apesar das divergências entre europeus e americanos, negociava-se uma versão mais diluída da proposta feita dos Estados Unidos. Com um déficit comercial alto, os americanos querem mecanismos que inibam economias como China e Alemanha de obter superávits tão gigantescos. Alemães e chineses resistem. A chanceler alemã, Angela Merkel, freou a discussão, alegando que essa não era a prioridade da cúpula. "Não se deve buscar temas alternativos que distraiam do ponto central, que é a estabilização dos mercados financeiros." Merkel ressaltou que não há problema em falar dos desequilíbrios, mas não se deve desviar do foco. Os americanos queriam que o Fundo Monetário Internacional (FMI) funcionasse como uma espécie de juiz, monitorando os avanços dos países. Segundo Marcos Galvão, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda que está participando das negociações, os ministros da Fazenda do G-20 vão se reunir periodicamente para discutir a evolução na correção dos desequilíbrios, e o FMI atuará apenas como assessor técnico. O mecanismo incluiria medidas para reduzir o déficit do orçamento dos EUA e aumentar sua taxa de poupança, fazer com que a China dependa menos de suas exportações e mais do mercado interno, e a Europa adotar mudanças estruturais para aumentar a competitividade e os investimentos. Não estão previstas sanções ou penalidades financeiras para quem não cumprir os objetivos. Pela prévia da declaração final do encontro, haverá poucos avanços. O texto fala da importância de os bônus pagos aos altos executivos dos bancos estarem vinculados a metas de longo prazo, como defendem os EUA, mas não estabelece um teto específico, como havia sugerido o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Os grupos também vão usar o relatório do Conselho de Estabilidade Financeira sobre regulamentação. O relatório sugere que os bônus tenham de ser devolvidos, caso o banco passe a ter prejuízos. O documento pede que um acordo internacional sobre o tema seja assinado antes do fim do ano. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS