Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Eu sem você, Olimpíada


Olimpíada, me devolve esse País que você insinuou. Quero mais desse seminude de civilização enviado por você

Por Gilberto Amendola

O que vai ser da minha vida sem você, Olimpíada. Você que me roubou o sono, que me fez chorar e quebrar o controle remoto.  Sem você, Olimpíada, lá se vai minha alegria. Agora, vem o quê? Outros dias pandêmicos? Variantes malucas? Sem você, Olimpíada, só ficou essa coisa desgostosa que é cair na real. 

Olimpíada, me devolve esse País que você insinuou. Quero mais desse seminude de civilização enviado por você.

Na verdade, quero morar nesse Brasil das Rebecas e Rayssas. Não é justo que ele desapareça assim, do nada, depois de tão pouco tempo. Ficou esse gostinho, esse quentinho, essa esperança de quem molha os pés na água gelada da piscina (e claro que sempre vai estar gelada). 

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Será que o problema sou eu?

Ao acordar, “desmedalhado” da cabeça, ligo a TV e já não vejo mais você. Ao invés de Olimpíada, CPI da Pandemia, blá blá blá de voto impresso e Bolsonaro.

A Cerimônia de Encerramento fecha oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio Foto: Gaspar Nóbrega /COB
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Com você, Olimpíada, tudo era pulsão de vida. Com você, Olimpíada, a gente aprendia aquilo que chamamos de empatia. Com você, Olimpíada, éramos do mundo (e o mundo era nosso também). Com você, Olimpíada, eu saltava sobre todas as porcarias que atravancam nossa vida. Com você Olimpíada, nenhuma barreira era intransponível e batíamos todos os recordes. 

E agora? A chama apagou e Tóquio é longe demais. 

Volta, meu amor. Vamos ser japoneses para sempre.

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Nos primeiros dias, sei que ainda vou sonhar com você. 

Mas e depois? Sem pódio, sozinho e sobrevivendo no País das arminhas com a mão, vou me esquecer das suas glórias e lições. Olimpíada, sem você sou mais um cara engordando no sofá, me empanturrando de Cebolitos e falando sozinho.

Sem você, Olimpíada, tenho uma mancha de vinho barato no meu moletom. 

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E estou triste. 

* Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

O que vai ser da minha vida sem você, Olimpíada. Você que me roubou o sono, que me fez chorar e quebrar o controle remoto.  Sem você, Olimpíada, lá se vai minha alegria. Agora, vem o quê? Outros dias pandêmicos? Variantes malucas? Sem você, Olimpíada, só ficou essa coisa desgostosa que é cair na real. 

Olimpíada, me devolve esse País que você insinuou. Quero mais desse seminude de civilização enviado por você.

Na verdade, quero morar nesse Brasil das Rebecas e Rayssas. Não é justo que ele desapareça assim, do nada, depois de tão pouco tempo. Ficou esse gostinho, esse quentinho, essa esperança de quem molha os pés na água gelada da piscina (e claro que sempre vai estar gelada). 

Será que o problema sou eu?

Ao acordar, “desmedalhado” da cabeça, ligo a TV e já não vejo mais você. Ao invés de Olimpíada, CPI da Pandemia, blá blá blá de voto impresso e Bolsonaro.

A Cerimônia de Encerramento fecha oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio Foto: Gaspar Nóbrega /COB

Com você, Olimpíada, tudo era pulsão de vida. Com você, Olimpíada, a gente aprendia aquilo que chamamos de empatia. Com você, Olimpíada, éramos do mundo (e o mundo era nosso também). Com você, Olimpíada, eu saltava sobre todas as porcarias que atravancam nossa vida. Com você Olimpíada, nenhuma barreira era intransponível e batíamos todos os recordes. 

E agora? A chama apagou e Tóquio é longe demais. 

Volta, meu amor. Vamos ser japoneses para sempre.

Nos primeiros dias, sei que ainda vou sonhar com você. 

Mas e depois? Sem pódio, sozinho e sobrevivendo no País das arminhas com a mão, vou me esquecer das suas glórias e lições. Olimpíada, sem você sou mais um cara engordando no sofá, me empanturrando de Cebolitos e falando sozinho.

Sem você, Olimpíada, tenho uma mancha de vinho barato no meu moletom. 

E estou triste. 

* Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

O que vai ser da minha vida sem você, Olimpíada. Você que me roubou o sono, que me fez chorar e quebrar o controle remoto.  Sem você, Olimpíada, lá se vai minha alegria. Agora, vem o quê? Outros dias pandêmicos? Variantes malucas? Sem você, Olimpíada, só ficou essa coisa desgostosa que é cair na real. 

Olimpíada, me devolve esse País que você insinuou. Quero mais desse seminude de civilização enviado por você.

Na verdade, quero morar nesse Brasil das Rebecas e Rayssas. Não é justo que ele desapareça assim, do nada, depois de tão pouco tempo. Ficou esse gostinho, esse quentinho, essa esperança de quem molha os pés na água gelada da piscina (e claro que sempre vai estar gelada). 

Será que o problema sou eu?

Ao acordar, “desmedalhado” da cabeça, ligo a TV e já não vejo mais você. Ao invés de Olimpíada, CPI da Pandemia, blá blá blá de voto impresso e Bolsonaro.

A Cerimônia de Encerramento fecha oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio Foto: Gaspar Nóbrega /COB

Com você, Olimpíada, tudo era pulsão de vida. Com você, Olimpíada, a gente aprendia aquilo que chamamos de empatia. Com você, Olimpíada, éramos do mundo (e o mundo era nosso também). Com você, Olimpíada, eu saltava sobre todas as porcarias que atravancam nossa vida. Com você Olimpíada, nenhuma barreira era intransponível e batíamos todos os recordes. 

E agora? A chama apagou e Tóquio é longe demais. 

Volta, meu amor. Vamos ser japoneses para sempre.

Nos primeiros dias, sei que ainda vou sonhar com você. 

Mas e depois? Sem pódio, sozinho e sobrevivendo no País das arminhas com a mão, vou me esquecer das suas glórias e lições. Olimpíada, sem você sou mais um cara engordando no sofá, me empanturrando de Cebolitos e falando sozinho.

Sem você, Olimpíada, tenho uma mancha de vinho barato no meu moletom. 

E estou triste. 

* Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

O que vai ser da minha vida sem você, Olimpíada. Você que me roubou o sono, que me fez chorar e quebrar o controle remoto.  Sem você, Olimpíada, lá se vai minha alegria. Agora, vem o quê? Outros dias pandêmicos? Variantes malucas? Sem você, Olimpíada, só ficou essa coisa desgostosa que é cair na real. 

Olimpíada, me devolve esse País que você insinuou. Quero mais desse seminude de civilização enviado por você.

Na verdade, quero morar nesse Brasil das Rebecas e Rayssas. Não é justo que ele desapareça assim, do nada, depois de tão pouco tempo. Ficou esse gostinho, esse quentinho, essa esperança de quem molha os pés na água gelada da piscina (e claro que sempre vai estar gelada). 

Será que o problema sou eu?

Ao acordar, “desmedalhado” da cabeça, ligo a TV e já não vejo mais você. Ao invés de Olimpíada, CPI da Pandemia, blá blá blá de voto impresso e Bolsonaro.

A Cerimônia de Encerramento fecha oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio Foto: Gaspar Nóbrega /COB

Com você, Olimpíada, tudo era pulsão de vida. Com você, Olimpíada, a gente aprendia aquilo que chamamos de empatia. Com você, Olimpíada, éramos do mundo (e o mundo era nosso também). Com você, Olimpíada, eu saltava sobre todas as porcarias que atravancam nossa vida. Com você Olimpíada, nenhuma barreira era intransponível e batíamos todos os recordes. 

E agora? A chama apagou e Tóquio é longe demais. 

Volta, meu amor. Vamos ser japoneses para sempre.

Nos primeiros dias, sei que ainda vou sonhar com você. 

Mas e depois? Sem pódio, sozinho e sobrevivendo no País das arminhas com a mão, vou me esquecer das suas glórias e lições. Olimpíada, sem você sou mais um cara engordando no sofá, me empanturrando de Cebolitos e falando sozinho.

Sem você, Olimpíada, tenho uma mancha de vinho barato no meu moletom. 

E estou triste. 

* Gilberto Amendola é repórter do Estadão e observador da vida urbana

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