Bahia terá unidade de tratamento de câncer em área contaminada


A mineração de urânio de Caetité ocorre a apenas 20 km do local onde foi detectada a presença de alto teor da substância em água

Por André Borges

BRASÍLIA - O governo baiano anunciou que vai implantar um centro especializado em tratamentos de câncer no município de Caetité (BA), onde está em atividade a única mina de exploração de urânio em toda a América Latina. A decisão foi confirmada na última sexta-feira pela Secretaria da Saúde do governo da Bahia.

A mineração de urânio de Caetité ocorre a apenas 20 km do local onde foi detectada a presença de alto teor de urânio na água de um poço, no município vizinho de Lagoa Real, conforme denúncia publicada pelo Estado no dia 22 de agosto. Desde então, o governo baiano tem se mobilizado para dar início a um programa de monitoramento constante da qualidade da água consumida pela população rural do município. 

Em visita a Caetité na semana passada, o secretário da saúde Fábio Vilas-Boas visitou as instalações do hospital municipal e anunciou a implantação de uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O secretário disse que as instalações estarão prontas em 2016 e que se tornarão referência de tratamento para a região.

continua após a publicidade

Em sua visita, Vilas-Boas passou também pelos municípios de Antas e Cícero Dantas. A visita foi acompanhada de represente de relações institucionais da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da diretora de controle das ações e sistemas de saúde (Dicon), Ana Paula Andrade.

Não há números precisos sobre os casos de câncer da região de Caetité e Lagoa Real, por conta das dificuldades de se levantar essas informações, já que muitos moradores da região são obrigados a buscar tratamentos em Vitória da Conquista e Salvador, ou mesmo em São Paulo.

Urânio contamina água na Bahia

1 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
2 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
3 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
continua após a publicidade

As causas de câncer na região também são controversas. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que explora urânio na região rural de Caetité desde 2000, afirma que realiza todos os procedimentos de segurança relacionados ao tratamento do metal e que não há nenhuma relação com os casos de contaminação e suas atividades na região. 

Na reportagem publicada em agosto, o secretário municipal de Meio Ambiente de Lagoa Real, Willike Fernandes Moreira, disse que os casos de câncer passaram a ser tão frequentes no município, que atualmente absorvem a maior parte dos recursos que a prefeitura dispõe para a área de saúde. “É uma situação grave. Nós não temos dados oficiais de câncer na região, mas sabemos que está matando muito. Já são uma rotina de assistência para a prefeitura, infelizmente. Às vezes, conversamos com os motoristas das ambulâncias. Eles ficam abismados com o número de biópsias”, disse o secretário. “Há mais de 15 anos não se ouvia falar nisso. Agora é o tempo todo, mas a causa disso a gente não sabe qual é. Não podemos culpar ninguém, nem mesmo o urânio. Mas que é algo muito preocupante, isso é.”

Caetité tem cerca de 60 mil habitantes. Em Lagoa Real, são 15 mil pessoas, quais 80% vivem na zona rural. Informações obtidas pelo Estado apontam que, até julho, pelo menos 76 pessoas residente em Lagoa Real fazem tratamento de algum tipo de câncer fora do município. 

continua após a publicidade

Seu navegador não suporta esse video.

Contaminação de urânio atinge município na Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório em abril de 2014 sobre o levantamento de casos de câncer na região, no qual afirma que teve dificuldades em coletar dados oficiais. O estudo, que teve participação da organização francesa Commission de Recherche et d’Information Indépendantes sur la Radioactivité (Criirad), registrou oficialmente 21 casos de câncer na região da mina de urânio entre 2005 e 2014. Outros 113 casos foram levantados desde o início da exploração da mina, em 2000, mas não puderam ser confirmados, por causa de restrições, como falta de documentação fornecida pela família. 

Um novo estudo realizado pela Criirad sobre o assunto deve ser divulgado hoje, em evento realizado em Caetité.

BRASÍLIA - O governo baiano anunciou que vai implantar um centro especializado em tratamentos de câncer no município de Caetité (BA), onde está em atividade a única mina de exploração de urânio em toda a América Latina. A decisão foi confirmada na última sexta-feira pela Secretaria da Saúde do governo da Bahia.

A mineração de urânio de Caetité ocorre a apenas 20 km do local onde foi detectada a presença de alto teor de urânio na água de um poço, no município vizinho de Lagoa Real, conforme denúncia publicada pelo Estado no dia 22 de agosto. Desde então, o governo baiano tem se mobilizado para dar início a um programa de monitoramento constante da qualidade da água consumida pela população rural do município. 

Em visita a Caetité na semana passada, o secretário da saúde Fábio Vilas-Boas visitou as instalações do hospital municipal e anunciou a implantação de uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O secretário disse que as instalações estarão prontas em 2016 e que se tornarão referência de tratamento para a região.

Em sua visita, Vilas-Boas passou também pelos municípios de Antas e Cícero Dantas. A visita foi acompanhada de represente de relações institucionais da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da diretora de controle das ações e sistemas de saúde (Dicon), Ana Paula Andrade.

Não há números precisos sobre os casos de câncer da região de Caetité e Lagoa Real, por conta das dificuldades de se levantar essas informações, já que muitos moradores da região são obrigados a buscar tratamentos em Vitória da Conquista e Salvador, ou mesmo em São Paulo.

Urânio contamina água na Bahia

1 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
2 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
3 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão

As causas de câncer na região também são controversas. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que explora urânio na região rural de Caetité desde 2000, afirma que realiza todos os procedimentos de segurança relacionados ao tratamento do metal e que não há nenhuma relação com os casos de contaminação e suas atividades na região. 

Na reportagem publicada em agosto, o secretário municipal de Meio Ambiente de Lagoa Real, Willike Fernandes Moreira, disse que os casos de câncer passaram a ser tão frequentes no município, que atualmente absorvem a maior parte dos recursos que a prefeitura dispõe para a área de saúde. “É uma situação grave. Nós não temos dados oficiais de câncer na região, mas sabemos que está matando muito. Já são uma rotina de assistência para a prefeitura, infelizmente. Às vezes, conversamos com os motoristas das ambulâncias. Eles ficam abismados com o número de biópsias”, disse o secretário. “Há mais de 15 anos não se ouvia falar nisso. Agora é o tempo todo, mas a causa disso a gente não sabe qual é. Não podemos culpar ninguém, nem mesmo o urânio. Mas que é algo muito preocupante, isso é.”

Caetité tem cerca de 60 mil habitantes. Em Lagoa Real, são 15 mil pessoas, quais 80% vivem na zona rural. Informações obtidas pelo Estado apontam que, até julho, pelo menos 76 pessoas residente em Lagoa Real fazem tratamento de algum tipo de câncer fora do município. 

Seu navegador não suporta esse video.

Contaminação de urânio atinge município na Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório em abril de 2014 sobre o levantamento de casos de câncer na região, no qual afirma que teve dificuldades em coletar dados oficiais. O estudo, que teve participação da organização francesa Commission de Recherche et d’Information Indépendantes sur la Radioactivité (Criirad), registrou oficialmente 21 casos de câncer na região da mina de urânio entre 2005 e 2014. Outros 113 casos foram levantados desde o início da exploração da mina, em 2000, mas não puderam ser confirmados, por causa de restrições, como falta de documentação fornecida pela família. 

Um novo estudo realizado pela Criirad sobre o assunto deve ser divulgado hoje, em evento realizado em Caetité.

BRASÍLIA - O governo baiano anunciou que vai implantar um centro especializado em tratamentos de câncer no município de Caetité (BA), onde está em atividade a única mina de exploração de urânio em toda a América Latina. A decisão foi confirmada na última sexta-feira pela Secretaria da Saúde do governo da Bahia.

A mineração de urânio de Caetité ocorre a apenas 20 km do local onde foi detectada a presença de alto teor de urânio na água de um poço, no município vizinho de Lagoa Real, conforme denúncia publicada pelo Estado no dia 22 de agosto. Desde então, o governo baiano tem se mobilizado para dar início a um programa de monitoramento constante da qualidade da água consumida pela população rural do município. 

Em visita a Caetité na semana passada, o secretário da saúde Fábio Vilas-Boas visitou as instalações do hospital municipal e anunciou a implantação de uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O secretário disse que as instalações estarão prontas em 2016 e que se tornarão referência de tratamento para a região.

Em sua visita, Vilas-Boas passou também pelos municípios de Antas e Cícero Dantas. A visita foi acompanhada de represente de relações institucionais da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da diretora de controle das ações e sistemas de saúde (Dicon), Ana Paula Andrade.

Não há números precisos sobre os casos de câncer da região de Caetité e Lagoa Real, por conta das dificuldades de se levantar essas informações, já que muitos moradores da região são obrigados a buscar tratamentos em Vitória da Conquista e Salvador, ou mesmo em São Paulo.

Urânio contamina água na Bahia

1 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
2 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
3 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão

As causas de câncer na região também são controversas. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que explora urânio na região rural de Caetité desde 2000, afirma que realiza todos os procedimentos de segurança relacionados ao tratamento do metal e que não há nenhuma relação com os casos de contaminação e suas atividades na região. 

Na reportagem publicada em agosto, o secretário municipal de Meio Ambiente de Lagoa Real, Willike Fernandes Moreira, disse que os casos de câncer passaram a ser tão frequentes no município, que atualmente absorvem a maior parte dos recursos que a prefeitura dispõe para a área de saúde. “É uma situação grave. Nós não temos dados oficiais de câncer na região, mas sabemos que está matando muito. Já são uma rotina de assistência para a prefeitura, infelizmente. Às vezes, conversamos com os motoristas das ambulâncias. Eles ficam abismados com o número de biópsias”, disse o secretário. “Há mais de 15 anos não se ouvia falar nisso. Agora é o tempo todo, mas a causa disso a gente não sabe qual é. Não podemos culpar ninguém, nem mesmo o urânio. Mas que é algo muito preocupante, isso é.”

Caetité tem cerca de 60 mil habitantes. Em Lagoa Real, são 15 mil pessoas, quais 80% vivem na zona rural. Informações obtidas pelo Estado apontam que, até julho, pelo menos 76 pessoas residente em Lagoa Real fazem tratamento de algum tipo de câncer fora do município. 

Seu navegador não suporta esse video.

Contaminação de urânio atinge município na Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório em abril de 2014 sobre o levantamento de casos de câncer na região, no qual afirma que teve dificuldades em coletar dados oficiais. O estudo, que teve participação da organização francesa Commission de Recherche et d’Information Indépendantes sur la Radioactivité (Criirad), registrou oficialmente 21 casos de câncer na região da mina de urânio entre 2005 e 2014. Outros 113 casos foram levantados desde o início da exploração da mina, em 2000, mas não puderam ser confirmados, por causa de restrições, como falta de documentação fornecida pela família. 

Um novo estudo realizado pela Criirad sobre o assunto deve ser divulgado hoje, em evento realizado em Caetité.

BRASÍLIA - O governo baiano anunciou que vai implantar um centro especializado em tratamentos de câncer no município de Caetité (BA), onde está em atividade a única mina de exploração de urânio em toda a América Latina. A decisão foi confirmada na última sexta-feira pela Secretaria da Saúde do governo da Bahia.

A mineração de urânio de Caetité ocorre a apenas 20 km do local onde foi detectada a presença de alto teor de urânio na água de um poço, no município vizinho de Lagoa Real, conforme denúncia publicada pelo Estado no dia 22 de agosto. Desde então, o governo baiano tem se mobilizado para dar início a um programa de monitoramento constante da qualidade da água consumida pela população rural do município. 

Em visita a Caetité na semana passada, o secretário da saúde Fábio Vilas-Boas visitou as instalações do hospital municipal e anunciou a implantação de uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O secretário disse que as instalações estarão prontas em 2016 e que se tornarão referência de tratamento para a região.

Em sua visita, Vilas-Boas passou também pelos municípios de Antas e Cícero Dantas. A visita foi acompanhada de represente de relações institucionais da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da diretora de controle das ações e sistemas de saúde (Dicon), Ana Paula Andrade.

Não há números precisos sobre os casos de câncer da região de Caetité e Lagoa Real, por conta das dificuldades de se levantar essas informações, já que muitos moradores da região são obrigados a buscar tratamentos em Vitória da Conquista e Salvador, ou mesmo em São Paulo.

Urânio contamina água na Bahia

1 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
2 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão
3 | 3

Urânio na Bahia

Foto: Dida Sampaio/Estadão

As causas de câncer na região também são controversas. A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que explora urânio na região rural de Caetité desde 2000, afirma que realiza todos os procedimentos de segurança relacionados ao tratamento do metal e que não há nenhuma relação com os casos de contaminação e suas atividades na região. 

Na reportagem publicada em agosto, o secretário municipal de Meio Ambiente de Lagoa Real, Willike Fernandes Moreira, disse que os casos de câncer passaram a ser tão frequentes no município, que atualmente absorvem a maior parte dos recursos que a prefeitura dispõe para a área de saúde. “É uma situação grave. Nós não temos dados oficiais de câncer na região, mas sabemos que está matando muito. Já são uma rotina de assistência para a prefeitura, infelizmente. Às vezes, conversamos com os motoristas das ambulâncias. Eles ficam abismados com o número de biópsias”, disse o secretário. “Há mais de 15 anos não se ouvia falar nisso. Agora é o tempo todo, mas a causa disso a gente não sabe qual é. Não podemos culpar ninguém, nem mesmo o urânio. Mas que é algo muito preocupante, isso é.”

Caetité tem cerca de 60 mil habitantes. Em Lagoa Real, são 15 mil pessoas, quais 80% vivem na zona rural. Informações obtidas pelo Estado apontam que, até julho, pelo menos 76 pessoas residente em Lagoa Real fazem tratamento de algum tipo de câncer fora do município. 

Seu navegador não suporta esse video.

Contaminação de urânio atinge município na Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um relatório em abril de 2014 sobre o levantamento de casos de câncer na região, no qual afirma que teve dificuldades em coletar dados oficiais. O estudo, que teve participação da organização francesa Commission de Recherche et d’Information Indépendantes sur la Radioactivité (Criirad), registrou oficialmente 21 casos de câncer na região da mina de urânio entre 2005 e 2014. Outros 113 casos foram levantados desde o início da exploração da mina, em 2000, mas não puderam ser confirmados, por causa de restrições, como falta de documentação fornecida pela família. 

Um novo estudo realizado pela Criirad sobre o assunto deve ser divulgado hoje, em evento realizado em Caetité.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.