Descendentes de mamíferos extintos, como o mamute, poderão voltar a caminhar pela Terra. Não é exatamente o Parque dos Dinossauros, mas pesquisadores japoneses investigam a possibilidade de usar o esperma de animais congelados para inseminar parentes próximos vivos. Até o momento, eles conseguiram com ratos - em alguns casos, com os "pais" congelados há 15 anos - e o principal cientista do projeto, Atsuo Ogura, diz que gostaria de tentar em animais maiores. "As taxas de sucesso com esperma de corpos congelados há 15 anos foi muito maior que a esperada. Logo, a probabilidade de reviver mamutes seria maior que a esperada anteriormente", disse Ogura. O uso de esperma congelado é rotina, mas a equipe de Ogura trabalhou com o esperma extraído de corpos inteiros congelados, e de órgãos congelados. "SE espermatozóides de espécies extintas de mamíferos puderem ser retirados de corpos de animais que se mantiveram congelados por milhões de anos, animais vivos poderiam ser restaurados injetando-se (o esperma em óvulos de) fêmeas de uma espécie próxima", dizem os pesquisadores em artigo que aparece na edição desta terça-feira do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Corpos de mamute, intactos e congelados, já foram removidos do gelo na Sibéria. O cientista Peter Mazur, biólogo que já trabalhou com óvulos e esperma congelados, não vê a proposta com muito entusiasmo. "A temperatura em que foram conservados os mamutes congelados não chega nem perto de ser baixa o suficiente para evitar a degradação do DNA ao longo de centenas de milhares de anos", afirma. E mesmo se a temperatura fosse adequada, "isso não evitaria os danos causados por longos períodos de tempo pela radiação de fundo, incluindo os raios cósmicos".
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