História do Haiti começa com revolução e acaba em fracasso


Sucesso da revolta de escravos contra a França contrasta com as loucuras do tirano Papa Doc

Por Cristiano Dias

O começou foi promissor. Quando o escravo Toussaint L"Ouverture liderou a única revolta de escravos bem-sucedida da história, parecia que o Haiti estava no caminho certo. A legião de negros comanda por L"Ouverture debelou uma invasão espanhola, uma britânica e derrotou uma expedição enviada por Napoleão. A luta terminou em 1804 com a independência do Haiti, a segunda nação a se tornar independente nas Américas ? a primeira foi os EUA. A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Haiti teve profunda influência na América Latina, principalmente no Brasil. O fenômeno se alastrou com o nome de haitianismo ? medo das elites de que o exemplo fosse replicado. Ao longo do século 19, o grande fluxo de escravos fez renascer o haitianismo que, em última instância, abriu caminho para a imigração.O período mais soturno da história do Haiti começou em 1957, com a eleição do médico sanitarista François Duvalier. Ele se tornou popular pela luta contra a malária, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Papa Doc (Papai Médico). No poder, porém, o sujeito pacato se tornou um ditador implacável.A cleptocracia comandada por ele foi amparada por sua polícia secreta, os tontons macoutes, uma espécie de bicho papão do imaginário haitiano. Eles se especializaram em sequestrar, torturar e dar sumiço em dissidentes. Duvalier proibiu partidos de oposição, governou por decreto, sob estado de sítio e se proclamou presidente vitalício.Outra característica do regime foi a massificação da figura de Papa Doc. Mas, em lugar da tradicional foto posada, o ditador foi além. Uma das representações mais marcantes do tirano foram cartazes mostrando a imagem de Jesus Cristo com a mão no ombro de Duvalier, placidamente sentado, com os seguintes dizeres: "Eu o escolhi."O saldo da ditadura foi 30 mil mortos, 15 mil desaparecidos e um país mergulhado na pobreza. Antes de morrer, em 1971, Papa Doc emendou a Constituição e deixou a presidência para o filho, Jean-Claude. O jovem assumiu aos 19 anos e entrou para a história como o Baby Doc. A essa altura, os haitianos já deixavam o país em bando, procurando embaixadas estrangeiras ou simplesmente embarcando em qualquer objeto flutuante em direção a EUA ou Bahamas. A dinastia dos Duvalier terminou em 1986, mas a democracia demorou a chegar.Juntas militares alternaram-se em golpes de Estado até a eleição de Jean-Bertrand Aristide, em 1990. Padre católico conhecido como "pai dos pobres", ele foi logo derrubado por um golpe militar no ano seguinte. A OEA e a ONU impuseram sanções ao novo governo do general Raoul Cédras, o que só agravou a miséria dos haitianos. Diante de uma iminente catástrofe humanitária, os EUA enviaram tropas, em 1994, e restituíram Aristide, que governou apenas mais alguns meses, até o fim de seu mandato. Em raro espasmo de democracia, Aristide foi sucedido pelo ex-premiê René Préval e retornou ao poder em 2001. No entanto, mais uma vez, ele não conseguiu terminar seu mandato e renunciou após violentos confrontos com rebeldes, em 2004. Diante de uma nação sem rumo, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), para restabelecer a ordem no país. O Brasil recebeu o comando da operação e os primeiros soldados chegaram em junho de 2004.ATRASO Dois anos depois, Préval venceu as eleições e voltou ao poder. Nos primeiros anos da missão, o Haiti apresentou sinais de recuperação. Lentamente, a criminalidade caiu, mas a economia continua em frangalhos porque a ajuda internacional chega em conta-gotas. Em junho, o Banco Mundial, o Banco Interamericano e o FMI perdoaram a dívida haitiana de US$ 1,2 bilhão. Até então, milhões de dólares do país escorriam pelo ralo para rolar a dívida, metade dela contraída durante a ditadura Duvalier ? só nos últimos três anos, o Haiti pagou US$ 200 milhões em juros a bancos internacionais.

O começou foi promissor. Quando o escravo Toussaint L"Ouverture liderou a única revolta de escravos bem-sucedida da história, parecia que o Haiti estava no caminho certo. A legião de negros comanda por L"Ouverture debelou uma invasão espanhola, uma britânica e derrotou uma expedição enviada por Napoleão. A luta terminou em 1804 com a independência do Haiti, a segunda nação a se tornar independente nas Américas ? a primeira foi os EUA. A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Haiti teve profunda influência na América Latina, principalmente no Brasil. O fenômeno se alastrou com o nome de haitianismo ? medo das elites de que o exemplo fosse replicado. Ao longo do século 19, o grande fluxo de escravos fez renascer o haitianismo que, em última instância, abriu caminho para a imigração.O período mais soturno da história do Haiti começou em 1957, com a eleição do médico sanitarista François Duvalier. Ele se tornou popular pela luta contra a malária, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Papa Doc (Papai Médico). No poder, porém, o sujeito pacato se tornou um ditador implacável.A cleptocracia comandada por ele foi amparada por sua polícia secreta, os tontons macoutes, uma espécie de bicho papão do imaginário haitiano. Eles se especializaram em sequestrar, torturar e dar sumiço em dissidentes. Duvalier proibiu partidos de oposição, governou por decreto, sob estado de sítio e se proclamou presidente vitalício.Outra característica do regime foi a massificação da figura de Papa Doc. Mas, em lugar da tradicional foto posada, o ditador foi além. Uma das representações mais marcantes do tirano foram cartazes mostrando a imagem de Jesus Cristo com a mão no ombro de Duvalier, placidamente sentado, com os seguintes dizeres: "Eu o escolhi."O saldo da ditadura foi 30 mil mortos, 15 mil desaparecidos e um país mergulhado na pobreza. Antes de morrer, em 1971, Papa Doc emendou a Constituição e deixou a presidência para o filho, Jean-Claude. O jovem assumiu aos 19 anos e entrou para a história como o Baby Doc. A essa altura, os haitianos já deixavam o país em bando, procurando embaixadas estrangeiras ou simplesmente embarcando em qualquer objeto flutuante em direção a EUA ou Bahamas. A dinastia dos Duvalier terminou em 1986, mas a democracia demorou a chegar.Juntas militares alternaram-se em golpes de Estado até a eleição de Jean-Bertrand Aristide, em 1990. Padre católico conhecido como "pai dos pobres", ele foi logo derrubado por um golpe militar no ano seguinte. A OEA e a ONU impuseram sanções ao novo governo do general Raoul Cédras, o que só agravou a miséria dos haitianos. Diante de uma iminente catástrofe humanitária, os EUA enviaram tropas, em 1994, e restituíram Aristide, que governou apenas mais alguns meses, até o fim de seu mandato. Em raro espasmo de democracia, Aristide foi sucedido pelo ex-premiê René Préval e retornou ao poder em 2001. No entanto, mais uma vez, ele não conseguiu terminar seu mandato e renunciou após violentos confrontos com rebeldes, em 2004. Diante de uma nação sem rumo, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), para restabelecer a ordem no país. O Brasil recebeu o comando da operação e os primeiros soldados chegaram em junho de 2004.ATRASO Dois anos depois, Préval venceu as eleições e voltou ao poder. Nos primeiros anos da missão, o Haiti apresentou sinais de recuperação. Lentamente, a criminalidade caiu, mas a economia continua em frangalhos porque a ajuda internacional chega em conta-gotas. Em junho, o Banco Mundial, o Banco Interamericano e o FMI perdoaram a dívida haitiana de US$ 1,2 bilhão. Até então, milhões de dólares do país escorriam pelo ralo para rolar a dívida, metade dela contraída durante a ditadura Duvalier ? só nos últimos três anos, o Haiti pagou US$ 200 milhões em juros a bancos internacionais.

O começou foi promissor. Quando o escravo Toussaint L"Ouverture liderou a única revolta de escravos bem-sucedida da história, parecia que o Haiti estava no caminho certo. A legião de negros comanda por L"Ouverture debelou uma invasão espanhola, uma britânica e derrotou uma expedição enviada por Napoleão. A luta terminou em 1804 com a independência do Haiti, a segunda nação a se tornar independente nas Américas ? a primeira foi os EUA. A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Haiti teve profunda influência na América Latina, principalmente no Brasil. O fenômeno se alastrou com o nome de haitianismo ? medo das elites de que o exemplo fosse replicado. Ao longo do século 19, o grande fluxo de escravos fez renascer o haitianismo que, em última instância, abriu caminho para a imigração.O período mais soturno da história do Haiti começou em 1957, com a eleição do médico sanitarista François Duvalier. Ele se tornou popular pela luta contra a malária, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Papa Doc (Papai Médico). No poder, porém, o sujeito pacato se tornou um ditador implacável.A cleptocracia comandada por ele foi amparada por sua polícia secreta, os tontons macoutes, uma espécie de bicho papão do imaginário haitiano. Eles se especializaram em sequestrar, torturar e dar sumiço em dissidentes. Duvalier proibiu partidos de oposição, governou por decreto, sob estado de sítio e se proclamou presidente vitalício.Outra característica do regime foi a massificação da figura de Papa Doc. Mas, em lugar da tradicional foto posada, o ditador foi além. Uma das representações mais marcantes do tirano foram cartazes mostrando a imagem de Jesus Cristo com a mão no ombro de Duvalier, placidamente sentado, com os seguintes dizeres: "Eu o escolhi."O saldo da ditadura foi 30 mil mortos, 15 mil desaparecidos e um país mergulhado na pobreza. Antes de morrer, em 1971, Papa Doc emendou a Constituição e deixou a presidência para o filho, Jean-Claude. O jovem assumiu aos 19 anos e entrou para a história como o Baby Doc. A essa altura, os haitianos já deixavam o país em bando, procurando embaixadas estrangeiras ou simplesmente embarcando em qualquer objeto flutuante em direção a EUA ou Bahamas. A dinastia dos Duvalier terminou em 1986, mas a democracia demorou a chegar.Juntas militares alternaram-se em golpes de Estado até a eleição de Jean-Bertrand Aristide, em 1990. Padre católico conhecido como "pai dos pobres", ele foi logo derrubado por um golpe militar no ano seguinte. A OEA e a ONU impuseram sanções ao novo governo do general Raoul Cédras, o que só agravou a miséria dos haitianos. Diante de uma iminente catástrofe humanitária, os EUA enviaram tropas, em 1994, e restituíram Aristide, que governou apenas mais alguns meses, até o fim de seu mandato. Em raro espasmo de democracia, Aristide foi sucedido pelo ex-premiê René Préval e retornou ao poder em 2001. No entanto, mais uma vez, ele não conseguiu terminar seu mandato e renunciou após violentos confrontos com rebeldes, em 2004. Diante de uma nação sem rumo, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), para restabelecer a ordem no país. O Brasil recebeu o comando da operação e os primeiros soldados chegaram em junho de 2004.ATRASO Dois anos depois, Préval venceu as eleições e voltou ao poder. Nos primeiros anos da missão, o Haiti apresentou sinais de recuperação. Lentamente, a criminalidade caiu, mas a economia continua em frangalhos porque a ajuda internacional chega em conta-gotas. Em junho, o Banco Mundial, o Banco Interamericano e o FMI perdoaram a dívida haitiana de US$ 1,2 bilhão. Até então, milhões de dólares do país escorriam pelo ralo para rolar a dívida, metade dela contraída durante a ditadura Duvalier ? só nos últimos três anos, o Haiti pagou US$ 200 milhões em juros a bancos internacionais.

O começou foi promissor. Quando o escravo Toussaint L"Ouverture liderou a única revolta de escravos bem-sucedida da história, parecia que o Haiti estava no caminho certo. A legião de negros comanda por L"Ouverture debelou uma invasão espanhola, uma britânica e derrotou uma expedição enviada por Napoleão. A luta terminou em 1804 com a independência do Haiti, a segunda nação a se tornar independente nas Américas ? a primeira foi os EUA. A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Haiti teve profunda influência na América Latina, principalmente no Brasil. O fenômeno se alastrou com o nome de haitianismo ? medo das elites de que o exemplo fosse replicado. Ao longo do século 19, o grande fluxo de escravos fez renascer o haitianismo que, em última instância, abriu caminho para a imigração.O período mais soturno da história do Haiti começou em 1957, com a eleição do médico sanitarista François Duvalier. Ele se tornou popular pela luta contra a malária, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Papa Doc (Papai Médico). No poder, porém, o sujeito pacato se tornou um ditador implacável.A cleptocracia comandada por ele foi amparada por sua polícia secreta, os tontons macoutes, uma espécie de bicho papão do imaginário haitiano. Eles se especializaram em sequestrar, torturar e dar sumiço em dissidentes. Duvalier proibiu partidos de oposição, governou por decreto, sob estado de sítio e se proclamou presidente vitalício.Outra característica do regime foi a massificação da figura de Papa Doc. Mas, em lugar da tradicional foto posada, o ditador foi além. Uma das representações mais marcantes do tirano foram cartazes mostrando a imagem de Jesus Cristo com a mão no ombro de Duvalier, placidamente sentado, com os seguintes dizeres: "Eu o escolhi."O saldo da ditadura foi 30 mil mortos, 15 mil desaparecidos e um país mergulhado na pobreza. Antes de morrer, em 1971, Papa Doc emendou a Constituição e deixou a presidência para o filho, Jean-Claude. O jovem assumiu aos 19 anos e entrou para a história como o Baby Doc. A essa altura, os haitianos já deixavam o país em bando, procurando embaixadas estrangeiras ou simplesmente embarcando em qualquer objeto flutuante em direção a EUA ou Bahamas. A dinastia dos Duvalier terminou em 1986, mas a democracia demorou a chegar.Juntas militares alternaram-se em golpes de Estado até a eleição de Jean-Bertrand Aristide, em 1990. Padre católico conhecido como "pai dos pobres", ele foi logo derrubado por um golpe militar no ano seguinte. A OEA e a ONU impuseram sanções ao novo governo do general Raoul Cédras, o que só agravou a miséria dos haitianos. Diante de uma iminente catástrofe humanitária, os EUA enviaram tropas, em 1994, e restituíram Aristide, que governou apenas mais alguns meses, até o fim de seu mandato. Em raro espasmo de democracia, Aristide foi sucedido pelo ex-premiê René Préval e retornou ao poder em 2001. No entanto, mais uma vez, ele não conseguiu terminar seu mandato e renunciou após violentos confrontos com rebeldes, em 2004. Diante de uma nação sem rumo, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), para restabelecer a ordem no país. O Brasil recebeu o comando da operação e os primeiros soldados chegaram em junho de 2004.ATRASO Dois anos depois, Préval venceu as eleições e voltou ao poder. Nos primeiros anos da missão, o Haiti apresentou sinais de recuperação. Lentamente, a criminalidade caiu, mas a economia continua em frangalhos porque a ajuda internacional chega em conta-gotas. Em junho, o Banco Mundial, o Banco Interamericano e o FMI perdoaram a dívida haitiana de US$ 1,2 bilhão. Até então, milhões de dólares do país escorriam pelo ralo para rolar a dívida, metade dela contraída durante a ditadura Duvalier ? só nos últimos três anos, o Haiti pagou US$ 200 milhões em juros a bancos internacionais.

O começou foi promissor. Quando o escravo Toussaint L"Ouverture liderou a única revolta de escravos bem-sucedida da história, parecia que o Haiti estava no caminho certo. A legião de negros comanda por L"Ouverture debelou uma invasão espanhola, uma britânica e derrotou uma expedição enviada por Napoleão. A luta terminou em 1804 com a independência do Haiti, a segunda nação a se tornar independente nas Américas ? a primeira foi os EUA. A notícia do sucesso de uma revolução de escravos no Haiti teve profunda influência na América Latina, principalmente no Brasil. O fenômeno se alastrou com o nome de haitianismo ? medo das elites de que o exemplo fosse replicado. Ao longo do século 19, o grande fluxo de escravos fez renascer o haitianismo que, em última instância, abriu caminho para a imigração.O período mais soturno da história do Haiti começou em 1957, com a eleição do médico sanitarista François Duvalier. Ele se tornou popular pela luta contra a malária, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Papa Doc (Papai Médico). No poder, porém, o sujeito pacato se tornou um ditador implacável.A cleptocracia comandada por ele foi amparada por sua polícia secreta, os tontons macoutes, uma espécie de bicho papão do imaginário haitiano. Eles se especializaram em sequestrar, torturar e dar sumiço em dissidentes. Duvalier proibiu partidos de oposição, governou por decreto, sob estado de sítio e se proclamou presidente vitalício.Outra característica do regime foi a massificação da figura de Papa Doc. Mas, em lugar da tradicional foto posada, o ditador foi além. Uma das representações mais marcantes do tirano foram cartazes mostrando a imagem de Jesus Cristo com a mão no ombro de Duvalier, placidamente sentado, com os seguintes dizeres: "Eu o escolhi."O saldo da ditadura foi 30 mil mortos, 15 mil desaparecidos e um país mergulhado na pobreza. Antes de morrer, em 1971, Papa Doc emendou a Constituição e deixou a presidência para o filho, Jean-Claude. O jovem assumiu aos 19 anos e entrou para a história como o Baby Doc. A essa altura, os haitianos já deixavam o país em bando, procurando embaixadas estrangeiras ou simplesmente embarcando em qualquer objeto flutuante em direção a EUA ou Bahamas. A dinastia dos Duvalier terminou em 1986, mas a democracia demorou a chegar.Juntas militares alternaram-se em golpes de Estado até a eleição de Jean-Bertrand Aristide, em 1990. Padre católico conhecido como "pai dos pobres", ele foi logo derrubado por um golpe militar no ano seguinte. A OEA e a ONU impuseram sanções ao novo governo do general Raoul Cédras, o que só agravou a miséria dos haitianos. Diante de uma iminente catástrofe humanitária, os EUA enviaram tropas, em 1994, e restituíram Aristide, que governou apenas mais alguns meses, até o fim de seu mandato. Em raro espasmo de democracia, Aristide foi sucedido pelo ex-premiê René Préval e retornou ao poder em 2001. No entanto, mais uma vez, ele não conseguiu terminar seu mandato e renunciou após violentos confrontos com rebeldes, em 2004. Diante de uma nação sem rumo, o Conselho de Segurança da ONU criou a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), para restabelecer a ordem no país. O Brasil recebeu o comando da operação e os primeiros soldados chegaram em junho de 2004.ATRASO Dois anos depois, Préval venceu as eleições e voltou ao poder. Nos primeiros anos da missão, o Haiti apresentou sinais de recuperação. Lentamente, a criminalidade caiu, mas a economia continua em frangalhos porque a ajuda internacional chega em conta-gotas. Em junho, o Banco Mundial, o Banco Interamericano e o FMI perdoaram a dívida haitiana de US$ 1,2 bilhão. Até então, milhões de dólares do país escorriam pelo ralo para rolar a dívida, metade dela contraída durante a ditadura Duvalier ? só nos últimos três anos, o Haiti pagou US$ 200 milhões em juros a bancos internacionais.

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