Hora do desespero


A assustadora imagem da presidente Dilma Rousseff em Presidente Prudente, vociferando contra um golpe imaginário e tentando jogar sobre a oposição a responsabilidade pela crise nacional, torna ainda mais ameaçador o cenário econômico e político enfrentado por milhões de brasileiros. Se o País vai mal é porque, segundo a presidente, há pessoas apostando no quanto pior, melhor, como se ela mesma nenhuma responsabilidade tivesse pelo desastre gerado em seu primeiro mandato. O governo, disse ela aos apoiadores arrebanhados para seu comício, tem agora de combater a inflação e de cuidar da arrumação de suas contas, como ocorre, acrescentou, em qualquer família. Tem mesmo, e com muito atraso, mas a inflação disparada e o orçamento público esfrangalhado – fatos omitidos no patético discurso – são produtos de erros e desmandos acumulados em muitos anos de irresponsabilidade petista.

Por Redação
Atualização:

Muito mais difícil do que a peroração a esse auditório foi a missão dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, na manhã seguinte. Num encontro fechado com a Comissão Mista de Orçamento, no Congresso Nacional, os dois tentaram mais uma vez ganhar o apoio dos parlamentares ao improvisado programa de ajuste apresentado na segunda-feira. O encontro sem repórteres pode ter poupado os ministros de algum constrangimento, mas nem assim suas dificuldades ficaram em segredo.

Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a destinação de recursos de emendas a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será facultativa e dependerá de cada parlamentar. Na apresentação das medidas, na segunda-feira, tinha sido outro o tom dos ministros. Eles também saíram sem garantia de maior apoio à recriação do imposto do cheque, a CPMF. Antes disso, numa reunião no Palácio do Planalto, líderes da base aliada haviam confirmado à presidente a falta de apoio, no Congresso, à proposta de ressurreição do tributo.

Sem ter conseguido convencer os membros da Comissão Mista de Orçamento, os ministros tentaram pelo menos defender o pacote diante dos jornalistas, numa entrevista depois da sessão fechada. O ministro do Planejamento negou qualquer disposição do Executivo de mudar a proposta geral. A ideia, segundo ele, é tentar a aprovação do Plano A. Fontes do governo haviam dado, no dia anterior, informação diferente.

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O governo, segundo essas fontes, poderia rever alguns pontos, diminuindo de quatro para dois anos o prazo de vigência da nova CPMF. Além disso, o Executivo poderia desistir de adiar por sete meses o aumento do funcionalismo. Apesar dessas negativas, só o avanço das negociações mostrará a disposição efetiva do governo. Se houver mesmo recuo no caso do salário do funcionalismo, a economia ficará R$ 7 bilhões menor do que os ministros haviam prometido. As conversações continuarão e, além disso, ainda será preciso avaliar o efeito dos novos conselhos do ex-presidente Luiz Inácio da Silva à presidente Dilma Rousseff. Ele reclamou, disse um informante, de ter a presidente autorizado a apresentação do pacote sem ouvir sua opinião. Gravíssima falha, sem dúvida. Afinal, ela se julga, mesmo, presidente?

Na entrevista à imprensa o ministro da Fazenda voltou a defender a recriação da CPMF e até chegou, de novo, a elogiá-la. Recai sobre todos e causa poucas distorções, segundo ele. Quanto às distorções, há opiniões diferentes e aparentemente bem fundadas. A incidência em cascata é geralmente considerada um defeito por especialistas em tributação. Depois, um imposto incidente sobre o mero ato de pagar uma conta já parece, mais que uma distorção, uma aberração. Enfim, a aparente equidade também é uma qualidade discutível. Em Hiroshima, a bomba matou sem discriminação.

O governo continua devendo um plano razoável de corte de gastos e de arrumação das contas. Se houvesse mais apoio parlamentar ao plano atual, seus defeitos seriam os mesmos – e muito graves.

Muito mais difícil do que a peroração a esse auditório foi a missão dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, na manhã seguinte. Num encontro fechado com a Comissão Mista de Orçamento, no Congresso Nacional, os dois tentaram mais uma vez ganhar o apoio dos parlamentares ao improvisado programa de ajuste apresentado na segunda-feira. O encontro sem repórteres pode ter poupado os ministros de algum constrangimento, mas nem assim suas dificuldades ficaram em segredo.

Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a destinação de recursos de emendas a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será facultativa e dependerá de cada parlamentar. Na apresentação das medidas, na segunda-feira, tinha sido outro o tom dos ministros. Eles também saíram sem garantia de maior apoio à recriação do imposto do cheque, a CPMF. Antes disso, numa reunião no Palácio do Planalto, líderes da base aliada haviam confirmado à presidente a falta de apoio, no Congresso, à proposta de ressurreição do tributo.

Sem ter conseguido convencer os membros da Comissão Mista de Orçamento, os ministros tentaram pelo menos defender o pacote diante dos jornalistas, numa entrevista depois da sessão fechada. O ministro do Planejamento negou qualquer disposição do Executivo de mudar a proposta geral. A ideia, segundo ele, é tentar a aprovação do Plano A. Fontes do governo haviam dado, no dia anterior, informação diferente.

O governo, segundo essas fontes, poderia rever alguns pontos, diminuindo de quatro para dois anos o prazo de vigência da nova CPMF. Além disso, o Executivo poderia desistir de adiar por sete meses o aumento do funcionalismo. Apesar dessas negativas, só o avanço das negociações mostrará a disposição efetiva do governo. Se houver mesmo recuo no caso do salário do funcionalismo, a economia ficará R$ 7 bilhões menor do que os ministros haviam prometido. As conversações continuarão e, além disso, ainda será preciso avaliar o efeito dos novos conselhos do ex-presidente Luiz Inácio da Silva à presidente Dilma Rousseff. Ele reclamou, disse um informante, de ter a presidente autorizado a apresentação do pacote sem ouvir sua opinião. Gravíssima falha, sem dúvida. Afinal, ela se julga, mesmo, presidente?

Na entrevista à imprensa o ministro da Fazenda voltou a defender a recriação da CPMF e até chegou, de novo, a elogiá-la. Recai sobre todos e causa poucas distorções, segundo ele. Quanto às distorções, há opiniões diferentes e aparentemente bem fundadas. A incidência em cascata é geralmente considerada um defeito por especialistas em tributação. Depois, um imposto incidente sobre o mero ato de pagar uma conta já parece, mais que uma distorção, uma aberração. Enfim, a aparente equidade também é uma qualidade discutível. Em Hiroshima, a bomba matou sem discriminação.

O governo continua devendo um plano razoável de corte de gastos e de arrumação das contas. Se houvesse mais apoio parlamentar ao plano atual, seus defeitos seriam os mesmos – e muito graves.

Muito mais difícil do que a peroração a esse auditório foi a missão dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, na manhã seguinte. Num encontro fechado com a Comissão Mista de Orçamento, no Congresso Nacional, os dois tentaram mais uma vez ganhar o apoio dos parlamentares ao improvisado programa de ajuste apresentado na segunda-feira. O encontro sem repórteres pode ter poupado os ministros de algum constrangimento, mas nem assim suas dificuldades ficaram em segredo.

Segundo o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a destinação de recursos de emendas a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será facultativa e dependerá de cada parlamentar. Na apresentação das medidas, na segunda-feira, tinha sido outro o tom dos ministros. Eles também saíram sem garantia de maior apoio à recriação do imposto do cheque, a CPMF. Antes disso, numa reunião no Palácio do Planalto, líderes da base aliada haviam confirmado à presidente a falta de apoio, no Congresso, à proposta de ressurreição do tributo.

Sem ter conseguido convencer os membros da Comissão Mista de Orçamento, os ministros tentaram pelo menos defender o pacote diante dos jornalistas, numa entrevista depois da sessão fechada. O ministro do Planejamento negou qualquer disposição do Executivo de mudar a proposta geral. A ideia, segundo ele, é tentar a aprovação do Plano A. Fontes do governo haviam dado, no dia anterior, informação diferente.

O governo, segundo essas fontes, poderia rever alguns pontos, diminuindo de quatro para dois anos o prazo de vigência da nova CPMF. Além disso, o Executivo poderia desistir de adiar por sete meses o aumento do funcionalismo. Apesar dessas negativas, só o avanço das negociações mostrará a disposição efetiva do governo. Se houver mesmo recuo no caso do salário do funcionalismo, a economia ficará R$ 7 bilhões menor do que os ministros haviam prometido. As conversações continuarão e, além disso, ainda será preciso avaliar o efeito dos novos conselhos do ex-presidente Luiz Inácio da Silva à presidente Dilma Rousseff. Ele reclamou, disse um informante, de ter a presidente autorizado a apresentação do pacote sem ouvir sua opinião. Gravíssima falha, sem dúvida. Afinal, ela se julga, mesmo, presidente?

Na entrevista à imprensa o ministro da Fazenda voltou a defender a recriação da CPMF e até chegou, de novo, a elogiá-la. Recai sobre todos e causa poucas distorções, segundo ele. Quanto às distorções, há opiniões diferentes e aparentemente bem fundadas. A incidência em cascata é geralmente considerada um defeito por especialistas em tributação. Depois, um imposto incidente sobre o mero ato de pagar uma conta já parece, mais que uma distorção, uma aberração. Enfim, a aparente equidade também é uma qualidade discutível. Em Hiroshima, a bomba matou sem discriminação.

O governo continua devendo um plano razoável de corte de gastos e de arrumação das contas. Se houvesse mais apoio parlamentar ao plano atual, seus defeitos seriam os mesmos – e muito graves.

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