O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deslocou uma equipe de dez analistas ambientais para apoiar as operações no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). O trabalho está concentrado em monitorar o avanço do mar de lama que cobriu o vilarejo e segue rumo ao Espírito Santo. A equipe também trabalha no resgate de animais.
A presidente do Ibama, Marilene Ramos, viaja nesta quarta-feira, 11, para a região para uma vistoria local. A coordenadora-geral de Emergências Ambientais do Ibama, Fernanda Cunha Pirillo, também vai até a região do desastre.
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Segundo Fernanda, a equipe de Emergências Ambientais do órgão federal em Minas acompanha desde sexta as ações tomadas após o rompimento da barragem de Fundão e o transbordo da barragem de Santarém, estruturas que pertencem à Samarco, controlada pelas mineradoras Vale e BHP. “Estamos em sistema de rodízio, e a cada semana trocaremos a equipe. Essa operação seguirá por tempo indeterminado.”
A estimativa é de que o desastre tenha resultado no despejo de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração (quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas), composto principalmente por óxido de ferro e sílica (areia). A lama atingiu diversas comunidades e avança sobre o Rio Doce.
Desastres ambientais no Brasil
Prioridade. O trabalho do Ibama é feito em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA). A prioridade neste momento é resolver as situações de emergência, principalmente o resgate da população isolada e a busca por desaparecidos.
Oficialmente, o órgão licenciador das barragens é a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam/MG), que deverá apurar as responsabilidades sobre o desastre.
Segundo Fernanda, o órgão federal também produzirá um laudo sobre os danos ambientais. Ela afirma que o Ibama realizou trabalhos de apoio em vistorias feitas pelo órgão estadual no passado.
A coordenadora-geral, porém, não soube precisar quando essas vistorias ocorreram. A obrigação de monitorar as barragens é da Feam.
Perguntada se o Ibama já enfrentou situações parecidas, Fernanda relembrou o rompimento, também em Minas, da barragem da Mineradora Rio Pomba Cataguases, que levou lama pelo Rio Muriaé e atingiu outras duas cidades no Estado e quatro no Rio. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que a ministra Izabella Teixeira “está em contato com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e se colocou à disposição para o que for preciso”.
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