Jornalismo de Reflexão

Arthur Bispo do Rosário: uma história do inconsciente coletivo brasileiro


Por Morris Kachani
Reprodução Itaú Cultural: Ensaio Revista Cruzeiro, 1942. Foto Jean Manzon 

Arthur Bispo do Rosário é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Aproveitando o ensejo da exposição em cartaz no Itaú Cultural, reunindo 400 obras suas, além de várias outras produzidas por seus pares e influência exercida, entrevistamos Silvana Jeha, historiadora, autora de "Aurora: memórias e delírios de uma mulher da vida", em parceria com o psicanalista Joel Birman, e "Uma história da tatuagem no Brasil".

Silvana está escrevendo um livro sobre o Bispo do Rosário: "Ele é um grande narrador. Juntando as inumeráveis listas de nomes e um inventário enorme de objetos e cenas que produz, vai contando através de sua obra a história do Brasil, só que vista de baixo. É um trabalhador braçal com capacidade enorme de fabular, e uma habilidade manual fora do comum; por isso, encontro nele um testemunho raro do Brasil", sintetiza.

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Assista à entrevista: https://youtu.be/PmNquB-_4OA

De acordo com a historiadora, a obra de Bispo é uma obra alegre, ainda que ancorada na sua vida trágica. Desamparado, negro, migrante sergipano sem família no Rio de Janeiro, onde vivia. Inserida, portanto, em um contexto racista de hospício.

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"Como os negros são marginalizados, o racismo prende seja no hospício ou nas prisões, e a obra de Bispo deixa estes rastros", afirma Silvana.

Outra perspectiva marcante é a cosmogonia associada a este legado. "Em Bispo aparece um messianismo que faz parte da tradição brasileira e cristã, remetendo a Antonio Conselheiro e a tradição dos profetas populares com visões da criação do paraíso, do tempo em que as pessoas não mais sofrerão... como elemento de salvação deste mundo material desiludido", explica.

Freud já falava sobre o acesso maior ao inconsciente por parte dos loucos, apresentando o delírio como forma de se curar do mundo e transformá-lo. Como um historiador, Bispo o documenta.

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"É um artista visionário. Está vendo coisas que a gente não vê, e lembrando - tem uma memória absurda. Bispo traz isso tudo à tona de uma forma tão lírica... o inconsciente nos constitui, é preciso contar a história do inconsciente".

Reprodução Itaú Cultural: Ensaio Revista Cruzeiro, 1942. Foto Jean Manzon 

Arthur Bispo do Rosário é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Aproveitando o ensejo da exposição em cartaz no Itaú Cultural, reunindo 400 obras suas, além de várias outras produzidas por seus pares e influência exercida, entrevistamos Silvana Jeha, historiadora, autora de "Aurora: memórias e delírios de uma mulher da vida", em parceria com o psicanalista Joel Birman, e "Uma história da tatuagem no Brasil".

Silvana está escrevendo um livro sobre o Bispo do Rosário: "Ele é um grande narrador. Juntando as inumeráveis listas de nomes e um inventário enorme de objetos e cenas que produz, vai contando através de sua obra a história do Brasil, só que vista de baixo. É um trabalhador braçal com capacidade enorme de fabular, e uma habilidade manual fora do comum; por isso, encontro nele um testemunho raro do Brasil", sintetiza.

Assista à entrevista: https://youtu.be/PmNquB-_4OA

De acordo com a historiadora, a obra de Bispo é uma obra alegre, ainda que ancorada na sua vida trágica. Desamparado, negro, migrante sergipano sem família no Rio de Janeiro, onde vivia. Inserida, portanto, em um contexto racista de hospício.

"Como os negros são marginalizados, o racismo prende seja no hospício ou nas prisões, e a obra de Bispo deixa estes rastros", afirma Silvana.

Outra perspectiva marcante é a cosmogonia associada a este legado. "Em Bispo aparece um messianismo que faz parte da tradição brasileira e cristã, remetendo a Antonio Conselheiro e a tradição dos profetas populares com visões da criação do paraíso, do tempo em que as pessoas não mais sofrerão... como elemento de salvação deste mundo material desiludido", explica.

Freud já falava sobre o acesso maior ao inconsciente por parte dos loucos, apresentando o delírio como forma de se curar do mundo e transformá-lo. Como um historiador, Bispo o documenta.

"É um artista visionário. Está vendo coisas que a gente não vê, e lembrando - tem uma memória absurda. Bispo traz isso tudo à tona de uma forma tão lírica... o inconsciente nos constitui, é preciso contar a história do inconsciente".

Reprodução Itaú Cultural: Ensaio Revista Cruzeiro, 1942. Foto Jean Manzon 

Arthur Bispo do Rosário é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Aproveitando o ensejo da exposição em cartaz no Itaú Cultural, reunindo 400 obras suas, além de várias outras produzidas por seus pares e influência exercida, entrevistamos Silvana Jeha, historiadora, autora de "Aurora: memórias e delírios de uma mulher da vida", em parceria com o psicanalista Joel Birman, e "Uma história da tatuagem no Brasil".

Silvana está escrevendo um livro sobre o Bispo do Rosário: "Ele é um grande narrador. Juntando as inumeráveis listas de nomes e um inventário enorme de objetos e cenas que produz, vai contando através de sua obra a história do Brasil, só que vista de baixo. É um trabalhador braçal com capacidade enorme de fabular, e uma habilidade manual fora do comum; por isso, encontro nele um testemunho raro do Brasil", sintetiza.

Assista à entrevista: https://youtu.be/PmNquB-_4OA

De acordo com a historiadora, a obra de Bispo é uma obra alegre, ainda que ancorada na sua vida trágica. Desamparado, negro, migrante sergipano sem família no Rio de Janeiro, onde vivia. Inserida, portanto, em um contexto racista de hospício.

"Como os negros são marginalizados, o racismo prende seja no hospício ou nas prisões, e a obra de Bispo deixa estes rastros", afirma Silvana.

Outra perspectiva marcante é a cosmogonia associada a este legado. "Em Bispo aparece um messianismo que faz parte da tradição brasileira e cristã, remetendo a Antonio Conselheiro e a tradição dos profetas populares com visões da criação do paraíso, do tempo em que as pessoas não mais sofrerão... como elemento de salvação deste mundo material desiludido", explica.

Freud já falava sobre o acesso maior ao inconsciente por parte dos loucos, apresentando o delírio como forma de se curar do mundo e transformá-lo. Como um historiador, Bispo o documenta.

"É um artista visionário. Está vendo coisas que a gente não vê, e lembrando - tem uma memória absurda. Bispo traz isso tudo à tona de uma forma tão lírica... o inconsciente nos constitui, é preciso contar a história do inconsciente".

Reprodução Itaú Cultural: Ensaio Revista Cruzeiro, 1942. Foto Jean Manzon 

Arthur Bispo do Rosário é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Aproveitando o ensejo da exposição em cartaz no Itaú Cultural, reunindo 400 obras suas, além de várias outras produzidas por seus pares e influência exercida, entrevistamos Silvana Jeha, historiadora, autora de "Aurora: memórias e delírios de uma mulher da vida", em parceria com o psicanalista Joel Birman, e "Uma história da tatuagem no Brasil".

Silvana está escrevendo um livro sobre o Bispo do Rosário: "Ele é um grande narrador. Juntando as inumeráveis listas de nomes e um inventário enorme de objetos e cenas que produz, vai contando através de sua obra a história do Brasil, só que vista de baixo. É um trabalhador braçal com capacidade enorme de fabular, e uma habilidade manual fora do comum; por isso, encontro nele um testemunho raro do Brasil", sintetiza.

Assista à entrevista: https://youtu.be/PmNquB-_4OA

De acordo com a historiadora, a obra de Bispo é uma obra alegre, ainda que ancorada na sua vida trágica. Desamparado, negro, migrante sergipano sem família no Rio de Janeiro, onde vivia. Inserida, portanto, em um contexto racista de hospício.

"Como os negros são marginalizados, o racismo prende seja no hospício ou nas prisões, e a obra de Bispo deixa estes rastros", afirma Silvana.

Outra perspectiva marcante é a cosmogonia associada a este legado. "Em Bispo aparece um messianismo que faz parte da tradição brasileira e cristã, remetendo a Antonio Conselheiro e a tradição dos profetas populares com visões da criação do paraíso, do tempo em que as pessoas não mais sofrerão... como elemento de salvação deste mundo material desiludido", explica.

Freud já falava sobre o acesso maior ao inconsciente por parte dos loucos, apresentando o delírio como forma de se curar do mundo e transformá-lo. Como um historiador, Bispo o documenta.

"É um artista visionário. Está vendo coisas que a gente não vê, e lembrando - tem uma memória absurda. Bispo traz isso tudo à tona de uma forma tão lírica... o inconsciente nos constitui, é preciso contar a história do inconsciente".

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