Detentor de dezenas de prêmios, inclusive um Esso nacional, o jornal mensal Já suspendeu sua circulação em novembro. O motivo: asfixia financeira determinada por decisão judicial que condenou a publicação ao pagamento de R$ 54 mil à viúva Julieta Diniz Vargas Rigotto, 88 anos, inconformada com a veiculação de matéria que julgou ofensiva à memória do filho Lindomar Vargas Rigotto, irmão do ex-governador Germano Rigotto (PMDB).Os processos começaram em 2001, mas a mordaça se agravou em agosto deste ano, quando a Justiça determinou o bloqueio de 20% das receitas da Já Editores, responsável pelo jornal, para garantir a indenização. "Isso é pesado para quem é pequeno e tem rentabilidade baixa", afirma Elmar Bones, diretor da empresa, que chegou a ter faturamento bruto de R$ 380 mil por ano em seus melhores tempos.A penhora foi levantada no dia 24 de novembro porque a Justiça entendeu que o valor irrisório do faturamento atual da empresa não remuneraria nem a quantia devida ao administrador. Mas o caso não terminou. A autora tem dez dias para recorrer e pedir outras penhoras.Lindomar foi uma das 22 pessoas e 11 empresas denunciadas pelo Ministério Público Estadual à Justiça por participação em fraude na Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), com base em informações oferecidas por uma sindicância interna, uma auditoria da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) e um relatório de Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia.
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