Operação contra jogos ilegais mira grupo ligado a bets e prende influenciadora Deolane Bezerra


Investigação contra organização criminosa inclui bloqueio de R$ 2,1 bilhões em bens. Empresas de apostas dizem cumprir a lei e Deolane afirma ser alvo de ‘grande injustiça’

Por Renata Okumura , Assíria Florêncio e Giovanna Castro
Atualização:

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira, 4, mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. As autoridades dizem que entre os alvos estão grupos ligados a bets (sites de apostas esportivas), mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares). A polícia também prendeu nesta quarta a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos.

Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades. Já Deolane afirma ser vítima de “grande injustiça” e sua defesa acrescenta tratar as questões legais com “seriedade e transparência”.

Na foto, a influenciadora Deolane Bezerra. Foto: Reprodução/Instagram/@dra.deolanebezerra
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A Polícia Civil de Pernambuco afirma que parte dos investigados está relacionada com apostas esportivas, entre elas bets, mas não detalhou se as supostas irregularidades estão ligadas diretamente às empresas. A corporação, porém, não informou a ligação entre as diferentes ações policiais nem a lista de investigados.

“A ilegalidade da organização está ‘linkada’ com os jogos não autorizados legalmente. As várias células da organização criminosa também operavam no ramo de bets, mas o básico, de origem, a gente ressalta que diz respeito aos jogos não autorizados pela legislação brasileira. As bets eram utilizadas, além de outras empresas, na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos”, prosseguiu.

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Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos e transações bancárias.

“O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis”, diz a pasta.

A investigação identificou movimentação financeira atípica de pessoas físicas e jurídicas, incompatíveis com a declaração de bens, conforme o ministério.

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Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpre 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

Foram adotadas ainda medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo. Até o fim da manhã, havia um foragido.

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Conforme a polícia, foram dezenas de imóveis, embarcações, aeronaves, veículos e objetos de valores. “Só em um alvo, a gente encontrou 11 relógios da marca Rolex”, disse Rocha.

Os mandados estão sendo cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.

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A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última ocorre agora e é a que motivou a prisão de Deolane.

Além de 19 mandados de prisão, estão sendo cumpridas outras medidas cautelares: 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronações e embarcações) e valores. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

“É uma operação criminosa voltada para jogos ilegais. Nesses últimos anos, temos ampliado os dados e informações sobre isso e agora estamos nessa fase da operação de apreensão, com quantidade grande de objetos”, afirmou Rocha.

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“A investigação tem origem na atuação da organização no campo de jogos ilegais. Esses jogos geram grande volume de dinheiro na atividade primária e, por isso, há necessidade de lavagem de capitais para regularizar esses recursos”, continuou o delegado-geral.

Operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

A 42ª Operação de Repressão Qualificada do ano denominada Integration é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM). Ao menos 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da ação.

Também teve apoio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), do Comando de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado e do Grupamento Tático Aéreo.

Ainda conforme o governo pernambucano, as polícias civis dos Estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás também colaboraram.

Esportes da Sorte fala em ‘interpretação equivocada’

Em nota, a empresa Esportes da Sorte, ligada a apostas esportivas online, disse que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede, em Recife. O site disse ainda que suas atividades cumprem as leis e afirmou estar à disposição das autoridades.

A Esportes da Sorte “ressalta que, desde março de 2023, tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados” pela defesa.

A empresa de apostas online afirmou ainda que suas atividades de aposta de cotas fixas cumprem “rigorosamente” as Lei n.º 13.756/2018 e14.790/2023, “com excelência jurídico-regulatória, acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance”.

Segundo o site, houve “interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados”. Tanto é assim, prossegue “que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa”.

VaideBet diz cumprir lei e fala em ‘surpresa’

A VaideBet, por sua vez, informa que acompanha a operação da Polícia Civil e que se colocará plenamente à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios.

“A marca, no entanto, ressalta que recebeu com surpresa o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta quarta-feira, uma vez que desde o ano passado se prontificou em contribuir com as investigações, tendo previamente indicado os endereços e contatos pertinentes”, informou, em nota.

“As atividades da empresa até aqui são pautadas pelo estrito cumprimento da legislação vigente e já estão adequadas à regulação do setor para 2025. Ainda no mês de agosto, o Grupo BPX, empresa detentora da marca VaideBet, deu entrada no requerimento da licença junto ao governo federal para obtenção da outorga para atuação regularizada no Brasil a partir do início do próximo ano”, acrescentou.

‘Minha família está sendo perseguida’, diz irmã de Deolane

O escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane e a mãe, diz ter plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colabora com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, disse ainda a publicação feita pelo .

A advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para comentar a prisão da irmã. Também disse que foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra a mãe delas.

“Até o momento, o que nós e advogados sabemos sobre isso é que um processo relacionado à empresa Esportes da Sorte. Ainda não sabemos o real motivo disso, mas sabemos que é uma empresa que atua em todo o Brasil com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão e até onde sei é uma empresa idônea”, afirmou Dayanne, em vídeo publicado nos Stories de seu perfil no Instagram.

Advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para esclarecer os motivos envonvendo a prisão da irmã. Foto: Reprodução/Instagram/dradayannebezerra

“Temos uma vida pública e um compromisso com vocês, seguidores. E antes que na mídia se espalhem mentiras e inverdades, que mais uma vez minha família está sofrendo, eu mesma venho aqui explicar o acontecido”, afirmou ela.

Segundo Dayanne, a polícia paulista também foi até a casa de Deolane, em São Paulo, e apreendeu objetos de valor, dentre eles, relógios e dinheiro. “Mais uma vez, a minha família está sendo perseguida. Vamos provar a nossa inocência”, falou ainda no vídeo.

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira, 4, mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. As autoridades dizem que entre os alvos estão grupos ligados a bets (sites de apostas esportivas), mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares). A polícia também prendeu nesta quarta a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos.

Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades. Já Deolane afirma ser vítima de “grande injustiça” e sua defesa acrescenta tratar as questões legais com “seriedade e transparência”.

Na foto, a influenciadora Deolane Bezerra. Foto: Reprodução/Instagram/@dra.deolanebezerra

A Polícia Civil de Pernambuco afirma que parte dos investigados está relacionada com apostas esportivas, entre elas bets, mas não detalhou se as supostas irregularidades estão ligadas diretamente às empresas. A corporação, porém, não informou a ligação entre as diferentes ações policiais nem a lista de investigados.

“A ilegalidade da organização está ‘linkada’ com os jogos não autorizados legalmente. As várias células da organização criminosa também operavam no ramo de bets, mas o básico, de origem, a gente ressalta que diz respeito aos jogos não autorizados pela legislação brasileira. As bets eram utilizadas, além de outras empresas, na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos”, prosseguiu.

Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos e transações bancárias.

“O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis”, diz a pasta.

A investigação identificou movimentação financeira atípica de pessoas físicas e jurídicas, incompatíveis com a declaração de bens, conforme o ministério.

Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpre 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

Foram adotadas ainda medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo. Até o fim da manhã, havia um foragido.

Conforme a polícia, foram dezenas de imóveis, embarcações, aeronaves, veículos e objetos de valores. “Só em um alvo, a gente encontrou 11 relógios da marca Rolex”, disse Rocha.

Os mandados estão sendo cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.

A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última ocorre agora e é a que motivou a prisão de Deolane.

Além de 19 mandados de prisão, estão sendo cumpridas outras medidas cautelares: 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronações e embarcações) e valores. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

“É uma operação criminosa voltada para jogos ilegais. Nesses últimos anos, temos ampliado os dados e informações sobre isso e agora estamos nessa fase da operação de apreensão, com quantidade grande de objetos”, afirmou Rocha.

“A investigação tem origem na atuação da organização no campo de jogos ilegais. Esses jogos geram grande volume de dinheiro na atividade primária e, por isso, há necessidade de lavagem de capitais para regularizar esses recursos”, continuou o delegado-geral.

Operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

A 42ª Operação de Repressão Qualificada do ano denominada Integration é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM). Ao menos 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da ação.

Também teve apoio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), do Comando de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado e do Grupamento Tático Aéreo.

Ainda conforme o governo pernambucano, as polícias civis dos Estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás também colaboraram.

Esportes da Sorte fala em ‘interpretação equivocada’

Em nota, a empresa Esportes da Sorte, ligada a apostas esportivas online, disse que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede, em Recife. O site disse ainda que suas atividades cumprem as leis e afirmou estar à disposição das autoridades.

A Esportes da Sorte “ressalta que, desde março de 2023, tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados” pela defesa.

A empresa de apostas online afirmou ainda que suas atividades de aposta de cotas fixas cumprem “rigorosamente” as Lei n.º 13.756/2018 e14.790/2023, “com excelência jurídico-regulatória, acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance”.

Segundo o site, houve “interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados”. Tanto é assim, prossegue “que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa”.

VaideBet diz cumprir lei e fala em ‘surpresa’

A VaideBet, por sua vez, informa que acompanha a operação da Polícia Civil e que se colocará plenamente à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios.

“A marca, no entanto, ressalta que recebeu com surpresa o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta quarta-feira, uma vez que desde o ano passado se prontificou em contribuir com as investigações, tendo previamente indicado os endereços e contatos pertinentes”, informou, em nota.

“As atividades da empresa até aqui são pautadas pelo estrito cumprimento da legislação vigente e já estão adequadas à regulação do setor para 2025. Ainda no mês de agosto, o Grupo BPX, empresa detentora da marca VaideBet, deu entrada no requerimento da licença junto ao governo federal para obtenção da outorga para atuação regularizada no Brasil a partir do início do próximo ano”, acrescentou.

‘Minha família está sendo perseguida’, diz irmã de Deolane

O escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane e a mãe, diz ter plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colabora com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, disse ainda a publicação feita pelo .

A advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para comentar a prisão da irmã. Também disse que foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra a mãe delas.

“Até o momento, o que nós e advogados sabemos sobre isso é que um processo relacionado à empresa Esportes da Sorte. Ainda não sabemos o real motivo disso, mas sabemos que é uma empresa que atua em todo o Brasil com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão e até onde sei é uma empresa idônea”, afirmou Dayanne, em vídeo publicado nos Stories de seu perfil no Instagram.

Advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para esclarecer os motivos envonvendo a prisão da irmã. Foto: Reprodução/Instagram/dradayannebezerra

“Temos uma vida pública e um compromisso com vocês, seguidores. E antes que na mídia se espalhem mentiras e inverdades, que mais uma vez minha família está sofrendo, eu mesma venho aqui explicar o acontecido”, afirmou ela.

Segundo Dayanne, a polícia paulista também foi até a casa de Deolane, em São Paulo, e apreendeu objetos de valor, dentre eles, relógios e dinheiro. “Mais uma vez, a minha família está sendo perseguida. Vamos provar a nossa inocência”, falou ainda no vídeo.

Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco nesta quarta-feira, 4, mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. As autoridades dizem que entre os alvos estão grupos ligados a bets (sites de apostas esportivas), mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares). A polícia também prendeu nesta quarta a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos.

Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades. Já Deolane afirma ser vítima de “grande injustiça” e sua defesa acrescenta tratar as questões legais com “seriedade e transparência”.

Na foto, a influenciadora Deolane Bezerra. Foto: Reprodução/Instagram/@dra.deolanebezerra

A Polícia Civil de Pernambuco afirma que parte dos investigados está relacionada com apostas esportivas, entre elas bets, mas não detalhou se as supostas irregularidades estão ligadas diretamente às empresas. A corporação, porém, não informou a ligação entre as diferentes ações policiais nem a lista de investigados.

“A ilegalidade da organização está ‘linkada’ com os jogos não autorizados legalmente. As várias células da organização criminosa também operavam no ramo de bets, mas o básico, de origem, a gente ressalta que diz respeito aos jogos não autorizados pela legislação brasileira. As bets eram utilizadas, além de outras empresas, na lavagem do dinheiro oriundo desse ramo ilegal de jogos”, prosseguiu.

Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos e transações bancárias.

“O dinheiro era lavado por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis”, diz a pasta.

A investigação identificou movimentação financeira atípica de pessoas físicas e jurídicas, incompatíveis com a declaração de bens, conforme o ministério.

Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpre 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

Foram adotadas ainda medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo. Até o fim da manhã, havia um foragido.

Conforme a polícia, foram dezenas de imóveis, embarcações, aeronaves, veículos e objetos de valores. “Só em um alvo, a gente encontrou 11 relógios da marca Rolex”, disse Rocha.

Os mandados estão sendo cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.

A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e já está na 3ª fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos – esta última ocorre agora e é a que motivou a prisão de Deolane.

Além de 19 mandados de prisão, estão sendo cumpridas outras medidas cautelares: 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronações e embarcações) e valores. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

“É uma operação criminosa voltada para jogos ilegais. Nesses últimos anos, temos ampliado os dados e informações sobre isso e agora estamos nessa fase da operação de apreensão, com quantidade grande de objetos”, afirmou Rocha.

“A investigação tem origem na atuação da organização no campo de jogos ilegais. Esses jogos geram grande volume de dinheiro na atividade primária e, por isso, há necessidade de lavagem de capitais para regularizar esses recursos”, continuou o delegado-geral.

Operação realizada pela Polícia Civil de Pernambuco. Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

A 42ª Operação de Repressão Qualificada do ano denominada Integration é vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM). Ao menos 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, participam da ação.

Também teve apoio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), do Comando de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado e do Grupamento Tático Aéreo.

Ainda conforme o governo pernambucano, as polícias civis dos Estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás também colaboraram.

Esportes da Sorte fala em ‘interpretação equivocada’

Em nota, a empresa Esportes da Sorte, ligada a apostas esportivas online, disse que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede, em Recife. O site disse ainda que suas atividades cumprem as leis e afirmou estar à disposição das autoridades.

A Esportes da Sorte “ressalta que, desde março de 2023, tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados” pela defesa.

A empresa de apostas online afirmou ainda que suas atividades de aposta de cotas fixas cumprem “rigorosamente” as Lei n.º 13.756/2018 e14.790/2023, “com excelência jurídico-regulatória, acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance”.

Segundo o site, houve “interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados”. Tanto é assim, prossegue “que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa”.

VaideBet diz cumprir lei e fala em ‘surpresa’

A VaideBet, por sua vez, informa que acompanha a operação da Polícia Civil e que se colocará plenamente à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios.

“A marca, no entanto, ressalta que recebeu com surpresa o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta quarta-feira, uma vez que desde o ano passado se prontificou em contribuir com as investigações, tendo previamente indicado os endereços e contatos pertinentes”, informou, em nota.

“As atividades da empresa até aqui são pautadas pelo estrito cumprimento da legislação vigente e já estão adequadas à regulação do setor para 2025. Ainda no mês de agosto, o Grupo BPX, empresa detentora da marca VaideBet, deu entrada no requerimento da licença junto ao governo federal para obtenção da outorga para atuação regularizada no Brasil a partir do início do próximo ano”, acrescentou.

‘Minha família está sendo perseguida’, diz irmã de Deolane

O escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane e a mãe, diz ter plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colabora com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos”, disse ainda a publicação feita pelo .

A advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para comentar a prisão da irmã. Também disse que foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra a mãe delas.

“Até o momento, o que nós e advogados sabemos sobre isso é que um processo relacionado à empresa Esportes da Sorte. Ainda não sabemos o real motivo disso, mas sabemos que é uma empresa que atua em todo o Brasil com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão e até onde sei é uma empresa idônea”, afirmou Dayanne, em vídeo publicado nos Stories de seu perfil no Instagram.

Advogada e influenciadora Dayanne Bezerra, irmã de Deolane, utilizou as redes sociais para esclarecer os motivos envonvendo a prisão da irmã. Foto: Reprodução/Instagram/dradayannebezerra

“Temos uma vida pública e um compromisso com vocês, seguidores. E antes que na mídia se espalhem mentiras e inverdades, que mais uma vez minha família está sofrendo, eu mesma venho aqui explicar o acontecido”, afirmou ela.

Segundo Dayanne, a polícia paulista também foi até a casa de Deolane, em São Paulo, e apreendeu objetos de valor, dentre eles, relógios e dinheiro. “Mais uma vez, a minha família está sendo perseguida. Vamos provar a nossa inocência”, falou ainda no vídeo.

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