Intoxicação de cães: Tecnoclean diz que adquiriu ingrediente usado em petiscos de uma importadora


Fornecedora afirma que revendeu o propilenoglicol à Bassar; há suspeita de que substância seja foco de contaminação

Por Renata Okumura
Atualização:

Identificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar Pet Food, a Tecnoclean Industrial Ltda informou na noite de quinta-feira, 8, que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação que apura a suspeita de intoxicação de cães após comerem petiscos da marca Bassar. Na terça-feira, 6, o ministério anunciou a suspensão do uso de dois lotes do ingrediente que apresentavam irregularidades. Segundo a Polícia Civil de Minas, passam de 40 as mortes de cachorros em vários Estados.

“A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Ainda de acordo com a empresa, caso fique comprovada a contaminação, a falha deve ser avaliada entre o importador e o fabricante. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

A sede da Tecnoclean fica em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte, mas um galpão da empresa funciona como depósito de produtos em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Já a A&D Química fica localizada no Arujá.

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Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise. Foto: Pixabay/ Free-Photos

Investigações

Após a morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação ao consumir petiscos, o Ministério da Agricultura determinou o fechamento da fábrica da Bassar, o recolhimento dos produtos e também suspendeu dois lotes do ingrediente fornecido pela Tecnoplan (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar estaria contaminado com etilenoglicol - mesmo produto que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019. Conhecida também como monoetilenoglicol, a substância é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.

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Ainda segundo a pasta, a Tecnoclean não possui licença para fornecimento da substância para indústria de alimentação animal. “Embora rotulados como se tivessem sido fabricados pela Tecnoclean, o estabelecimento é apenas um depósito cujas atividades econômicas licenciadas não envolve a fabricação de produtos para alimentação animal, motivo pelo qual o empreendimento não possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na área de alimentação, tampouco apresentou registros em outros órgãos fiscalizadores”, acrescentou em nota.

De acordo com o ministério, outras empresas de alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Na quarta-feira, 7, a Bassar Pet Food informou que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca. A empresa já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção desde sexta passada, quando o governo interditou a fábrica da empresa em São Paulo e o solicitou o recolhimento nacional de todos os lotes de seus produtos.

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Até o momento, a Polícia Civil de Minas afirma que, além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de intoxicação de cachorros. Conforme investigações, já são pelo menos 48 óbitos registrados com a mesma suspeita, sendo 8 mortes apenas em Belo Horizonte registradas até segunda-feira, 5. Outros cães permanecem internados com quadro de falência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso.

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Em trabalho conjunto com a Polícia Civil de Minas Gerais, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados serão encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

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Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP também notificou a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências até a próxima terça-feira, 13.

Identificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar Pet Food, a Tecnoclean Industrial Ltda informou na noite de quinta-feira, 8, que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação que apura a suspeita de intoxicação de cães após comerem petiscos da marca Bassar. Na terça-feira, 6, o ministério anunciou a suspensão do uso de dois lotes do ingrediente que apresentavam irregularidades. Segundo a Polícia Civil de Minas, passam de 40 as mortes de cachorros em vários Estados.

“A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Ainda de acordo com a empresa, caso fique comprovada a contaminação, a falha deve ser avaliada entre o importador e o fabricante. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

A sede da Tecnoclean fica em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte, mas um galpão da empresa funciona como depósito de produtos em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Já a A&D Química fica localizada no Arujá.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise. Foto: Pixabay/ Free-Photos

Investigações

Após a morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação ao consumir petiscos, o Ministério da Agricultura determinou o fechamento da fábrica da Bassar, o recolhimento dos produtos e também suspendeu dois lotes do ingrediente fornecido pela Tecnoplan (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar estaria contaminado com etilenoglicol - mesmo produto que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019. Conhecida também como monoetilenoglicol, a substância é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.

Ainda segundo a pasta, a Tecnoclean não possui licença para fornecimento da substância para indústria de alimentação animal. “Embora rotulados como se tivessem sido fabricados pela Tecnoclean, o estabelecimento é apenas um depósito cujas atividades econômicas licenciadas não envolve a fabricação de produtos para alimentação animal, motivo pelo qual o empreendimento não possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na área de alimentação, tampouco apresentou registros em outros órgãos fiscalizadores”, acrescentou em nota.

De acordo com o ministério, outras empresas de alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Na quarta-feira, 7, a Bassar Pet Food informou que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca. A empresa já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção desde sexta passada, quando o governo interditou a fábrica da empresa em São Paulo e o solicitou o recolhimento nacional de todos os lotes de seus produtos.

Até o momento, a Polícia Civil de Minas afirma que, além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de intoxicação de cachorros. Conforme investigações, já são pelo menos 48 óbitos registrados com a mesma suspeita, sendo 8 mortes apenas em Belo Horizonte registradas até segunda-feira, 5. Outros cães permanecem internados com quadro de falência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso.

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Em trabalho conjunto com a Polícia Civil de Minas Gerais, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados serão encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP também notificou a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências até a próxima terça-feira, 13.

Identificada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como a fornecedora de matéria-prima para a Bassar Pet Food, a Tecnoclean Industrial Ltda informou na noite de quinta-feira, 8, que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A empresa afirma que se mantém à disposição das autoridades públicas e sanitárias na investigação que apura a suspeita de intoxicação de cães após comerem petiscos da marca Bassar. Na terça-feira, 6, o ministério anunciou a suspensão do uso de dois lotes do ingrediente que apresentavam irregularidades. Segundo a Polícia Civil de Minas, passam de 40 as mortes de cachorros em vários Estados.

“A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Ainda de acordo com a empresa, caso fique comprovada a contaminação, a falha deve ser avaliada entre o importador e o fabricante. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

A sede da Tecnoclean fica em uma área industrial de Contagem, na Grande Belo Horizonte, mas um galpão da empresa funciona como depósito de produtos em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Já a A&D Química fica localizada no Arujá.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise. Foto: Pixabay/ Free-Photos

Investigações

Após a morte de ao menos nove cachorros em São Paulo e em Minas por suspeita de intoxicação ao consumir petiscos, o Ministério da Agricultura determinou o fechamento da fábrica da Bassar, o recolhimento dos produtos e também suspendeu dois lotes do ingrediente fornecido pela Tecnoplan (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar estaria contaminado com etilenoglicol - mesmo produto que causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019. Conhecida também como monoetilenoglicol, a substância é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.

Ainda segundo a pasta, a Tecnoclean não possui licença para fornecimento da substância para indústria de alimentação animal. “Embora rotulados como se tivessem sido fabricados pela Tecnoclean, o estabelecimento é apenas um depósito cujas atividades econômicas licenciadas não envolve a fabricação de produtos para alimentação animal, motivo pelo qual o empreendimento não possui registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na área de alimentação, tampouco apresentou registros em outros órgãos fiscalizadores”, acrescentou em nota.

De acordo com o ministério, outras empresas de alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Na quarta-feira, 7, a Bassar Pet Food informou que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca. A empresa já vinha recolhendo todas as suas linhas do varejo nacional e havia interrompido sua produção desde sexta passada, quando o governo interditou a fábrica da empresa em São Paulo e o solicitou o recolhimento nacional de todos os lotes de seus produtos.

Até o momento, a Polícia Civil de Minas afirma que, além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de intoxicação de cachorros. Conforme investigações, já são pelo menos 48 óbitos registrados com a mesma suspeita, sendo 8 mortes apenas em Belo Horizonte registradas até segunda-feira, 5. Outros cães permanecem internados com quadro de falência renal, segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso.

Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Em trabalho conjunto com a Polícia Civil de Minas Gerais, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados serão encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Após ter conhecimento dos casos, o Procon-SP também notificou a empresa Bassar Pet Food para que preste esclarecimentos sobre as ocorrências até a próxima terça-feira, 13.

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