Intoxicação de cães: veja o que se sabe sobre as mortes por suspeita de contaminação de petiscos


Investigações iniciais apontam que o propilenoglicol utilizado pela Bassar na fabricação estaria contaminado com monoetilenoglicol; polícia de MG fala em mais de 50 casos no País

Por Renata Okumura
Atualização:

Continuam em andamento as investigações envolvendo a morte de cães por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca Bassar Pet Food. Além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de casos. Ao menos 54 mortes foram registradas em todo o País, além de internações com quadro de falência renal. Somente em Minas, são 18 animais hospitalizados.

Apurações iniciais apontaram a presença de monoetilenoglicol, substância tóxica usada para refrigeração, no ingrediente propilenoglicol, que é usado pelas indústrias na fabricação de petiscos, assim como outros produtos alimentícios de animais e seres humanos.

“As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) seguem com diligências externas, análises de documentos e outras provas. Outros dois laudos foram divulgados constatando a presença do monoetilenoglicol”, disse a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso, nesta quinta-feira, 15.

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Em 9 de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol em outros lotes de produtos da empresa Bassar. O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos.

No mesmo dia, a Bassar Pet Food iniciou o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir do dia 7 de fevereiro de 2022 junto aos consumidores que devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto. Dois dias antes, a empresa já havia informado que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca.

Na quarta-feira, 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa Bassar Pet Food para que seja apresentado o recall compulsório dos petiscos para cães. Segundo a pasta, “a realização informal de recall, sem ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes, pode ser demorada e ineficaz, apresentando riscos aos consumidores e aos animais de estimação”.

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Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de um shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise Foto: Pixabay/ Free-Photos

Monoetilenoglicol

Em 6 de setembro, o Ministério da Agricultura já havia identificado irregularidades envolvendo uma das fornecedoras de matéria-prima para a Bassar Pet Food e mandado suspender o uso de dois lotes de um ingrediente fornecido pela Tecnoclean Industrial Ltda (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela empresa desse fornecedor, estaria contaminado com monoetilenoglicol.

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Conhecida também como etilenoglicol, é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

Em sua defesa, a Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. “A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

Ainda de acordo com o ministério, além da Bassar, as empresas fabricantes de produtos para alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

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Desde o fim de agosto, o laboratório de química forense do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas recebe diversos petiscos que poderiam estar relacionados com a intoxicação e morte de cães.

“Na semana passada, identificamos um produto contendo monoetilenoglicol. Recentemente, dois novos lotes foram identificados com a substância. Muitas análises periciais ainda estão em curso no intuito de contribuir para as investigações criminais”, acrescentou a perita criminal Renata Faraco, da seção técnica de Física e Química Legal da PCMG. No entanto, a forma como os produtos foram contaminados ainda não foi revelada.

Trabalhando em conjunto com a polícia de Minas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados estão sendo encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

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Investigações

As investigações tiveram início após tutores de animais de estimação observarem que pets saudáveis começaram a ficar doentes e morrer. Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Inicialmente, os petiscos identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também havia informado que retirou embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas.

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Em nota, a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) afirmou que todos os seus associados já foram informados da recomendação.

Após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontar a possibilidade de distribuição da matéria-prima também para fábricas de alimentos de uso humano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também decidiu suspender na segunda-feira, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda. O Procon-SP também notificou a Bassar para que prestasse esclarecimentos sobre as ocorrências.

Tutores devem permanecer atentos aos sintomas

Entre os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros estão convulsão, vômito, diarreia e prostração. Se necessário, o tutor deve procurar auxílio veterinário o quanto antes, além de registrar a ocorrência na delegacia mais próxima.

É importante levar os petiscos que o pet comeu. Até o momento, todos os cachorros que passaram mal são de porte pequeno, entre eles, sptiz alemão, shih tzu e Yorkshire.

Continuam em andamento as investigações envolvendo a morte de cães por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca Bassar Pet Food. Além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de casos. Ao menos 54 mortes foram registradas em todo o País, além de internações com quadro de falência renal. Somente em Minas, são 18 animais hospitalizados.

Apurações iniciais apontaram a presença de monoetilenoglicol, substância tóxica usada para refrigeração, no ingrediente propilenoglicol, que é usado pelas indústrias na fabricação de petiscos, assim como outros produtos alimentícios de animais e seres humanos.

“As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) seguem com diligências externas, análises de documentos e outras provas. Outros dois laudos foram divulgados constatando a presença do monoetilenoglicol”, disse a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso, nesta quinta-feira, 15.

Em 9 de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol em outros lotes de produtos da empresa Bassar. O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos.

No mesmo dia, a Bassar Pet Food iniciou o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir do dia 7 de fevereiro de 2022 junto aos consumidores que devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto. Dois dias antes, a empresa já havia informado que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca.

Na quarta-feira, 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa Bassar Pet Food para que seja apresentado o recall compulsório dos petiscos para cães. Segundo a pasta, “a realização informal de recall, sem ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes, pode ser demorada e ineficaz, apresentando riscos aos consumidores e aos animais de estimação”.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de um shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise Foto: Pixabay/ Free-Photos

Monoetilenoglicol

Em 6 de setembro, o Ministério da Agricultura já havia identificado irregularidades envolvendo uma das fornecedoras de matéria-prima para a Bassar Pet Food e mandado suspender o uso de dois lotes de um ingrediente fornecido pela Tecnoclean Industrial Ltda (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela empresa desse fornecedor, estaria contaminado com monoetilenoglicol.

Conhecida também como etilenoglicol, é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

Em sua defesa, a Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. “A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

Ainda de acordo com o ministério, além da Bassar, as empresas fabricantes de produtos para alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Desde o fim de agosto, o laboratório de química forense do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas recebe diversos petiscos que poderiam estar relacionados com a intoxicação e morte de cães.

“Na semana passada, identificamos um produto contendo monoetilenoglicol. Recentemente, dois novos lotes foram identificados com a substância. Muitas análises periciais ainda estão em curso no intuito de contribuir para as investigações criminais”, acrescentou a perita criminal Renata Faraco, da seção técnica de Física e Química Legal da PCMG. No entanto, a forma como os produtos foram contaminados ainda não foi revelada.

Trabalhando em conjunto com a polícia de Minas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados estão sendo encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Investigações

As investigações tiveram início após tutores de animais de estimação observarem que pets saudáveis começaram a ficar doentes e morrer. Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Inicialmente, os petiscos identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também havia informado que retirou embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) afirmou que todos os seus associados já foram informados da recomendação.

Após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontar a possibilidade de distribuição da matéria-prima também para fábricas de alimentos de uso humano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também decidiu suspender na segunda-feira, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda. O Procon-SP também notificou a Bassar para que prestasse esclarecimentos sobre as ocorrências.

Tutores devem permanecer atentos aos sintomas

Entre os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros estão convulsão, vômito, diarreia e prostração. Se necessário, o tutor deve procurar auxílio veterinário o quanto antes, além de registrar a ocorrência na delegacia mais próxima.

É importante levar os petiscos que o pet comeu. Até o momento, todos os cachorros que passaram mal são de porte pequeno, entre eles, sptiz alemão, shih tzu e Yorkshire.

Continuam em andamento as investigações envolvendo a morte de cães por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca Bassar Pet Food. Além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de casos. Ao menos 54 mortes foram registradas em todo o País, além de internações com quadro de falência renal. Somente em Minas, são 18 animais hospitalizados.

Apurações iniciais apontaram a presença de monoetilenoglicol, substância tóxica usada para refrigeração, no ingrediente propilenoglicol, que é usado pelas indústrias na fabricação de petiscos, assim como outros produtos alimentícios de animais e seres humanos.

“As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) seguem com diligências externas, análises de documentos e outras provas. Outros dois laudos foram divulgados constatando a presença do monoetilenoglicol”, disse a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso, nesta quinta-feira, 15.

Em 9 de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol em outros lotes de produtos da empresa Bassar. O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos.

No mesmo dia, a Bassar Pet Food iniciou o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir do dia 7 de fevereiro de 2022 junto aos consumidores que devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto. Dois dias antes, a empresa já havia informado que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca.

Na quarta-feira, 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa Bassar Pet Food para que seja apresentado o recall compulsório dos petiscos para cães. Segundo a pasta, “a realização informal de recall, sem ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes, pode ser demorada e ineficaz, apresentando riscos aos consumidores e aos animais de estimação”.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de um shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise Foto: Pixabay/ Free-Photos

Monoetilenoglicol

Em 6 de setembro, o Ministério da Agricultura já havia identificado irregularidades envolvendo uma das fornecedoras de matéria-prima para a Bassar Pet Food e mandado suspender o uso de dois lotes de um ingrediente fornecido pela Tecnoclean Industrial Ltda (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela empresa desse fornecedor, estaria contaminado com monoetilenoglicol.

Conhecida também como etilenoglicol, é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

Em sua defesa, a Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. “A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

Ainda de acordo com o ministério, além da Bassar, as empresas fabricantes de produtos para alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Desde o fim de agosto, o laboratório de química forense do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas recebe diversos petiscos que poderiam estar relacionados com a intoxicação e morte de cães.

“Na semana passada, identificamos um produto contendo monoetilenoglicol. Recentemente, dois novos lotes foram identificados com a substância. Muitas análises periciais ainda estão em curso no intuito de contribuir para as investigações criminais”, acrescentou a perita criminal Renata Faraco, da seção técnica de Física e Química Legal da PCMG. No entanto, a forma como os produtos foram contaminados ainda não foi revelada.

Trabalhando em conjunto com a polícia de Minas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados estão sendo encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Investigações

As investigações tiveram início após tutores de animais de estimação observarem que pets saudáveis começaram a ficar doentes e morrer. Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Inicialmente, os petiscos identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também havia informado que retirou embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) afirmou que todos os seus associados já foram informados da recomendação.

Após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontar a possibilidade de distribuição da matéria-prima também para fábricas de alimentos de uso humano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também decidiu suspender na segunda-feira, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda. O Procon-SP também notificou a Bassar para que prestasse esclarecimentos sobre as ocorrências.

Tutores devem permanecer atentos aos sintomas

Entre os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros estão convulsão, vômito, diarreia e prostração. Se necessário, o tutor deve procurar auxílio veterinário o quanto antes, além de registrar a ocorrência na delegacia mais próxima.

É importante levar os petiscos que o pet comeu. Até o momento, todos os cachorros que passaram mal são de porte pequeno, entre eles, sptiz alemão, shih tzu e Yorkshire.

Continuam em andamento as investigações envolvendo a morte de cães por suspeita de intoxicação após o consumo de petiscos da marca Bassar Pet Food. Além de Minas e São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe e Goiás têm relatos de casos. Ao menos 54 mortes foram registradas em todo o País, além de internações com quadro de falência renal. Somente em Minas, são 18 animais hospitalizados.

Apurações iniciais apontaram a presença de monoetilenoglicol, substância tóxica usada para refrigeração, no ingrediente propilenoglicol, que é usado pelas indústrias na fabricação de petiscos, assim como outros produtos alimentícios de animais e seres humanos.

“As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) seguem com diligências externas, análises de documentos e outras provas. Outros dois laudos foram divulgados constatando a presença do monoetilenoglicol”, disse a delegada Danúbia Quadros, responsável pelo caso, nesta quinta-feira, 15.

Em 9 de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que resultados preliminares apontaram para presença de monoetilenoglicol em outros lotes de produtos da empresa Bassar. O aditivo foi detectado por meio de análises feitas nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) como parte das investigações dos casos.

No mesmo dia, a Bassar Pet Food iniciou o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir do dia 7 de fevereiro de 2022 junto aos consumidores que devem devolver os itens à loja, que deverá reembolsar o valor gasto. Dois dias antes, a empresa já havia informado que estava realizando um recall de todos os produtos comercializados pela marca.

Na quarta-feira, 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a empresa Bassar Pet Food para que seja apresentado o recall compulsório dos petiscos para cães. Segundo a pasta, “a realização informal de recall, sem ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes, pode ser demorada e ineficaz, apresentando riscos aos consumidores e aos animais de estimação”.

Todos os cachorros que passaram mal são até o momento de porte pequeno. Até então, estavam aparecendo somente cães da ração spitz alemão, mas agora já há relato de um shih tzu, que está fazendo tratamento de hemodiálise Foto: Pixabay/ Free-Photos

Monoetilenoglicol

Em 6 de setembro, o Ministério da Agricultura já havia identificado irregularidades envolvendo uma das fornecedoras de matéria-prima para a Bassar Pet Food e mandado suspender o uso de dois lotes de um ingrediente fornecido pela Tecnoclean Industrial Ltda (AD5053C22 e AD4055C21). Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela empresa desse fornecedor, estaria contaminado com monoetilenoglicol.

Conhecida também como etilenoglicol, é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância causou a morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019.

Em sua defesa, a Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. “A Tecnoclean Industrial Ltda afirma que não fabrica propilenoglicol, tendo comprado da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional como distribuidora”, disse em nota. Procurada, a A&D Química não respondeu até a publicação da reportagem.

Ainda de acordo com o ministério, além da Bassar, as empresas fabricantes de produtos para alimentação animal registradas no Mapa também devem identificar os produtos fabricados com o uso dessas matérias-primas e, caso encontrem, devem fazer o recolhimento no comércio atacadista e varejista.

Desde o fim de agosto, o laboratório de química forense do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas recebe diversos petiscos que poderiam estar relacionados com a intoxicação e morte de cães.

“Na semana passada, identificamos um produto contendo monoetilenoglicol. Recentemente, dois novos lotes foram identificados com a substância. Muitas análises periciais ainda estão em curso no intuito de contribuir para as investigações criminais”, acrescentou a perita criminal Renata Faraco, da seção técnica de Física e Química Legal da PCMG. No entanto, a forma como os produtos foram contaminados ainda não foi revelada.

Trabalhando em conjunto com a polícia de Minas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que todos os casos registrados estão sendo encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica da Bassar.

Investigações

As investigações tiveram início após tutores de animais de estimação observarem que pets saudáveis começaram a ficar doentes e morrer. Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles.

Inicialmente, os petiscos identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também havia informado que retirou embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos (Abiam) afirmou que todos os seus associados já foram informados da recomendação.

Após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apontar a possibilidade de distribuição da matéria-prima também para fábricas de alimentos de uso humano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também decidiu suspender na segunda-feira, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda. O Procon-SP também notificou a Bassar para que prestasse esclarecimentos sobre as ocorrências.

Tutores devem permanecer atentos aos sintomas

Entre os principais sintomas identificados nos relatos dos tutores dos cachorros estão convulsão, vômito, diarreia e prostração. Se necessário, o tutor deve procurar auxílio veterinário o quanto antes, além de registrar a ocorrência na delegacia mais próxima.

É importante levar os petiscos que o pet comeu. Até o momento, todos os cachorros que passaram mal são de porte pequeno, entre eles, sptiz alemão, shih tzu e Yorkshire.

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