Investigação da PF cita consulesa do Uruguai em SP


Conversa de Brigida sobre compra e remessa de dólares foi gravada

Por Fausto Macedo

A Operação Harina - investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo 19 doleiros interligados em seis grupos - cita a consulesa do Uruguai em São Paulo, Brigida Scaffo de Vera. A PF revela que pegou a diplomata em interceptação telefônica negociando compra de dólares no mercado paralelo para envio a Montevidéu. O diálogo foi captado no dia 30 de março, às 12h34. Durou 12 minutos e 57 segundos.Oficialmente, Brigida não é investigada porque desfruta de imunidade. Mas ela caiu na malha fina do guardião, a máquina de gravações da PF. A consulesa é mencionada nas páginas 20, 21, 22 e 23 do relatório de inteligência policial que deu base ao decreto de prisão do principal alvo do inquérito, o uruguaio Ricardo Allende, que está foragido.A PF monitorava Allende, apontado como o cabeça da organização criminosa. O relatório é subscrito pelo delegado Alexsander Castro de Oliveira, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF. Faz parte do inquérito transcrição da conversa entre Allende e a pessoa identificada como Brigida.Participa do contato uma mulher, Beatriz. Ela telefona para Allende e diz: "A cônsul geral quer te fazer um pedido". "É para uma finalidade humanitária", comenta Beatriz. "Como Beatriz lhe diz eu preciso mandar o dinheiro de uma sucessão, tenho que começar a mandar todo o dinheiro", comunica Brigida ao doleiro. "Estamos concretizando a última parte, havia um dinheiro no cofre, dólares, eu teria que fazer chegar."A PF é taxativa. "Fica claro que Brigida tem absoluto conhecimento de tratar-se de uma operação ilegal, pois ela mesma fala várias vezes a esse respeito, assim como Allende. Fica evidente que não é a primeira vez que eles realizam uma operação financeira marginal."A remessa seria de US$ 28 mil. Brigida diz que o dinheiro vai para "dois hospitais públicos" e duas casas de repouso e será recebido por "um padre, uma freira e um advogado do Ministério da Saúde". O doleiro adverte. "Isto não é oficial, dar um recibo é muito complicado. O problema é o recibo em São Paulo (...) O que acontece, Brigida, isso é na confiança. Jamais na vida tenho dado um recibo em São Paulo."Segundo a PF, o dinheiro seria retirado na Câmbio Europa, em Montevidéu, propriedade de Allende. "Essa casa de câmbio é uma offshore criada na Flórida (EUA)."A Embaixada do Uruguai repassou ao Estado mensagem de Brigida em que ela esclarece. "Antes de realizar uma transferência de US$ 28 mil, fruto de um legado destinado a instituições de beneficência no Uruguai, consultei vários cambistas conhecidos em Montevidéu, assim como vários bancos em São Paulo. Finalmente realizei (a transferência) através do banco HSBC."

A Operação Harina - investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo 19 doleiros interligados em seis grupos - cita a consulesa do Uruguai em São Paulo, Brigida Scaffo de Vera. A PF revela que pegou a diplomata em interceptação telefônica negociando compra de dólares no mercado paralelo para envio a Montevidéu. O diálogo foi captado no dia 30 de março, às 12h34. Durou 12 minutos e 57 segundos.Oficialmente, Brigida não é investigada porque desfruta de imunidade. Mas ela caiu na malha fina do guardião, a máquina de gravações da PF. A consulesa é mencionada nas páginas 20, 21, 22 e 23 do relatório de inteligência policial que deu base ao decreto de prisão do principal alvo do inquérito, o uruguaio Ricardo Allende, que está foragido.A PF monitorava Allende, apontado como o cabeça da organização criminosa. O relatório é subscrito pelo delegado Alexsander Castro de Oliveira, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF. Faz parte do inquérito transcrição da conversa entre Allende e a pessoa identificada como Brigida.Participa do contato uma mulher, Beatriz. Ela telefona para Allende e diz: "A cônsul geral quer te fazer um pedido". "É para uma finalidade humanitária", comenta Beatriz. "Como Beatriz lhe diz eu preciso mandar o dinheiro de uma sucessão, tenho que começar a mandar todo o dinheiro", comunica Brigida ao doleiro. "Estamos concretizando a última parte, havia um dinheiro no cofre, dólares, eu teria que fazer chegar."A PF é taxativa. "Fica claro que Brigida tem absoluto conhecimento de tratar-se de uma operação ilegal, pois ela mesma fala várias vezes a esse respeito, assim como Allende. Fica evidente que não é a primeira vez que eles realizam uma operação financeira marginal."A remessa seria de US$ 28 mil. Brigida diz que o dinheiro vai para "dois hospitais públicos" e duas casas de repouso e será recebido por "um padre, uma freira e um advogado do Ministério da Saúde". O doleiro adverte. "Isto não é oficial, dar um recibo é muito complicado. O problema é o recibo em São Paulo (...) O que acontece, Brigida, isso é na confiança. Jamais na vida tenho dado um recibo em São Paulo."Segundo a PF, o dinheiro seria retirado na Câmbio Europa, em Montevidéu, propriedade de Allende. "Essa casa de câmbio é uma offshore criada na Flórida (EUA)."A Embaixada do Uruguai repassou ao Estado mensagem de Brigida em que ela esclarece. "Antes de realizar uma transferência de US$ 28 mil, fruto de um legado destinado a instituições de beneficência no Uruguai, consultei vários cambistas conhecidos em Montevidéu, assim como vários bancos em São Paulo. Finalmente realizei (a transferência) através do banco HSBC."

A Operação Harina - investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro envolvendo 19 doleiros interligados em seis grupos - cita a consulesa do Uruguai em São Paulo, Brigida Scaffo de Vera. A PF revela que pegou a diplomata em interceptação telefônica negociando compra de dólares no mercado paralelo para envio a Montevidéu. O diálogo foi captado no dia 30 de março, às 12h34. Durou 12 minutos e 57 segundos.Oficialmente, Brigida não é investigada porque desfruta de imunidade. Mas ela caiu na malha fina do guardião, a máquina de gravações da PF. A consulesa é mencionada nas páginas 20, 21, 22 e 23 do relatório de inteligência policial que deu base ao decreto de prisão do principal alvo do inquérito, o uruguaio Ricardo Allende, que está foragido.A PF monitorava Allende, apontado como o cabeça da organização criminosa. O relatório é subscrito pelo delegado Alexsander Castro de Oliveira, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF. Faz parte do inquérito transcrição da conversa entre Allende e a pessoa identificada como Brigida.Participa do contato uma mulher, Beatriz. Ela telefona para Allende e diz: "A cônsul geral quer te fazer um pedido". "É para uma finalidade humanitária", comenta Beatriz. "Como Beatriz lhe diz eu preciso mandar o dinheiro de uma sucessão, tenho que começar a mandar todo o dinheiro", comunica Brigida ao doleiro. "Estamos concretizando a última parte, havia um dinheiro no cofre, dólares, eu teria que fazer chegar."A PF é taxativa. "Fica claro que Brigida tem absoluto conhecimento de tratar-se de uma operação ilegal, pois ela mesma fala várias vezes a esse respeito, assim como Allende. Fica evidente que não é a primeira vez que eles realizam uma operação financeira marginal."A remessa seria de US$ 28 mil. Brigida diz que o dinheiro vai para "dois hospitais públicos" e duas casas de repouso e será recebido por "um padre, uma freira e um advogado do Ministério da Saúde". O doleiro adverte. "Isto não é oficial, dar um recibo é muito complicado. O problema é o recibo em São Paulo (...) O que acontece, Brigida, isso é na confiança. Jamais na vida tenho dado um recibo em São Paulo."Segundo a PF, o dinheiro seria retirado na Câmbio Europa, em Montevidéu, propriedade de Allende. "Essa casa de câmbio é uma offshore criada na Flórida (EUA)."A Embaixada do Uruguai repassou ao Estado mensagem de Brigida em que ela esclarece. "Antes de realizar uma transferência de US$ 28 mil, fruto de um legado destinado a instituições de beneficência no Uruguai, consultei vários cambistas conhecidos em Montevidéu, assim como vários bancos em São Paulo. Finalmente realizei (a transferência) através do banco HSBC."

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